de seu estudo e
trabalho,
podemos
impulsionar a
nossa evolução.
A importância é
fundamental
porque, mercê
desta abençoada
oportunidade,
não sem grandes
esforços,
procuro vencer
minhas
tendências e
inclinações para
tornar-me uma
pessoa melhor”.
Foi assim, com
muita boa
vontade, em meio
aos inúmeros
compromissos na
presidência da
USI – Unione
Spiritica
Italiana, que
Evi nos concedeu
esta entrevista,
expondo seu
ponto de vista
sobre questões
diversas, que
merecem a
atenção de todos
nós.
O Consolador:
Onde você
nasceu?
Nasci na Itália,
em Lecco, no dia
5/2/1948, mas
com 12 anos,
precisamente em
1960,
mudei-me
com minha
família para o
Brasil, onde
vivi até 1994.
Foi no Brasil
que cresci, me
formei
profissionalmente,
me casei e tive
meus 3 filhos.
O Consolador:
Onde você mora
atualmente?
Atualmente moro
na Itália, na
minha cidade
natal.
O Consolador:
Quando e por que
você voltou a
morar em Lecco?
Em 1995 tive uma
proposta de
trabalho de uma
empresa da
cidade onde
nasci.
Consultando a
família,
decidimos pela
transferência.
No início
pensávamos ficar
de 2 a 3 anos,
mas já faz 13
anos que estamos
aqui.
O Consolador:
Qual é sua
formação
escolar?
Formação
técnica.
Trabalho há 44
anos como
projetista
mecânico de
máquinas e
equipamentos.
O Consolador:
Que cargos você
já exerceu no
Movimento
Espírita?
Nenhum. A
presidência da
USI – Unione
Spiritica
Italiana é meu
primeiro cargo.
O Consolador:
Quando ocorreu
seu primeiro
contato com o
Espiritismo?
Praticamente
quando cheguei
ao Brasil, mas
não me tornei de
imediato um
estudioso da
Doutrina; apenas
esporadicamente
participava de
grupos
familiares,
muito comuns
naquela época,
mas não era uma
dedicação
constante. Ia
quando dava
certo. Depois de
casado, ia mais
freqüentemente,
ouvia palestras
e tomava passes,
mas ainda não
chegara o
momento de me
dedicar ao
estudo. Só muito
mais tarde,
quando tinha já
os filhos
adolescentes
participando do
Departamento de
Infância e
Juventude e
minha esposa
dedicando-se a
estudos
doutrinários e
ao movimento
espirita da
nossa cidade --
Santo André,
região do ABC
paulista --, é
que senti a
necessidade de
aprimorar os
conhecimentos e
estudar as obras
de Kardec.
O Consolador:
Houve algum fato
que tenha
propiciado esse
contacto?
Não. O meu
contato com o
Espiritismo foi
lento e muito
racional.
O Consolador:
Qual foi a
reação de sua
família?
Minha família
ficou muito
feliz e muitas
foram as vezes
que estudamos
juntos,
principalmente
depois que nos
transferimos
para a Itália.
O Consolador:
Dos três
aspectos do
Espiritismo -
ciência,
filosofia,
religião - qual
o que mais o
atrai?
Considero que a
Doutrina
Espírita é
maravilhosa,
justamente pela
capacidade que
tem de
esclarecer esses
três aspectos.
Não saberia,
portanto, dizer
qual dos três
aspectos mais me
atrai.
O Consolador:
Que autores
espíritas mais
lhe agradam?
Eu gosto de
vários autores
espiritas, além
de Kardec: Chico
Xavier,
Herculano Pires,
Yvonne A.
Pereira, Divaldo
Franco etc.
O Consolador:
Que livros
espíritas você
considera
indispensáveis
ao confrade
iniciante?
Os livros de
Kardec, sem
dúvida alguma:
O que è o
Espiritismo,
O Livro dos
Espíritos,
O Evangelho
segundo o
Espiritismo,
que são as
fontes
cristalinas.
Logicamente,
temos também
outros livros
muito bons para
indicar. Aliás,
a Itália tem o
privilegio de
ter mais de 80
livros já
traduzidos ao
idioma italiano
pela Casas
Fraternais O
Nazareno.
O Consolador:
Se fosse passar
alguns anos num
lugar remoto,
com acesso
restrito à
atividade
espírita, que
livros
pertinentes à
doutrina você
levaria?
Levaria a
Codificação,
livros de Chico
Xavier,
Herculano Pires
e Léon Denis,
Yvonne do Amaral
Pereira, Divaldo
Franco...
O Consolador:
As divergências
doutrinárias em
nosso meio
reduzem-se a
poucos assuntos.
Um deles diz
respeito ao
chamado
Espiritismo
laico. Para você
o Espiritismo é
uma religião?
O próprio Allan
Kardec definiu
isso muito bem,
esclarecendo que
o Espiritismo
não è uma
religião formal
com a
organização e a
estrutura de
religiões
existentes,
porém tem seu
aspecto
religioso, ao
tratar de temas
que a filosofia
e a ciência não
tratam. O código
moral espírita è
o Evangelho de
Jesus, e a
prática da
Doutrina
Espírita dá
ênfase ao
aspecto
religioso,
justamente pela
necessidade de
mudanças no
comportamento
ético-moral do
homem. O
discernimento
moral do
espírita
significa que
ele deve
orientar seu
comportamento
pelos
ensinamentos de
Jesus: Amar a
Deus sobre todas
as coisas,
aprender a amar
seus semelhantes
como a si mesmo,
superar o
egoísmo, suas
vaidades e seu
orgulho. Precisa
aprender a
perdoar sempre,
a ser indulgente
com o
procedimento
alheio e
benevolente para
com todos. Esses
ensinamentos de
Jesus são de
difícil prática,
mas o único
caminho para a
perfeição.
O Consolador:
Outro assunto
em que a prática
espírita às
vezes apresenta
divergências
relaciona-se com
os chamados
passes
padronizados,
propostos na
obra de Edgard
Armond. Embora
saibamos que o
procedimento
mais comum seja
a imposição de
mãos tal como
recomenda José
Herculano Pires,
qual a sua
opinião sobre o
assunto?
Vemos o passe
como uma prática
inspirada pelas
passagens do
Evangelho de
Jesus, quando em
diversas
oportunidades
ele, através da
imposição das
mãos, doava o
seu amor e
curava. Pensamos
que a técnica
deve ser a mais
simples
possível, com a
finalidade de se
manter a
simplicidade de
Jesus em nossos
Centros.
O Consolador:
Como vê a
discussão em
torno do aborto?
No seu modo de
ver as coisas,
os espíritas
deveriam ser
mais ousados na
defesa da vida,
como tem feito a
Igreja? Como
este assunto é
tratado na
Itália?
Precisamos sim.
Nós espíritas
deveríamos ser
mais audaciosos
no combate à
prática do
aborto. Ainda há
grande
desconhecimento
a respeito das
implicações que
envolvem o
aborto, já que
muitos rejeitam
ou ignoram as
realidades da
reencarnação.
Particularmente,
considero que,
se algo falta
neste sentido, é
o empenho
pessoal de cada
um de nós
espíritas em
expor suas
convicções nos
momentos
oportunos,
logicamente
sempre baseadas
em Kardec, sem,
no entanto,
querer impô-las
a ninguém.
O
Consolador:
A
eutanásia é uma
prática que não
tem o apoio da
doutrina
espírita. Kardec
e outros
autores, como
Joanna de
Ângelis, já se
posicionaram
sobre esse tema.
Ultimamente
surgiu, no
entanto, a idéia
da ortotanásia,
defendida até
por médicos
espíritas. Qual
a sua opinião?
Nem eutanásia,
nem
ortotanásia. Ambos
constituem
sempre uma
transgressão à
Lei de Deus.
O Consolador:
Você tem contato
com o movimento
espírita
brasileiro?
Sim, nós temos
contato com o
movimento
espírita
brasileiro, e
temos que
reconhecer
que o movimento
alargou suas
fronteiras dando
apoio aos
movimentos
internacionais,
com a criação do
CEI – Conselho
Espirita
Internacional, o
que permite
colaborar com
diversos paises
europeus na
divulgação do
movimento
espirita,
consciente de
que cada país
tem suas
próprias leis e
que elas devem
ser respeitadas.
O Consolador:
Na Itália como
vai o Movimento
Espirita? Você
acredita que a
Doutrina
Espírita vem
sendo aí bem
difundida?
Apesar de a
Itália ter sido
rica em médiuns
e afortunada em
homens de
ciência que
acompanhavam e
estudavam os
fenômenos, tais
como Ermacora,
Schiaparelli,
Lombroso,
Ernesto Bozzano,
Morselli, Chiaia
e médiuns como
Politi, Lucia
Sordi, Linda
Gazzera e a
conhecida
Eusebia
Paladino, o
Espiritismo
neste país não
se desenvolveu.
Nos últimos
anos, porém,
algo está se
movimentando
favoravelmente e
hoje a Itália
conta com
diversos grupos
espíritas,
alguns fundados
há mais de 10
anos, como o
CISSAK - Centro
Italiano di
Studi Spiritici
Allan Kardec da
cidade de Aosta,
o Sentieri dello
Spirito de
Milão, outros
já na casa dos
10 anos como o
GRAK – Grupo di
Roma Allan
Kardec e o Grupo
Fraterno fundado
em Pescate em
1998, em nossa
residência, hoje
denominado GLAK
– Gruppo di
Lecco Allan
Kardec, e outros
mais. Acredito
que a partir do
momento em que
os principais
grupos espíritas
conhecidos na
Itália fundaram
a USI – Unione
Spiritica
Italiana, a
Doutrina
espirita possa
ser difundida
melhor. Nesse
sentido a USI
tem recebido de
várias cidades
italianas
pedidos de
esclarecimento,
bem como de
livros
específicos e de
apoio para a
criação de
pequenos
grupos.
O Consolador:
Como surgiu a
necessidade de
formação da USI?
Com o aumento do
número de grupos
espíritas,
preparou-se o
caminho para
“União”. Em 2005
durante o
Primeiro
Encontro
Italiano de
Espiritismo,
organizado pelo
GLAK com o apoio
do CEI (Conselho
Espirita
Internacional) -
Departamento
Europa, foi
formada uma
Comissão para a
elaboração do
estatuto do
futuro órgão, a
USI - Unione
Spiritica
Italiana, que
viu os frutos do
empenho e
trabalho
concretizados
com a fundação,
em 12 de abril
de 2008, unindo
assim os grupos
espíritas a luz
dos ensinos de
Jesus e Kardec.
O Consolador:
Como é a
aceitação dos
italianos com
relação à
Doutrina?
A Doutrina
Espírita é ainda
pouco conhecida
na
Itália, pois a
palavra
Espiritismo
ainda está
diretamente
ligada à leitura
das mãos,
cristais,
conchas, etc. Os
italianos por
enquanto não
estão muito
interessados nos
conhecimentos e
no estudo do
Espiritismo.
Eles procuram
antes de mais
nada as
manifestações
mediúnicas, nas
quais esperam
poder falar
diretamente com
os espíritos e
receberem
respostas para
os próprios
problemas. Com
muito trabalho
os grupos
espiritas estão
tentando mudar
essa tendência,
e os primeiros
resultados
começam a
aparecer, mas
estamos longe de
atingir o
objetivo.
O Consolador:
Como você vê o
nível da
criminalidade e
da violência que
parece aumentar
no mundo e como
nós, espíritas,
podemos cooperar
para que essa
situação seja
revertida?
Sabendo que a
criminalidade e
a violência
andam juntas com
a cultura e o
bem-estar
social, e o
bem-estar social
é diretamente
ligado ao
trabalho, a
falta deste gera
o aumento da
violência. Nós,
como espíritas,
podemos
contribuir
diretamente na
formação
cultural a
partir do nosso
núcleo familiar
e estendendo,
graças aos
nossos
conhecimentos
doutrinários, ao
povo de forma
geral a
possibilidade de
evoluir
pessoalmente
para tentar
alcançar um
nível social
mais estável.
O Consolador: A
preparação do
advento do mundo
de regeneração
em nosso planeta
já deu, como
sabemos, seus
primeiros
passos. Daqui a
quantos anos
você acredita
que a Terra
deixará de ser
um mundo de
expiação e de
provas, passando
plenamente à
condição de
mundo de
regeneração, em
que, segundo
Santo Agostinho,
a palavra amor
estará escrita
em todas as
frontes e uma
equidade
perfeita
regulará as
relações
sociais?
Gostaria de
poder afirmar
que em bem
poucos anos, mas
ainda a
humanidade passa
por grandes
dificuldades e
calamidades.
Sabemos que uma
plêiade de
Espíritos
luminosos já
estão
reencarnando e
trabalham para
que isto
aconteça, porém
cabe a todos e
principalmente a
nós, como
espiritas,
construir
coletivamente
este mundo de
amor e equidade,
certos de que
tudo chegará a
seu tempo e
hora.
O Consolador: Em
face dos
problemas que a
sociedade
terrena está
enfrentando,
qual deve ser a
prioridade
máxima dos que
dirigem
atualmente o
movimento
espírita no
mundo?
Divulgar a
Doutrina com
base nos
ensinamentos de
Allan Kardec em
todos os países
do mundo. A
prioridade
máxima,
portanto, seria
traduzir para
cada país, no
seu próprio
idioma, o maior
número possível
de boas obras
espíritas. Em
nível nacional,
penso que as
iniciativas
existentes
deveriam
apoiar-se umas
nas outras, para
troca de
experiências e
divulgação
recíproca.