A Vida no Outro Mundo
Cairbar
Schutel
Parte 14
Continuamos nesta edição
o estudo metódico e
sequencial do livro A
Vida no Outro Mundo,
de autoria de Cairbar
Schutel, publicado
originalmente em 1932
pela Casa Editora O
Clarim, de Matão (SP).
Questões preliminares
A. A dificuldade de
abandonar hábitos
enraizados tem também
reflexos na adaptação do
Espírito em sua chegada
ao mundo espiritual?
Sim. Todos sabem como é
difícil abandonar
hábitos enraizados. Ora,
a morte vem suprimir, de
uma hora para outra, os
hábitos costumeiros,
dando lugar à aquisição
de outros costumes,
visto serem diferentes
as condições do meio
para o qual o indivíduo
é trasladado após a
morte corpórea. Esse
fato concorre para a
dificuldade de adaptação
do Espírito desencarnado
ao meio em que passa a
viver. (A Vida no
Outro Mundo – Cap. XIII
– Perturbação da Morte.)
B. Existem hospitais no
mundo espiritual?
Evidentemente. Dizem as
entidades do Espaço que
lá existem hospitais
onde são tratados
aqueles que passam por
longa enfermidade, os
quais, por suas
condições de atraso, não
percebem o Mundo dos
Espíritos em sua
realidade. Aí eles são
curados e, depois,
instruídos sobre a nova
situação até que se
adaptem ao meio em que
se acham. (A Vida no
Outro Mundo – Cap. XIII
– Perturbação da Morte.)
C. Os Espíritos
recém-desencarnados se
alimentam?
Sim. Aos entes muito
materializados, que
chegam ao Mundo
Espiritual sem
compreenderem a
transformação por que
passaram, e têm ainda
sensação de fome e sede,
lhes são ministrados
alimentos em instalações
especiais, até que,
adaptados ao meio em que
iniciaram a nova vida,
compreendam que não têm
mais necessidades desses
alimentos, que julgavam
precisos para sua
manutenção.
Naturalmente, os
alimentos assemelham-se
muito aos que lhes eram
usuais na Terra, mas são
feitos de matéria
peculiar ao Mundo dos
Espíritos e de acordo
com o corpo fluídico, ou
seja, o organismo
perispiritual de cada
um. (A Vida no Outro
Mundo – Cap. XIII –
Perturbação da Morte.)
Texto para leitura
168. Toda transformação
ocasiona uma
perturbação; uma simples
mudança, seja de uma
cidade para outra, seja
unicamente de
residência, não deixa de
causar uma
desorganização psíquica
que só cessa com a
adaptação ao novo meio.
A personalidade não
mudou, nada perdeu,
continua a ser a mesma,
mas sofreu a sua
desagregação do meio em
que se achava e lutou
para se acostumar e
poder agir no meio para
onde se transferiu.
Naturalmente, nesses
trâmites por que passou,
a pessoa teve
contrariedades e sofreu.
(A Vida no Outro
Mundo – Cap. XIII –
Perturbação da Morte.)
169. Pensemos agora na
transição provocada pela
morte e façamos uma
ideia em relação
incomparavelmente
superior às
insignificantes mudanças
– seja de residência,
seja de cidade ou de
país. Acrescente-se
ainda a desagregação do
corpo físico e
poder-se-á ter uma ideia
do que seja a
perturbação da morte:
1º) mudança de meio; 2º)
mudança de condições de
vida; 3º) mudança de
meio de ação. (A Vida
no Outro Mundo – Cap.
XIII – Perturbação da
Morte.)
170. A individualidade,
porém, permanece, como
permaneceu a mesma
individualidade durante
todas as mudanças que
fez – de casa em casa;
de cidade em cidade; de
um para outro país. O
homem é imperecível nas
trocas que faz de
residência, nas suas
transferências de um
país para outro. O
Espírito, que é a
individualidade
permanente, é imortal na
sua transformação e
passamento para o Outro
Mundo, tendo unicamente
o trabalho de se adaptar
a uma vida nova, muito
diferente daquela vivida
na Terra e ainda com o
acréscimo de não mais
possuir um corpo denso,
material, que "não
podia" dispensar para
agir neste mundo, e lhe
servia de instrumento
para desempenhar a
tarefa que veio
realizar, ou exercício
do cargo que veio
desempenhar. (A Vida
no Outro Mundo – Cap.
XIII – Perturbação da
Morte.)
171. Todos sabem,
perfeitamente, como é
difícil abandonar
hábitos enraizados, e a
morte vem suprimir, de
uma hora para outra, os
hábitos costumeiros,
dando lugar à aquisição
de outros costumes,
visto serem diferentes
as condições do meio
para o qual somos
trasladados. Está claro
que tudo é relativo, e o
progresso, em todas as
coisas, age
gradativamente, sem
saltos bruscos, de modo
que, na outra esfera da
vida, teremos um
complemento de vida,
como meio de transição
para um estado melhor,
assim como certamente
haverá uma esfera de
seguimento à fase física
do indivíduo, para que
ele se adapte à Vida
Superior sem uma
transição brusca. (A
Vida no Outro Mundo –
Cap. XIII – Perturbação
da Morte.)
172. Por isso, o Mundo
Espiritual é provido de
meios que fornecem à
vida de além-túmulo as
condições indispensáveis
para a transição. Por
exemplo, dizem as
entidades do Espaço que
lá existem hospitais
onde são tratados
aqueles que passam por
longa enfermidade, os
quais, por suas
condições de atraso, não
percebem o Mundo dos
Espíritos em sua
realidade. Aí são
curados, e, depois,
instruídos sobre a nova
situação até que se
adaptem ao meio em que
se acham. (A Vida no
Outro Mundo – Cap. XIII
– Perturbação da Morte.)
173. Os Espíritos dos
que morrem quando
crianças são acolhidos
carinhosamente por
missionários, que se
dedicam a essa tarefa, e
são igualmente
instruídos até que se
lhes desponte a
consciência integral e
desapareça deles o traço
infantil gravado na
"consciência pessoal".
(A Vida no Outro
Mundo – Cap. XIII –
Perturbação da Morte.)
174. Assim também sucede
com a alimentação. Aos
entes muito
materializados, que
chegam ao Mundo
Espiritual sem
compreenderem a
transformação por que
passaram, e têm ainda
sensação de fome e sede,
lhes são ministrados
alimentos em instalações
especiais, até que,
adaptados ao meio em que
iniciaram a nova vida,
compreendam que não têm
mais necessidades desses
alimentos, que julgavam
precisos para sua
manutenção.
Naturalmente, os
alimentos assemelham-se
muito aos que lhes eram
usuais na Terra, mas são
feitos de matéria
peculiar ao Mundo dos
Espíritos e de acordo
com o corpo fluídico, ou
seja, o organismo
perispiritual de cada
um. (A Vida no Outro
Mundo – Cap. XIII –
Perturbação da Morte.)
175. Não podíamos deixar
de narrar todas essas
particularidades do
Mundo Espiritual, que
não deixam de ser
lógicas, de acordo com a
lei da evolução, que não
admite bruscas
transições e que
proporciona, sempre,
períodos intermediários
para suavizar as
mudanças que ocasionam
grande abalo, e maior
perturbação ainda
ocasionariam, se fossem
excluídos os meios
precisos para essas
transições. (A Vida
no Outro Mundo – Cap.
XIII – Perturbação da
Morte.)
176. Isso demonstra que
o Mundo Espiritual não é
uma concepção abstrata,
uma miragem, um vácuo
inconcebível, sem sanção
da inteligência, mas,
sim, um meio concreto,
onde se encontram as
condições indispensáveis
para as adaptações e o
progresso do Espírito.
Já havíamos recebido
essas revelações há
muitos anos; contudo,
tínhamo-las conservado
como lição de caráter
puramente familiar, e
sujeita, portanto, à
observação, pois é
sabido que as revelações
da Verdade têm caráter
coletivo; se, de fato, a
nossa procedesse dessa
fonte, outros também
recebê-la-iam em todo o
mundo. Se isso
acontecesse, julgaríamos
essas revelações
transcendentais
realmente dignas de
atenção e até de
experimentações novas,
com outros médiuns, para
sua melhor confirmação.
(A Vida no Outro
Mundo – Cap. XIII –
Perturbação da Morte.)
177. Com efeito, em
diversas obras inglesas,
norte-americanas e
francesas, vemos, hoje,
a reprodução detalhada
dessas mensagens! O
Plano Espiritual
desenterra o oculto e
concorre para que
conheçamos o futuro que
nos espera, assim como
nos dá a conhecer, desde
já, em que consiste a
outra vida e quais os
meios facultados, nessas
regiões, aos entes que
nos são caros, para a
aquisição de uma
felicidade duradoura e
de um progresso
crescente para a Luz e a
Verdade. (A Vida no
Outro Mundo – Cap. XIII
– Perturbação da Morte.)
178. Com estes dados,
mal apanhados pela
imperfeição dos nossos
sentidos, dados
fornecidos pelos
Espíritos que habitam o
Além e passaram, mais ou
menos, por essas
peripécias, podemos,
hoje, fazer uma ideia
mais aproximada das
condições desse Outro
Mundo e em que consiste
a perturbação da morte e
os meios aplicados para
suavizá-la. Com a
leitura das obras
espíritas, especialmente
“O Céu e o Inferno”, de
Allan Kardec, e “A Crise
da Morte”, de Ernesto
Bozzano, muito se
aprende sobre a
perturbação que ocasiona
a passagem de uma a
outra vida. (A Vida
no Outro Mundo – Cap.
XIII – Perturbação da
Morte.)
(Continua no próximo
número.)
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