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Estudo das Obras de Allan Kardec  Inglês  Espanhol

Ano 10 - N° 468 - 5 de Junho de 2016

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@gmail.com

Londrina,
Paraná (Brasil)
 

 

Obras Póstumas

Allan Kardec 

(Parte 14)
 

Damos continuidade nesta edição ao estudo do livro Obras Póstumas, publicado depois da desencarnação de Allan Kardec, mas composto com textos de sua autoria. O presente estudo baseia-se na tradução feita pelo Dr. Guillon Ribeiro, publicada pela editora da Federação Espírita Brasileira.

Questões para debate

102. A decadência da arte no século 19 deve-se a quê? 

103. Que princípios novos traz o Espiritismo, em complemento dos ensinamentos cristãos? 

104. A perfeição da forma é relativa à perfeição do Espírito? 

105. Há muito tempo se diz que o rosto é o espelho da alma. É verdadeira essa ideia? 

106. A música própria do mundo espiritual é mais bela do que a nossa? 

Respostas às questões propostas

102. A decadência da arte no século 19 deve-se a quê?

Ela é o resultado inevitável da concentração das ideias sobre as coisas materiais, e essa concentração, a seu turno, é o resultado da ausência de toda crença na espiritualidade do ser. O século não colhe senão o que semeou. Quem semeia pedras não pode recolher frutas. As artes não sairão de seu torpor senão por uma reação com vistas às ideias espiritualistas.

O mundo caminha a passos de gigante desde os tempos históricos; as filosofias dos povos primitivos se transformaram gradualmente. As artes, que se apoiam sobre as filosofias, que delas são a consagração idealizada, deveriam também se modificar e se transformar. É matematicamente exato dizer que, sem crença, as artes não têm vitalidade possível, e que toda transformação filosófica conduz, necessariamente, a uma transformação artística paralela.

Em todas as épocas de transformações, as artes periclitam, porque a crença sobre a qual se apoiam não é mais suficiente para as aspirações aumentadas da Humanidade, enquanto que os princípios novos, não sendo ainda adotados de maneira definitiva pela grande maioria dos homens, não inspiram os artistas no sentido de explorá-los, senão de forma hesitante. Contudo, como a arte cristã sucedeu à arte pagã transformando-a, a arte espírita será o complemento da transformação da arte cristã. (Obras Póstumas - As artes e o Espiritismo.)

103. Que princípios novos traz o Espiritismo, em complemento dos ensinamentos cristãos?

O Espiritismo nos mostra o futuro sob uma luz nova e mais ao nosso alcance. Por ele, a felicidade está mais perto de nós, está ao nosso lado, nos Espíritos que nos cercam e que jamais deixaram de estar em relação conosco. A morada dos eleitos e a dos condenados não estão mais isoladas; há solidariedade incessante entre o céu e a Terra, entre todos os mundos de todo o Universo. A felicidade consiste no amor mútuo de todas as criaturas chegadas à perfeição e numa constante atividade, tendo por objetivo instruir e conduzir a essa mesma perfeição aqueles que estão atrasados. O inferno está no próprio coração do culpado que encontra o castigo nos seus remorsos, mas não é eterno. Os indivíduos maus, entrando no caminho do arrependimento, reencontram a esperança, esse sublime consolo dos infelizes.

Eis aí fontes inesgotáveis de inspiração para a arte! E quantas obras-primas, de todos os gêneros, tais ideias não poderiam produzir, pela reprodução das cenas tão múltiplas e tão variadas da vida espírita!

Em lugar de representar os despojos frios e inanimados, ver-se-á a mãe tendo ao seu lado a sua filha querida, na sua forma radiosa e etérea; a vítima perdoando ao seu carrasco; o criminoso fugindo em vão do espetáculo de suas ações culposas; o isolamento do egoísta e do orgulhoso, no meio da multidão etc.

O Espiritismo abre, pois, à arte um campo novo, imenso, e ainda inexplorado; e quando o artista reproduzir o mundo espírita com convicção, haurirá nessa fonte as mais sublimes inspirações e seu nome viverá nos séculos futuros, porque, em vez das preocupações materiais e efêmeras da vida presente, entrará em cena o estudo da vida futura e eterna da alma. (Obras Póstumas - As artes e o Espiritismo.)

104. A perfeição da forma é relativa à perfeição do Espírito?

As observações indicam que a forma dos corpos se modifica num sentido determinado e segundo uma lei, à medida que o ser moral se desenvolve; que a forma exterior está em relação constante com o instinto e os apetites do ser moral; que quanto mais os seus instintos se aproximam da animalidade, mais a forma igualmente dela se aproxima; enfim, que à medida que os instintos materiais se depuram e dão lugar aos sentimentos morais, o envoltório exterior, que não está mais destinado à satisfação das necessidades grosseiras, reveste formas cada vez menos pesadas, mais delicadas, em harmonia com a elevação e a delicadeza dos pensamentos. A perfeição da forma é, assim, a consequência da perfeição do Espírito: de onde se pode concluir que o ideal da forma deve ser aquela que reveste os Espíritos no estado de pureza.  (Obras Póstumas – Teoria da beleza.)

105. Há muito tempo se diz que o rosto é o espelho da alma. É verdadeira essa ideia? 

Esta ideia, tornada axiomática, explica este fato vulgar: que certas fealdades desaparecem sob o reflexo das qualidades morais do Espírito, e que, muito frequentemente, prefere-se uma pessoa feia dotada de eminentes qualidades, àquela que não tem senão a beleza plástica. É que essa fealdade não consiste senão nas irregularidades da forma, mas não exclui a finura dos traços necessários à expressão dos sentimentos delicados.

Do que precede se pode concluir que a beleza real consiste na forma que mais se distancia da animalidade, e reflete melhor a superioridade intelectual e moral do Espírito, que é o ser principal. O moral influindo sobre o físico, segue-se: 1º, que o tipo da beleza consiste na forma mais apropriada à expressão das mais altas qualidades morais e intelectuais; 2º, que, à medida que o homem se eleva moralmente, seu envoltório se aproxima do ideal da beleza, que é a beleza angélica.

Tendo tais ideias sido lidas na Sociedade de Paris, foram recebidas na mesma data – 4 de fevereiro de 1869 – inúmeras comunicações apresentando todas as mesmas conclusões.

Numa delas, assinada pelo Espírito de Lavater, lemos o seguinte: “Quanto ao que se convencionou chamar belo, e que é verdadeiramente digno desse título, não é necessário considerá-lo senão como uma coisa essencialmente relativa, porque se pode sempre conceber alguma coisa de mais bela, de mais perfeita. Não há senão uma única beleza, senão uma única perfeição, que é Deus. Fora dele, tudo o que decoramos com esses atributos não são senão pálidos reflexos da beleza única, um aspecto harmonioso das mil e uma harmonias da criação. Todos os tipos se unem harmonicamente no perfeito. Eis por que há o belo absoluto. Nós que progredimos, não possuímos senão uma beleza relativa, fraca e combatida pelos elementos desarmônicos de nossa natureza”. (Obras Póstumas – Teoria da beleza.) 

106. A música própria do mundo espiritual é mais bela do que a nossa? 

Sim; ela é muito mais bela do que a música da Terra. Dizem os Espíritos superiores que o som dos  nossos instrumentos e a nossa voz mais bela não podem dar-nos a mais fraca ideia da música celeste e de sua suave harmonia. (Obras Póstumas – A música celeste e a música espírita.) 

 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita