Ser bom não é
ser tolo
Não são raras de
se ver
interpretações
errôneas que
acabam levando
pessoas às raias
do desespero.
São ofendidas e
exploradas em
todos os
sentidos, muito
especialmente
pelos próximos,
aqueles com os
quais convivem
sob o mesmo
teto.
Essas pessoas,
sabedoras de que
devem fazer
tudo, ou quase
tudo ao próximo,
empenham-se em
muitas ocasiões
em vários
compromissos,
inclusive os de
ordem
financeira, por
apresentarem-se
acima de sua
capacidade. Mas,
mesmo assim a
ajuda é feita,
pois o objetivo
é fazer o bem ao
próximo. O que
se pede a esse
coração bondoso
é alcançado.
Durante alguns
meses ou pelo
ano todo, os
problemas
econômicos se
instalam, sem
que sejam sequer
notados pelo
beneficiado, que
uma vez
alcançado o
objeto de sua
pretensão, passa
a pensar em
alguma outra
coisa que o
agrade no
futuro, pois
alguém estará à
sua espera, para
fazer a sua
vontade.
Tomamos aqui
apenas um
singelo exemplo
desse universo
que é extenso e
abrange muitos
tipos e
modalidades de
"favores" que
existem. Dentre
eles, muitos
podem e devem
ser executados,
enquanto que
outros, que
imaginamos
estarem ao
abrigo de atos
fraternos,
apenas exploram
o tamanho da
bondade de quem
quer ajudar.
A verdade é que
cada um deve
avaliar em
profundidade o
que lhe é
pedido.
Para ilustrar o
limite dessa
situação muitas
vezes incômoda,
quando a pessoa
tem o receio de
dizer "não" com
medo de estar
sendo omissa ou
negligente
diante de uma
"falsa
necessidade",
com base nos
ensinamentos de
Jesus,
lembramo-nos
dessa
inteligente
advertência.
Esta fábula
interessante
fala da
extremada
bondade que se
deve ao próximo,
mas, também, que
se tenha a
cautela
necessária, a
mansidão dos
pombos e a
esperteza da
serpente.
Vamos
encontrá-la no
capítulo XX ‒
Defesas contra o
mal ‒ do livro
Os
Mensageiros,
de André Luiz,
por Chico
Xavier. Traduz
uma realidade
clara, é
verdade, mas não
é compreendida
por muitos: A
serpente e o
Santo:
"Contam as
tradições
populares da
Índia que
existia uma
serpente
venenosa em
certo campo.
Ninguém se
aventurava a
passar por lá,
receando-lhe o
assalto. Mas um
santo homem, a
serviço de Deus,
buscou a região,
mais confiante
no Senhor que em
si mesmo. A
serpente o
atacou,
desrespeitosa.
Ele dominou-a,
porém, com o
olhar sereno, e
falou:
‒ Minha irmã, é
da lei que não
façamos mal a
ninguém.
A víbora
recolheu-se,
envergonhada.
Continuou o
sábio o seu
caminho e a
serpente
modificou-se
completamente.
Procurou os
lugares
habitados pelo
homem, como
desejosa de
reparar os
antigos crimes.
Mostrou-se
integralmente
pacífica, mas,
desde então,
começaram a
abusar dela.
Quando lhe
identificaram a
submissão
absoluta,
homens, mulheres
e crianças
davam-lhe
pedradas. A
infeliz
recolheu-se à
toca,
desalentada.
Vivia aflita,
medrosa,
desanimada.
Eis, porém, que
o santo voltou
pelo mesmo
caminho e
deliberou
visitá-la.
Espantou-se,
observando
tamanha ruína. A
serpente
contou-lhe,
então, a
história
amargurada.
Desejava ser
boa, afável e
carinhosa, mas
as criaturas
perseguiam-na e
apedrejavam-na.
O sábio pensou,
pensou e
respondeu após
ouvi-la:
‒ Mas, minha
irmã, houve
engano de tua
parte.
Aconselhei-te a
não morderes
ninguém, a não
praticares o
assassínio e a
perseguição, mas
não te disse que
evitasses
assustar os
maus. Não
ataques as
criaturas de
Deus, nossas
irmãs no mesmo
caminho da vida,
mas defende a
tua cooperação
na obra do
Senhor. Não
mordas, nem
firas, mas é
preciso manter o
perverso a
distância,
mostrando-lhe os
teus dentes e
emitindo os teus
silvos”.