CLÁUDIO BUENO DA SILVA
Klardec1857@yahoo.com.br
Osasco, SP
(Brasil)
|
|
As fronteiras morais
do
futuro
Alegoricamente, pode
estar ocorrendo na
Europa atual uma
alteração na composição
dos elementos que
delimitam as fronteiras
étnicas do continente.
Centenas de milhares de
pessoas em regime afoito
e ininterrupto, do
Oriente Médio e Norte da
África principalmente,
abandonam seu solo natal
encharcado de sangue e
violência, e invadem
terras estranhas para se
livrarem do medo e da
perseguição e
continuarem vivas. São
refugiados que trazem
consigo além da roupa do
corpo e alguns
pertences, a esperança
por dias melhores, se
espalhando por terras
europeias.
Num paradoxo, o estado
de guerra e ódio, que
jamais abandonou o
coração do homem, está
fazendo misturar à vida
e à cultura consolidadas
de muitos países
europeus, um contingente
humano com
características gerais
bem diferentes. Estarão
esses refugiados com
suas línguas nativas,
cultura, religião,
hábitos e costumes
contribuindo para o
aparecimento dos germes
de uma nova ordem social
futura? Esse movimento
de massas humanas pelo
planeta estaria
obrigando nações
desenvolvidas e ricas,
historicamente
dominadoras, a
exercitarem a humana
solidariedade para com
os desgraçados? São
meras reflexões.
Nós espíritas sabemos
que encarnados e
desencarnados formam uma
única humanidade. E que,
embora os encarnados
sejam os protagonistas
das ações que fazem
avançar ou estagnar o
mundo, o plano
espiritual superior,
amparado pela alta
justiça, no que tange ao
progresso humano,
elabora medidas para
efetivar os avanços
necessários no tempo
certo, e homens,
comunidades e povos, sob
inspiração, concretizam
essas medidas.
Ainda no campo das
reflexões alegóricas, as
linhas que demarcam os
territórios dos países
europeus estariam
começando a ser
sutilmente “apagadas”
pelos dedos de Jesus, o
coordenador do nosso
planeta? Creio que Jesus
não desistirá, apesar da
rebeldia humana, da sua
decisão de tocar a alma
dos homens, fazendo-os
olhar com brandura uns
para os outros, enquanto
Deus aplica as suas
Leis.
Assim que as fronteiras
terrestres, num futuro
auspicioso, deixarem de
ser impeditivas para os
homens, os espaços
aéreos e marítimos hoje
controlados pela mira
dos mísseis serão também
livres e
responsavelmente
frequentados pela
humanidade unida e
pacífica, e a Terra será
outra e de todos.
O homem, com o seu
livre-arbítrio, julga
poder tudo. Tem agido
com sanha incontrolável
ao longo dos séculos,
utilizando o orgulho, o
egoísmo e a ambição para
conseguir o que quer.
Nessa cegueira não
consegue ver,
objetivamente, a relação
entre as suas ações e as
consequências
desastrosas que afetam a
sua existência. É
indiferente aos manuais
de orientação espiritual
que a humanidade tem
registrado através dos
milênios, mostrando que
a fraternidade é um bem
essencial para a união e
a paz na Terra.
A lei universal de causa
e efeito que permeia a
vida dos homens se
manifesta agora e
sempre, em resposta às
suas ações. Mas, para
muitos, parece não haver
uma força descomunal e
branda que dirige o
mundo. Por habitá-lo e
serem livres, os homens
pensam que tudo é deles
e que por isso não
precisam prestar contas.
Então dominam, oprimem,
dilapidam, perseguem,
torturam, matam,
provocando desequilíbrio
geral.
Contudo, nestes tempos
chegados, a Divina
Vontade do Deus único
começa a se impor sobre
os destinos da rebelde e
ingrata população da
Terra para que as novas
fronteiras que
distinguirão os povos do
futuro sejam apenas
alinhavadas pelo traço
moral. O amor ligará os
seres, que respeitarão
as nuances próprias de
indivíduos e
coletividades. O
preconceito, o culto à
pátria, o orgulho de
raça, o exclusivismo de
crença terão
desaparecido. E o
derramamento de sangue
será o horror que os
homens farão questão de
esquecer para sempre.
Para tanto, as ordens
divinas já foram
expedidas e o tempo é de
mudanças inapeláveis,
pois o arbítrio
desnaturado do homem tem
limites controlados pela
justiça de Deus.
O que ocorre hoje na
velha Europa, diferente
do que já ocorreu em
outras épocas e em
outros lugares, terá
algo a ver com essas
reflexões? Ou estas não
passam de mera fantasia?