Centro Espírita
quando era
músico de uma
orquestra, na
Bahia, que todos
os finais de
anos tocava lá,
pelas
comemorações
natalinas. Mas a
introdução mesmo
foi em dois
momentos em
Belém do Pará. A
primeira quando
eu era jovem
sargento da
Aeronáutica,
levado por
Agostinho do
Espírito Santo,
que me deu o
primeiro
Evangelho
segundo o
Espiritismo e
depois por
Milton Pinto de
Mendonça, que me
levou a
participar mais
intensamente.
Teve também um
terceiro
momento, diante
do inexplicável
suicídio da
minha esposa,
também em Belém.
O Consolador: Já
ocupou ou ocupa
algum cargo de
direção
espírita?
Já fiz parte da
direção da
Sociedade
Espírita
Emmanuel, em
Belém do Pará.
Mas ao longo
destes anos a
minha atividade,
enquanto
espírita, tem
sido mais
restrita à
divulgação da
Doutrina, já que
esta é a mais
abandonada e
desprezada pelos
espíritas.
O Consolador:
Você faz
palestras além
das fronteiras
de nosso Brasil.
Diga-nos em
quais países já
esteve e como
está o movimento
espírita nesses
países.
Estive somente
nos Estados
Unidos e em
Portugal (não
vou nem dizer
que foi na
Europa, para não
dar impressão de
que estive em
vários países),
por ocasião do
2º Congresso
Espírita
Mundial, no qual
fui um dos
expositores.
Minha maior
afinidade é com
os Estados
Unidos, porque
foi lá que eu
plantei alguma
sementinha,
chamada primeira
Semana Espirita
de Nova York, da
12 a 19 de maio
de 1996, que daí
gerou o
primeiro
Congresso
Espírita dos
Estados Unidos e
alguns eventos.
Já estive lá
várias vezes, na
Flórida, em Nova
York, New
Jersey,
Connecticut etc.
Não tenho
condições de
avaliar como vai
o andamento do
movimento
espírita pelo
exterior, como
melhor lhe
falariam
Divaldo, Raul,
Medrado etc.,
porque minhas
andanças têm
sido poucas. Mas
o que posso lhe
dizer é que o
problema da tal
humildade
dos brasileiros
espíritas que
estão lá, a
herança da
letargia do
movimento
espirita que
levaram do
Brasil, não
deixa a coisa
crescer quanto
deveria. É uma
pena.
O Consolador:
Fale-nos um
pouco sobre o
curso "Medicina
e
Espiritualidade",
apoiado por você
e ministrado
pelo Dr. Sérgio
Felipe, curso
esse que faz
parte da grade
curricular da
USP
(Universidade de
São Paulo).
A estrela aí é o
Serginho Felipe,
que é uma das
mais fantásticas
personalidades
da história do
Espiritismo no
mundo. Eu fui
convidado por
ele e pela
Marcinha para um
lanche na casa
deles, em julho
deste ano,
quando ele me
falou da
novidade, me
mostrou os
documentos da
USP e eu quase
tive um "troço"
de alegria. Foi
aí que eu
coloquei a TV à
disposição dele
pra gente
mostrar ao
mundo. De fato,
são ensinamentos
maravilhosos à
disposição de
quem desejar
visitar o nosso
site,
www.redevisao.net.
Fico encantado
com as
manifestações de
médicos que, por
curiosidade,
assistem aos
programas,
profissionais
esses que antes
diziam sempre
que qualquer
argumentação em
cima de doenças
espirituais era
coisa de
crendices e hoje
estão
impressionados e
entusiasmados
com o que estão
vendo. Esta
arrancada da USP
é apenas a
primeira, porque
não demorará e
várias
Universidades
seguirão esta
mesma orientação
da maior
Universidade do
País.
O Consolador:
Percebe-se em
seus artigos um
entusiasmo muito
grande pela
divulgação do
Espiritismo. De
onde vem essa
intensa vontade
de divulgar a
doutrina
codificada por
Kardec?
Pela revolta com
a indiferença, a
inércia, o
descaso, a
frieza e a
omissão do
próprio
movimento
espírita em
relação à
divulgação da
doutrina, numa
demonstração
absurda de
egoísmo, que é
totalmente
contrário ao que
se prega na
tribuna dos
centros. Quando
se divulga o
Espiritismo na
televisão, no
rádio e nos
meios de
comunicação de
massa, você
presta uma
grande
contribuição à
redução dos
índices de
abortos,
suicídios,
vinganças,
ódios, invejas,
ciúmes, egoísmos
e vários males
praticados pelo
homem,
invariavelmente
por causa da
ignorância da
realidade
espiritual.
Quando você
omite a
divulgação é
como dizer:
"você não está
nem aí para o
sofrimento dos
outros" e que se
danem os nossos
semelhantes. Sei
que o termo
revolta não é
bom, mas o
importante em
nossas ações não
são as palavras,
não são os
termos, são os
sentimentos das
ações.
O Consolador:
Você diz que o
conhecimento
espírita
expandindo-se
nos veículos de
massa colabora
para que se
diminuam os
números de
abortos,
suicídios e
demais deslizes
morais do homem.
Há algum caso
que você pode
relatar aos
leitores de
nossa revista?
Misericórdia! Se
eu tiver que
relacionar isto,
terei que
escrever um
livro de umas
400 páginas.
Desde o primeiro
Espiritismo Via
Satélite, em 3
de março de
1996, que isto
acontece toda
hora. Pra você
ter uma idéia,
só de crianças
que as mães
acharam por bem
registrar com o
nome de Alamar,
porque os
abortos foram
evitados graças
ao programa,
segundo elas, eu
tenho
catalogados 32
casos. Fora
outras que
batizaram com o
nome do Alberto
(o doutor
Alberto
Almeida), que
foi o primeiro a
falar sobre o
aborto em meu
programa, e
outras pessoas
participantes.
Muita gente, mas
muita gente
mesmo, teve
resultados
maravilhosos com
aquele programa.
Amigo, sabe o
que é poder ter
hoje uma relação
de amigos com
que me
correspondo
regularmente, de
mais de 100
padres, mais de
30 bispos
(católicos),
mais de 100
pastores e mais
de 1.200
freiras, tudo
isto por causa
do programa,
todas essas
pessoas,
ex-detratoras do
Espiritismo, que
passaram a ter
novos conceitos
sobre a doutrina
e hoje lêem
livros espíritas
até na própria
missa? Sem
contar a
quantidade
enorme de
suicídios
evitados, um
traficante no
Rio de Janeiro
que desistiu do
tráfico e
construiu um
espaço no morro,
com ar
condicionado e
tudo para as
pessoas
assistirem ao
programa todo
domingo, além de
um pistoleiro do
Sul do Pará que
deixou de matar,
por causa de um
tal de "Edivardo
Franco", que viu
através do
Alamar. Os
relatos são
emocionantes,
você não
imagina!
O Consolador: De
que forma sua
experiência
profissional
como diretor de
televisão
auxilia na
divulgação do
Espiritismo?
Acho que
contribui
demais, porque a
gente fica
conhecendo
melhor como
atuam os meios
de comunicação,
como eles chegam
às casas das
pessoas, como
eles funcionam.
Não vamos muito
longe: agora
lançaram
rapidamente o
programa do
Divaldo na Rede
TV, todo mundo
achando que iria
pegar no Brasil
inteiro,
principalmente
em todas as
capitais e
grandes cidades
onde existem
retransmissoras
da Rede TV. Eu
sabia que a
coisa não seria
bem assim e tive
que agir
imediatamente,
informando o
público sobre a
realidade.
Muitas pessoas
agiram para que
o programa
passasse em
várias cidades,
onde não iriam
passar. Em
outras o
programa não
passou, como não
passará.
O Consolador:
Vivemos um
momento de
grande euforia
acerca de temas
espirituais, com
grande interesse
por parte da
população em
saber mais sobre
o que vai além
da existência
física. Você,
que foi diretor
de televisão e
produziu
programas para o
público espírita
e não espírita,
pode apontar
algum caminho
para que o
Espiritismo
aproveite melhor
o interesse por
essa temática e
possa explorar
mais os canais
de divulgação,
como, por
exemplo, o
rádio, a
televisão e o
cinema?
Posso ir direto
ao assunto? Veja
lá se não vai
criar problema
para a sua
revista. É
preciso que os
espíritas deixem
de ser mais
miseráveis
em relação ao
Espiritismo, se
conscientizem de
que caridade não
é só dar sopa e
roupinha para
pobre, e
percebam quanto
a divulgação da
doutrina é
importante para
um processo de
moralidade e
amor por parte
das pessoas. O
que é preciso
ser repensado,
também, é o
seriíssimo
problema da
humildade mal
interpretada,
que proporciona
um atraso enorme
no desenvolver
do Espiritismo
no mundo.
O Consolador:
Você teve um
programa
espírita na TV
Gazeta de São
Paulo. Fale-nos
um pouco sobre
essa experiência
e os valores que
ela lhe trouxe.
Eu sabia da
grande audiência
que eu tinha no
Espiritismo via
Satélite, mas
restrito às
parabólicas, que
são milhões.
Viajei pelo
Brasil inteiro e
constatei o
carinho de
inúmeros
brasileiros, o
que ocorre até
hoje. Mas não
imaginava como
poderia ser a
receptividade
numa TV aberta,
ainda mais na
maior cidade do
Brasil. A
experiência na
TV Gazeta foi
notável, deu
ponto no Ibope,
logo no primeiro
programa, foi um
ponto apenas,
mas um ponto em
São Paulo não é
qualquer um que
consegue. No
sexto programa
informaram-nos
que estávamos
entre 3,5 e 4
pontos, o que
representava
mais de 400 mil
pessoas
assistindo. Foi
uma experiência
fantástica! Pena
que a ambição
pelo dinheiro,
por parte de
alguns que
estavam comigo,
estragou tudo
aquilo.
Começaram a
aparecer
patrocinadores,
mas exigindo que
eu divulgasse,
com depoimento,
produtos
duvidosos, o que
eu recusei de
fazer, em
respeito ao
público. Mas até
hoje sou
cumprimentado em
tudo quanto é
canto em São
Paulo, no metrô,
shoppings,
supermercados,
na rua, etc.
Valeu muito a
pena.
O Consolador:
Ainda com
relação ao
programa na TV
Gazeta. Quais
resultados ele
apresentou em
termos de
divulgação do
Espiritismo?
Junto ao grande
público foi o
melhor possível;
aliás, grande
parte das
pessoas que
fazem parte da
minha enorme
lista de amigos,
hoje, inclusive
não-espíritas,
veio daquele
momento, mas eu
vou lhe dizer
uma coisa, não
muito agradável,
mas que tem que
ser dita.
Naquele momento
eu estava com
três programas
na televisão,
todos de
abrangência
nacional: o
Espiritismo via
Satélite, o
Ampla Visão da
Gazeta e um
outro que
fazíamos às
quartas-feiras,
às 21 horas.
Nesses momentos
a gente começa a
ser paparicado,
não é verdade?
Convites pra
jantar aqui,
convites para
almoço ali,
muitas visitas
de espíritas,
telefonemas,
livrinhos de
presente e tudo
isto. Entre as
visitas recebi
uma comissão de
3 pessoas de uma
grande
instituição de
São Paulo, com
uma proposta
bastante
“interessante".
Aquela
instituição
dar-me-ia todo o
apoio para eu
montar a nossa
Rede Visão de
TV, 24 horas no
satélite, sob a
condição de eu
não falar nunca
no nome da
outra, com a
qual ela
estabelece uma
concorrência
inexplicável, já
que não consigo
ver concorrência
em Espiritismo.
Foi triste
demais uma
proposta daquela
e eu,
obviamente,
disse não. Mas
em termos de
divulgação do
Espiritismo,
causou um efeito
fantástico,
junto a pastores
protestantes,
por exemplo,
quando mostrei o
notável pastor
Nehemias Marien,
com toda aquela
cultura e moral,
falando do
Espiritismo na
Bíblia. Foi
muito impacto,
junto ao
segmento
católico, quando
mostrei o Bispo
médium Dom
Ismael Nunes,
todo
paramentado,
realizando até
intervenção
cirúrgico-mediúnica
no ar; no campo
da música quando
um fã do John
Lenon, que nunca
gostou do
Espiritismo, viu
o Irineu
Gasparetto
interpretar, ao
que ele disse:
"Não tenho
dúvida, é o
estilo do
John"... enfim,
foram vários os
momentos de
alegria.
O Consolador:
Seus comentários
na Central de
Rádios são
transmitidos
para inúmeras
emissoras AM e
FM. Os assuntos
que você costuma
abordar falam
especificamente
sobre
Espiritismo ou
são temas mais
genéricos?
São 267
emissoras de
rádio AM e FM de
todo o Brasil,
mas não são
comentários
espíritas.
Considerando que
eu formei em
minha agenda um
público enorme,
no universo não
espírita, fui
convidado para
realizar este
trabalho na
condição de
comentarista
normal, sem
qualquer
conotação
religioso/filosófica.
Falo sobre
assuntos do
dia-a-dia. A
direção da
Central de
Rádios, em
Brasília, sob a
argumentação de
que os meus
textos são
escritos em
linguagem fácil,
de forma que
todo mundo
entende
claramente o que
quero dizer,
resolveu fazer
de mim uma
espécie de
Arnaldo Jabor. E
tem dado certo,
ainda bem.
O Consolador:
Suas palavras
finais.
Quero deixar
aqui a sugestão
de que tenhamos
mais vigilância
no movimento
espírita,
sobretudo na
relação para com
os próprios
espíritas. Que
observemos se
estamos
praticando o que
pregamos em
teoria nas
tribunas dos
centros, que
procuremos
conhecer os
confrades
intimamente
antes de
estabelecermos
qualquer tipo de
julgamento, que
procuremos
conhecer
detalhadamente
os projetos de
cada um antes de
tirarmos
conclusão com
base em
achismos,
que afastemos do
movimento
qualquer atitude
movida por
inveja,
despeito, rancor
e sobretudo
análise
precipitada ou
baseada em
disse-me-disse
sobre quem quer
que seja.
Observando estas
coisas,
certamente o
nosso movimento
se entenderá
melhor, as
experiências de
uns ajudarão o
todo, e
conseguiremos
ser úteis a toda
a sociedade.