JOSÉ
PASSINI
jose.passini@gmail.com
Juiz de
Fora, MG
(Brasil)
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Evangelização
infantil
“Encarnando,
com o
objetivo
de se
aperfeiçoar,
o
Espírito,
durante
esse
período,
é mais
acessível
às
impressões
que
recebe,
capazes
de lhe
auxiliarem
o
adiantamento,
para o
que
devem
contribuir
aqueles
incumbidos
de
educá-lo.”
(O L.E.,
383)
O
Movimento
Espírita
Brasileiro
ainda
não
despertou
completamente
para a
importância
da
evangelização
infantil.
Nas
primeiras
décadas
do
século
passado,
as
atividades
dos
centros
espíritas
se
restringiam
quase
que só à
mediunidade.
As
portas
dos
centros
eram
abertas
ao
público
que, em
geral,
comparecia
para
assistir
ao
espetáculo
da
comunicação
mediúnica,
por
sinal,
bastante
movimentada.
Com o
passar
do
tempo,
foram
introduzidas
as
palestras
públicas.
Vagarosamente,
foram
aparecendo
os
grupos
de
estudos,
visando
à
preparação
de
trabalhadores
para
atuarem
na
mediunidade,
na
exposição
doutrinária,
nos
passes.
Foram
surgindo
também
grupos
de
estudos
das
obras de
Kardec,
das
obras de
André
Luiz,
até de
estudos
bíblicos.
Mas
ainda é
flagrante
a pouca
atenção
dada ao
tema
evangelização
infantil
em
livros,
em
revistas,
na
internet
e em
programações
de
estudo
de
muitas
casas
espíritas.
O
preparo
de
médiuns
é muito
importante,
pois vão
atuar
nas
reuniões
de
desobsessão,
no
encaminhamento
de
Espíritos
desencarnados
que se
encontram
desamparados,
desorientados
ou
voltados
à
perseguição
de
pessoas,
através
da
obsessão.
A esse
trabalho
poder-se-ia
dar o
nome de
evangelização
de
desencarnados.
Trata-se,
inegavelmente,
de um
trabalho
meritório
que,
frequentemente,
requer
larga
dose de
compreensão,
de
bondade,
até
mesmo de
abnegação.
É uma
terapêutica
levada
ao
Espírito
enfermo
que, se
tivesse
sido
evangelizado
na
infância,
possivelmente
não
teria
escolhido
caminhos
tortuosos
para
seguir.
Trata-se
de um
trabalho
de cura,
funcionando
a
reunião
mediúnica
como um
hospital
para
almas.
Fazendo-se
um
paralelo
com a
Medicina,
vemos
que os
processos
preventivos
visando
à
preservação
da saúde
vêm
aumentando
sensivelmente
com o
passar
do
tempo,
pois é
melhor
vacinar
do que
esperar
que a
criatura
adoeça e
tratá-la
mais
tarde.
Por que,
então,
não se
adota a
mesma
prática
no
Movimento
Espírita?
Por que
não
vacinar
a
criança
na
Escola
Espírita
de
Evangelização
Infantil?
O
Espírito
reencarna
com o
objetivo
de se
aperfeiçoar,
conforme
resposta
que os
Espíritos
Superiores
deram a
Kardec.
Por que
não
aproveitar
a
encarnação
na sua
fase
infantil,
quando
ainda
estão
mais
vivos,
embora
inconscientemente,
os
projetos
formulados
no Mundo
Espiritual,
no
sentido
de
aperfeiçoar-se,
de
servir,
de
caminhar
no Bem?
Por que
esperar
que a
criança
cresça
com a
possibilidade
de
adquirir
hábitos
não
condizentes
com os
ensinamentos
do
Evangelho,
para
recebê-la,
já
adulta,
no
atendimento
fraterno,
no
trabalho
de
passes,
ou, já
na
condição
de
Espírito
desencarnado,
na mesa
mediúnica?
Na
escola
espírita
de
evangelização
infantil,
a
criança,
desde
cedo, é
conscientizada
de que é
um
Espírito
reencarnado,
como
seus
pais e
seus
evangelizadores
o são,
mas que,
no
momento,
seu
corpo
ainda
está em
processo
de
crescimento,
de
adaptação
à vida
na
Terra.
Ali a
criança
aprende
a
libertar-se
do
misticismo
do
templo;
a
libertar-se
do
problema
racial;
a ter
consciência
de que
deve
colaborar
na
melhoria
do
mundo; a
ter fé
no
amparo
de Deus,
de
Jesus,
dos Bons
Espíritos.
Mas
aprende
também
que deve
fazer a
sua
parte.
O
aprendizado
nessa
escola
vai
levá-la
a
conscientizar-se
de que
está
numa
família
que a
acolheu,
mas que
foi
escolhida
por ela
própria,
levando-a
a
concluir
que o
compromisso
é mútuo.
Vai
levá-la
a
conscientizar-se
de que é
a
construtora
do seu
próprio
destino.
Vai
levá-la
a saber
que a
melhor
religião
é a
prática
do Bem.
E a
reconhecer
no
Espiritismo
a volta
dos
ensinamentos
de
Jesus,
conforme
sua
promessa.
Àqueles
que
dizem
não
desejarem
forçar a
criança
a
comparecer
ao
centro
espírita,
temendo
que ela
crie uma
rejeição
ao
Espiritismo,
deixando-a
escolher
sua
religião
na idade
adulta,
deve ser
perguntado
se
também
deixam
ao
livre-arbítrio
da
criança
o
comparecimento
à escola
a fim de
alfabetizar-se.
Ou se
deixam
também
ao seu
arbítrio
as
vacinas
próprias
da
infância.
Os pais
realmente
responsáveis
devem
acompanhar
de perto
o
aprendizado
da
criança,
comparecendo
à Escola
de
Evangelização,
a fim de
dialogar
com os
evangelizadores.
O Culto
do
Evangelho
no Lar,
levado a
efeito
com
responsabilidade,
em dia e
hora
estabelecidos,
é grande
colaborador
na
tarefa
de
evangelização
dos
pequeninos.
No lar
onde há
crianças,
as
leituras
e os
comentários
devem
ser
feitos
em nível
de
compreensão
delas.
As
crianças
devem
ter
preferência
absoluta
nas
reuniões
evangélicas
domésticas.
Os pais
devem
perguntar
o que
aprenderam
na aula
de
evangelização,
valorizando
o
conhecimento
adquirido.
Os pais
devem
esforçar-se
no
sentido
de que
Evangelho,
Espiritismo,
evangelização
infantil
sejam
assuntos
comentados
não
somente
no
Centro
Espírita
ou
durante
o Culto
do Lar,
o que
possibilitará
à
criança
fazer a
transferência,
para o
lar, do
respeito
ao
templo
religioso
vivenciado
noutras
encarnações,
podendo
dizer:
“meu
lar, meu
santuário
maior”.
É
necessário
que os
pais
estejam
profundamente
convencidos
de que
são os
maiores
responsáveis
pelo
encaminhamento
do
Espírito
imortal
que lhes
chegou
às mãos
em forma
de
criança,
competindo-lhes
por isso
o dever
de
encaminhá-lo,
não só
através
de
palavras,
mas
principalmente
de
exemplos
dignificantes.
São
muito
oportunas
as
palavras
do
Benfeitor
Alexandre,
no cap.
18 do
livro
“Missionários
da Luz”:
O
companheiro
que
ensina a
virtude,
vivendo-lhe
as
grandezas
em si
mesmo,
tem o
verbo
carregado
de
magnetismo
positivo,
estabelecendo
edificações
espirituais
nas
almas
que o
ouvem.
Sem essa
característica,
a
doutrinação,
quase
sempre,
é vã.
Mateus,
que
observava
nas
pessoas
o efeito
dos
ensinamentos
de
Jesus,
encerra
seu
relato
de “O
Sermão
da
Montanha”
com
essas
palavras:
Porquanto
ensinava
como
tendo
autoridade;
e não
como os
escribas.
(Mateus,
7: 29)