Por que o
espírita tem
tanto medo da
vaidade?
Venho há algum tempo
refletindo sobre nosso
Movimento Espírita,
nossos dirigentes,
nossas tendências.
Naturalmente que jamais
levantarei nomes, que
jamais irei expor a
imagem de A, B ou C,
entretanto um ponto se
faz necessário cuidarmos
com interesse: nosso
imenso pudor em
aparecer, nosso extremo
medo da vaidade, que, na
minha forma de enxergar
a questão, está
entravando o progresso
da divulgação do
Espiritismo.
Veja, isto é apenas a
minha opinião, sem
fechar questão, sem
encerrar o assunto, peço
a reflexão de todos.
Um amigo comentou comigo
que ao entrevistar
determinado dirigente
espírita e pedir para o
dirigente divulgar a
entrevista, ouviu:
– Não divulgarei,
prefiro que chegue aos
outros de forma
espontânea.
O amigo me disse: fiquei
confuso, muito confuso.
Realiza-se a entrevista
para divulgar o
trabalho, a instituição,
para propagar o que é
bom e no momento de
fazer a ideia circular
escuta-se algo deste
tipo. Como assim?
Medo de receber elogios,
seria isto?
Medo de ser arrebatado
pela vaidade por ter o
nome sob os holofotes,
seria isto?
Chegamos ao ponto de
proibir palmas ao
orador, elogios ao
escritor, cuidados ao
falar das finanças do
centro...
Temas simples,
corriqueiros e que
deveriam ser
naturalmente tratados,
mas, não sei bem as
razões, tornam-se tabus,
como o sexo era para o
homem dos séculos
anteriores.
Proponho algumas
indagações:
Aonde pretendemos
chegar?
Até onde queremos que vá
a mensagem espírita?
Estarei sendo exagerado?
Ou estamos, realmente,
com pudores em demasia?
A humildade não está em
ocultar o nome, em não
aparecer ou em
declarar-se o mais
ínfimo dos servidores.
Não, isto não é
humildade. A humildade
constitui nobre virtude
em entender que,
independentemente da
função realizada, não se
é mais ou menos do que o
outro. A humildade está
em fazer seu trabalho
sabendo que se é apenas
um servidor, porém há
servidores que pela
atividade exercida terão
de ter o nome exposto, e
isto não significa que
eles terão de ceder aos
apelos da vaidade, do
ego, do orgulho.
Depois que Chico
declarou-se a pulga do
leão todos querem ser o
último dos servidores.
Não compreendemos,
porém, que Chico Xavier
era outro ponto, que ele
dizia isto para que não
se idolatrasse sua
imagem, o que não é o
nosso caso, afinal,
somos meros servidores,
Espíritos ainda bem
aquém de Chico...
Ninguém, pois, nos
idolatrará, não corremos
este risco...
Portanto, caso tenhamos
de aparecer, divulgar,
levar adiante um livro,
uma mensagem, enfim,
nosso trabalho, não vejo
qualquer problema,
afinal, repito, somos
apenas meros servidores
de Jesus...
Pensemos nisto.