importante
advertência,
dirigida
principalmente
aos que estão à
frente da
divulgação da
Doutrina
Espírita: é
preciso “tomar
muito cuidado
para não
emitirmos uma
opinião sem
embasamento
doutrinário”.
O Consolador:
Como você
iniciou o
trabalho de
palestrante e
articulista na
imprensa
espírita?
Nenhum trabalho
seja material ou
espiritual
começa sem
alguém que nos
dê a mão. Por
mais que
tenhamos boa
vontade
precisamos que
alguém nos
ajude.
Participei de
algumas casas
espíritas, mas
em “Os Essênios”
encontrei a
oportunidade e o
momento certo de
começar a fazer
estes trabalhos.
Iniciou-se com a
leitura e
comentário do
livro Sinal
Verde, de
André Luiz, e
depois a
palestra
propriamente
dita sobre O
Evangelho
segundo o
Espiritismo.
Com relação aos
artigos, por
sugestão do
amigo Octávio
Caúmo, comecei a
transcrever para
o papel as
palestras.
Encaminhamos
para o jornal
O Clarim,
que gostou e
atualmente vem
publicando
alguns artigos.
O Consolador:
Que critério e
motivações
utiliza na
elaboração de
palestras e
artigos?
As passagens
evangélicas são
as mais ricas
fontes de
recursos. Mas
não podemos
esquecer o que
acontece
atualmente no
mundo. Tentamos
fazer um
paralelo entre o
que está escrito
com a realidade
atual para
encontrarmos
explicação e
consolo diante
dos
acontecimentos.
Procuramos,
sempre que
possível,
vincular o tema
do evangelho que
será objeto de
estudo, na
palestra ou no
artigo, ao Livro
dos Espíritos e,
quando for o
caso, ao Livro
dos Médiuns ou à
Gênese. Isto
serve para
corroborar o que
estamos falando
e de alguma
forma incutir o
desejo de
leitura naqueles
que estão
ouvindo a
palestra ou
lendo o artigo.
A doutrina
espírita é muito
rica para
estudarmos e
algumas vezes o
mesmo assunto
encontra-se em
mais de um livro
das obras
básicas; ao
citá-los,
procuramos fazer
uma única linha
de raciocínio
facilitando o
aprendizado de
todos.
O Consolador: Em
quais periódicos
você tem
publicado seus
trabalhos?
Em O Clarim,
na Revista
Internacional do
Espiritismo e no
Jornal Espírita
da Federação
Espírita
Portuguesa.
O Consolador:
Você tem
recebido retorno
dos leitores dos
artigos
publicados?
Alguns retornos.
Mais elogios que
questionamentos.
Sempre os encaro
como estímulo
para continuar a
fazer o
trabalho.
Respondo a todos
eles.
O Consolador: E
como
palestrante,
como tem sentido
o ambiente das
instituições e
as reações da
platéia e mesmo
a integração
desse público
com as
atividades
espíritas?
Infelizmente a
quantidade dos
que querem
passar para o
lado de cá é
diminuto. A
doutrina
espírita encanta
pela lógica dos
seus
ensinamentos.
Mas ser mais um
no trabalho de
divulgação e
ajuda ao próximo
é mais difícil
de encontrar.
Nós, espíritos
em evolução,
somos muito
refratários.
Gostamos de
adequar a
realidade dos
fatos à nossa
história
particular. A
doutrina
espírita é
única.
Adequarmo-nos a
informações que
provocam
mudanças é
difícil para
todos. A
doutrina
espírita não nos
faz concessões
de acordo com a
ocasião.
Deixa-nos a
escolha, sabendo
que somos
responsáveis por
elas e tudo o
que plantarmos
iremos colher.
As Leis de Deus
estão
insculpidas em
nossa
consciência. À
medida que vamos
evoluindo o véu
torna-se cada
vez mais fino e
compreendemos
melhor o que
devemos fazer.
O Consolador:
Comente sobre
suas atividades
mediúnicas.
Um dos mais
belos trabalhos
que
desenvolvemos
junto aos amigos
espirituais.
Médiuns somos
todos nós,
conforme
explicação do
Livro dos
Médiuns, item
159, mas nos
esquecemos disso
ou pior, quando
trabalhamos com
a mediunidade
ostensiva
achamos que a
aproximação
mediúnica só
ocorre no
horário da
reunião. Não é
dessa forma que
se processa.
Estamos
mergulhados no
mundo
espiritual.
Interagimos e
nos
inter-relacionamos
com aqueles que
estão
desencarnados,
mais do que
pensamos. Afora
isso, nos
trabalhos que
podemos
emprestar um
pouco de nós
para que fale
alguém que
necessita mais,
temos a
oportunidade de
compartilhar um
pouco da vida do
outro. Desde
pequena tinha
uma amiga
“imaginária”
para qual eu
separava
brinquedo e
lugar para
sentar. Fui
crescendo e
comecei a ver os
espíritos, mas
esse fato não
durou muito
tempo. No final
da adolescência
os fenômenos
mediúnicos
tornaram-se mais
fortes, mas
ainda não me
dedicava ao
trabalho de
incorporação.
Alguns anos
depois, na atual
casa onde
freqüento,
começamos a
desenvolver este
trabalho. E com
muita alegria
tenho condições
de me tornar uma
ferramenta para
aqueles que
querem
transmitir o que
pensam e o que
sentem. Através
deste trabalho
tive a
oportunidade de
acelerar meu
processo de
modificação.
Aqueles que
realizam este
trabalho irão
compreender bem
o que vou dizer
agora: por
alguns instantes
vivemos a vida
de outra pessoa,
vendo, sentindo
e principalmente
sofrendo o que o
outro está,
sofrimento esse
conseqüência de
nossa
indisciplina e
fuga às Leis de
Deus. Aprendemos
com isto: a não
fazer, a deixar
de fazer e,
principalmente,
a não julgar
aquele que faz.
Não podemos
afirmar com toda
a convicção que
também não
faríamos se
estivéssemos nas
mesmas
condições. Os
que têm esta
ferramenta de
trabalho, que
não fujam. É o
maior meio de
libertação das
amarras que nos
prendem ao
passado que
tanto encarnados
como
desencarnados
encontramos.
O Consolador: Em
face dos ensinos
espíritas, como
você vê as
questões
polêmicas de
nossa sociedade?
Servem para nos
ajudar a
raciocinar. Isto
também faz parte
do aprendizado.
Mas devemos
tomar muito
cuidado para não
emitirmos uma
opinião sem
embasamento.
Principalmente
os que estão à
frente na
divulgação da
doutrina
espírita. Quando
for propagado o
que eu disser,
não vai ser
Walkiria que
disse, mas a
espírita, ou
pior ainda, a
doutrina
espírita pensa
assim, já que
ela falou...
O Consolador: E
as questões
polêmicas em
discussão no
movimento
espírita?
Existem certos
questionamentos
que servem mais
para tumultuar
do que para nos
aguçar o
pensamento. O
Livro dos
Médiuns,
capítulo II,
falando sobre o
maravilhoso e
sobrenatural, no
seu item 12,
traz: “Em lógica
elementar, para
se discutir uma
coisa, é preciso
conhecê-la,
porque a opinião
de um crítico
não tem valor
senão quando
fale com
perfeito
conhecimento de
causa...” Ainda
somos estudantes
da Doutrina
Espírita. Cada
vez que lemos
novamente uma
das obras
básicas,
detectamos
pontos que não
tínhamos
percebido antes.
O que não pode
existir dúvidas
é com relação à
imortalidade e à
possibilidade de
reencarnarmos. O
resto, com o
tempo, iremos
compreender
melhor. A
própria Ciência
avança nos
facilitando a
compreensão de
alguns desses
fatos.
O Consolador:
Dê-nos uma visão
do movimento
espírita
paraibano.
Como órgão de
divulgação
doutrinária
existe a
Tribuna Espírita,
com cerca de 25
anos de
fundação, e há
diversas
programações de
rádio na capital
e interior, já
bem antigos.
Chegam também
por aqui muitos
jornais e
revistas de
outros locais e
programas de
rádio e TV por
canais de
assinatura,
parabólica ou
internet.
Possuímos em
todo estado
cerca de 122
centros
espíritas, sendo
46 na capital,
João Pessoa, e
23 em Campina
Grande, a
segunda maior
cidade do
estado.
O Consolador:
Para suas
abordagens
verbais ou
textuais, quais
dos aspectos
você prefere: o
científico, o
filosófico ou o
religioso?
O religioso. Se
não entendermos
a base, como
iremos entender
o resto? A
sociedade clama
por ajuda. Temos
que buscar o
consolo e a
explicação do
porquê devemos
ser resignados e
não nos
revoltarmos
diante dos
acontecimentos.
Sermos fiéis aos
ensinamentos do
Cristo Jesus e
principalmente a
honrarmos a
Deus, nosso
Pai.
O Consolador:
Suas palavras
finais.
Agradeço a
oportunidade de
poder mais uma
vez me expressar
sobre a doutrina
e poder contar
um pouco como
foi o meu
começo, não
diferente de
muitas pessoas.
Com as mesmas
dúvidas,
problemas e
dificuldades.
Consideramos que
durante a nossa
encarnação temos
momentos chaves
de escolha. Que
possamos
escolher sempre
o melhor para a
nossa vida
eterna. Mesmo
que meus pés
sangrem, que eu
permaneça fiel a
ti, oh Pai! No
livro
Reflexões
Doutrinárias,
de Antonio
Fernandes
Rodrigues, li
uma história
muito bonita de
Francisco de
Assis em que se
diz que “ele
estava fazendo
seu costumeiro
pedido de
alimentos e
roupas para o
lar de crianças
que dirigia,
quando ao bater
palmas na porta
de uma bela casa
de Assis, saiu
uma pessoa
aborrecida que
lhe disse: Que
queres? Ao ouvir
o motivo da
visita ele
esbofeteou o
bondoso
pacifista e lhe
disse: Aí tens!
Este
tranqüilamente
lhe disse: Para
mim já recebi,
mas será que
você não tem
alguma cousa
para as minhas
crianças?” Que
possamos ser
como o doce
Francisco de
Assis,
continuarmos
firmes em nossas
convicções e com
o firme desejo
de ajudar o
próximo, não
importando que
sejamos
ofendidos. Um
dia o bem
vencerá e a paz
reinará dentro
de cada um de
nós. Muita paz a
todos.