Desde a infância
recebi as
benesses da
orientação
espírita.
Meu pai, José
Nunes de
Andrade,
espírita
convicto,
trabalhador
incansável da
Sociedade
Espírita
Beneficente de
Sebastião Leão,
de São Leopoldo
(RS), sempre
exerceu forte
influência sobre
mim,
especialmente
pelo seu amor à
Doutrina e pelo
seu exemplo
pessoal. Hoje,
decorridos
tantos anos,
tenho pleno
entendimento de
que foi
decisivo, para
que eu me
tornasse
espírita, o
simples fato de
ter ingressado,
em 1958, na
então denominada
Juventude
Espírita
Leopoldense. O
grupo, orientado
por meu
progenitor, era
constituído por
jovens de ambos
os sexos, todos
oriundos de
várias casas
espíritas da
cidade. Foi uma
experiência
marcante,
motivadora
mesmo. Dali em
diante, meu
envolvimento com
as denominadas
Confraternizações
das Juventudes
Espíritas do Rio
Grande do Sul,
que à época
aconteciam
anualmente no
Estado,
promovidas pela
Federativa
Estadual, tendo
à frente, no
Setor de
Juventude, o
inesquecível
Alberto Rocha,
consolidaram
indelevelmente a
minha caminhada
na seara
espírita.
Naqueles dias,
foi forjado,
pouco a pouco,
meu envolvimento
interessado pelo
Movimento
Espírita e o
carinho pela
nossa amada e
veneranda
Doutrina.
O Consolador:
Vincula-se a
quais
instituições?
Desde o ano de
1976 frequento a
Sociedade
Espírita Amor à
Verdade, de São
Leopoldo, na
qual ingressei
por discordar
dos
acontecimentos
que, à época, se
desenrolaram na
Sociedade
Sebastião Leão,
envolvendo
atividades com
magnetismo e
sessões de
cromoterapia.
Era ainda
bastante jovem e
considerei que o
melhor era mesmo
me afastar, por
não concordar.
Na atualidade,
sou ainda
cooperador do
Centro Espírita
Fé, Luz e
Caridade, de
Novo Hamburgo,
tendo, ainda,
uma forte
ligação com a
Sociedade
Espírita Paz e
Amor, de São
Francisco de
Paula, cidade
natal de minha
esposa.
O Consolador:
Tem artigos
publicados? Em
quais órgãos?
Artigos
propriamente
ditos, em
verdade, não
publiquei. Tenho
apenas algumas
tímidas
arremetidas
neste campo,
publicadas na
revista ¨A
Reencarnação¨,
da Federativa
Estadual. Sempre
estudei o
Espiritismo.
Permaneço
estudando e
pesquisando.
Considero
relevante,
todavia, a minha
colaboração no
planejamento,
pesquisa e
estruturação dos
opúsculos
editados pelo
Centro de
Treinamento e
Estudo (CTE) da
Federação
Espírita do Rio
Grande do Sul,
criado na gestão
do presidente
Jason Camargo
(1992-1993),
objetivando
capacitar os
colaboradores
para as
atividades
rotineiras nas
instituições
espíritas. Era a
implantação de
uma visão
operacional, de
caráter prático
e que se somava
aos estudos
doutrinários
propriamente
ditos.
Colaborei,
igualmente, com
as pesquisas que
envolveram a
publicação da
obra ¨Educação
dos
Sentimentos¨, de
Jason de
Camargo,
ex-presidente da
FERGS.
O Consolador:
Cargos já
exercidos no
movimento
espírita ou
atualmente
exercendo?
Nestes 50 anos
de atuação no
Movimento
Espírita, ocupei
cargos de
secretário e
presidente de
casas espíritas
e órgãos
unificadores. No
ano de 1998
assumi a
presidência da
Federação
Espírita do Rio
Grande do Sul,
sendo reeleito
para o mandato
2000/2001.
Atualmente
exerço o cargo
de presidente do
Conselho
Regional
Espírita da 2ª
Região
Federativa,
tendo sido
reeleito para o
biênio
2009/2010.
O Consolador:
Em quais
atividades atua
no Centro
Espírita?
Na Sociedade
Espírita Amor à
Verdade,
presentemente,
atuo como
Diretor
Doutrinário.
Auxilio no
atendimento
fraterno, sou
facilitador de
grupo de estudo
e expositor
doutrinário.
O Consolador:
No Movimento
Espírita você é
muito solicitado
como palestrante
para seminários
e palestras,
tanto para
trabalhadores
como para o
público. Quais
temas prefere
abordar e como
sente a
repercussão
dessas
atividades?
O Espírito
Emmanuel, em
determinada
mensagem,
assevera que ¨o
Centro Espírita
é uma escola,
onde vamos
aprender a
ensinar, plantar
o bem,
colher-lhes as
graças,
aprimorarmo-nos
e aperfeiçoar os
outros na senda
eterna¨.
Diante deste
objetivo
conceito,
considero que se
torna
imprescindível
levar aos
trabalhadores
espíritas, aos
os assistidos e
mesmo para o
público em
geral, a noção
de que mais do
que nunca é
fundamental
estudar o
Espiritismo.
Todos os temas
levantados pelas
obras básicas,
especialmente em
¨O Livro dos
Espíritos¨,
devem ser objeto
de palestras e
de seminários,
todavia,
deixando
transparecer
para os
diferentes
públicos que o
principal
objetivo do
Espiritismo na
Terra resume-se
na transformação
moral da
humanidade e no
domínio das
imperfeições,
heranças do
estado de
natureza. O
Espiritismo é
uma doutrina
eminentemente
educadora.
Aprendemos que
cada Espírito
vai construindo,
no dia a dia,
através dos
milênios, as
virtudes e as
vitórias sobre
si mesmo,
educando-se, na
busca da
perfeição
relativa. Por
outra vertente,
deverão ser
objeto de
palestras, de
cursos e de
seminários,
legítimas
oportunidades de
aprendizagem e
momentos de
reflexão, as
atividades
operacionais na
instituição
espírita, como
por exemplo, os
passes, o
atendimento
fraterno, as
exposições
doutrinárias. É
necessário
reafirmar
constantemente
¨o como fazer¨,
que se configura
como o ajuste
das ações e
rotinas diárias
da casa aos
postulados
firmados nas
obras básicas.
Concluo a
resposta
asseverando que
a repercussão
dessas
atividades serão
valorosas se
conduzidas com
seriedade,
qualidade e
perseverança.
Será muito útil
para os
espíritas
compreender que
a instituição em
que militamos é
vista pelos
Benfeitores como
uma escola, um
centro formador
de consciências
iluminadas pela
fé racional,
pela educação
moral e,
especial, pela
potência do amor
e que o seu
venerável
currículo é o
bem.
O Consolador:
Alguma situação
especial que
gostaria de
compartilhar?
Sim. A sensível
questão da
direção
administrativa
dos Centros
Espíritas.
Trata-se, ainda,
de um dos
diversos pontos
de dificuldade
no Movimento
Espírita
Brasileiro.
Note-se: boa
administração é
o sinônimo de
resultados
positivos. A
afirmação
equivocada,
infantil até, de
que a casa
espírita não é
uma empresa e,
portanto, não
deve adotar
instrumentos
utilizados pela
moderna ciência
da
administração,
nestes tempos em
que as mudanças
tecnológicas e
avanços
científicos de
toda ordem
impõem
transformações
no dia a dia da
sociedade
humana, vem
causando atrasos
consideráveis na
formação de
dirigentes
espíritas
eficientes e
eficazes.
Formação de
líderes capazes
de levar aos
seus respectivos
centros
espíritas
resultados
efetivos, em
qualidade e
quantidade. Em
número
considerável das
nossas
instituições os
resultados são
pífios e, o mais
grave, devido ao
desenvolvimento
acanhado ou
inexistente das
casas e dos seus
respectivos
colaboradores,
persistem os
¨donos dos
centros
espíritas¨,
perdedores do
progresso, das
oportunidades,
das relações
múltiplas,
conduzindo suas
instituições ao
isolacionismo,
em direção
contrária aos
ideais da
Unificação.
O Consolador:
O que pensa
sobre as
exigências
legais que têm
aumentado para
as instituições
espíritas?
Não nos cabe
julgá-las, mas
cumpri-las. A
propósito, a
casa espírita
deve ser
extremamente
transparente nas
suas relações
com a sociedade
organizada e com
os poderes
públicos. Mesmo
se não
concordamos com
as coisas, com
determinados
fatos e normas,
sempre existirão
canais para
alcançar as
justas
reivindicações,
apelando-se para
a justiça dos
homens, porém
não olvidando
jamais a
influência da
Lei de Causa e
Efeito em nossas
vidas. O Mestre
Nazareno
asseverou aos
fariseus que se
deve ¨dar a
César o que é de
César e a Deus o
que é de Deus¨,
ditado
amplamente
analisado em ¨O
Evangelho
segundo o
Espiritismo¨,
capítulo XI,
item 5, e que
sempre deverá
merecer a nossa
análise e, em
consequência, as
ações
adequadas.
O Consolador:
Fale-nos da
motivação para
abordar temas
relacionados à
administração do
Centro Espírita.
Ao longo destes
mais de 150 anos
de Codificação
vivenciamos
diferentes
etapas,
superando
dificuldades e
atingindo
conquistas. Os
dirigentes das
casas espíritas,
pessoas
abnegadas e
trabalhadoras,
muito realizaram
e realizam para
que o Movimento
Espírita se
ampliasse e
continue a se
ampliar em
terras
brasileiras,
levando a luz do
Consolador para
milhões de
criaturas.
Entretanto, é
imprescindível
avançar, dar
continuidade,
expandir a Seara
do Cristo. A
administração da
sociedade
espírita, nos
dias atuais,
permanece sendo,
na maioria
absoluta dos
casos e acima de
tudo, uma
atividade de
muita dedicação
e esforço,
complexa e
variada. Depende
quase
exclusivamente
da colaboração
de voluntários,
cuja parcela
menor vem
adquirindo a
consciência
espírita.
Some-se a isso,
quase sempre, a
parca existência
de recursos
financeiros para
o cumprimento
dos objetivos
(nem sempre bem
delineados). A
tarefa tornou-se
difícil,
desafiadora
mesma. Na
prática, isso
significa dizer
que apenas o
conhecimento e a
vivência
doutrinária,
aliados à boa
vontade e
disposição, não
são suficientes
para fazer de
alguém um ¨bom
dirigente
espírita¨. Todos
nós sabemos que,
se pretendemos
realizar um
trabalho que
produza
resultados
efetivos no
centro espírita,
é fundamental
também organizar
e viabilizar as
propostas de
atividades da
casa, sua
estrutura
setorial, os
normativos, as
modernas
ferramentas de
gestão, a
tecnologia, de
forma especial a
informática, o
perfil dos
frequentadores e
dos próprios
trabalhadores,
eleger a visão
sistêmica, o
planejamento, o
controle e a
avaliação
contínua. Feito
isso, será
preciso
conciliar o
desejo ardente
de prosseguir,
servindo com
amor e até com
sacrifício à
causa.
Exigir-se-á a
capacitação para
alcançar uma
efetividade que
nada mais é do
que a aplicação
continuada dos
conceitos de
eficiência e
eficácia,
respectivamente.
No meu ponto de
vista, essa
deverá ser a
motivação de
todo o espírita
que tenha plena
consciência dos
desafios do
nosso tempo,
para aprimorar a
administração
das nossas
instituições.
O Consolador:
Quais as
vantagens para a
equipe
dirigente, e por
consequência
direta para a
instituição, em
estar atualizada
em técnicas de
administração
modernas?
São duas. A
primeira
direcionada para
a equipe
dirigente e os
colaboradores.
Operar com
eficiência e com
eficácia nas
diversas
atividades,
gerando
satisfação
naquilo que
realizam e
alcançando,
paulatinamente,
significativos
índices
motivacionais. A
segunda seria
direcionada para
a instituição
espírita.
Conquistar
resultados
positivos em
termos de
qualidade nas
diferentes
atividades, no
aumento do
número de
trabalhadores
compromissados
com a causa e
pela consequente
correspondência
do público
frequentador, o
que significa,
em outras
palavras, o
desenvolvimento
geral. Aqui é
fundamental
compreender os
conceitos de
eficiência e de
eficácia. Por
exemplo, podemos
afirmar que o
dirigente
espírita
eficiente e
eficaz, além de
procurar se
relacionar bem
com sua equipe
de
trabalhadores,
preocupa-se,
igualmente, em
irmanar-se com
os demais
centros
espíritas. E
mais: divulga a
Doutrina
Espírita
além-muros, isto
é, divulga-a
para toda a
comunidade,
inclusive para
os não
espíritas,
evidentemente,
sem proselitismo
e com respeito
às demais
instituições.
Este é só um
simples
exemplo.
O Consolador:
Na sua
avaliação, qual
a importância
dos grupos de
estudo nas casas
espíritas?
A campanha do
Estudo
Sistematizado da
Doutrina
Espírita (ESDE)
foi concebida e
implantada no
Rio Grande do
Sul em 1978.
Como já foi
afirmado, o
centro espírita
é uma escola que
tem por
finalidade
esclarecer e
consolar as
criaturas.
Então, é
fundamental que
se torne um
centro de estudo
sério e metódico
do Espiritismo,
envolvendo a
todos os seus
trabalhadores,
assistidos e
demais
frequentadores.
O mundo moderno
se caracteriza
pela valorização
das decisões
tomadas em
grupo. Quando o
grupo analisa
determinado
assunto, a visão
resultante é
ampliada,
enriquecida,
libertando-se os
seus membros das
ideias
subjetivas e
personalistas.
Aprender a
trabalhar em
grupo é, pois,
uma necessidade
que se afirma
aos
trabalhadores de
uma instituição
espírita.
Convicto da
necessidade do
estudo
doutrinário, o
Conselho
Federativo
Nacional da
Federação
Espírita
Brasileira,
através do
normativo
¨Orientação ao
Centro
Espírita¨,
recomenda a
implantação e o
funcionamento
permanente dos
denominados
Grupos de Estudo
Sistematizado da
Doutrina. A
reunião de
estudos é, pois,
aquela em que um
grupo de pessoas
regularmente se
encontra,
objetivando o
estudo metódico,
contínuo e de
forma
participativa da
Doutrina
Espírita, com
programação
previamente
elaborada, com
base na
Codificação.
O Consolador:
Que experiências
ou lições têm a
relatar destas
atividades?
Estou envolvido
com a tarefa de
facilitador de
grupos de estudo
desde o ano de
1985, na
Sociedade
Espírita Amor à
Verdade. Nestes
anos todos tenho
notado os
benefícios desse
trabalho que,
além de repassar
conhecimento
doutrinário
espírita para as
pessoas,
revela-se como
um sistema capaz
de capacitar
adeptos
esclarecidos,
certamente mais
conscientes. Um
segredo! Nos
grupos de
estudos de
sucesso, quem
mais ¨lucra¨ é o
facilitador,
pois é instado,
pela
consciência, a
preparar
qualitativamente
as reuniões, e
em decorrência,
adquire um
conhecimento
aprofundado. Por
outro lado, o
ESDE é capaz de
forjar novos
trabalhadores.
Assim sendo, o
conhecimento
doutrinário é
fundamental, uma
vez que a
conquista de uma
consciência
espírita e, em
decorrência, do
compromisso com
a Causa,
alicerça a
própria
vitalidade do
Movimento
Espírita e a
convicção de sua
correta
divulgação.
Desta maneira a
adoção da
fórmula:
conhecimento
doutrinário mais
ESDE é
imprescindível.
Sempre busquei,
com base nas
apostilas do
ESDE, trabalhar
as dinâmicas de
grupo propostas
em cada roteiro
e utilizar a
bibliografia de
forma extensiva,
trazendo as
obras referidas
para a sala de
aula para serem
manuseadas e
consultadas com
atenção.
O Consolador:
Como analisa o
estado atual do
Estudo
Sistematizado da
Doutrina (ESDE)
nos centros
espíritas?
Necessita ser
revitalizado.
Após 30 anos de
campanha, como
tudo, o desgaste
natural é um
fato e o
processo
necessita da
elaboração de
novos objetivos,
métodos e
medidas na
capacitação dos
facilitadores.
Compreendo o
ESDE como uma
filosofia de
trabalho que
possui cinco
itens, a saber:
1) a necessidade
da aplicação
constante dos
conceitos
pedagógicos e da
didática; 2) o
estudo em grupo
embasado na
busca do
consenso, a fim
de se evitar o
subjetivismo e o
personalismo; 3)
o estudo regular
e sistematizado,
compreendendo
esse termo como
a necessidade de
se partir dos
conceitos
simples para os
conceitos
complexos; 4) a
existência de
programas de
prévio
conhecimento dos
interessados,
elaborados pela
Federativa
Nacional, que,
contudo, devem
ser
aperfeiçoados em
termos didáticos
e cujas
respectivas
apostilas tenham
o seu custo
reduzido; 5) a
flexibilidade na
duração dos
cursos,
respeitando-se
as
características
e a
produtividade de
cada grupo, mas,
igualmente,
estando-se
atento para as
questões que
surjam e sejam,
de forma urgente
e necessária,
tratadas no
grupo de
trabalho.
O Consolador:
Como avalia o
momento atual da
divulgação do
Espiritismo?
Está avançando.
A tecnologia
aplicada aos
computadores, em
especial a
internet, tem
trazido ótimos
resultados no
processo de
divulgação do
Espiritismo.
Agora mesmo
estamos
constatando a
ampla
repercussão do
programa
televisivo
¨Transição¨.
Embora
enaltecendo
esses
auspiciosos
eventos,
considero que
ainda é
fundamentai o
papel
desempenhado
pelo livro
espírita.
Todavia,
atenção! Existe
uma importante
quantidade de
obras
¨espíritas¨
lançadas com
pobre qualidade
doutrinária,
objetivando
apenas fins
comerciais!
Estas eu as
denomino de ¨espiritadas¨!
São
prejudiciais;
apenas trazem a
desinformação e
o misticismo.
Seu apelo é
apenas
comercial. Em
outra análise,
os programas
radiofônicos vêm
se notabilizando
não só pelo
número, mas
também na
correção dos
princípios
doutrinários
veiculados.
Venho
constatando que
os denominados
Departamentos de
Comunicação
Social nas casas
e órgãos
unificadores vêm
realizando uma
organizada e
digna ação
divulgadora.
Sublinho. A
preocupação,
decorrente, em
toda a
divulgação
doutrinária
espírita sempre
será a qualidade
e correção
daquilo que se
veicula.
Finalizo a
resposta
asseverando que,
apesar dos
nossos esforços
e, de toda a
tecnologia
disponível, a
melhor
divulgação que
podemos fazer da
veneranda
Doutrina, sempre
será o nosso
próprio exemplo
pessoal, dentro
e fora da Casa
Espírita.
O Consolador:
Como o amigo
percebe os
desafios da
sociedade em
transformação,
como a crise
econômica que
assola o
planeta?
Ao sabor do
egoísmo e do
orgulho humano,
o mundo se move
de forma
acelerada em
direção a
diversas
alternativas
extremamente
difíceis e
doloridas. Entre
elas podemos
escolher a crise
econômica
mundial, o
colapso da
biosfera em nos
sustentar, ou,
até, por mais um
exemplo, longe
de ser afastada,
uma hecatombe
nuclear.
Estamos todos em
uma corrida cujo
nome é
sobrevivência.
Todavia, no lado
positivo dessa
relação
delicada, temos
avanços
tecnológicos
espetaculares.
Notáveis
processos de
transformação
das organizações
privadas e
públicas estão
em curso.
Constatamos,
ainda, que o
nível de
consciência dos
direitos do
cidadão, do
consumidor, da
mulher, da
criança, das
minorias, e de
tantos outros
setores tem
crescido na onda
da introspecção
e do
desenvolvimento
humano, neste
processo lento,
mas inexorável,
da transformação
do nosso planeta
em um mundo de
regeneração. A
ganância e
voracidade de
poucos sobre
muitos nada mais
é do que uma
infração à Lei
Divina. A Lei
de Causa e
Efeito
restabelecerá,
no devido tempo,
o equilíbrio
desarrumado pelo
homem por suas
ações
inconsequentes,
sejam elas
forjadas pelas
individualidades,
seja pelo
coletivo. Nosso
planeta é apenas
um entre
inúmeras moradas
na casa de NOSSO
PAI. Nada passa
por fruto do
acaso. Amar,
trabalhar,
confiar, esta é
a receita diante
das dificuldades
e desafios da
atualidade.
O Consolador:
E quanto a
constatação do
crescente
interesse do
público em geral
pelo
Espiritismo,
quais as tarefas
que competem ao
dirigente da
Casa Espírita,
para atender os
que chegam?
Número 1:
qualificar
doutrinária e
operacionalmente
o trabalhador
espírita. Dentro
do conceito de
que o centro
espírita é uma
escola, seus
trabalhadores
devem aprimorar
seu conhecimento
da Doutrina para
servir melhor,
já que
conceitualmente
são todos
educadores. Os
cursos de
treinamento
operacional
(como fazer),
enfocando o
atendimento
fraterno, os
passes, a
recepção e todas
as demais
atividades
rotineiras,
igualmente,
devem receber
dos dirigentes a
máxima atenção.
Número 2:
qualificar
administrativamente
a instituição.
Não olvidar a
importância do
Curso de
Capacitação
Administrativa,
elaborado pela
Federação
Espírita
Brasileira, que
deve ser
implantado em
todas as
estruturas do
Movimento,
trazendo, além
do domínio das
ferramentas de
gestão, a
sensibilização
para o uso de
instrumentos da
qualidade.
Lembrar que
agora o
Movimento
Espírita
Brasileiro tem
um plano de
metas elaborado
para os próximos
cinco anos e que
o seu êxito
depende da
responsabilidade
de cada espírita
compromissado
com a causa.
Número 3:
trabalhar a
questão dos
relacionamentos
humanos e os
níveis de
motivação
individuais e
coletivos. Criar
canais de
comunicação
eficazes entre
os diversos
setores da
instituição e,
fundamentalmente,
compreender que
a Causa será
sempre maior que
a Casa, levando
em conta os
nobres ideais da
Unificação do
Movimento
Espírita.
O Consolador:
O que a sua
longa
experiência como
trabalhador
espírita tem-lhe
permitido
vivenciar?
Através dos anos
compreendi o
valor do
Espiritismo na
vida dos homens.
Reconheci e luto
contra as minhas
imperfeições.
Vivi e vivo
oportunidades
ímpares de troca
de experiências
com companheiros
de ideal
espírita de
praticamente
todo o Rio
Grande do Sul e
de vários
estados do país.
Tive e tenho o
prazer de
dividir
conhecimentos e
experiências com
pessoas de todos
os níveis
culturais em
reuniões,
encontros,
palestras e
cursos. Fui
honrado com a
presidência da
Federativa
Estadual no
período de 1998
a 2001. Por
tudo, agradeço a
inúmeros mestres
e,
fundamentalmente,
a Deus.
O Consolador:
Suas palavras
finais.
Ao encerrar esta
entrevista
desejaria
sublinhar a
importância da
introdução do
tema liderança
de serviço nas
lides espíritas.
Sendo a
liderança “a
habilidade de
influenciar
pessoas para
trabalharem
entusiasticamente,
visando atingir
os objetivos
como sendo para
o bem comum¨,
concluí que
este é um
conceito que nos
interessa; e
muito!
Habilidades,
influências,
entusiasmo,
trabalho, bem
comum, são
termos do dia a
dia da casa
espírita. Por
esse motivo,
aqui em nossa 2ª
Região
Federativa,
estruturamos um
seminário no
qual abordamos o
tema ¨Liderança
de Serviço e
Consciência
Espírita¨. A
tarefa, em
termos de
conscientização,
vem repercutindo
favoravelmente
nos campos da
motivação dos
trabalhadores e
no seu
comprometimento
para com a
Doutrina
Espírita. No
mais, desejo
apenas externar
meus
agradecimentos
pela
possibilidade de
externar pontos
de vista e
experiências
(embora
compreenda e
respeite as
opiniões em
contrário),
rogando que, de
alguma forma,
possam elas
colaborar com
companheiros
compromissados
com Aquele que
é,
indubitavelmente,
modelo e guia da
humanidade.
Perseveremos nas
nossas tarefas.
Muita paz.