Marcus Alberto
De Mario:
“É preciso
estudar mais
Kardec e erigir
a educação como
prioridade”
Nascido em São
Paulo e radicado
no Rio de
Janeiro há 30
anos, o educador
Marcus Alberto
De Mario,
escritor e
palestrante –
inclusive na
área
profissional de
educação –,
atua, em nosso
meio, no Centro
Espírita
Humildade e
Amor, situado no
Rio de Janeiro.
Nesta
entrevista, ele
fala sobre seus
livros, sua
atuação na área
da educação e
como vê o
movimento
espírita
brasileiro.
Segundo nosso
entrevistado,
falta-nos
“estudar
mais
Kardec,
democratizar
a |
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gestão do Centro
Espírita,
humanizar as
relações e
erigir a
educação como
prioridade”. |
O Consolador:
Quantos livros
você já
escreveu?
Tenho dois
livros
publicados:
"Visão Espírita
da Educação"
(Editora O
Clarim) e
"Espiritismo e
Cultura"
(Editora Mauad).
Tenho outros
livros prontos e
que circularam
na forma
apostilada. Para
2008 deverão
alguns deles ser
publicados e
distribuídos por
uma editora. São
livros nas áreas
da educação,
auto-ajuda e
romance.
O Consolador: De
onde vem seu
interesse pela
temática da
educação?
A melhor
resposta que
posso dar é que
está na minha
alma. Sempre fui
autodidata,
cheguei a
possuir uma
biblioteca com
aproximadamente
3 mil livros,
lendo de tudo e
com grande
tendência para a
educação. É
vocação. Fiz a
Faculdade de
Pedagogia, mas
não cheguei a me
diplomar, pois
entrei em choque
com as idéias
materialistas e
as formalidades
acadêmicas
quando estava no
final do curso.
Muitos
professores
diziam que eu
não tinha nada a
aprender ali, e
sim que devia
ensinar, mas
estou sempre
pronto para
aprender. Os
estudos de
Kardec sobre a
educação moral
sempre me
motivaram a
trabalhar nessa
área.
O Consolador:
Nos cursos e
seminários que
realiza, no
movimento
espírita e fora
dele, em
ambientes
educativos, como
utiliza o
conhecimento
espírita em
termos de
didática para os
participantes?
Fora do ambiente
espírita utilizo
a visão integral
e profunda que a
doutrina me
oferta sobre a
vida e o homem.
Não preciso
citar conceitos
ou palavras
espíritas de
forma direta,
tudo está
implícito na
abordagem que
faço, que é
sempre
espiritualista e
espiritualizante.
Naturalmente que
no ambiente
espírita tenho
liberdade para
desdobrar o
amplo
conhecimento que
o Espiritismo
nos dá.
O Consolador:
Descreva sua
experiência na
área
profissional
como gestor,
palestrante e
educador.
O que posso
dizer? São mais
de trinta anos
na estrada,
aprendendo,
trocando
experiências,
ressignificando
valores. Nunca
me coloco na
posição de
alguém que vai
ensinar ou
comandar, mas
sim na posição
de cooperador,
de alguém que
faz pensar e que
trabalha para
unir os esforços
em metas e
ideais comuns,
sempre visando o
bem coletivo.
O Consolador:
Como é feita a
ligação entre o
pensamento
espírita e os
alicerces da
educação, dentro
e fora do
movimento
espírita?
Pergunta
profunda.
Encontramos
entre pensadores
e pedagogos
muitos conceitos
e pesquisas que
se alinham ou se
aproximam dos
princípios
espíritas. Essa
é a ponte. E
trabalhar
valores,
sentimentos e
formação moral é
terreno comum,
com a diferença
que a base do
pensamento
espírita amplia
muito a
abordagem, que
fica mais
profunda. Nas
escolas e
secretarias de
educação
apresento um
projeto de
educação moral
do ser numa
perspectiva
holística desse
ser e da vida.
Isso tem sido
muito bem
aceito.
O Consolador: Em
suas viagens
doutrinárias
espíritas, como
tem sentido o
movimento
espírita?
Com visão muito
positiva. Tenho
aprendido muito,
presenciado
ações
maravilhosas.
Mas nem tudo são
flores, existem
os espinhos.
Devemos
trabalhar para
conhecer cada
vez mais a obra
de Allan Kardec
e tê-la como
orientadora do
Centro Espírita,
assim como
devemos fazer
esforços em
vivenciar os
ensinos e
exemplos de
Jesus. Nas
últimas décadas
o movimento
espírita cresceu
em quantidade e
qualidade.
O Consolador: Na
sua opinião, o
que está
faltando para
melhor
estruturar
nossas
instituições,
tanto a nível
educativo como a
nível de
movimento
espírita?
Estudar mais
Kardec,
democratizar a
gestão do Centro
Espírita,
humanizar as
relações e
erigir a
educação como
prioridade.
O Consolador:
Por que há tanto
desinteresse na
educação
integral do
Espírito, mesmo
considerando o
movimento
espírita?
Porque não demos
ainda a devida
importância à
educação do
Espírito, que é
a educação moral
proposta por
Kardec e pelos
Espíritos
Superiores.
Quando
trabalharmos a
formação do
caráter do ser,
atingiremos as
causa dos
desvios humanos,
e todos os
males, com o
tempo, serão
história do
passado.
O Consolador:
Quais as maiores
dificuldades, a
seu ver, que o
movimento
espírita tem a
vencer para
cumprir seus
altos e nobres
objetivos?
Os espíritas
precisamos
compreender que
sem tolerância,
fraternidade e
solidariedade
fica difícil
cumprir o ideal
de unificação,
que pressupõe
primeiro a
união.
O Consolador:
Como palestrante
nas empresas e
em cursos na
área da
educação, qual
característica
mais marcante
você destaca nos
participantes?
Destaco a
procura por
alguma coisa a
mais na vida,
aquele algo que
dê significado
ao que se faz.
Mas isso não é
geral. Grande
maioria de
gestores
e funcionários de
empresas, assim
como os
professores, vive
apenas o
dia-a-dia,
indiferente ao
resto. Aliás,
indiferença e
egoísmo estão de
mãos
entrelaçadas, e
devemos manter
nossa fé
inabalável no
trabalho da
educação moral,
da humanização
das relações e
do resgate dos
reais valores
humanos – morais
e espirituais -
para mudar esse
quadro, mesmo
que leve tempo.
Eu acredito
firmemente que
estamos
plantando
sementes que
germinarão com a
proteção de
Deus, porque o
bem e o amor são
mais fortes do
que o egoísmo e
a indiferença.
Observação:
Marcus Alberto
De Mario mantém
o site
http://www.educacaomoral.org.br/.
Os que desejarem
comunicar-se com
ele podem
fazê-lo por meio
do correio
eletrônico
marcusdemario@gmail.com
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