Em carta datada de 7 de
fevereiro, publicada nesta
mesma edição, o leitor
Airton Schmidt de Azevedo
tece considerações acerca do
Umbral e sobre seu exato
significado de acordo com os
ensinamentos espíritas. Uma
das questões que propõe é se
seria válido, como pensam
alguns, mas não ele, abolir
a palavra Umbral e, em seu
lugar, usar o termo Inferno.
É só por total
desconhecimento doutrinário
que alguém poderia fazer tal
substituição.
O Umbral nada mais é que uma
região espiritual de
transição, a que André Luiz
se refere no livro Nosso
Lar, cap. 12, págs. 71 a
73.
Debatem-se na zona umbralina
Espíritos desesperados,
infelizes, malfeitores e
vagabundos de várias
categorias. Segundo André
Luiz, cada Espírito ali
permanece o tempo que se
faça necessário ao
esgotamento dos resíduos
mentais negativos, mas seus
habitantes separam-se dos
encarnados tão somente por
leis vibratórias.
O Umbral faz parte do campo
magnético da Terra, o qual,
segundo alguns autores,
estaria dividido em sete
regiões ou esferas:
1ª. Umbral “grosso”.
2ª. Umbral médio.
3ª. Umbral superior, que é
onde fica a colônia “Nosso
Lar”.
4ª. Região da arte, da
cultura e da ciência.
5ª. Região do amor fraterno
universal.
6ª. Esfera em que se definem
as diretrizes do planeta.
7ª. Abóbada estelar.
Sobre o assunto recomendamos
ao leitor que leia os textos
publicados nesta mesma
seção, nas edições 226 -
http://www.oconsolador.com.br/ano5/226/oespiritismoresponde.html
- e 251 -
http://www.oconsolador.com.br/ano5/251/oespiritismoresponde.html
- de nossa revista.
Quanto ao termo Inferno,
designa ele, segundo a
teologia católica, o lugar
ou a situação pessoal em que
se encontram os que morreram
em estado de pecado,
expressão simbólica de
reprovação divina e privação
definitiva da comunhão com
Deus.
Existem entre o Inferno
descrito pelos teólogos
católicos e o Inferno pagão,
descrito e dramatizado pelos
poetas, numerosas analogias.
Ambos têm o fogo material
por base de tormentos, como
símbolo dos sofrimentos mais
atrozes. Mas os cristãos
exageraram em muitos pontos
o Inferno dos pagãos. Se
estes tinham o tonel das
Danaides, a roda de Íxion, o
rochedo de Sísifo, eram
estes suplícios individuais;
os cristãos, ao contrário,
têm para todos, sem
distinção, as caldeiras
ferventes cujos tampos os
anjos levantam para ver as
contorções dos supliciados,
e Deus, sem piedade,
ouve-lhes os gemidos por
toda a eternidade. Allan
Kardec se refere ao assunto
no cap. IV, itens 3 a 5, da
1ª Parte do livro O Céu e
o Inferno.
Se do Inferno proposto pelo
Catolicismo ninguém jamais
poderá sair, a passagem pela
região a que André Luiz deu
o nome de Umbral, seja
rápida ou seja demorada,
será sempre transitória.
Por que um Espírito, ao
deixar o corpo material por
força da desencarnação, se
sujeita a enfrentar tais
peripécias?
A resposta a essa pergunta é
de fácil compreensão, como o
leitor pode conferir
consultando o que, a
respeito do assunto,
escreveu Cairbar Schutel no
livro A Vida no Outro
Mundo, publicado
originalmente em 1932,
antes, pois, do surgimento
das obras de Emmanuel e
André Luiz.
Segundo Cairbar, há no Outro
Mundo diversos planos de
existência, e não poderia
ser de outro modo, porque os
Espíritos, revestidos de seu
corpo espiritual, não podem
viver num meio que não
esteja de acordo com sua
vestimenta espiritual, que
vibra sempre ao ritmo da
elevação de cada um, em
sabedoria e moralidade. Uma
região isenta de oxigênio
seria hostil a Espíritos
ainda necessitados de
oxigênio. Os círculos que
envolvem a Terra se
diferenciam pela fluidez da
matéria que os compõe.
(Cf. A Vida no Outro Mundo,
5ª. edição, pp. 82, 83, 85 e
107.)
Não existe, como se vê,
semelhança nenhuma – salvo o
remorso, a dor, o sofrimento
– entre Inferno e Umbral. O
primeiro, consoante ensina a
teologia católica, é o
destino final e definitivo
da alma pecadora. O segundo
nada mais é que uma região
de transição, de
readaptação, de preparo para
voos mais altos rumo à
perfeição, meta que Deus
assinalou para todos os seus
filhos, sem exclusão de
nenhum.
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