Errante é o Espírito
que precisa encarnar
para evoluir
1. Separado do corpo
físico, em
decorrência da
desencarnação, o
Espírito volta, na
maioria das vezes, a
reencarnar depois de
intervalos mais ou
menos longos,
intervalos esses que
podem durar desde
algumas horas até
vários séculos, não
existindo, nesse
sentido, limite
determinado. O
Espiritismo ensina,
contudo, que esses
intervalos podem
prolongar-se por
muito tempo, mas
jamais serão
perpétuos.
2. Enquanto aguarda
nova encarnação, o
desencarnado fica no
estado de Espírito
errante, estado em
que espera novas
oportunidades e
aspira a um novo
destino. O fato de
estar desencarnado
não o coloca, porém,
na condição de
Espírito errante.
Errante só o é
aquele que necessita
de nova encarnação
para progredir. O
Espírito que não
mais precisa
encarnar para
evoluir já se
encontra no estado
de Espírito puro.
Assim, quanto ao
estado em que se
encontrem, os
Espíritos podem ser:
1 – Encarnados,
os que estão ligados
a um corpo físico; 2
– Errantes,
os que aguardam nova
encarnação; 3 –
Puros, os que,
desligados da
matéria, já chegaram
à perfeição e por
isso não necessitam
de nova encarnação.
3. Convém destacar
que o estado de
erraticidade não
constitui, por si
só, sinal de
inferioridade dos
Espíritos, uma vez
que há Espíritos
errantes de todos os
graus. A
reencarnação é, com
efeito, um estado
transitório, já que
o estado normal é
quando o Espírito,
liberto da matéria,
vive plenamente a
vida espiritual.
4. No estado de
erraticidade, os
Espíritos não ficam
inertes: estudam,
observam, buscam
informações que lhes
enriqueçam o
conhecimento das
coisas, procurando o
melhor meio de se
elevarem. O ensino
espírita sobre a
vida de além-túmulo
mostra que no espaço
não há lugar algum
destinado à
contemplação
estéril, à beatitude
ociosa. Todas as
regiões do espaço
estão povoadas por
Espíritos
laboriosos.
Os Espíritos são os
construtores do seu
futuro
5. Na condição de
errante, o Espírito
pode, portanto,
melhorar muito,
conquistando novos
conhecimentos,
dependendo
naturalmente de sua
maior ou menor
vontade. Entretanto,
será na condição de
Espírito encarnado
que terá
oportunidade de
colocar em prática
as idéias que
adquiriu e realizar,
efetivamente, o
progresso que está
buscando.
6. Gabriel Delanne
afirma que os
Espíritos são os
próprios
construtores do seu
futuro, conforme o
ensino do Cristo: “A
cada um segundo suas
obras”. Todo
Espírito que ficar
demorado em seu
progresso somente de
si mesmo pode
queixar-se, do mesmo
modo que aquele que
se adiantar tem todo
o mérito do seu
procedimento. A
felicidade que ele
conquistou tem, por
isso mesmo, mais
valor aos seus
olhos.
7. A vida normal do
Espírito efetua-se
no espaço, mas a
encarnação opera-se
num dos globos que
povoam o Universo
infinito. Ela é
necessária ao seu
duplo progresso,
moral e intelectual.
Ao progresso
intelectual, por
causa da atividade
que ele é obrigado a
desenvolver no
trabalho. Ao
progresso moral, por
causa da necessidade
que os homens têm
uns dos outros. A
vida social – lembra
Delanne – é a pedra
de toque das boas e
das más qualidades.
8. Uma questão
intrigante, cuja
explicação devemos à
Doutrina Espírita,
diz respeito à
situação da criança
na vida post
mortem.
A morte de uma
criança pode ser uma
prova para os pais
9. Ensina o
Espiritismo que, tal
qual acontece com o
Espírito de uma
pessoa adulta, o
Espírito de uma
criança morta em
tenra idade volta ao
mundo dos Espíritos
e assume sua
condição precedente.
Aliás, o Espírito de
uma criança pode ser
mais adiantado e bem
mais experiente que
o de um adulto,
porquanto pode haver
progredido em
encarnações
passadas.
10. A curta duração
da vida da criança
pode representar,
para o Espírito que
a animava, o
complemento de uma
existência
precedentemente
interrompida antes
da hora, e sua morte
constitui, não raro,
prova ou expiação
para os pais.
11. O Espírito cuja
existência se
interrompeu no
período da infância
recomeçará uma nova
existência, que
ocorrerá na época
que for julgada mais
conveniente ao seu
progresso. Se não
tivesse ele
oportunidade de
reencarnar, ficaria
estagnado, à margem
do processo
evolutivo, fato que
não corresponderia à
justiça de Deus. Com
a possibilidade de
nova encarnação, a
possibilidade de
progresso é real e
igual para todos.
12. Com a
experiência vivida
pelo Espírito da
criança morta em
tenra idade, seus
pais são também
provados em sua
compreensão acerca
da vida ou, então,
resgatam débitos
contraídos no
passado.
Respostas às
questões propostas
1. Que é
erraticidade?
R.: A erraticidade é
o estado em que
ficam os Espíritos
enquanto aguardam
uma nova encarnação.
2. Podemos dizer que
todo Espírito
desencarnado é um
Espírito errante?
R.: Não. Errante só
o é aquele que,
estando
desencarnado,
necessita de nova
encarnação para
progredir. Os
Espíritos puros não
mais precisam
encarnar para
evoluir e, por isso,
não se aplica a eles
a expressão Espírito
errante.
3. No estado de
erraticidade, os
Espíritos fazem
alguma coisa?
R.: Sim. No estado
de erraticidade os
Espíritos estudam,
observam e buscam
informações que lhes
enriqueçam o
conhecimento das
coisas, procurando o
melhor meio de se
elevarem. O ensino
espírita sobre a
vida de além-túmulo
mostra que no espaço
não há lugar algum
destinado à
contemplação
estéril, à beatitude
ociosa. Todas as
regiões do espaço
estão povoadas por
Espíritos
laboriosos.
4. A
encarnação é
necessária ao
Espírito errante?
R.: A vida normal do
Espírito efetua-se
no espaço, mas a
encarnação é
necessária ao seu
duplo progresso,
moral e intelectual.
Ao progresso
intelectual, por
causa da atividade
que ele é obrigado a
desenvolver no
trabalho. Ao
progresso moral, por
causa da necessidade
que os homens têm de
conviver uns com os
outros.
5. Como entender a
morte de uma criança
em tenra idade?
R.: A curta duração
da vida da criança
pode representar,
para o Espírito que
a animava, o
complemento de uma
existência
precedentemente
interrompida antes
da hora, e sua morte
constitui, não raro,
prova ou expiação
para os pais.
Bibliografia:
O
Livro dos Espíritos,
de
Allan Kardec, itens
199, 226, 227 e
230.
O
Fenômeno Espírita,
de Gabriel Delanne.
Depois da Morte,
de
Léon Denis.