A Vida no Outro Mundo
Cairbar
Schutel
Parte 8
Continuamos nesta edição
o estudo metódico e
sequencial do livro A
Vida no Outro Mundo,
de autoria de Cairbar
Schutel, publicado
originalmente em 1932
pela Casa Editora O
Clarim, de Matão (SP).
Questões preliminares
A. Como podemos
conceituar o perispírito?
O perispírito não é uma
criação nova destinada a
resolver dificuldades.
Ele representa o corpo
da alma, pois não se
poderia conceber uma
alma sem corpo. Esse
organismo era conhecido
dos antigos cristãos.
São Paulo denominou-o
corpo espiritual.
Tertuliano diz que a
corporeidade da alma é
afirmada nos Evangelhos:
Corporalitas animae
in ipso Evangelio
relucescit, e
acrescenta: se a alma
não tivesse um corpo, a
imagem da alma não teria
a imagem do corpo. (A
Vida no Outro Mundo –
Cap. VIII – Existência
do Perispírito e
Desdobramento da
Personalidade.)
B. Antes do advento do
Espiritismo, sob que
nomes o corpo espiritual
era conhecido?
Os estudiosos antigos e
modernos deram ao corpo
que envolve a alma nomes
diversos, de acordo
sempre com o idioma que
usavam: em hindu,
Linga-Sharira; em
hebraico, Nephes; em
egípcio, Ka ou Bai; em
grego, Ochéma. Pitágoras
nomeava-o Eidolon ou
carro sutil da alma;
Cudworth (filósofo
inglês), mediador
plástico; os ocultistas
e teosofistas chamam-no
corpo astral. (A Vida
no Outro Mundo – Cap.
VIII – Existência do
Perispírito e
Desdobramento da
Personalidade.)
C. Que fenômeno
constitui prova evidente
da existência do corpo
espiritual?
O fenômeno de bilocação,
pelo qual o corpo
espiritual é visto em
lugar diferente de onde
se encontra o sensitivo,
como se verificou com
Santo Antônio de Pádua,
que apareceu em Lisboa
para livrar seu pai da
forca. Parece claro que,
se ainda vivo, o homem
pode ser visto fora do
seu corpo, é que a sua
personalidade não
consiste somente nesse
corpo. Melhor testemunho
da existência da alma
revestida de seu corpo
psíquico, ou perispírito,
não pode existir. (A
Vida no Outro Mundo –
Cap. VIII – Existência
do Perispírito e
Desdobramento da
Personalidade.)
Texto para leitura
98. Desde que
foi constatada a
existência do
perispírito, abriu-se
novo campo de estudos da
Vida, e a Moderna
Psicologia, com os seus
princípios de
livre-exame e suas
recomendações de
experimentação e
pesquisa, veio ampliar
os estudos que se faziam
sobre a Vida,
demonstrando,
cabalmente, que a alma
não é o produto, o
resultado das funções
nêuricas e cerebrais,
mas, ao contrário, é a
causa dessas funções,
como o maquinista é o
agente que faz funcionar
a maquina, e o músico é
o autor da melodia.
(A Vida no Outro Mundo –
Cap. VIII – Existência
do Perispírito e
Desdobramento da
Personalidade.)
99. Escreve Gabriel
Delanne em seu livro
Evolução Anímica:
“Na formação da criatura
vivente, a vida não
fornece, como
contingente, senão a
matéria do protoplasma,
matéria amorfa, na qual
é impossível distinguir
o menor rudimento de
organização, o mais
pequeno indício daquilo
que será o ser vivente.
A célula primitiva é
absolutamente a mesma em
todos os vertebrados;
nada indica em si que
ela dará nascimento a
tal indivíduo de
preferência a tal outro,
pois que a sua
composição é idêntica
para todos. Convém,
portanto, admitir, aqui,
a intervenção de um novo
fator, que determine em
que condições será
construído o edifício
vital. É ao perispírito
que é necessário
recorrer-se, porque ele
contém em si o desenho
determinado, a lei
onipotente que servirá
de regra inflexível ao
novo organismo, e que
lhe designará, segundo o
grau da sua evolução, o
lugar que deverá ocupar
na escala das formas".
(A Vida no Outro
Mundo – Cap. VIII –
Existência do
Perispírito e
Desdobramento da
Personalidade.)
100. É preciso que fique
bem esclarecida a
existência do
perispírito para se
compreender com
facilidade a
imortalidade da alma. O
perispírito não é uma
criação nova destinada a
resolver dificuldades.
Ele representa o corpo
da alma, pois não se
poderia conceber uma
alma sem corpo. Esse
organismo é conhecido
dos antigos cristãos.
São Paulo denominou-o
corpo espiritual.
Tertuliano diz que a
corporeidade da alma é
afirmada nos Evangelhos:
Corporalitas animae
in ipso Evangelio
relucescit, e
acrescenta: se a alma
não tivesse um corpo, a
imagem da alma não teria
a imagem do corpo. (A
Vida no Outro Mundo –
Cap. VIII – Existência
do Perispírito e
Desdobramento da
Personalidade.)
101. Santo Agostinho
recebeu do Bispo Evódio,
de Uzale, uma carta na
qual este fazia
referência a muitas
aparições que havia
visto, e para bem
explicar a natureza
desses fenômenos, que
ele atribuiu às almas de
defuntos, pergunta:
“Quando a alma abandonou
esse corpo grosseiro e
terrestre, não permanece
a substância incorpórea
unida a algum outro
corpo, não composto dos
quatro elementos como
este, porém mais sutil,
e que participa da
natureza do ar ou do
éter? Acredito que a
alma não poderia existir
sem corpo algum". (A
Vida no Outro Mundo –
Cap. VIII – Existência
do Perispírito e
Desdobramento da
Personalidade.)
102. São João de
Tessalônica fez a
seguinte declaração no
2º Concílio de Niceia,
em 787: "Sobre as almas,
a Igreja decide que são,
na verdade, seres
espirituais, mas não
completamente privados
de corpo, ao contrário,
de um corpo tênue, aéreo
ou ígneo". (A Vida
no Outro Mundo – Cap.
VIII – Existência do
Perispírito e
Desdobramento da
Personalidade.)
103. Os estudiosos
antigos e modernos têm
feito referências ao
corpo que envolve a
alma, dando-lhe somente
um nome diferente do que
usamos, de acordo sempre
com o idioma que usavam:
em hindu, Linga-Sharira;
em hebraico, Nephes; em
egípcio, Ka ou Bai; em
grego, Ochéma. Pitágoras
nomeava-o Eidolon ou
carro sutil da alma;
Cudworth (filósofo
inglês), mediador
plástico; os ocultistas
e teosofistas chamam-no
corpo astral. (A Vida
no Outro Mundo – Cap.
VIII – Existência do
Perispírito e
Desdobramento da
Personalidade.)
104. Com a constatação
desse corpo a Ciência
deu um grande passo,
pois agora se explica
magnificamente o
mistério da forma
específica do indivíduo,
o desenvolvimento
embrionário e
pós-embrionário, a
constituição e a
manutenção da
personalidade, as
reparações orgânicas e
todos os outros
problemas gerais da
Biologia, que a ideia
diretriz de Claude
Bernard, espécie de
entidade
metapsíquico-biológica,
tornava incompreensíveis
e confusos. A resolução
do problema da vida,
como o da morte,
depende, exclusivamente,
do estudo do perispírito,
cujas provas são tão
abundantes que podem ser
até demonstradas pela
fotografia. (A Vida
no Outro Mundo – Cap.
VIII – Existência do
Perispírito e
Desdobramento da
Personalidade.)
105. Os leitores talvez
conheçam os trabalhos do
Comandante Darget, do
Dr. Baraduc e do Coronel
De Rochas, que põem em
foco o duplo humano. As
provas apresentadas por
estes investigadores são
positivas e não admitem
contestação. (A Vida
no Outro Mundo – Cap.
VIII – Existência do
Perispírito e
Desdobramento da
Personalidade.)
106. Outro fato digno de
estudo, no tocante ao
corpo espiritual, é o
fenômeno de bilocação. A
este respeito, o
Spiritualist, de
1875, publicou um caso
muito interessante, que
Gabriel Delanne
aproveitou para ilustrar
uma das suas obras. Eis
a narrativa:
“Um negro chamado H. E.
Lewis possuía grande
força magnética, da qual
fazia exibição em
reuniões públicas. Em
Blackeat, no mês de
fevereiro de 1856, numa
dessas sessões, ele
magnetizou uma moça a
quem nunca tinha visto.
Depois a ter mergulhado
em sono profundo,
ordenou-lhe que fosse
até a casa dela e que,
em seguida, contasse ao
público aquilo que
tivesse visto. Ela
declarou, então, que via
a cozinha e que aí se
achavam duas pessoas
ocupadas em trabalhos
domésticos. Lewis mandou
que tocasse numa dessas
pessoas. A rapariga
começou a rir e disse:
‘Toquei-as, porém elas
estão com muito medo!’
Voltando-se para o
público, Lewis perguntou
se alguém conhecia a
rapariga. Sendo-lhe
respondido
afirmativamente, propôs
que uma Comissão fosse
ao seu domicílio.
Diversas pessoas
prontificaram-se a isso,
e, quando voltaram,
confirmaram em todos os
pontos o que a rapariga
havia dito.
A casa estava
efetivamente numa
balbúrdia e em profunda
excitação, porque uma
das pessoas, que se
achava na cozinha,
declarara ter visto um
fantasma, e que este lhe
tocara o ombro.” (A
Vida no Outro Mundo –
Cap. VIII – Existência
do Perispírito e
Desdobramento da
Personalidade.)
107. Inúmeros casos
destes são relatados nos
anais do Psiquismo. Haja
vista o caso de Santo
Antônio de Pádua,
aparecendo em Lisboa
para livrar seu pai da
forca. Brackett,
investigador muito
prudente e céptico,
assim se exprime quando
trata de dar o seu
testemunho a fatos de
igual jaez: "Vi centenas
de formas
materializadas; em
muitos casos, o duplo da
médium era tão parecido,
que eu teria jurado ser
ele o próprio médium, se
não tivesse visto este
duplo desmaterializar-se
à minha vista, e,
imediatamente depois,
verificado que o médium
estava adormecido".
(A Vida no Outro Mundo –
Cap. VIII – Existência
do Perispírito e
Desdobramento da
Personalidade.)
108. Um caso mais
recente foi noticiado
pela “Revue Spirite”:
“Um bispo sueco,
visitando as igrejas da
Lapônia, encontrou um
mágico lapão, a quem
repreendeu por espalhar
a superstição,
utilizando-se de suas
faculdades à procura de
objetos roubados,
desaparecidos etc. O
mágico resolveu propor
uma experiência, e o
bispo pediu-lhe que
dissesse o que fazia
naquele momento sua
família em Upsala. Então
o lapão mergulhou num
êxtase tal, que o médico
chamado ficou inquieto
pela sua vida, visto que
parecia estar sem
consciência, como morto.
Meia hora depois, voltou
ao seu estado normal e
disse ao bispo que sua
senhora e uma menina,
naquele momento,
escamavam um peixe na
cozinha, em Upsala. Para
demonstrar bem que seu
duplo tinha estado lá,
em casa do bispo, pegou
no anel da senhora, que
ela tirara do dedo para
preparar o peixe, e
escondeu-o no caixote de
carvão, na cozinha.
Quando chegou a Upsala,
o bispo fez-se
acompanhar de
testemunhas e dirigiu-se
imediatamente à cozinha,
encontrando o anel
precisamente no lugar
indicado pelo lapão. A
senhora confirmou que,
de fato, naquele dia e
hora, estava a arranjar
um peixe, para o que
havia tirado, do dedo, a
aliança de casamento,
tendo-a perdido. Ela e a
criada tinham visto um
lapão (coisa rara em
Upsala) de pé na
cozinha, sem que o
tivessem sentido entrar,
o qual desaparecera
misteriosamente. A visão
fora tão real, que ela
se dirigira à polícia a
queixar-se do lapão pela
falta do anel, ao que a
polícia respondera não
ter podido encontrar, em
Upsala, o menor vestígio
do lapão, presumido
ladrão". (A Vida no
Outro Mundo – Cap. VIII
– Existência do
Perispírito e
Desdobramento da
Personalidade.)
109. Parece claro que,
se ainda vivo, o homem
pode ser visto fora do
seu corpo, é que a sua
personalidade não
consiste somente nesse
corpo. Melhor testemunho
da existência da alma
revestida de seu corpo
psíquico, ou perispírito,
não pode existir, além
de que, como já vimos, a
fotografia constata a
veracidade desse
princípio. (A Vida no
Outro Mundo – Cap. VIII
– Existência do
Perispírito e
Desdobramento da
Personalidade.)
(Continua no próximo
número.)
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