Adeilson Silva
Salles:
“Na literatura
infantil tudo o
que se fizer
ainda é pouco”
O conhecido
escritor de
obras infantis
fala sobre a
importância da
literatura
espírita voltada
para a
criança e afirma
que, mais do que
nunca, os
pais precisam
ler com e para
os filhos
Adeilson Silva
Salles (foto)
nasceu em
Vicente de
Carvalho (SP) e
reside
atualmente em
Guarujá (SP).
Tornou-se
espírita em 1989
na superação de
um processo
obsessivo,
possui mais de
dez livros
publicados e
vários no prelo,
entre eles a
maioria voltada
para a educação
infantil.
Formado no
ensino médio e
estudante de
Filosofia, é
poeta premiado
no Guarujá e
destaca-se no
movimento
espírita como
palestrante e
autor de obras
espíritas
voltadas para as
crianças.
Adeilson
concedeu a esta
revista a
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seguinte
entrevista: |
O Consolador:
Quantos livros
você já tem
editados,
mediúnicos e
não-mediúnicos?
Atualmente tenho
12 livros
editados, sendo:
cinco romances
mediúnicos:
Aprendendo a
amar – Casa
Editora O
Clarim; Até que
a morte nos
reúna – CEAC
Bauru; A filha
do pecado – CEAC
– Bauru; Uma
nova chance para
amar – CEAC
Bauru; O
Missionário –
Editora Solidum;
um livro de
mensagens: XXI
Segundos –
Editora Solidum;
e seis infantis:
O menino curioso
– Editora
Solidum; Manhã,
a menina... –
Editora –
Solidum;
Bellinha e a
lagarta
Bernadete – FEB;
Um por todos e
todos por um –
FEB; O segredo
da onça pintada
– FEB e O reino
do Vai e Volta –
Editora – Boa
Nova.
O Consolador:
Você tem outros
no prelo e em
preparo? Quais
são e por quais
editoras vão ser
lançados?
Serão lançados
nos próximos
meses pela Boa
Nova três novos
livros: Quando o
videogame
mandava no
Naldinho, A
cobra que usava
chinelo e
Nicolau, o
menino que
pintava sonhos;
pela FEB quatro
livros: Volta às
aulas, O espelho
do sentimento, O
maior brejo do
mundo e Um mundo
sem livros. Na
literatura para
adultos, estarei
lançando em
breve dois novos
livros:
Obsessores em
progresso
(mediúnico) e
Algemas
invisíveis
(auto-ajuda).
O Consolador: De
onde surgiu o
interesse pela
literatura
infantil? E como
surge a
inspiração para
escrevê-los?
Meu interesse
pela literatura
infantil surgiu
quando criei o
clube do livro
infantil. Meu
contato com esse
tipo de
literatura e a
convivência com
minha neta
despertou forte
desejo em minha
alma. Após os
primeiros
contatos com o
livro infantil
tornei-me um
leitor assíduo
desse tipo de
literatura,
adquirindo
livros infantis
não apenas
espíritas. Foi
por essa época
que tive um
sonho que
mudaria muito
minhas
prioridades em
termos de
literatura.
Certa noite
sonhei com o
nosso querido
Monteiro Lobato.
Nesse sonho o
grande escritor
me incentivou a
me dedicar à
literatura
infantil, onde
eu
experimentaria
grandes
alegrias. O
incentivo do
nobre Monteiro
Lobato se
traduziu mais
tarde na
publicação de
três livros
infantis,
lançados
simultaneamente
pela FEB, um
fato inusitado
até então e uma
experiência
inesquecível.
O Consolador:
Como foi a
experiência de
lançamento pela
FEB de três
títulos voltados
à educação
infantil?
Os três livros
lançados pela
FEB me levaram à
Bienal do Livro
do Rio de
Janeiro em
setembro de
2007. Nesse
evento os três
livros infantis
foram os mais
vendidos e
procurados no
stand da
conceituada
editora. Esses
mesmos livros
estão me levando
para a próxima
Bienal do Livro
de São Paulo em
agosto próximo.
Vale lembrar que
estarei lançando
mais três livros
pela FEB na
próxima bienal.
Levada pelo
sucesso dos
livros infantis
da FEB, a
editora Boa Nova
também vai
lançar um livro
infantil na
Bienal paulista.
Estaremos
lançando na
Bienal de São
Paulo quatro
livros infantis.
O Consolador:
Como tem sido
sua participação
com textos em
jornais da
imprensa
espírita?
Todo o trabalho
voltado para a
criança através
dos livros
infantis tem
aberto portas.
Atualmente
escrevo em
algumas revistas
espíritas, que,
felizmente, vem
abrindo espaço
para a
literatura
infantil. São
elas: Revista
Delfos, Revista
Espiritismo e
Ciência e em
breve estaremos
colaborando com
a Revista
Pedagógica
Espírita. Nessas
revistas escrevo
pequenas
histórias para
crianças e
educadores.
Colaboro também
com o jornal
Verdade e Luz,
da USE Ribeirão
Preto.
O Consolador:
Nas palestras,
sua fala tem se
caracterizado
pelo incentivo à
semeadura do bem
no coração
infantil.
Fale-nos sobre
isso.
Em nossas
palestras, temos
falado muito
sobre a
importância da
educação e da
ferramenta
poderosa que é o
livro infantil.
Na verdade a
proposta é de
conscientização
do adulto, dos
pais e
educadores. Os
pais precisam se
conscientizar de
que o livro
infantil é um
aliado para a
educação das
crianças. Falo
do livro
infantil de uma
maneira geral,
espírita e
não-espírita.
Essa é nossa
proposta.
O Consolador: E
como você tem
sentido o
retorno do
público nessa
semeadura?
Nesses encontros
a emoção é
fortíssima, pois
a reação das
pessoas é de
surpresa e
alegria.
Crianças me
procuram, pais e
mães vêm
demonstrar
gratidão e
alegria. Percebo
que muitos
companheiros
escritores
espíritas vinham
abrindo caminho
para esse tipo
de trabalho, mas
ainda há muito
por fazer. Mas o
resultado de
tudo isso é
estampado nas
faces infantis,
alegria e amor.
O Consolador:
Sobre a
literatura
infantil
espírita, havia
uma crise ou
ausência de
material para
incentivo no
setor?
Eu acredito que
na literatura
infantil tudo o
que se fizer
ainda é pouco
diante do muito
a ser feito.
Tenho
experimentado a
alegria de ver
grandes editoras
despertando para
a necessidade de
se dar qualidade
ao livro
infantil. Muitas
editoras se
preocupam apenas
com a literatura
para adulto, mas
felizmente isso
vem mudando.
O Consolador:
Qual a melhor
didática para
transmitir os
ensinos de Jesus
e do Espiritismo
para o coração
infantil?
Acredito que a
melhor maneira
de se adequar a
mensagem
espírita cristã
às crianças é
respeitar a
criança. Sua
inteligência,
seu
discernimento
seu mundo. É
preciso dar
qualidade a tudo
que se faz para
a criança; isso
é decisivo para
despertar o
interesse
infantil. E mais
do que nunca, os
pais precisam
ler para e com
os filhos.
O Consolador:
Quais seus
planos para o
futuro nessa
área da
literatura
infantil e nas
palestras de
incentivo a esse
setor de
trabalho?
Tenho livros
paradidáticos
prontos,
pretendo
publicar também
para o público
infantil
não-espírita,
mas sempre
levando uma
mensagem de
valorização da
vida. Quanto às
palestras,
aguardo a
abertura de mais
espaços para
divulgar o livro
infantil, pois
sem o concurso
da literatura
infantil a
educação perece.
O Consolador:
Suas palavras
finais.
Não haverá
regeneração sem
educação. Pais e
educadores
espíritas, criem
salas de leitura
em suas
instituições,
abram espaço
para a
literatura
infantil em suas
Casas Espíritas.
Mais do que
isso, que se
montem
bibliotecas
infantis.
Grandes
escritores da
literatura
nacional têm
obras que irão
auxiliar as
crianças a se
tornarem homens
de bem. A
amizade entre
pais e filhos se
fortalece em
gestos simples,
a literatura é
um desses gestos
que marcam a
criança pela
vida afora.
Leiam com suas
crianças.
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