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Estudo das Obras de Allan Kardec  Inglês  Espanhol

Ano 10 - N° 489 - 30 de Outubro de 2016

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@gmail.com

Londrina,
Paraná (Brasil)
 

 

Obras Póstumas

Allan Kardec 

(Parte 35)
 

Damos continuidade nesta edição ao estudo do livro Obras Póstumas, publicado depois da desencarnação de Allan Kardec, mas composto com textos de sua autoria. O presente estudo baseia-se na tradução feita pelo Dr. Guillon Ribeiro, publicada pela editora da Federação Espírita Brasileira.

Questões para debate 

198. Como Kardec entendia a caridade cristã, que ele próprio enalteceu com a máxima “Fora da caridade não há salvação”?

199. Qual seria um dos obstáculos que poderiam entravar a propagação da Doutrina?

200. Como é possível concretizar esse propósito?

201. Que instrumentos deveriam concorrer para o progresso do Espiritismo? 

Respostas às questões propostas 

198. Como Kardec entendia a caridade cristã, que ele próprio enalteceu com a máxima “Fora da caridade não há salvação”? 

Encontrou-se entre os papéis deixados por ele o texto abaixo, inédito até então, no qual o Codificador do Espiritismo diz como entendia e praticava a caridade: “Estes princípios, para mim, não são apenas uma teoria, eu os coloco em prática; faço o bem tanto quanto o permite a minha posição; presto serviço quando posso; os pobres jamais foram rejeitados em minha casa, ou tratados com dureza; a todo momento não foram sempre recebidos com a mesma benevolência? Jamais lamentei meus passos e minhas diligências para prestar serviço; pais de família não saíram da prisão pelos meus cuidados? Certamente não me cabe fazer o inventário do bem que pude fazer; mas, num momento em que parece tudo esquecer-se, é-me permitido, creio, chamar à minha lembrança que a minha consciência me diz que não fiz mal a ninguém, que fiz todo o bem que pude, e isso o repito sem pedir conta da opinião; sob esse aspecto, a minha consciência está tranquila e de alguma ingratidão com a qual pude ser pago, em mais de uma ocasião, isso não poderia ser para mim um motivo para deixar de fazê-lo; a ingratidão é uma das imperfeições da Humanidade, e como nenhum de nós está isento de censuras, é preciso saber passar aos outros pelo que se nos passa a nós mesmos, a fim de que se possa dizer, como Jesus: ‘que aquele que está sem pecado, lhe atire a primeira pedra’. Continuarei, pois, a fazer todo o bem que puder, mesmo aos meus inimigos, porque o ódio não me cega; e eu lhes estenderia sempre a mão para tirá-los de um precipício, se a ocasião disso se apresentasse. Eis como entendo a caridade cristã; compreendo uma religião que nos ordena retribuir o mal com o bem, com mais forte razão restituir o bem pelo bem. Mas não compreenderia jamais a que nos prescrevesse retribuir o mal com o mal”. (Obras Póstumas – Segunda Parte – Fora da caridade não há salvação.) 

199. Qual seria um dos obstáculos que poderiam entravar a propagação da Doutrina? 

A falta de unidade. E o único meio de evitá-la, senão para o presente, pelo menos para o futuro, é  formulá-la em todas as suas partes, até nos mais minuciosos detalhes, com tanto de precisão e de clareza, que toda interpretação divergente seja impossível. (Obras Póstumas – Segunda Parte – Projeto 1868.)

200. Como é possível concretizar esse propósito?

A experiência, ao nos mostrar os inconvenientes do passado, algo que acabou ocorrendo no seio do Cristianismo, diz-nos claramente que o único meio de evitá-los para o futuro é assentar o Espiritismo sobre as bases sólidas de uma doutrina positiva, nada deixando ao arbítrio das interpretações. As dissidências que poderiam se levantar se fundiriam, então, na unidade principal que se estabeleceria sobre as bases mais racionais, se essas bases estiverem claramente definidas e não deixadas no vago. (Obras Póstumas – Segunda Parte – Projeto 1868.)

201. Que instrumentos deveriam concorrer para o progresso do Espiritismo? 

O estabelecimento teórico da Doutrina e os meios de popularizá-la. Para isso lhe era necessária uma organização mais forte e elementos que ela ainda não possuía. Em seguida a essas palavras, Kardec desenvolveu uma série de considerações – um esboço de Projeto – que ele dividiu nos quatro tópicos seguintes: 1. Estabelecimento central; 2. Ensinamento espírita; 3. Publicidade e 4. Viagens. Segundo ele, se essas ideias fossem realmente executadas, é indubitável que alguns poucos anos bastariam para fazer a Doutrina avançar de alguns séculos. (Obras Póstumas – Segunda Parte – Projeto 1868.) 

 

 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita