Aveli Valdo
Modesto do
Nascimento:
“Acredito ser a
arte um
instrumento
eficientíssimo
para enlevar a
alma”
O dirigente e
palestrante
espírita, cultor
também da arte
poética, diz
como anda o
movimento
espírita na
Bahia
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Aveli Valdo
Modesto do
Nascimento
(foto), mais
conhecido como
Modesto, nasceu
há 67 anos em
Salvador (BA),
onde reside.
Funcionário
aposentado da
Petrobras, é
bastante atuante
no Movimento
Espírita da
Bahia, pois,
além de orador e
coordenador na
FEEB – Federação
Espírita do
Estado da Bahia,
é o atual
presidente do
CEOL –
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Centro Espírita
Obreiros da Luz.
Poeta e
compositor,
percebe na arte
uma maneira de
encantar-se pela
vida.
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Foi para falar
desse e outros
assuntos que
ele,
gentilmente, nos
concedeu a
seguinte
entrevista.
Como conheceu o
Espiritismo?
Como nada
é por acaso,
quando fui
admitido na
Petrobras, em
1975,
encaminharam-me
para um setor
onde iria
integrar uma
equipe de
técnicos cujos
supervisores
eram João Neves
e José Ferraz,
do Projeto
Manoel Philomeno
de Miranda. Eles
foram os
introdutores da
Doutrina em
minha vida,
graças a Deus.
Então o
Espiritismo não
entrou em sua
vida pela face
da dor?
Felizmente, não.
Ingressei na
Doutrina em uma
das melhores
fases da minha
vida. Acabávamos
de ganhar o
nosso caçula, eu
e minha esposa
estávamos
exultantes.
Embora a
experiência
tenha mostrado
que a maioria
costuma adentrar
muito mais pela
dor do que pelo
amor, esse não
foi o meu caso,
graças a Deus.
Fale-nos um
pouco sobre seu
trabalho na FEEB
(Federação
Espírita do
Estado da
Bahia).
Sob a
coordenação da
minha querida
irmã Edinólia
Peixinho, no DIF
(Departamento de
Integração
Federativa),
coordeno os
Centros
Distritais 09 e
13, cuja
finalidade é
consolidar a
integração e a
união dos
espíritas na
Bahia. A
coordenação é um
braço da FEEB e
atua como um
traço de união
entre a referida
Instituição e os
Centros
Espíritas. Para
tanto,
trabalhamos sob
a orientação da
diretoria do DIF,
com reuniões
efetivas e
periódicas para
o encaminhamento
das ações e
divulgação dos
trabalhos
federativos nas
Casas Espíritas
sob a nossa
jurisdição. Cada
ano é sugerido
um tema para
reflexão. Esse
ano o tema foi
“Para Viver em
Deus”. Durante
todo o ano temos
vários eventos,
cujos principais
são: Caravana
Baiana da
Fraternidade,
Macrorregional,
Encontro
Estadual e a
Palestra de
final de ano, no
Congresso,
normalmente
comemorando o
aniversário da
FEEB. Mantemos
também uma
página no
facebook dos
Centros
Distritais 09 e
13, na qual
reportamos as
atividades de
que os
referidos C.D.
participam.
Quantos centros
espíritas estão,
atualmente,
filiados à FEEB?
A Bahia perfaz
um total de 646
Centros
cadastrados,
sendo que 284
são adesos. Em
Salvador são 197
cadastrados e 96
adesos.
Como está o
Movimento
Espírita na
Bahia?
Apesar de
fatores internos
e externos,
dificuldades e
desafios
socioeconômicos,
problemas
interpessoais,
espaço
geográfico etc.,
que ainda
interferem
substancialmente
no processo,
tenho observado
um grande avanço
no Movimento
Espírita da
Bahia. Lembro
que há vinte
anos os Centros
Espíritas e seus
representantes
eram muito mais
refratários aos
assuntos
federativos e
hoje, mesmo que
ainda presentes
as dificuldades
citadas, observo
uma melhora
substancial,
inclusive com
adesão
considerável de
Centros e
Presidentes
antes
completamente
arredios. Os
eventos são
provas evidentes
dessa assertiva.
A presença e o
comparecimento
das Instituições
nos eventos são
muito
significativos e
estimulantes
atualmente.
Você citou,
dentre as
dificuldades, a
de cunho
financeiro. Como
faz a FEEB para
angariar fundos
e manter a todo
vapor suas
atividades e
demais eventos,
além,
naturalmente, de
coordenar os
centros
espíritas
baianos?
Através das
doações,
mensalidades dos
sócios,
pagamento mensal
das Casas
Espíritas adesas,
Livraria,
eventos etc. Mas
a principal
fonte ainda é a
distribuidora. A
FEEB possui uma
distribuidora de
livros que é a
mola mestra das
finanças.
Você é o atual
presidente do
Centro Espírita
Obreiros da Luz,
em Salvador.
Comente um pouco
sobre a Casa e
suas atividades.
O Centro
Espírita
Obreiros da Luz,
que chamamos
CEOL, com sede e
domicílio no
Setor L, Rua A,
nº 1 B.
Mussurunga 2,
Salvador (BA),
foi fundado em
27 de novembro
de 1991 por um
grupo familiar
do qual eu faço
parte. A
princípio o
grupo reunia-se
na casa de uma
das fundadoras,
depois
construímos um
andar na casa da
minha mãe, em
Mussurunga, e
estamos lá até
hoje. É uma
associação
civil, de
caráter
religioso,
educacional,
cultural, de
assistência e
promoção social,
filantrópico,
sem fins
lucrativos, que
realiza as
seguintes
atividades:
Doutrinárias –
19h aos sábados
Tratamento com
passes – 20h aos
sábados
Evangelização de
Jovens (JEOL) -
17h aos sábados
Evangelização
Infantil - 19h
aos sábados
Evangelho no Lar
– 20h às quintas
Curso do ESDE –
19h30 às quartas
Aconselhamento
fraterno – 19h
às quintas
Atendimento
social
(dentista) – 8h
aos sábados
Atendimento
social (entrega
de sopa) – 1
domingo por
mês.
Há dificuldades
para conquistar
trabalhadores
voluntários?
E como há, meu
amigo! Mas isso
é perfeitamente
compreensível
uma vez que nós
ainda estamos a
caminho,
buscando
encontrar a
trilha
definitiva que
nos conduzirá à
felicidade
plena. O que
fazemos para
mantê-los é
tratá-los com
muito amor e
compreensão,
buscando
motivá-los com
palavras
incentivadoras,
além do
esclarecimento
necessário
alicerçado no
exemplo do
Mestre Maior.
Tudo isso não
surtiria nenhum
efeito se não
houvesse o
exemplo.
Procuramos,
apesar das
barreiras morais
que enfrentamos
no estágio
atual, não só
teorizar, mas
também agir.
Ainda assim, de
quando em vez
fracassamos. É a
prática
prioritária do
livre-arbítrio
em ação.
Em sua atividade
como orador
espírita
provavelmente
tenha
presenciado
muitas coisas
nas palestras já
realizadas. Há
algo
interessante que
queira registrar
aos nossos
leitores?
Sim, a
experiência tem
mostrado que a
doutrina
espírita ainda
caminha atrelada
ao materialismo
dialético, ainda
que
sub-repticiamente.
Os Centros mais
frequentados são
aqueles onde
existem os
fenômenos ou
palestrantes
médiuns. Eu já
fui a alguns
Centros
ministrar
palestra onde só
havia duas
pessoas
presentes, o
dirigente e a
esposa. Assim,
só dois
encarnados
assistiram à
palestra. Com o
advento da
tecnologia,
tenho observado
uma melhora
significativa na
frequência das
casas espíritas,
mesmo assim
ainda observamos
a procura pela
solução imediata
dos problemas
como fator
prioritário
imperando nas
pessoas que
buscam o
Espiritismo.
Essa é a minha
opinião; posso,
pois, estar
equivocado.
Você diz que
gosta de compor
e também de
poesia. Utiliza
a arte em suas
atividades
doutrinárias?
Sim. A poesia é
mais frequente
do que a música
em minhas
palestras, mas
sempre vão
existir, uma vez
que acredito ser
a arte um
instrumento
eficientíssimo
para enlevar a
alma e, dessa
forma, facilitar
o encontro com a
divindade que há
dentro de nós. É
um recurso de
que me utilizo
com bastante
frequência.
Deixe uma
mensagem final
para nossos
leitores.
Invocando Léon
Denis: O amor é
a celeste
atração das
almas e dos
mundos, a
potência divina
que liga os
Universos, os
governa e
fecunda; o amor
é o olhar de
Deus! Não se
designe com tal
nome a ardente
paixão que atiça
os desejos
carnais. Esta
não passa de uma
imagem, de um
grosseiro
simulacro do
amor. O amor é o
sentimento
superior em que
se fundem e se
harmonizam todas
as qualidades do
coração; é o
coroamento das
virtudes
humanas, da
doçura, da
caridade, da
bondade; é a
manifestação na
alma de uma
força que nos
eleva acima da
matéria, até
alturas divinas,
unindo todos os
seres e
despertando em
nós felicidades
íntimas que se
afastam
extraordinariamente
de todas as
volúpias
terrestres.
E eu pergunto:
ONDE ESTÁ O
AMOR?
O amor. Onde
será que ele
está?
Eu busco essa
bênção em todo
lugar.
Tem gente que
busca tanto e,
não achando,
desiste.
Às vezes eu fico
pensando, será
que em verdade
ele existe?
Argumento comigo
mesmo; como
então ser feliz,
vou querer?
Eu tento, mas
não consigo
entender.
Não tem como
parar de pensar,
Como querer ser
feliz sem amar?
Como posso
afinal ser
feliz? Onde
encontrar o amor
verdadeiro?
Pensei até que
era só ter
dinheiro.
Pensei também
que o prazer
solucionava a
questão.
Essa forma de
pensar causou-me
enorme decepção.
Na religião
tentei
encontrá-lo
então.
Mas, sequer
amava o irmão.
Tudo, até o meu
proceder parecia
anormal.
O deus que
pregavam não era
racional.
Mudei então a
atitude mental e
tentei
encontrá-lo na
flor.
Seria na
natureza o
conluio com o
amor?
Onde posso
encontrá-lo
afinal?
Será mesmo que é
fora ou dentro
de mim?
O amor, que me
ouvia, respondeu
sem demora,
Deixando-me a
paz que eu nunca
senti:
– Para de olhar
para fora.
Não vê que estou
dentro de ti?