comenta na
entrevista que
publicamos a seguir.
O Consolador: O
senhor tem visitado
Portugal?
Estive em Portugal
no mês de setembro
de 2007 por ocasião
do Fórum Espírita da
cidade de Leiria, a
convite da Sra.
Isabel Saraiva, uma
incansável
divulgadora da
Doutrina Espírita em
Portugal.
O Consolador: Como
está o movimento
espírita por lá?
A influência do
catolicismo é
marcante; as pessoas
por lá ainda encapam
os livros espíritas.
Mas, pessoas como
Dona Isabel têm
mudado muito o
panorama tanto em
Portugal quanto na
Europa, onde o
movimento espírita
praticamente não
existe. A Doutrina a
cada dia fica mais
atuante no país. A
influência e a
participação ativa
da FEB, em termos de
intercâmbio; foi
decisiva para manter
o movimento dentro
dos paradigmas
doutrinários. Mesmo
não tendo a mesma
penetração social
que vemos no Brasil,
o movimento espírita
português exporta; é
muito atuante na
formação das
comunidades
espíritas na Europa
e na África.
O Consolador: Como o
senhor se tornou
espírita?
Mesmo sem que
soubesse, espírita
sempre o fui.
Comecei a me
interessar
definitivamente pela
Doutrina quando,
após sofrer um
enfarte aos 33 anos
de idade (esse
assunto vale um bom
bate papo), ganhei
de uma paciente um
livro de André Luiz
psicografado pelo
Chico Xavier,
intitulado “Ação e
Reação”. Eu o li e
reli algumas vezes;
depois procurei
estudar a obra
começando por “Nosso
Lar”. Recebi o
convite de um amigo
para conhecer o
Centro Espírita do
qual fazia parte.
Aceitei, conheci e
fiquei, e logo me
tornei tarefeiro
nessa Casa por 18
anos. A Doutrina foi
um dos muitos
micos que paguei
em se tratando de
criticar o que
desconhecemos. O
outro foi a
Homeopatia, crítico
contumaz, por
necessidade li a
respeito, estudei e
continuo nela até
hoje. Imediatista,
achava os espíritas
pessoas que falavam
muito e pouco
praticavam do que
pregavam em seu
discurso; grave erro
espiritual, o mesmo
que me afastou da
Igreja Católica, meu
forte berço
religioso. Depois de
ler todas as obras
de André Luiz e
Emmanuel, comecei a
me interessar em
estudar as obras
básicas; daí,
apaixonei-me!
O Consolador: Já
ocupou ou ocupa
algum cargo de
dirigente espírita?
Não tenho o perfil
para gerenciar nem
dirigir; e o
programa de vida tem
colaborado desde a
infância para criar
e logo passar
adiante. Nesse caso,
logo que me engajei
na Doutrina fui
obrigado a morar
no interior (6 horas
de viagem – de
segundas a quartas
em São Bernardo do
Campo e de quintas a
domingo em São José
do Rio Preto). Claro
que não poderia
assumir nenhum cargo
de dirigente. Como
coordenador de
tarefa para manter
as pessoas em
atividade, sinto-me
em casa. No momento
presente minha
condição de
dirigente, se é que
a podemos chamar
assim, desenvolve-se
no grupo “Mãos
estendidas”.
O Consolador: Qual a
instituição de que
tem participado e o
que a experiência
agregou para o
senhor?
No Grupo de Estudos
Espíritas Dr.
Eduardo Monteiro de
São Bernardo do
Campo durante quinze
anos participei de
diversas atividades:
aluno, passista,
expositor,
entrevistador,
coordenador do
terceiro ano de
desenvolvimento
mediúnico, trabalho
complementar da
tarefa da equipe
médica espiritual
como médico
homeopata, bem como
assistência às
crianças atendidas
na Creche Irmã Maria
Dolores. Em São José
do Rio Preto
participei da
formação do C.E.
Irmão Gerônimo:
ajudante de cozinha,
expositor, passista,
evangelizador,
atendimento médico.
No C.E. Francisco de
Assis como
expositor. Na creche
OBA, da Basílica
Nossa Senhora
Aparecida, de São
José do Rio Preto,
atendendo às
crianças como médico
homeopata.
Atualmente, no grupo
“Mãos Estendidas” em
São Bernardo do
Campo vivo a
experiência de
dirigente de tarefa
voltada para o
atendimento a
pessoas com
problemas de
ansiedade, estresse,
depressão e pânico.
A diversidade das
tarefas e das várias
Casas Espíritas
proporcionou uma
visão mais
abrangente dos
problemas e das
possíveis soluções
tanto das pessoas
assistidas quanto da
problemática que
envolve os
tarefeiros e
dirigentes dos CE.
Tentamos colocar as
observações em
artigos, palestras e
livros.
O Consolador:
O senhor
desenvolve largo
trabalho na
literatura espírita.
Quantos livros tem
publicado?
Nosso primeiro
livro: “Saúde ou
doença: questão de
escolha” surgiu da
necessidade de
oferecer material
aos pacientes que
buscavam se inteirar
da visão a respeito
de saúde, doença e
cura que lhe
oferecíamos no
consultório. Foi um
trabalho manuscrito
com duração de 4
anos que o
jornalista e
idealista
(praticamente nada
lucrou com ele) Davi
Garret, editor da
Oficina Editorial,
transformou num
livro que editei.
Seus conselhos foram
muito importantes.
Desde essa época
transformei a
escrita em lazer e
houve momentos de
trabalhar em cinco
livros ao mesmo
tempo. Desse surto
psicótico de
escritor
descortinou-se um
projeto: “Educar
para um mundo novo”
transformado em
livro patrocinado
pela INTEL,
publicado pela
Editora Ativa de
SJRP, e que seria o
plano piloto para o
projeto, que por
vários motivos não
se concretizou.
Continuo sempre
escrevendo; surgiu
um convite da EBM de
Santo André e foi
escolhido o tema “A
Reforma íntima
começa no berço”.
Procurado pela
editora Petit
refizemos o “Saúde
ou doença: questão
de escolha” que foi
lançado como “Saúde
ou doença: a escolha
é sua”, em seguida o
livro “Chegando à
Casa Espírita”,
baseado nos quinze
anos de trabalho nas
entrevistas mais a
experiência de
consultório. O
seguinte foi “Quem
ama cuida”, cujo
foco principal é o
uso do ato de nos
alimentarmos como
recurso pedagógico.
“Pequenos descuidos:
grandes problemas” –
explora as bases da
educação
tradicional: medo,
mentira, suborno,
chantagem e seus
devastadores efeitos
na evolução
espiritual e na
formação dos
problemas sociais.
São sete livros
publicados, um no
prelo e vários
outros escritos, dos
quais usamos
pequenas partes para
artigos, e que no
devido tempo poderão
ser editados. Claro
que os editores com
quem trabalhamos e
que se tornaram
nossos amigos
dependem dos
leitores para lançar
no mercado novos
títulos e assuntos.
Se gostou, divulgue.
O Consolador:
Fale-nos um pouco
sobre seu livro
“Quem ama, cuida”.
Estamos destinados á
felicidade e á
perfeição relativas
a cada momento da
nossa evolução. Em
todos e em cada
instante, a vida nos
oferece as lições
necessárias. Dentre
elas está o foco
principal do livro:
o ato de nos
alimentarmos. Desde
o nascimento até o
desencarne comemos
todos os dias e
várias vezes – isso
transforma a dieta
num dos mais
interessantes
recursos pedagógicos
para a evolução de
nosso espírito e
também para o
progresso coletivo.
Á primeira vista
pode parecer um
livro destinado a
quem tem filhos
pequenos; mas na
realidade serve para
a educação
espiritual
permanente de todas
as pessoas de
qualquer idade. Como
educar as crianças
sem educar os
adultos? Educação e
instrução são
complementares,
porém distintas como
dissemos no livro:
Educar para um mundo
novo.
Na próxima
existência seremos
novamente crianças –
nossa bagagem
espiritual não se
perde. Se mais
conscientes hoje,
será mais fácil nos
“defender” melhor
dos vícios dos
adultos na próxima
reencarnação. No
livro selecionamos
alguns aspectos a
respeito do uso da
dieta para
conhecimento de nós
mesmos – respeito ao
corpo físico -
reforma íntima –
cidadania – evolução
espiritual...
Se alguém nos diz:
seus hábitos
alimentares
influenciaram de
forma poderosa suas
dificuldades atuais
na vida afetiva e
profissional –
diremos que essa
pessoa é maluca – no
entanto no livro
mostramos que há
correlação sim. Tudo
que nos parece
isolado está
integrado.
Recomendamos a
leitura a todos que
desejam melhorar o
conhecimento de si
mesmos para executar
uma reforma íntima
de forma simples e
eficiente – além
disso, para quem tem
filhos é a
oportunidade de
rever conceitos e
reciclar paradigmas.
Para os
profissionais da
educação que além de
oferecerem conteúdos
gostam de participar
da educação efetiva
das crianças o livro
pode oferecer idéias
para adaptar
conteúdos em várias
matérias do
currículo. Boa
leitura.
O Consolador: Qual a
influência do
conhecimento
espírita no
desempenho de sua
atividade
profissional como
médico de família?
Impossível separar o
conteúdo da Doutrina
das ocorrências da
vida real. Meu
trabalho tem sido o
de educar para a
saúde. Creio que
doença é pura falta
de educação no seu
verdadeiro
significado e que a
cura definitiva virá
de um longo trabalho
de autoconhecimento
e de transformação
ativa. Dia destes
fui presenteado com
uma frase da Dra.
Shellyana, uma de
nossas mentoras
espirituais: “Saúde
ou doença depende do
grau de
consciência”.
Procuro participar
da vida de meus
pacientes como
observador externo
capaz de aliviar
sofrimentos e
apontar caminhos.
Mas confesso que
tenho errado muito,
mesmo com boas
intenções (tal e
qual fazem os pais
com os filhos):
falei demais,
apontei caminhos que
as pessoas não
estavam preparadas
para seguir nem
desejavam. Conforme
coloquei em artigo
no Blog: não fui o
ECO das
necessidades.
Pode parecer
incrível – mas, para
provar a mim mesmo
(sou racional em
demasia – quase
chato) que os
princípios da
Doutrina, não os
rótulos nem os
paradigmas, são a
realidade, a maior
parte dos meus mais
fiéis pacientes e os
que mais indicam
novos clientes são
evangélicos das mais
diferentes
correntes. Alguns se
tornaram valiosos
tarefeiros no Centro
Espírita.
Vale a pena abrir um
parêntese. Logo que
me converti à
Homeopatia, montei
um esquema de
anamnese (folha onde
se anota a evolução
do paciente – ficha)
em que consta a
pergunta: religião
que professa. À
primeira vista não
entendi muito bem,
mas sei lá por que
não retirei a
pergunta. Hoje,
conhecer o sistema
de crença religiosa
do paciente é um
poderoso recurso
para que se possa
definir a estratégia
de abordagem e a
orientação
necessária, além de
recurso de cura,
pois a obsessão é a
causa de doença mais
atuante do que todos
os outros agentes
juntos.
O Consolador: Já
sentiu a influência
da espiritualidade
ao transmitir o
diagnóstico a um
paciente? Tem algum
caso curioso que
possa compartilhar
com os leitores de
nossa revista?
Sempre. Quando não
vigio e oro o
suficiente, não me
preparo nem valorizo
a intuição os
resultados não são
os mesmos. Que
responsabilidade
assume quem se
coloca na condição
de profissional da
saúde...
Os casos são muitos.
Vou compartilhar com
os leitores um bem
recente. Fui
procurado por uma
senhora que sofre há
dois anos de fortes
vertigens e náuseas
ao acordar (o que a
deixa muito
irritada). Já
percorreu mais de
vinte colegas entre
clínicos, gastros e
otorrinos (citou o
nome de vários
famosos) à procura
de solução. Depois
de todos os tipos
possíveis de exames
com resultados
negativos ou não
conclusivos, foi
encaminhada para um
psiquiatra que
receitou um
medicamento que a
livra dos sintomas
em vinte minutos.
Logo que recebi sua
ficha já senti algo
estranho; quando ela
entrou na sala o
“efeito espelho –
projeção” fez
aflorar minha
impaciência e
intolerância com sua
simples presença. À
medida que contava
sua história essas
sensações foram
sendo ampliadas e
logo o diagnóstico
foi se tornando mais
claro em minha
mente: a doença era
impaciência e
intolerância.
Depois, na seqüência
do processo, segui
os procedimentos
médicos, prescrevi o
tratamento médico e
senti uma forte
necessidade de dar o
diagnóstico preciso,
referendado pelo
filho que a
acompanhava: -
Quando a senhora
tentar ser mais
tolerante e paciente
seus sintomas vão
desaparecer.
Confesso que deveria
ter reservado esse
medicamento: reforma
íntima, para uma
segunda, terceira ou
quarta oportunidade.
Errei de novo? Ainda
não sei.
O que é preciso
dizer aos leitores:
nem sempre e cada
vez menos, teremos
alguém do outro lado
da vida nos falando
ou mostrando o que
fazer; nossa
infância espiritual
está agonizando:
quem tiver olhos de
ver que veja – quem
tiver ouvidos de
ouvir que ouça. Cada
médico tem os
pacientes que
precisa – cada
doente tem o médico
que merece...
O Consolador: O
senhor recebia
pacientes indicados
pelo espírito
Eduardo Monteiro.
Conte-nos como isso
ocorreu?
Dr. Eduardo Monteiro
é um espírito hoje
desencarnado,
tarefeiro da equipe
do venerável Dr.
Bezerra de Menezes –
amigo de muitas Eras
que me ajudou a
encontrar o caminho
que devo trilhar
nesta existência
através da
mediunidade de
amigos encarnados
enviando através
deles pacientes.
O Consolador: Como
médico e espírita,
de que maneira o
senhor enxerga a
questão pertinente à
saúde em nosso país?
A saúde em nosso
país reflete
exatamente nossa
educação em todos os
sentidos – nem boa
nem má; apenas o que
fazemos por merecer.
Quem quiser algo
melhor:
melhore-se...
O Consolador: E a
polêmica questão
envolvendo a
legalização do
aborto, como
situá-la diante da
realidade da saúde
no Brasil?
A prática do aborto
é um crime contra a
evolução. Como todo
crime, tem seus
quesitos de
agravantes e
atenuantes, porém
nunca deixará de ser
um crime perante o
progresso inexorável
do espírito. Nossas
desculpas e
justificativas para
praticá-lo, nunca,
jamais mudarão a
Lei. Gravidez fora
de hora é como
doença: falta de
educação que não
será corrigida com
prisão perpétua nem
pena de morte.
Pessoal, a morte é
uma ilusão!
O Consolador: Suas
palavras finais.
Aos amigos leitores:
na dúvida sobre o
que fazer amem-se
uns aos outros. O
mais eficaz remédio
que encontrei para
minhas doenças:
tarefas e novas
tarefas. Desperdiçar
tempo e
oportunidades é
crime que nos
custará muita
angústia, depressão,
pânico e estresse. |