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Crônicas e Artigos

Ano 9 - N° 456 - 13 de Março de 2016

ROGÉRIO COELHO
rcoelho47@yahoo.com.br
Muriaé, MG (Brasil)

 

 

O poder do verbo

Há que se ter muito cuidado com o que e como verbalizamos

“Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a edificação.”  - Paulo (Efésios, 4:29.)


Ele reunia em seus atributos de virtudes o dom da palavra, da vidência e também da mediunidade curadora... E utilizava-se – com parcimônia e absolutamente fiel à Codificação Espírita – desses dons, quando a ocasião assim o ensejava.  Dessa forma, atendeu prontamente ao presidente da Casa Espírita que visitava quando este solicitou sua presença em seu lar, onde o filho estava acamado e febril há dias e os médicos não logravam um diagnóstico preciso...

Chegando ao lar do nosso confrade, foi recebido pela esposa do mesmo. Ela trazia o semblante carregado numa mistura de tristeza e preocupação...

O guia espiritual do médium abriu-lhe a visão mediúnica e, entre estarrecido e surpreso, constatou que do teto e das paredes escorria uma gosma acinzentada, pegajosa e pútrida! O Benfeitor Espiritual disse-lhe que aquela substância altamente deletéria estava afetando a vida de todos ali naquele lar, em especial à criança de mais frágil imunidade em todos os sentidos... Informou também que aquela substância asquerosa era vibracionalmente produzida pelos “palavrões” que o nosso companheiro espírita “despejava” nos ouvidos complacentes, (com muita habitualidade), em seu cotidiano... E a cada “palavrão” surgia uma plasta da substância, impregnando aquele ambiente doméstico, tornando-o totalmente insalubre.

Havia ainda outro sério agravante complicando a situação: aquela família não possuía o salutar hábito de fazer o culto do Evangelho no lar. Estavam, portanto, bastante indefesos já que também não possuíam o salutar hábito da oração diária.

Ao aplicar o passe na criança, aquela lama pútrida ia sendo retirada como se o médium estivesse utilizando uma pá...  

Não conhecemos o fim dessa triste história, mas o caso deixou claro o poder destruidor do verbo malsão.

Há que se ter mais cuidado com o que e como verbalizamos!

O instrutor Cornélio[1] vem lembrar-nos, em boa hora, o adágio do profeta: “a palavra dita a seu tempo é maçã de ouro em cesto de prata”. Isto é: valiosa!

O Benfeitor Espiritual – quase num desabafo – continua explicando: “(...) é lamentável se dê tão escassa atenção, na Crosta da Terra, ao poder do verbo, atualmente tão desmoralizado entre os homens. Nas mais respeitáveis instituições do mundo carnal, segundo informes fidedignos das autoridades que nos regem, a metade do tempo é despendida inutilmente, através de conversações ociosas e inoportunas. Isso, referindo-nos somente às ‘mais respeitáveis’. Não se precatam nossos irmãos em humanidade de que o verbo está criando imagens vivas, que se desenvolvem no terreno mental a que são projetadas, produzindo consequências boas ou más, segundo a sua origem. Essas formas naturalmente vivem e proliferam e, considerando-se a inferioridade dos desejos e aspirações das criaturas humanas, semelhantes criações temporárias não se destinam senão a serviços destruidores, através de atritos formidáveis, se bem que invisíveis”.

Em seguida a uma pausa mais longa, tornou, cuidadoso: – “toda conversação prepara acontecimentos de conformidade com a sua natureza. Dentro das leis vibratórias que nos circundam por todos os lados, é uma força indireta de estranho e vigoroso poder, induzindo sempre aos objetivos velados de quem lhe assume a direção intencional.

(...) A ausência de qualquer palavra menos digna e a presença contínua de fatores verbais edificantes facilitam a elaboração de forças sutis, nas quais os orientadores divinos encontram acessórios para se adaptarem, de algum modo, às nossas necessidades na edificação comum”.

Não sem ponderáveis motivos, Emmanuel pergunta e em seguida responde[2]: “será útil exercer cautela e diligência para evitar a palavra torpe, capaz de situar-nos em perturbação e ruína moral?”.

Resposta: “(...) Nossa conversação, sem que percebamos, age por nós em todos aqueles que nos escutam. Nossas frases são agentes de propaganda dos sentimentos que caracterizam o modo de ser: se respeitáveis, trazem-nos a atenção de criaturas respeitáveis; se menos dignas, carreiam em nossa direção o interesse dos que se fazem menos dignos; se indisciplinadas, nos sintonizam com representantes da indisciplina; se azedas, afinam-nos, de imediato, com os campeões do azedume.

Controlemos o verbo, para que não venhamos a libertar essa ou aquela palavra torpe. Por muito esmerada nos seja a educação, a expressão repulsiva articulada por nossa língua é sempre uma brecha perigosa e infeliz, pela qual perigo e infelicidade nos ameaçam com desequilíbrio e perversão”.

Interação palavra-audição

Segundo Emmanuel[3], “(...) se é importante saber como falamos, é mais importante saber como escutamos, porquanto, segundo ouvimos, nossa frase semeará bálsamo ou veneno, paz ou discórdia, treva ou luz...”.

“(...) Saibamos, assim” (recomenda o Mentor), “lubrificar as engrenagens da audição com o óleo do amor puro, a fim de que a nossa língua traduza o idioma da compreensão e da paciência, do otimismo e da caridade, porque nem sempre o nosso julgamento é o julgamento da Lei Divina e, conforme asseverou Jesus, não há propósito oculto ou atividade transitoriamente escondida que não hajam de vir à luz”.

Instrui[4] ainda o nobre Mentor de Chico Xavier que “a palavra é de uso de todos: cientistas, filósofos variados, sofistas, artistas, entretanto, é preciso recebê-la na pauta do discernimento justo. (...) Não te enganes com discursos preciosos, muita vez desprovidos de qualquer sinal construtivo.

É possível não consigas identificar, de pronto, as intenções de quem fala; entretanto, podes observar os resultados positivos da ação de cada conversador. E pelos frutos que pendem na árvore da vida de cada um, sabes perfeitamente a escolha que te convém”.


 

[1] - XAVIER, Francisco Cândido. Obreiros da vida eterna. 33. ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 2008, cap. 2.

[2] - XAVIER, Francisco Cândido. Palavras de vida eterna. 5. ed. Uberaba: CEC, 1981, cap. 164.

[3] - XAVIER, Francisco Cândido. Palavras de vida eterna. 5. ed. Uberaba: CEC, 1981, cap. 52.

[4] - Idem ibidem, cap. 87.

 

 


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