As migrações de
Espíritos podem
dar-se entre os
diversos mundos
1. Um dos princípios
fundamentais do
Espiritismo é o da
pluralidade dos
mundos habitados. Na
obra da criação
divina, entre os
mundos destinados à
encarnação de
Espíritos em estágio
probatório ou
expiatório,
encontra-se a Terra,
uma das inumeráveis
habitações do ser
humano.
Evidentemente,
existem muitos
outros mundos que
abrigam humanidades
semelhantes à nossa,
não sendo o homem
terreno o único ser
corpóreo dotado de
inteligência,
racionalidade e
senso moral no
Universo imenso.
2. Criado simples e
ignorante, dotado de
liberdade e
livre-arbítrio,
inclinado tanto para
o bem quanto para o
mal, falível
portanto, o Espírito
sujeita-se a
encarnar e
reencarnar,
experimentando
múltiplas
existências
corporais na Terra
ou em outros
planetas, tantas
quantas forem
necessárias para
ultimar sua
depuração e seu
progresso. Esse
processo admirável
realiza-se através
das emigrações e
imigrações de
Espíritos, ou seja,
da alternância
sucessiva e múltipla
das existências
humanas nos dois
planos da vida: o
corpóreo e o
espiritual. Todo
Espírito encarnado,
enquanto seu corpo
vive, está fixado no
mundo em que
encarnou.
3. Desencarnado,
passa ele à condição
de Espírito errante,
que é exatamente o
indivíduo que ainda
necessita de
reencarnar para
depurar-se e
progredir. No estado
de erraticidade o
Espírito continua a
pertencer ao mundo
onde tem de
encarnar, mas, não
estando a ele fixado
pelo corpo, é mais
livre e pode até
mesmo visitar outros
mundos, com a
finalidade de
instruir-se.
4. As emigrações e
imigrações de
Espíritos podem
ocorrer também entre
mundos diferentes,
isto é, podem os
Espíritos emigrar de
uns para outros
planetas. Uns
emigram por força do
progresso realizado,
que os habilita a
ingressar em um
mundo mais
adiantado, o que é
um prêmio para eles;
outros, ao
contrário, são
banidos do mundo a
que pertencem, por
não haverem
acompanhado o
progresso moral
atingido pela
humanidade desse
mundo. O exílio que
lhes é imposto
constitui verdadeiro
castigo, que a lei
de justiça impõe aos
recalcitrantes no
mal, escravizados ao
orgulho e ao
egoísmo.
A raça adâmica teve
sua origem na
imigração de
Espíritos
5. Os ensinamentos
espíritas aqui
resumidos ajudam-nos
a compreender e a
melhor explicar as
diversidade raciais
humanas e,
sobretudo, a
existência na Terra
de uma etnia
considerada
intelectualmente
superior, se
comparada às outras
aqui existentes, das
quais algumas
manifestam ainda
notória
inferioridade. A
etnia branca
existente na Terra,
chamada outrora de
“raça branca”
(1), foi
constituída,
inicialmente, de
Espíritos emigrados
de um planeta
pertencente ao
sistema de Capela,
uma estrela milhares
de vezes maior que o
Sol.
6. Havendo o
mencionado planeta
atingido um estágio
de progresso
condizente com o de
um mundo regenerado
e mais feliz, mas
permanecendo nele
uma legião de
Espíritos ainda
recalcitrantes no
orgulho e em outros
sérios defeitos
morais, tiveram eles
de ser banidos e,
por causa disso,
muitos acabaram
sendo encaminhados
para o planeta
Terra, onde foram
recebidos por
Jesus.
7. Em nosso mundo,
sendo muito mais
adiantados que os
habitantes
pertencentes aos
povos autóctones ou
indígenas, sobretudo
no tocante à
inteligência, vieram
impulsionar o
progresso daqueles,
mesclando-se a eles
e expandindo sua
cultura por todos os
cantos da Terra. Os
homens que
resultaram da
reencarnação dos
exilados de Capela
em nosso mundo
formaram a chamada
raça adâmica, que
deu origem aos povos
mais evoluídos do
nosso planeta: os
arianos ou
indo-europeus, os
egípcios, os
israelitas e os
indianos.
8. A
história dos
exilados de Capela
permite-nos
compreender melhor
as narrativas
bíblicas acerca de
Adão e Eva e sua
expulsão do Paraíso.
A lenda do Paraíso
perdido funda-se, em
verdade, no
banimento daquela
legião de Espíritos
do planeta capelino,
que, se comparado
com a Terra, podia
considerar-se
efetivamente um
paraíso.
9. Emmanuel, em seu
livro A Caminho
da Luz, nos dá
informações valiosas
a respeito da
chamada raça
adâmica, assunto que
foi tratado
igualmente por
Kardec em A
Gênese. Nesta
obra, o Codificador,
depois de aludir à
questão das
emigrações e
imigrações coletivas
de Espíritos de um
mundo para outro,
faz clara referência
à raça adâmica no
cap. XI, item 38:
“De acordo com o
ensino dos
Espíritos, foi uma
dessas grandes
imigrações, ou se
quiserem, uma dessas
Colônias de
Espíritos, vinda
de outra esfera, que
deu origem à raça
simbolizada na
pessoa de Adão e,
por essa razão
mesma, chamada
raça adâmica.
Quando ela aqui
chegou, a Terra já
estava povoada desde
tempos imemoriais,
como a América,
quando aí chegaram
os europeus”.
Adão e Eva viveram
na Terra no período
neolítico
10. Mais adiantada
do que as que a
tinham precedido
neste planeta, a
raça adâmica foi,
com efeito, a mais
inteligente e a que
impeliu ao progresso
todas as outras. O
Gênesis no-la
mostra, desde os
seus primórdios,
industriosa, apta às
artes e às ciências,
o que mostra que ela
não passou na Terra
pela infância
espiritual,
diferentemente do
que ocorreu com os
demais povos que
habitavam, então, o
planeta.
11. Tudo leva a crer
que a chamada raça
adâmica não é antiga
na Terra e nada se
opõe a que seja
considerada como
habitando este globo
desde apenas alguns
milhares de anos, o
que não estaria em
contradição
com os fatos
geológicos, nem com
as observações
antropológicas,
antes tenderia a
confirmá-las. Caim e
Abel tinham
habilidades
desconhecidas dos
homens primitivos,
como o uso da terra
para plantio e o
pastoreio. Caim
conhecia também a
arte da construção
de casas e cidades,
uma conquista do
período neolítico,
porque antes dele os
homens da Terra
viviam em cavernas.
12. Chama-se período
neolítico ao período
da época holocena em
que os vestígios
culturais do homem
pré-histórico se
caracterizavam pela
presença de
artefatos de pedra
polida (ainda não
era utilizado o
bronze) e pelo
aparecimento da
agricultura. A época
holocena, iniciada
há cerca de 12.000
anos, é aquela em
que as geleiras se
restringiram às
regiões polares e
ocorreram o
desenvolvimento e a
expansão da
civilização humana.
13. O Espiritismo
nos ensina que a
espécie humana não
começou por um único
homem e que aquele a
quem chamamos Adão
não foi o primeiro
nem o único a povoar
a Terra. Kardec
indagou aos
Espíritos
Superiores: “Em que
época viveu Adão?”
Eles responderam:
“Mais ou menos na
que lhe assinais:
cerca de 4.000 anos
antes do Cristo”
(L.E., item 51). De
fato, a narrativa
contida no cap. 4 do
Gênesis
nos leva ao mesmo
entendimento, porque
somente no período
neolítico – entre os
anos 5.000 a.C. e
2.500 a.C. – é que
surgiu na Terra o
pastoreio, seguido
do cultivo da terra,
e o homem passou de
caçador a pastor.
Ora, Caim cultivava
o solo e seu irmão
Abel era pastor, o
que prova que a data
indicada pelos
Espíritos a respeito
da época em que
viveu Adão é
perfeitamente
compatível com os
registros
históricos. Como o
povoamento da Terra
se iniciou em épocas
bem mais recuadas, é
evidente que não
descendemos dos pais
de Abel e Caim, mas
de outros ancestrais
que teriam vivido
muito antes.
(1)
Diversos autores,
seguindo critérios
distintos de
classificação,
propuseram
diferentes
classificações da
humanidade em termos
raciais. A mais
básica e difundida é
a das três grandes
subdivisões:
caucasóide (raça
"branca"), negróide
(raça "negra") e
mongolóide (raça
"amarela"). Como
conceito
antropológico, essa
classificação sofreu
numerosas e fortes
críticas, pois a
diversidade genética
da humanidade parece
apresentar-se num
contínuo, e não com
uma distribuição em
grupos isoláveis, e
as explicações que
recorrem à noção de
raça não respondem
satisfatoriamente às
questões colocadas
pelas variações
culturais. É, pois,
somente pela falta
de um termo mais
adequado que
utilizamos no texto
acima o vocábulo
“raça”, certo de que
existe uma única
raça no mundo em que
vivemos: a raça
humana.
Respostas às
questões propostas
1. Existem no
Universo muitos
planetas habitados
como a Terra?
R.: Sim. Segundo o
Espiritismo, existem
muitos outros mundos
que abrigam
humanidades
semelhantes à nossa,
não sendo o homem
terreno o único ser
corpóreo dotado de
inteligência,
racionalidade e
senso moral no
Universo imenso.
2. As emigrações e
imigrações de
Espíritos podem
ocorrer em que
situações?
R.: Há Espíritos que
emigram por força do
progresso realizado,
que os habilita a
ingressar em um
mundo mais
adiantado, o que é
um prêmio para eles;
outros, ao
contrário, são
banidos do mundo a
que pertencem, por
não haverem
acompanhado o
progresso moral
atingido pela
humanidade desse
mundo. O exílio que
lhes é imposto
constitui, então, um
verdadeiro castigo,
que a lei de justiça
impõe aos
recalcitrantes no
mal, escravizados ao
orgulho e ao
egoísmo.
3. Os ascendentes da
etnia branca
existente na Terra
vieram de onde?
R.: Ela foi
constituída,
inicialmente, de
Espíritos emigrados
de um planeta
pertencente ao
sistema de Capela,
uma estrela milhares
de vezes maior que o
Sol.
4. Que significa a
expressão raça adâmica?
R.: De acordo com o
ensino dos
Espíritos, foi uma
dessas grandes
imigrações de
Espíritos, vindos de
outra esfera, que
deu origem à raça
simbolizada na
pessoa de Adão e,
por essa razão
mesma, chamada
raça adâmica.
Quando ela aqui
chegou, a Terra já
estava povoada desde
tempos imemoriais,
como a América,
quando aí chegaram
os europeus. Mais
adiantada do que os
povos que a tinham
precedido neste
planeta, a raça
adâmica foi, com
efeito, a mais
inteligente e a que
impeliu ao progresso
todas as outras. O
Gênesis no-la
mostra, desde os
seus primórdios,
industriosa, apta às
artes e às ciências,
o que mostra que ela
não passou na Terra
pela infância
espiritual,
diferentemente do
que ocorreu com os
demais povos que
habitavam, então, o
planeta.
5. Em que época,
segundo o Gênesis e
o Espiritismo, viveu
Adão?
R.: Segundo os
ensinos espíritas,
Adão viveu cerca de
4.000 anos antes do
Cristo, um dado que
é compatível com a
narrativa contida no
cap. 4 do
Gênesis,
porque somente no
período neolítico –
entre os anos 5.000
a.C. e 2.500 a.C. –
é que surgiu na
Terra o pastoreio,
seguido do cultivo
da terra, e o homem
passou de caçador a
pastor. Ora,
conforme o relato
bíblico, Caim
cultivava o solo e
seu irmão Abel era
pastor, o que prova
que a data indicada
pelos Espíritos a
respeito da época em
que viveu Adão está
de acordo com os
registros
históricos.
Bibliografia:
O
Livro dos Espíritos,
de
Allan Kardec, itens
50 e 53.
A
Gênese,
de
Allan Kardec, itens
37, 38, 39 e 56.