A religião e o
progresso
A Doutrina
Espírita é a
Doutrina da fé
raciocinada, que
tudo explica, à
luz da razão. Se
algum dia for
provado que ela
errou em algum
ponto, ela
partirá desse
ponto, para a
reformulação.
A Doutrina é
perfeita, seus
postulados são
irrepreensíveis.
Os ensinamentos
básicos foram
transmitidos
pelos Espíritos
Superiores, que
realmente sabem
das coisas, pelo
seu grau de
adiantamento,
pela sua
vivência.
Numa comparação
simplória, mas
real, o Espírito
Superior, em
relação a nós,
está na situação
de um observador
que se posta em
um ponto
privilegiado de
uma estrada e de
lá observa todo
o caminho, todo
o percurso. Ele
é capaz de
prever tudo
aquilo que o
viajante vai
descortinar
durante a
viagem; pode
adverti-lo, com
conhecimento de
causa.
A atualidade é
uma das
características
da Doutrina
Espírita, cuja
data em que
surgiu para a
Humanidade é 18
de abril de
1857, a mesma
data da primeira
edição de O
Livro dos
Espíritos.
Por isso, o
Espiritismo
jamais será
ultrapassado.
Diante dos
avanços da
ciência, oferece
subsídios
importantes,
pois os
ensinamentos da
Codificação
Espírita são de
uma atualidade
insofismável.
Uma religião sem
essas
características
sucumbe, ao
primeiro impulso
do progresso. Se
segue adiante,
segue
capengando,
tropeçando, aqui
e ali. Eis por
que o
Espiritismo se
fortalece cada
vez mais.
Livre de dogmas,
a Doutrina
Espírita difere
daquelas que são
“constrangidas,
de tempos em
tempos, a fazer
concessões à
ciência, fazer
dobrar o sentido
literal de
certas crenças,
ante a evidência
dos fatos”. O
trecho entre
aspas é do
artigo A
Religião e o
Progresso, da
Revista
Espírita, de
Allan Kardec,
julho de 1864.
Acentua o trecho
que a
religião que
“repudiasse as
descobertas da
ciência e as
suas
consequências,
do ponto de
vista religioso,
mais cedo ou
mais tarde
perderia sua
autoridade e o
seu crédito e
aumentaria o
número dos
incrédulos”.
O papel da
ciência é
estudar,
observar,
pesquisar, para
chegar às várias
conclusões.
Devem-se
aplaudir todas
as descobertas
científicas que
tenham como
objetivo a
melhoria da
sociedade e do
homem.
Vejamos mais, da
Revista: “Se uma
religião
qualquer pode
ser comprometida
pela ciência, a
falta não é da
ciência, mas da
religião fundada
sobre dogmas
absolutos, em
contradição com
as leis da
natureza, que
são leis
divinas.
Repudiar a
ciência é, pois,
repudiar as leis
da natureza e,
por isto mesmo,
renegar a obra
de Deus. Fazê-lo
em nome da
religião seria
pôr Deus em
contradição
consigo mesmo e
fazê-lo dizer:
Eu estabeleci
leis para reger
o mundo; mas não
acrediteis
nessas leis”.
E mais: “Em
todas as idades,
o homem não foi
capaz de
conhecer todas
as leis da
natureza; a
descoberta
sucessiva dessas
leis constitui o
progresso. Daí,
para as
religiões, a
necessidade de
pôr suas crenças
e os seus dogmas
em harmonia com
o progresso, sob
pena de
receberem o
desmentido dos
fatos
constatados pela
ciência. Só com
essa condição a
religião é
invulnerável. Em
nosso entender,
a religião
deveria fazer
mais do que se
pôr a reboque do
progresso, que
apenas acompanha
constrangida e
forçada: deveria
ser uma
sentinela
avançada porque
proclamar a
grandeza e a
sabedoria de
suas leis é
honrar a Deus”.
Finalmente,
observa: “A
contradição
existente entre
certas crenças
religiosas e as
leis naturais
fez a maioria
dos incrédulos,
cujo número
aumenta à medida
que se
populariza o
conhecimento
dessas leis. Se
fosse impossível
o acordo entre a
ciência e a
religião, não
haveria religião
possível.
Proclamamos
altamente a
possibilidade e
a necessidade
desse acordo
porque, em nossa
opinião, a
ciência e a
religião são
irmãs para a
maior glória de
Deus e se devem
completar
reciprocamente,
em vez de se
desmentirem
mutuamente.
Estender-se-ão
as mãos, quando
a ciência não
vir na religião
nada de
incompatível com
os fatos
demonstrados e a
religião não
mais tiver que
temer a
demonstração dos
fatos. Pela
revelação das
leis que regem
as relações
entre o mundo
visível e o
invisível, o
Espiritismo será
o traço de união
que lhes
permitirá
olhar-se face a
face, uma sem
rir, a outra sem
tremer. É pela
concordância da
fé e da razão
que diariamente
tantos
incrédulos são
trazidos a
Deus”.