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Crônicas e Artigos

Ano 9 - N° 456 - 13 de Março de 2016

RICARDO BAESSO DE OLIVEIRA 
kargabrl@uol.com.br
Juiz de Fora, MG (Brasil)

 

 

Que tipo de cristão
desejamos ser?


O filósofo norte-americano Brennan Manning, no livro O Evangelho maltrapilho, assume um tom provocativo ao examinar a vivência cristã na contemporaneidade. Como entendemos Jesus e qual tem sido nosso comportamento diante de sua mensagem: são temas abordados por ele de forma leve, mas profunda. Em uma livre interpretação da obra, propomos a seguinte classificação dos cristãos de nossos dias:

Cristãos superespirituais: são destemidos – nunca derramaram lágrimas; ostentam sobre os ombros um sacolão de honras, diplomas de boas obras, crendo que efetivamente chegaram lá. São indispensáveis. Jesus deve se orgulhar muito deles.

Cristãos musculosos: têm John Wayne como heróis, pois são vencedores. Acreditam que cristianismo e prosperidade são conceitos equivalentes. Tudo é uma questão exclusivamente de méritos. Faça a sua parte e o céu o abençoará.

Cristãos acadêmicos: aprisionam Jesus na torre de marfim da exegese; preferem entregar o controle da alma a regras, a viver em união com Jesus. Burocratas da religião ocupam-se mais com a forma do que com o fundo.

Cristãos barulhentos: são bonachões e manipulam o cristianismo a ponto de torná-lo um simples apelo ao emocionalismo.

Cristãos místicos de capuz: querem mágica na sua religião. Tudo se resume em preces longas, jejuns e esmola.

Cristãos aleluia: vivem apenas no alto da montanha e nunca visitaram o vale da desolação.

Se não nos identificamos com nenhuma personalidade descrita acima, então não estamos muito mal. Acreditamos que Jesus é também:

... para os dilapidados, derrotados, exauridos ou para os sobrecarregados que vivem ainda mudando o peso da mala pesada de uma mão para a outra;

... para os discípulos inconsistentes e instáveis cuja azeitona vive caindo para fora da empada;

... para mulheres e homens pobres, fracos e com falhas inatas e talentos limitados;

... para os que sentem que às vezes sua vida se torna um grave desapontamento para Deus;

... para os inteligentes que se sentem estúpidos e para os honestos que admitem se equivocarem vez ou outra;

... para os que tenham ficado cansados e desencorajados ao longo do caminho;

Afinal, louvemos o Cristo, ele disse que veio pra nós: os doentes e pecadores.



 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita