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Clássicos do Espiritismo
Ano 9 - N° 453 - 21 de Fevereiro de 2016
ANGÉLICA REIS
a_reis_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 

 

A Vida no Outro Mundo

Cairbar Schutel

Parte 10
 

Continuamos nesta edição o estudo metódico e sequencial do livro A Vida no Outro Mundo, de autoria de Cairbar Schutel, publicado originalmente em 1932 pela Casa Editora O Clarim, de Matão (SP).  

Questões preliminares 

A. Os animais são também dotados de perispírito? 

Sim. Não só o homem é dotado desse órgão, necessário às funções que exerce; todos os animais mantêm essa ideia diretriz, que é de indispensável utilidade fisiológica. O cão, o gato, o cavalo, o tigre, o leão, os pássaros, os peixes, os quadrúpedes de toda espécie, os répteis – todos são dotados desse organismo, que existe neles ainda invisível para nós e que designa em cada parte, e a cada elemento, seu lugar, sua estrutura e suas propriedades. (A Vida no Outro Mundo – Cap. X - O Perispírito nos Seres Inferiores.) 

B. Encontraremos na Outra Vida, ou seja, no plano espiritual, espíritos de animais? 

Sim. O animal terrestre morre, o seu corpo se decompõe, mas a alma sobrevive inteira, completa, conservando a memória das suas existências passadas. Encontraremos, pois, na Outra Vida espíritos de animais, como de seres que já pertencem, pelo seu grau de evolução espiritual, ao reino hominal. A prova desta afirmação está nas aparições dos animais, constatadas nos anais do psiquismo. O Sr. Ernesto Bozzano chegou a reunir avultado número dessas manifestações póstumas em seu livro denominado “Animali e Manifestazioni Metapsichiche”.  (A Vida no Outro Mundo – Cap. X - O Perispírito nos Seres Inferiores.) 

C. Os espíritos de animais permanecem longo tempo no Mundo Espiritual? 

Depende. Grande parte desses espíritos permanece pouco tempo no Mundo Espiritual, sendo, pouco depois de desencarnados, dirigidos por Espíritos Superiores para tomarem novas encarnações. Contudo, os animais mais evoluídos podem permanecer por mais tempo na Outra Vida, até ulterior deliberação dos Espíritos dirigentes, ocasião em que tomam novos corpos, de acordo, sempre, com o seu grau de adiantamento, passando, então, o perispírito de cada um por transformações adequadas à espécie em que vêm viver. (A Vida no Outro Mundo – Cap. X - O Perispírito nos Seres Inferiores.) 

Texto para leitura

120. Assim como cremos, piamente, na existência da alma humana, após acurados estudos e provas demonstrativas, que temos recebido em abundância, cremos também na existência da alma animal, ou seja, na existência de um princípio anímico que se revela subjetiva e objetivamente nos seres inferiores. E este princípio, como acontece no reino hominal, tem uma forma "orgânica", característica, que podemos, pelo mesmo modo, denominar – perispírito. (A Vida no Outro Mundo – Cap. X - O Perispírito nos Seres Inferiores.)

121. Não só o homem é dotado desse órgão, necessário às funções que exerce; todos os animais mantêm essa ideia diretriz, que é de indispensável utilidade fisiológica. O cão, o gato, o cavalo, o tigre, o leão, os pássaros, os peixes, os quadrúpedes de toda espécie, os répteis, até os mais insignificantes insetos, todos são dotados desse organismo, que existe neles ainda invisível para nós e que designa em cada parte, e a cada elemento, seu lugar, sua estrutura e suas propriedades. (A Vida no Outro Mundo – Cap. X - O Perispírito nos Seres Inferiores.)

122. É uma como tela vital que representa o desenho ideal de um organismo. Esse organismo é suscetível de progresso, estando, portanto, sujeito à lei do transformismo, de acordo sempre com a evolução da alma ou do espírito que ele reveste. O animal terrestre morre, o seu corpo se decompõe, mas a alma sobrevive inteira, completa, conservando a memória das suas existências passadas. É no perispírito que se gravam, pois, todas as lembranças. (A Vida no Outro Mundo – Cap. X - O Perispírito nos Seres Inferiores.)

123. Estas considerações têm por fim deixar ver que, na Outra Vida, encontraremos espíritos de animais, como de seres que já pertencem, pelo seu grau de evolução espiritual, ao reino hominal. A prova desta afirmação está nas aparições dos animais, constatadas nos anais do psiquismo. O Sr. Ernesto Bozzano chegou a reunir avultado número dessas manifestações póstumas em seu livro denominado “Animali e Manifestazioni Metapsichiche”. (A Vida no Outro Mundo – Cap. X - O Perispírito nos Seres Inferiores.)

124. Conquanto grande parte desses espíritos permaneça pouco tempo no Mundo Espiritual, sendo, pouco depois de desencarnados, dirigidos por Espíritos Superiores para tomarem novas encarnações, como disse Allan Kardec, os mais evoluídos podem permanecer por mais tempo na Outra Vida, até ulterior deliberação dos Espíritos dirigentes, ocasião em que tomam novos corpos, de acordo, sempre, com o seu grau de adiantamento, passando, então, o perispírito de cada um por transformações adequadas à espécie em que vêm viver. (A Vida no Outro Mundo – Cap. X - O Perispírito nos Seres Inferiores.)

125. Esta obra não comporta a reprodução de relatos que bem orientem os leitores sobre essas aparições de animais, mas vamos escolher dois ou três para exemplo. (A Vida no Outro Mundo – Cap. X - O Perispírito nos Seres Inferiores.)

126. Este primeiro relato, extraído da revista Light, vem assinado peio psiquista inglês Sr. Peters:  

“No que concerne à sobrevivência dos animais, observei um fato curioso, antes de me tornar espiritualista. Eu estava doente e recebia habitualmente a visita de um gato, que pertencia à proprietária da casa em que eu residia. Cada tarde, um pouco antes da completa obscuridade, ele vinha ao meu quarto, dava uma volta com um ar solene, depois saía novamente. Um dia me disseram que o gato tinha morrido, mas essa notícia fugiu-me da memória e, cada tarde, o gato vinha como de costume. Entretanto, uma noite eu me lembrei, de repente, que o gato estava morto. Como nessa época eu nada sabia dos fatos psíquicos, e como via o gato distintamente, pensei que o sofrimento me havia deixado louco, mas no fim de algum tempo deixei de receber a visita do gato. De outra vez, achava-me numa reunião de família e estava em plena conversação com um dos meus hóspedes, quando vi, de repente, um grande cão; este parecia tão real, que o descrevi com pormenores e meu hóspede o reconheceu: tratava-se de um cão estimado, que fora de sua família.” (A Vida no Outro Mundo – Cap. X - O Perispírito nos Seres Inferiores.) 

127. Mme. Agullana, em seu livro “La Vie Vécue dum Médium Spirite”, narra outro caso muito interessante. É o seguinte:  

“Eu estava em Condons, no escritório de M. T. conversando com este e sua senhora, quando tive uma visão singular que narrei ao casal. Eu lhes disse que via um Espírito, um senhor, personagem que lhes descrevi. No mesmo instante, apareceu-me um cão cuja cor e aparência eu narrei. Ele percorreu a loja do sr. M. T. e passou entre louças e porcelana. A cada momento o tal senhor dizia: ‘Vem aqui, Médor!’, como se estivesse crente de que o cão pudesse quebrar algum objeto. Este senhor era morto há 8 anos, disse-me M.T. Era um dos seus melhores amigos, e fora para ele como um irmão. Quanto ao cão, era, de fato, do tal senhor, chamava-se Médor e morrera havia um ano aproximadamente." (A Vida no Outro Mundo – Cap. X - O Perispírito nos Seres Inferiores.) 

128. O Sr. Robert Austin publicou na North Somerset Gazette o seguinte, cuja veracidade ele afirma: Seu pai, o Juiz Austin, era conhecido amador de cães e possuía um, espanhol, que lhe tinha grande afeição. Era seu companheiro inseparável. O cão, depois de certo tempo, morreu; uma semana após, o Juiz Austin estava em casa de um amigo, em Clifton, com o qual palestrava. Quando se despediu e ia saindo, uma moça escocesa, que se achava então na casa, perguntou quem era esse senhor acompanhado de seu cão. A dona da casa respondeu que era o Juiz Austin, mas acrescentou que ele não tinha cão algum consigo. Ela respondeu que estava vendo distintamente, com ele, um cão, e descreveu exatamente o aspecto de um velho cão espanhol e mesmo a sua atitude peculiar para com seu dono, que era a mesma que tinha, quando vivo, com o Juiz Austin. Narrando o caso o Sr. Austin disse: "Vós podeis pensar o que quiserdes deste caso, mas ele é verídico".  (A Vida no Outro Mundo – Cap. X - O Perispírito nos Seres Inferiores.)

129. Os casos de aparições de cães, cavalos, gatos, bois etc. são bem numerosos, e vêm provar a sobrevivência animal. Esses seres, como dissemos, manifestam-se com o seu corpo psíquico – ou perispírito. A imortalidade é a prerrogativa dos seres, desde a mais ínfima à mais elevada na escala da criação, e esses espíritos, quanto mais evoluídos forem, mais tempo permanecerão no Mundo Invisível, para prová-lo. Daí vem a afirmação dos Espíritos reveladores: "O nosso Mundo é povoado de entes humanos e animais; mas os nossos animais são muito mais belos e inteligentes do que os vossos".  (A Vida no Outro Mundo – Cap. X - O Perispírito nos Seres Inferiores.)  (Continua no próximo número.)  



 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita