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Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita Espanhol
Programa II: Princípios Básicos da Doutrina Espírita
Ano 1 - N° 12 - 4 de Julho de 2007

THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br

Curitiba, Paraná (Brasil)  
 

Atributos da Divindade


Apresentamos nesta edição o tema no 12 do Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita, que está sendo aqui apresentado semanalmente, de acordo com programa elaborado pela Federação Espírita Brasileira, estruturado em seis módulos e 147 temas.

Se o leitor utilizar este programa para estudo em grupo, sugerimos que as questões propostas sejam debatidas livremente antes da leitura do texto que a elas se segue. Se destinado somente a uso por parte do leitor, pedimos que o interessado tente inicialmente responder às questões e só depois leia o texto referido. As respostas correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final da lição.

Questões para debate

1. Por que o homem não é capaz de compreender a natureza íntima de Deus?

2. Qual foi o motivo que levou os homens à crença na existência de muitos deuses?

3. Quais os principais atributos que podemos reconhecer em Deus?

4. Por que é que se diz que Deus deve possuir no grau supremo os seus atributos?

5. Em que consiste a doutrina panteísta e por que Kardec a refutou?

Texto para leitura

A natureza íntima de Deus

1. O homem ainda não pode compreender a natureza íntima de Deus, porque para isso um sentido lhe falta. Na infância da Humanidade, o homem o confunde, freqüentemente, com a criatura, cujas imperfeições lhe atribui. Mas, à medida que o senso moral se desenvolve, seu pensamento penetra melhor o fundo das coisas e dele faz uma idéia mais justa, embora sempre incompleta.

2. Sem o conhecimento dos atributos de Deus, seria impossível compreender a obra da criação. Este é o ponto de partida de todas as crenças religiosas e foi justamente por não se terem referido a isso que a maioria das religiões errou em seus dogmas.

O politeísmo

3. Os que não atribuíram a Deus a onipotência imaginaram muitos deuses. Os que não lhe atribuíram a soberana bondade fizeram dele um Deus ciumento, colérico, parcial e vingativo. A ignorância do princípio de que são infinitas as perfeições de Deus foi que gerou o politeísmo.

4. Quando dizemos que Deus é eterno, infinito, imutável, imaterial, único, todo-poderoso, soberanamente justo e bom, temos uma idéia mais ou menos completa dos seus atributos, do nosso ponto de vista. Mas devemos saber que existem coisas acima da inteligência do homem mais inteligente, as quais a nossa linguagem ainda não tem condições de expressar.

5. A razão nos diz que Deus deve ter essas perfeições no supremo grau, porque se tivesse uma só de menos, ou não fosse de um grau infinito, ele não seria superior a tudo, e por conseguinte não seria Deus.

6. Deus é Espírito - o Supremo Espírito! Absolutamente perfeito, não é comparável a quaisquer outros seres, estando infinitamente acima de todos. Possuindo sabedoria e poder infinitos, paira, onipresente, sobre todo o Universo, e a tudo comunica, onipotente, o seu influxo e a sua vontade.

Atributos do Criador

7. Deus é eterno, isto é, não teve começo e não tem fim. Se tivesse tido princípio, houvera saído do nada ou então teria sido criado por outro ser anterior e, nesse caso, este ser é que seria Deus. Se lhe supuséssemos um começo ou um fim, poderíamos conceber uma entidade existente antes dele e capaz de lhe sobreviver, e assim por diante, ao infinito.

8. Deus é imutável. Se estivesse sujeito a mudanças, nenhuma estabilidade teriam as Leis que regem o Universo.

9. Deus é imaterial, isto é, a sua natureza difere de tudo o que chamamos matéria. De outro modo, não seria imutável, pois estaria sujeito às transformações da matéria.

10. Deus é onipotente. Se não possuísse o poder supremo, sempre se poderia conceber uma entidade mais poderosa e assim por diante, até chegar-se ao ser cuja potencialidade nenhum outro ultrapassasse. Esse então é que seria Deus.

11. Deus é soberanamente justo e bom. Em tudo e em toda parte aparecem a bondade e a justiça de Deus na providência com que, através de leis perfeitas, assiste as suas criaturas. A sabedoria providencial das leis divinas se revela, assim, nas mais pequeninas coisas, como nas maiores, e essa sabedoria não permite se duvide nem da justiça nem da bondade de Deus.

12. Deus é único. Não há deuses, mas um Deus somente, soberano do universo, criador absoluto e incriado, infinito e eterno. Se houvesse muitos deuses não haveria unidade de vistas, nem unidade de poder na ordenação do Universo.

A doutrina panteísta

13. Deus não é, como pretende a doutrina panteísta, a resultante de todas as forças e de todas as inteligências do Universo reunidas. Se Deus fosse assim, não seria Deus, porque seria efeito e não causa. Ora, Deus não pode ser ao mesmo tempo a causa e o efeito.

14. Com uma reflexão madura, a razão nos fará ver quão absurdo é querermos encontrar a demonstração de alguns atributos de Deus nas considerações dos panteístas, como esta: "Os mundos sendo infinitos, Deus é, por isso mesmo, infinito; o vazio ou o nada não estando em nenhuma parte, Deus está em toda parte; Deus estando por toda parte, uma vez que tudo é parte integrante de Deus, ele dá a todos os fenômenos da Natureza uma razão de ser inteligente."

15. Também, de acordo com o panteísmo, "todos os corpos da Natureza, todos os seres, todos os globos do Universo seriam partes da Divindade". Sobre tal afirmativa vejamos o comentário feito por Allan Kardec: "Esta doutrina faz de Deus um ser material que, embora dotado de suprema inteligência , seria em ponto grande o que somos em ponto pequeno. Ora, transformando-se a matéria incessantemente, Deus, se fosse assim, nenhuma estabilidade teria; achar-se-ia sujeito a todas as vicissitudes, mesmo a todas as necessidades da Humanidade; faltar-lhe-ia um dos atributos essenciais da Divindade: a imutabilidade".

16. Não sabemos tudo o que Deus é, mas sabemos o que ele não pode deixar de ser, e esse sistema está em contradição com as suas propriedades mais essenciais. A doutrina panteísta confunde o criador com a criatura, absolutamente como se quisesse que uma máquina engenhosa fosse uma parte integrante do mecânico que a concebeu.

Respostas às questões propostas

1. Por que o homem não é capaz de compreender a natureza íntima de Deus? R.: O homem ainda não pode compreender a natureza íntima de Deus, porque para isso um sentido lhe falta. Na infância da Humanidade, o homem o confunde, freqüentemente, com a criatura, cujas imperfeições lhe atribui. Mas, à medida que o senso moral se desenvolve, seu pensamento penetra melhor o fundo das coisas e dele faz uma idéia mais justa, embora sempre incompleta.

2. Qual foi o motivo que levou os homens à crença na existência de muitos deuses? R.: Os homens que não atribuíram a Deus a onipotência imaginaram muitos deuses. Os que não lhe atribuíram a soberana bondade fizeram dele um Deus ciumento, colérico, parcial e vingativo. A ignorância do princípio de que são infinitas as perfeições de Deus foi que gerou o politeísmo.

3. Quais os principais atributos que podemos reconhecer em Deus? R.: Deus é eterno, imutável, imaterial, onipotente, único, todo-poderoso, soberanamente justo e bom.

4. Por que é que se diz que Deus deve possuir no grau supremo os seus atributos? R.: A razão nos diz que Deus deve ter essas perfeições no supremo grau, porque se tivesse uma só de menos, ou não fosse de um grau infinito, ele não seria superior a tudo, e por conseguinte não seria Deus.

5. Em que consiste a doutrina panteísta e por que Kardec a refutou? R.: A doutrina panteísta diz que Deus é a resultante de todas as forças e de todas as inteligências do Universo reunidas. Se Deus fosse assim, não seria Deus, porque seria efeito e não causa. Ora, Deus não pode ser ao mesmo tempo a causa e o efeito.

Bibliografia:

"O Livro dos Espíritos", itens 10, 11, 13, 14, 15 e 16.
"A Gênese", itens 10 a 16.


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita