Cândida Flávia
de Oliveira
Barbosa:
“Em nome do
próximo, Elias
chegava a se
esquecer de si
mesmo”
Viúva de Elias
Barbosa, com
quem ficou
casada 47 anos,
nossa
entrevistada
fala sobre a
obra e a pessoa
do saudoso
companheiro e
suas relações
com Chico Xavier
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Cândida Flávia
de Oliveira
Barbosa (foto), natural
de Sacramento e
residente em
Uberaba desde
1956, ambos
municípios
mineiros, é de
família
espírita.
Professora
aposentada e
vinculada como
voluntária à
Comunhão
Espírita Cristã
e Comunidade
Espírita José
Pereira da
Silva, é viúva
do Dr. Elias
Barbosa (médico
de Clínica Geral
e Psi- |
quiatria)
com quem
se casou
em 1964.
O casal
teve
cinco
filhos e
o marido
retornou
à Pátria
Espiritual
em 2011,
sendo
ele
muito
conhecido
como
autor,
prefaciador
e
organizador
de
diversas
obras e
pela
estreita
convivência
com o
médium
Chico
Xavier.
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Qual o traço
mais marcante da
personalidade do
Dr. Elias,
considerando os
anos de
convivência
comum?
Dedicação
incondicional à
família. A
humildade no
trato com os
pacientes e com
as pessoas em
geral. O
Evangelho
exemplifica que
para adquirirmos
a evolução
necessitamos de
duas asas: a da
sabedoria e a do
amor – ambas
presentes em
Elias. Estudioso
da Doutrina
Espírita e
divulgador fiel
dos ensinamentos
do Evangelho.
Da vivência
familiar com o
marido e filhos,
qual a lembrança
mais carinhosa?
Os passeios com
os filhos na ida
para o colégio e
em viagens, nos
quais despertava
as crianças para
a importância da
natureza,
destacando as
árvores, os
pássaros...
Elias se
encontrava
sempre
disponível para
a educação e o
lazer da
família.
Das experiências
doutrinárias do
marido, no campo
da divulgação
espírita, o que
gostaria de
destacar?
A prontidão e o
prazer de
atender
gratuitamente
aos convites de
instituições de
diversas regiões
para palestras,
conferências,
mesas-redondas,
bate-papos...
Quantos livros
ele organizou e
publicou?
Elias colaborou
como autor de 12
livros, em
parceria com o
médium Chico
Xavier,
prefaciou várias
obras de outros
autores, criou e
manteve a seção
literária do
Anuário Espírita
de 1964 até
2011, revisou
numerosas
publicações,
especialmente
das obras
completas de
Allan Kardec,
incluindo os 12
volumes da
Revista
Espírita, entre
outros valorosos
trabalhos
literários.
E da convivência
do casal com
Chico Xavier,
que lembrança
lhe retorna com
mais força e
emoção?
A recordação dos
encontros com
Chico Xavier às
terças-feiras na
nossa casa,
quando, além dos
trabalhos
literários com
Elias, ele me
ensinava a
fazer, por
exemplo,
gelatina, que eu
não conhecia,
coalhada síria,
cremes, entre
outros pratos. O
Chico foi muito
importante para
nós e ainda é.
Do conhecimento
espírita do
casal e
vivências
específicas na
Doutrina, o que
a senhora
gostaria de
destacar?
Ressalto o
momento das
incontáveis
palestras, nas
quais eu sempre
o acompanhava,
quando Elias
encantava o
público com seu
vasto
conhecimento,
inserindo leves
toques de
refinado bom
humor.
Em que data ele
retornou? E como
a separação
física lhe
repercutiu
n´alma,
considerando o
conhecimento
espírita?
Elias retornou à
Pátria
Espiritual em 31
de março de
2011. Apesar da
saudade muito
grande que
deixou, fica a
certeza de que
ele continua ao
nosso lado.
Trata-se de uma
separação
momentânea.
O que ficou
inesquecível em
sua memória dos
relatos do
marido na
convivência com
Chico?
Elias relatava a
admiração
profunda pela
humildade de
Chico Xavier,
que, apesar de
ser um Espírito
evoluído, se
considerava um
"cisco".
Algo marcante de
sua existência
que gostaria de
relatar aos
leitores?
O primeiro
encontro com
Elias, em
01/11/1955, no
Colégio Allan
Kardec, de
Sacramento, cuja
comunidade
espírita
lembrava então o
aniversário de
morte de
Eurípedes
Barsanulfo.
Suas palavras
finais.
Quero enaltecer
o sentimento de
gratidão por
tudo o que ele
me ensinou e
pelos exemplos
de dignidade,
presença
constante com a
família,
seriedade,
responsabilidade,
profissionalismo,
hombridade,
honradez e,
acima de tudo,
destaco o seu
altruísmo, pois,
em nome do
próximo, Elias
chegava a se
esquecer de si
mesmo.