Tormentos da
Obsessão
Manoel Philomeno
de Miranda
(Parte 19)
Damos
prosseguimento
ao
estudo metódico
e sequencial do
livro Tormentos
da Obsessão, obra de
autoria de
Manoel Philomeno
de Miranda,
psicografada por
Divaldo P.
Franco
e publicada em 2001.
Questões
preliminares
A. Que condições
são necessárias
para um Espírito
integrar a
Caravana
liderada pela
Rainha Isabel?
Silêncio, oração
mental e amor
são os
equipamentos
exigíveis para
que um Espírito
possa tomar
parte na
Caravana
liderada pela
Rainha Isabel,
ao lado de muito
bem elaborada
disciplina
interior, feita
de confiança em
Deus e respeito
às Suas Leis, a
fim de que a
perturbação e o
receio não abram
brechas tornando
vulnerável o
conjunto.
(Tormentos da
Obsessão, cap.
11 – O insucesso
de Ambrósio.)
B. Quando a
Caravana
atravessou o
paul tormentoso,
na ação de
resgate de
Ambrósio,
formou-se uma
fila indiana.
Qual o motivo?
O motivo foi
simplesmente
precaução.
Segundo Dr.
Inácio, o campo
de energia
exteriorizado
pela Rainha
Isabel, ao
marchar à frente
do grupo, cria
defesas em favor
daqueles que
seguem na
retaguarda. Além
disso, na região
que eles
visitaram, o
terreno
pantanoso
encontrava-se
empesteado de
vibriões mentais
e de detritos
psíquicos que
poderiam reter
os caminhantes
descuidados,
quais armadilhas
distendidas por
todos os lados
para impedir a
fuga dos
prisioneiros
espirituais.
(Tormentos da
Obsessão, cap.
11 – O insucesso
de Ambrósio.)
C. Que tipo de
comportamento
dos próprios
espíritas
perturba a
marcha dos
médiuns?
Por não
compreenderem
que a
mediunidade é
compromisso de
alta
significação,
muitos a
consideram um
favor divino
concedido a
eleitos, uma
força
sobrenatural, um
mecanismo
prodigioso, que
tornam o
medianeiro um
ser especial,
tornando-se-lhe
uma armadilha
cruel que o leva
à presunção e ao
despautério.
Mesmo que
procure viver
com simplicidade
e demonstre que
é somente
instrumento do
mundo
espiritual, que
a ocorrência do
fenômeno
independe da sua
vontade, as
criaturas
viciadas nas
superstições e
interessadas nas
questões
imediatistas o
envolvem em
bajulação, em
excesso de
cortesias, em
destaques
embaraçosos que
quase sempre
terminam por
perturbar-lhe a
marcha.
(Tormentos da
Obsessão, cap.
11 – O insucesso
de Ambrósio.)
Texto para
leitura
100. O que
é preciso para
participar da
Caravana
– Continuando a
falar sobre a
Rainha Isabel,
Dr. Inácio
relatou: “Com um
vasto patrimônio
de realizações
espirituais,
fez-se muito
amada, e quando
se propôs a esse
especial
ministério de
socorro, muitos
valorosos
Espíritos se
apresentaram
para
assessorá-la,
contribuindo
para a
diminuição dos
angustiosos
sofrimentos
daqueles que
estagiam nas
esferas
desditosas e de
difícil acesso.
Não que a
misericórdia
divina deixe de
possuir recursos
extraordinários
de atendimento
aos párias
morais, que se
permitiram
homiziar com
outros
semelhantes em
conúbios
nefastos.
Graças, porém, à
sua elevação
moral, granjeada
no sacrifício e
na abnegação, e
à especialização
que se permitiu
através dos
tempos nesse
gênero de
atendimento, a
sua irradiação
vibratória
produz um
vigoroso campo
de defesa, que
os petardos
mentais e as
agressões dos
verdugos
desencarnados da
Humanidade não
conseguem
cindir.
Silêncio, oração
mental e amor
são os
equipamentos
exigíveis para
que se possa
tomar parte na
sua Caravana, ao
lado de muito
bem elaborada
disciplina
interior, feita
de confiança em
Deus e respeito
às Suas Leis, a
fim de que a
perturbação e o
receio não abram
brechas tornando
vulnerável o
conjunto. Para
evitar reações
desnecessárias
dos habitantes e
controladores
desses lôbregos
sítios, ela
diminui a
potência da
energia que pode
exteriorizar,
irradiando
apenas a
claridade
suficiente para
iluminar a área
visitada,
mantendo os
objetivos
traçados, sem
deixar-se atrair
por simulações e
armadilhas dos
hábeis artesãos
do mal e da
crueldade. Com
certeza existem
numerosas
Caravanas
equivalentes, no
entanto
compromissos
espirituais
existentes entre
ela e o nobre
Eurípedes
atraem-na
periodicamente à
nossa Comunidade
hospitalar, a
fim de oferecer
a sua valiosa e
sábia ajuda”.
(Tormentos da
Obsessão, cap.
11 – O insucesso
de Ambrósio.)
101. O
porquê da fila
indiana
– Relembrando a
ação socorrista
concluída pouco
antes, Miranda
perguntou também
por que foi
necessária
formar-se uma
fila indiana
para
atravessarem o
paul tormentoso.
“Por precaução”,
explicou Dr.
Inácio. “O campo
de energia por
ela aberto, ao
marchar à frente
do grupo, cria
defesas em favor
daqueles que
seguem na
retaguarda.
Ademais, o
terreno
pantanoso
encontra-se
empesteado de
vibriões mentais
e de detritos
psíquicos que
poderiam reter
os caminhantes
descuidados,
quais armadilhas
distendidas por
todos os lados
para impedir a
fuga dos
prisioneiros
espirituais. Da
mesma forma que
na Terra a
astúcia perversa
se utiliza de
engrenagens
sórdidas para
reter e malsinar
suas vítimas,
considerando-se
ser o nosso o
mundo causal,
convém não
esqueçamos que
aqui a mente
dispõe, para o
bem como para o
mal, de muitos
arsenais de
força, de que se
utiliza conforme
o estágio de
evolução em que
se encontra.” O
assunto a seguir
foi o irmão
Ambrósio, o alvo
principal da
ação socorrista.
Por que mereceu
ele tal
tratamento? Dr.
Inácio sorriu,
em face da
pergunta
ingênua, e
retrucou: “Não
há privilégios
nas Leis
divinas, caro
Miranda,
conforme
sabemos. Nem
pessoas ou
Espíritos
existem que
sejam
especiais... O
nosso irmão
Ambrósio, que
hoje se encontra
conosco, partiu
da
Espiritualidade
na direção do
planeta
terrestre
cantando hosanas
de esperanças e
retorna
destroçado,
aprisionado no
calabouço que
abriu para si
mesmo através da
invigilância, em
razão de haver
falido nos
propósitos que
se comprometeu
tornar
realidade. Há
quase setenta
anos mergulhou
no corpo físico
sob a carinhosa
assistência de
Benfeitores que
o inspiraram e
se prontificaram
a ajudá-lo por
mais de meio
século em
atividades
espirituais
significativas.
Enriquecido com
mediunidade
ostensiva,
preparou-se para
cooperar com a
divulgação da
Doutrina
Espírita,
devendo
entregar-se ao
ministério com
abnegação e
humildade. Em
razão dos seus
esforços
direcionados
para o Bem, não
seriam
regateados
valores que o
auxiliassem na
desincumbência
da tarefa.
Recuperado de
graves delitos
cometidos no
campo do
sacerdócio
católico, no
passado, no qual
se comprometera
terrivelmente, o
exercício da
mediunidade
iluminada pela
Codificação
Espírita
ser-lhe-ia a
estrada de
Damasco para o
verdadeiro
encontro com
Jesus. Embora a
terapia valiosa
de que fora
objeto, não
conseguiu
superar
inteiramente o
homem velho e os
vícios derivados
do egoísmo e da
presunção,
voltando a
enrodilhar-se em
cipoais mais
vigorosos, agora
sem escusas, em
razão do
conhecimento que
possuía sobre a
vida
espiritual...”
(Tormentos da
Obsessão, cap.
11 – O insucesso
de Ambrósio.)
102. A
importância do
carinho dos pais
– Fazendo uma
reflexão mais
cuidadosa, o
médico
continuou: “O
corpo é ainda
uma armadura
muito pesada
para o Espírito
que sente o
bloqueio dos
compromissos e
desvaira nos
arrazoados da
insensatez,
mesmo quando
advertido e
orientado com
segurança. Nosso
amigo e irmão
Ambrósio
renasceu em
cálido ninho
doméstico, onde
o amor vicejava,
a fim de dispor
de forças para
enfrentar e
superar as
agressões dos
adversários
desencarnados,
que o vigiavam
desde a
infância. Como
não esquecemos,
nesse período,
os médiuns
ostensivos
experimentam
grandes aflições
propiciadas
pelos seus
inimigos de
ontem que tentam
perturbar-lhes a
marcha,
impedindo por
antecipação a
realização dos
programas para
os quais
renasceram. Por
isso mesmo, o
carinho dos
pais, as
orientações
espirituais,
particularmente
as espíritas,
constituem o
valioso recurso
para criar
resistências
morais nos
futuros
trabalhadores da
Causa do Bem,
que se poderão
dedicar sem
receio aos
compromissos
iluminativos.
Foi o que
aconteceu com o
nosso candidato
à reabilitação.
Se foi acicatado
e perseguido por
diversos
companheiros
inamistosos que
o afligiam, não
lhe faltaram o
devotamento dos
pais,
especialmente da
mãezinha que
também era
portadora de
percepção
mediúnica,
ajudando-o no
exercício da
oração e dos
bons costumes, a
fim de que se
imunizasse
contra as
heranças
infelizes que se
lhe encontravam
vivas no íntimo,
mas também como
tesouro de
sustentação para
as lutas do
futuro”.
(Tormentos da
Obsessão, cap.
11 – O insucesso
de Ambrósio.)
103. Atos
e comportamentos
que perturbam os
médiuns
– Dadas as
explicações que
Miranda
solicitou, Dr.
Inácio
lembrou-lhe que
a mediunidade é
compromisso de
alta
significação que
ainda não
encontrou a
necessária
compreensão
entre as
criaturas
encarnadas no
mundo físico.
Por um atavismo
perverso que
teima em
permanecer
dominante, é
quase sempre
tida como favor
divino para
eleitos, força
sobrenatural,
mecanismo
prodigioso, que
tornam o
medianeiro um
ser especial,
quando não
combatido
tenazmente,
tornando-se-lhe
uma armadilha
cruel que o leva
à presunção e ao
despautério.
Aduziu o médico:
“Mesmo que
procure viver
com simplicidade
e demonstre que
é somente
instrumento do
mundo
espiritual, que
a ocorrência do
fenômeno
independe da sua
vontade, as
criaturas
viciadas nas
superstições e
interessadas nas
questões
imediatistas o
envolvem em
bajulação, em
excesso de
cortesias, em
destaques
embaraçosos que
quase sempre
terminam por
perturbar-lhe a
marcha... As
heranças do
pensamento
mágico, com que
acompanham as
manifestações
mediúnicas,
fazem que se
transfiram para
a criatura os
méritos que
pertencem à
Vida,
empurrando-a
para tropeços e
compromissos
negativos, sem
forças para
resistir aos
assédios de todo
porte que a
circunscrevem em
área muito
apertada e
conflitiva. Por
outro lado,
vigem a
intolerância
sistemática e a
perseguição
gratuita à
faculdade
mediúnica, por
uns considerada
como de natureza
demoníaca, por
outros como
transtorno
patológico ou
sagacidade de
malabaristas
interessados em
enganar ou fruir
resultados
monetários para
o próprio bem.
Embora injustas,
apoiam-se em
algumas
ocorrências
infelizes que
assinalam
personalidades
frágeis ou
enfermiças, cuja
conduta sempre
oferece margem
para essas
inditosas
afirmações,
totalmente
destituídas de
significado ou
de lógica”.
Ambrósio
conseguira
atravessar a
infância
relativamente
bem, suportando
o cerco da
hostilidade dos
inimigos da
Verdade,
amparado pelos
genitores
vigilantes.
Durante a
adolescência,
quando os
fenômenos se
fizeram mais
ostensivos, foi
levado a uma
célula do
Espiritismo
cristão,
recebendo apoio
e orientação
segura para a
desincumbência
dos compromissos
que ficaram
firmados na
retaguarda. A
adolescência,
com os seus
tumultos
orgânicos,
produziu-lhe
alguns
distúrbios que
foram superados
com boa
orientação, e
quando chegou a
idade da razão,
dedicando-se ao
trabalho
mediúnico,
atraiu a atenção
das pessoas
desacostumadas
com as
autênticas
manifestações
espíritas, que
começaram a
cercá-lo de
privilégios,
exaltando-lhe a
personalidade e
impregnando-o
com as infelizes
influências,
qual se tratasse
de um semideus
com missão
especial na
Terra.
(Tormentos da
Obsessão, cap.
11 – O insucesso
de Ambrósio.)
104. O que
levou Ambrósio a
fracassar
– Terminados os
estudos e
passando a
exercer a função
que elegera como
recurso para uma
vida honrada,
graças à
exteriorização
do ectoplasma
Ambrósio
produzia
manifestações
seguras, que
fascinavam os
companheiros
honestos e
deslumbravam os
incautos. As
mensagens que
retratavam os
seus autores com
riqueza de
detalhes
tornaram-se
motivo de
interesse e de
atração para os
corações
saudosos, que se
reconfortavam, e
o campo de
serviço
ampliou-se-lhe,
fascinante e
rico de
oportunidades.
Logo se criou
uma pequena
corte de
assessores
ociosos e de
pessoas
desinteressadas
do Espiritismo,
mas desejosas de
projeção e de
oportunismo,
atraindo-o,
lentamente, para
o abismo no qual
se precipitou.
Embora inspirado
e bem
direcionado
pelos seus
Mentores
espirituais,
começou a
negligenciar as
advertências,
supondo-se
infalível e
possuidor de
recursos que não
lhe pertenciam,
tornando-se
verdadeiro
infante adulado
e passando a
exibir os
distúrbios do
passado que
começaram a
ressumar do
inconsciente
profundo. Logo
se fez exótico,
tomando atitudes
estranhas e
sintonizando com
Entidades
vulgares que lhe
exploravam a
vaidade
exacerbada,
empurrando-o
para o
anedotário chulo
nas palestras
doutrinárias que
se permitia
proferir,
perdendo o
equilíbrio total
e a compostura a
pouco e pouco.
Os conflitos
sexuais, que
estavam sob
controle, também
começaram a
assomar nesse
comenos, e
tornou-se
propagandista do
exercício livre
das paixões da
libido, em tons
de modernidade,
como se
liberdade e
licenças morais
fossem a mesma
coisa.
(Tormentos da
Obsessão, cap.
11 – O insucesso
de Ambrósio.)
(Continua no
próximo número.)