Chico terminara de passar
para o papel o livro
Libertação assinado por
André Luiz, em meio a um ano
turbulento em sua vida.
Nesse tempo, um fato curioso
o envolveu certa tarde,
quando voltava da Fazenda
Modelo, a pé e sozinho.
Parou no meio da estrada de
terra e se jogou no chão, de
joelhos, com os olhos
voltados para o céu e as
mãos enlaçadas em prece. Em
sua direção, cada vez mais
perto, avançava uma legião
de quase seiscentas
criaturas descontroladas,
armadas com paus e aos
berros:
- Você é o Chico Xavier?
Agora você vai ver.
Miserável, protegido.
Os agressores já estavam a
cinco passos de distância e
nem sinal de Emmanuel, o
protetor. Chico rezou, pediu
perdão a Deus e se preparou
para o linchamento. De
repente, as figuras
começaram a se desfazer. Não
sobrou uma para contar a
história. Chico se levantou,
sacudiu a poeira da calça e,
a caminho de casa, decifrou
a lição do dia: a reza era
um santo remédio!
Do livro “As Vidas de
Chico Xavier” de Marcel
Souto Maior, 2a. edição,
2003.
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