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Brasil
Ano 9 - N° 449 - 24 de Janeiro de 2016
MARIA RACHEL COELHO PEREIRA
justicaecidadania@gmail.com
Rio de Janeiro, RJ (Brasil)
 


Divaldo Franco: “As dores são processos de purificação”

 Um público numeroso assistiu à exposição feita por Divaldo Franco, um dos destaques do VI Congresso Espírita
Paraibano, realizado em João Pessoa (PB)

 
Encerrando o VI Congresso Espírita Paraibano, que se realizou em João Pessoa, Paraíba, nos dias 8 a 10 de janeiro de 2016, o médium e orador espírita Divaldo Pereira Franco ministrou o seminário “O Despertar do Espírito”, no Teatro A Pedra do Reino, para mais de duas mil pessoas. O evento ocorreu na manhã do dia 10 e foi acompanhado na internet por cerca de 35 mil pessoas, graças à transmissão feita ao vivo pela Web TV da FEB. O seminário foi constituído de dois módulos e um intervalo.

Em sua exposição Divaldo citou a obra "O Cavaleiro da Armadura Enferrujada", de autoria de Robert Fisher, e sugeriu a todos uma “viagem” interior, em busca da nossa realidade. Referindo-se a alguns conceitos da Psicologia Analítica de Carl Gustav Jung, confrontou-os com os grandes conflitos da criatura humana, como o inconsciente coletivo e o individual, bem com os arquétipos, conjuntos de “imagens primordiais” originadas de uma repetição progressiva de uma mesma experiência durante muitas gerações, armazenadas no inconsciente coletivo.

Em seguida, ele analisou a estória do Cavaleiro da Armadura Enferrujada de forma poética e com extraordinária capacidade de provocar mudanças profundas em nossas vidas, ao nos revelar, de forma simples, verdades de uma sabedoria profunda. O primeiro passo do cavaleiro na sua viagem iniciática e alquímica é também o nosso primeiro passo no caminho misterioso da Verdade e da Vida. Suscita a expansão da nossa mente e nos transforma, libertando-nos do egoísmo, das paixões e de todas as barreiras que nos impedem de nos conhecermos e amarmos a nós mesmos.

Na estória, o cavaleiro mantém-se muito tempo vestido com sua armadura de ferro. Lutava contra inimigos reais e imaginários, salvando donzelas mesmo quando elas não queriam ser resgatadas. 

A viagem do cavaleiro é a nossa própria viagem 

O cavaleiro corria para as Cruzadas e não parava nunca. E, embora casado com uma esposa fiel, Juliet, e com um filho de cabelos dourados, Christopher, eles pouco se viam. Quando Christopher queria saber como era o pai, Juliet o mostrava em fotografias.

O cavaleiro começa, então, a ter dificuldades para comer, beber e dar abraços por causa da armadura. Conversar com ele só era possível através da viseira fechada. Juliet pede que ele remova a armadura, ameaçando afastar-se cada vez mais. Mas tal não foi fácil, pois a armadura estava muito enferrujada e nem mesmo o ferreiro o conseguiu.

O cavaleiro resolve afastar-se e faz uma viagem, conhece outros personagens, com os quais se relaciona e que o ajudam a refletir sobre a própria existência. É quando descobre que tem que atravessar uma trilha e que vai se deparar com três castelos: o do silêncio, o do conhecimento e o da vontade e ousadia. Precisou então viver um pouco em cada um deles para aprender as lições e continuar sua viagem em busca de sua libertação.

Nessa busca ele procura Merlin. Merlin é um mago, profeta e conselheiro do rei Artur, criador da Távola Redonda, símbolo dessa parte boa que encontramos no céu. Ele lhe mostra que a vida não é como a queremos, mas a que já está elaborada. O cavaleiro vai então refletindo sobre a própria vida, conhecendo-se mais e passa a mudar seus pensamentos e comportamentos e, com isso, a armadura começa a cair aos poucos de seu corpo até que se vê totalmente livre dela.

Divaldo esclareceu que a viagem do cavaleiro é também a nossa viagem em busca do autodescobrimento e de autoiluminação, libertando-nos das máscaras, as personas a que se referia Carl Gustav Jung. Durante nosso processo evolutivo criamos tendências negativas, mudamos nossa própria natureza, passamos a usar máscaras que revelam a nossa personalidade, tudo em nome de convenções sociais, egoísmos, vaidades, ciúmes, invejas. Dessa forma perdemos a percepção de nós mesmos e a identidade com o nosso ser profundo, com a nossa realidade espiritual. 

O caminho da felicidade está no Evangelho de Jesus 

Divaldo ensina que precisamos todos fazer essa viagem interior para que nos desarmemos! O conhecimento é a luz através da qual encontraremos nosso caminho, porque somos Espíritos imortais e a grande dificuldade na busca pela felicidade é que a procuramos no lugar errado. O caminho da felicidade está no Evangelho de Jesus e precisamos amar, vencendo os nossos medos e dúvidas, livrando-nos de todos esses venenos, tirando o peso da culpa, eliminando as nossas imperfeições morais e estabelecendo, assim, a conexão entre o Ego e o Self.

Divaldo menciona frases que marcam nossos corações como: ”A beleza salva o mundo” (da obra O Idiota, de Dostoievski).

Não devemos temer ou ter vergonha da beleza, da gentileza, da suavidade, da doçura e do amor. Ninguém mais suave que Jesus. A verdade é tão grandiosa que Jesus no-la deu por etapas, por parábolas. Lembremo-nos dos nossos irmãos invisíveis. As dores são processos de purificação e não processos punitivos. Se sentirmos saudades, em memória daqueles, façamos aquilo que os fariam felizes.

Divaldo encerrou o VI Congresso Espírita Paraibano parabenizando a Federação Espírita Paraibana pelo seu centenário.

Incansável, o Semeador de Estrelas retornou ao palco do Teatro A Pedra do Reino às 15h para receber carinhosamente a todos, que fizeram uma fila interminável para receber o autógrafo nas obras do médium e tirar fotos.

Depois disso ele ainda presenteou o público com mais uma brilhante e bem-humorada palestra na qual enfatizou a necessidade de educarmos nossas crianças, dando-lhes amor e exemplo e explicando como surgiu A Mansão do Caminho e também o Movimento Você e a Paz, que foi lançado oficialmente na cidade de João Pessoa. Concluiu pedindo que comecemos a trabalhar a paz em nós mesmos, porque só assim mudaremos o mundo!



 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita