responsável pelo
futuro do
mundo.” “E se
estou viva hoje
e sou uma pessoa
totalmente
diferente de 23
anos atrás, e
sou tão feliz,
devo-o ao
Espiritismo.”
A seguir, os
principais
trechos da
entrevista que
ela nos
concedeu:
O Consolador:
Por que, tendo
nascido no
Brasil, você
acabou
mudando-se para
a Suíça?
Depois que me
casei fui
residir no Rio
de Janeiro. Como
minha família
vivia em
Salvador, eu
quis me mudar
para lá
novamente e meu
marido foi pedir
demissão da
empresa onde
trabalhava, mas
eles não o
quiseram demitir
e ofereceram
para ele um bom
cargo na cidade
do México.
Ficamos no
México durante
quase 2 anos.
Depois nos
ofereceram vir
para a Suíça ou
voltar para o
Brasil. Optamos
pela Suíça, pois
seriam somente
por dois anos.
Mas fomos
ficando e hoje
já estamos aqui
há 16 anos.
O Consolador:
Que cargos ou
funções você já
exerceu no
Movimento
Espirita?
No Brasil fui
apenas
freqüentadora,
mas quando meu
marido foi
transferido do
México para a
Suíça fiz parte
de um grupo que
se formava em
Zurique que deu
origem à AFFA -
Associação
Filosófica
Espírita
Francisco de
Assis, o
primeiro centro
espírita de
Zurique, do qual
fui diretora de
assuntos
filosóficos por
mais ou menos
cinco anos. Com
a chegada de meu
terceiro filho,
ficava difícil
deslocar-me três
vezes por semana
para Zurique.
Então decidimos
fundar, eu e
algumas amigas o
CEEAK (Centro de
Estudos
Espíritas Allan
Kardec) em
Winterthur,
sendo desde
então sua
presidente.
O Consolador:
Além de
presidir o CEEAK,
você desenvolve
outras
atividades?
Sim. Na área
espírita exerço
várias
atividades Sou
presidente de
mais três
associações, a
UCESS – União
dos Centros
Espíritas na
Suíça, que
integra todos os
centros
espíritas do
país e promove
atividades
doutrinárias em
conjunto. Sou
presidente da
EDICEI Suisse,
primeira seção
do CEI -
Conselho
Espírita
Internacional,
que será
responsável por
promover a
tradução,
edição, e
comercialização
de livros
autorizados pelo
CEI. E sou
também
presidente do
LICHTVERLAG, uma
editora
responsável em
editar livros
independentes
dos quais o CEI
e a FEB têm os
direitos
autorais.
O Consolador:
Quando você
teve seu
primeiro contato
com o
Espiritismo?
É uma longa
história... Mas,
isso ocorreu no
Brasil, no final
de 1985, em
Salvador, Bahia.
O Consolador:
Houve algum fato
ou circunstância
especial que
haja propiciado
esse contacto?
Sim, eu entrei
no Espiritismo
pela porta da
dor. Estava em
um estado
lastimável,
causado de
início por
problemas
emocionais e que
depois se tornou
um processo
obsessivo grave,
com alucinações
auditivas e
visuais. Sem
saída, minha mãe
me levou, contra
a minha vontade,
ao Centro
Espírita Caminho
da Redenção,
onde conheci o
médium Divaldo
Pereira Franco e
em menos de 24
horas estava
curada, o que é
raro, mas
aconteceu.
O Consolador:
Dos
três aspectos -
ciência,
filosofia,
religião - qual
o que mais o
atrai no
Espiritismo?
Para mim um
completa o
outro, não posso
entender a
filosofia sem a
ciência e a
religião e não
consigo
compreender a
ciência sem a
filosofia e sem
colocar meu
pensamento nas
leis divinas.
Enfim, todos os
aspectos me são
de igual
importância e do
meu ponto de
vista não
deveriam ser
estudados ou
vividos sem se
integrarem.
O Consolador:
Que
autores
espíritas mais
lhe agradam?
Em primeiro
lugar Kardec;
depois, André
Luiz, Joanna de
Ângelis e
Emmanuel.
O Consolador:
As
divergências
doutrinárias em
nosso meio
reduzem-se a
poucos assuntos.
Um deles diz
respeito ao
chamado
Espiritismo
laico. Para você
o Espiritismo é
uma religião?
A coisa que mais
me faz sofrer
são estas
discussões sem
fim em nosso
meio espírita.
Não levam a
nada, e eu não
sei o que as
pessoas
pretendem com
isso. Querem
descobrir quem
está com a
razão? Estudem
as obras de
Kardec, está
tudo bem
explícito lá.
Estamos carecas
de saber que
Espiritismo é
filosofia, pois
investiga,
argumenta,
analisa,
discute, forma e
reflete as
idéias sobre o
mundo, o homem e
o todo. É uma
ciência também,
mas que não pode
ser
experimentada
como a ciência
acadêmica, pois
labora com
inteligências
que têm
livre-arbítrio e
não permite,
muitas vezes, a
realização de
repetitividade
como acontece em
um laboratório
de química ou
física, onde os
fatos se
comprovam depois
de se repetir a
experiência
inúmeras vezes;
e é, por fim,
religião, mas
não como as
tradicionais,
não temos
sacramentos, nem
ritos,
vestimentas
especiais e
nenhuma
hierarquia
controladora,
mas somos
religiosos por
amor, nos
dedicamos ao
trabalho com
Jesus e buscamos
a Deus através
da prece e do
serviço ao bem
como todos os
religiosos
tentam fazer.
Mas dói ver
discussões sem
fim sobre este
assunto. Basta
refletir de
forma simples e
tudo fica claro.
Outra coisa bem
importante de
saber é que, se
no Brasil o
Espiritismo
encontrou a
terra fértil,
foi devido à
religiosidade
que foi tomando
forma e
cumprindo os
desígnios da
espiritualidade
na consolidação
da obra de fazer
do Brasil um
celeiro que
levaria as
sementes ao
mundo. Enquanto
na Europa tudo
ficou no
racional, o
Brasil foi
preparado para
fechar o
triângulo
filosofia,
ciência e
religião, que
faria com que o
Espiritismo
encontrasse eco
nos corações da
Humanidade. O
que sinto,
vivendo há 16
anos na Europa,
é que os seres
humanos que são
nativos destes
países estão
sedentos de uma
religiosidade
que alimente
suas almas, e o
Espiritismo tem
essa
religiosidade,
pois não se
impõe pela força
ou pelos dogmas,
mas sim por uma
fé que se faz
compreender e
por uma
religiosidade
que atinge os
corações
sedentos de
sentimentos
puros.
O Consolador:
Outro assunto em
que a prática
espírita às
vezes
diverge está
relacionado com
os chamados
passes
padronizados,
propostos na
obra de Edgard
Armond, embora
saibamos que a
prática mais
difundida e
utilizada seja a
imposição de
mãos tal como
recomendada por
José Herculano
Pires. Qual a
sua opinião e
como o passe é
visto pelos
confrades da
Suíça?
Estudo o passe
em todos os
livros que
encontro pela
frente há mais
de 20 anos. Só
concluo que
somos os mesmos
de sempre,
sempre buscando
divergências
baseadas em
nossos conflitos
interiores,
nossos pontos de
vista às vezes
inflexíveis.
Edgard Armond
foi uma espécie
de pioneiro na
publicação de um
livro sobre
passes no meio
espírita. De
início, que me
lembre, tínhamos
poucas
alternativas de
como estudar o
assunto. Acho a
contribuição de
Edgard Armond
boa, bem
intencionada,
mas um pouco
complicada para
algo tão
simples. Depois
foram aparecendo
outros livros e
percebi que
todos os livros
têm pontos em
comum. E sigo a
lição dos
Espíritos que
fizeram a
codificação,
principalmente
em relação ao
evangelho. Eles
tomaram como
base os pontos
convergentes,
onde todos,
independentemente
de religião,
pregam o mesmo.
Para mim quando
estamos todos de
acordo em
determinado
ponto aí existe
a verdade, que
faz calar as
divergências,
pois é clara.
Em relação ao
passe faço
seminários nos
centros, mostro
as técnicas
existentes, e de
forma coerente
aconselho cada
centro a
escolher a
técnica que
quiser, ou achar
mais
conveniente, mas
com bom senso,
com preparo
consciente dos
passistas, sem
sensacionalismos,
pois o ponto
comum é a doação
de amor, de
energia
curadora, que
vai independer,
dentro da casa
espírita, de
técnicas, pois
trabalhamos com
o auxílio dos
Espíritos, que
nos suprem as
deficiências. O
passe mais
fantástico que
já tomei foi com
uma mulher
velhinha e
frágil,
analfabeta, que
não sabia
técnica nenhuma,
mas me olhou com
tanto amor e
passou a mão na
minha cabeça e
depois desceu
pelas costas.
Saí de lá quase
em êxtase. Ela
era passista em
uma casa
espírita de
Salvador. Não
aconselho com
isto que se
toque o
paciente, pois
vejo como
antiético e pode
comprometer a
casa espírita,
apenas o dou
como exemplo que
vivi mais de 22
anos atrás. Ela
não tinha
condição
intelectual de
absorver um
curso de passes,
mas sabia se
comportar e
tinha
autorização da
casa para tocar
os pacientes
devido a não
causar nenhum
tipo de
sentimento menos
digno, nem
constrangimento
nas pessoas, por
se tratar de uma
idosa. Em tudo o
bom senso deve
ser o guia.
Vamos doar amor,
vamos viver com
mais liberdade,
mas não vamos
inventar
procedimentos
complicados para
enfeitar o que
em verdade não
depende
totalmente de
nós. Somos
apenas
instrumentos do
imponderável, e
temos que ter
humildade para
servir.
O Consolador:
Como vê a
discussão em
torno do aborto?
Como este
assunto é
tratado no na
Suíça?
Eu conheço uma
história real
sobre o final
feliz para quem
não aborta. Uma
moça ficou
grávida, o
namorado queria
que ela
abortasse para
que pudessem
começar uma vida
sem tantas
responsabilidades,
mas ela não
cedeu, enfrentou
as dificuldades
sozinha, até que
o namorado
voltou quando a
filhinha iria já
completar 1 ano
de idade, e se
reencontraram,
vindo depois de
alguns meses a
se casar. Numa
viagem que
fizeram foram
assaltados;
cinco homens
armados os
tiraram da
estrada. A moça
era médium,
pessoa em quem
confio, e disse
que foi
envolvida por
uma enorme calma
e saiu do carro
dizendo: Tenham
calma, nós somos
uma família, nós
somos uma
família... E se
voltou para
tirar a filhinha
que dormia no
banco de trás.
Quando o chefe
da gangue viu a
criança dormindo
pediu para parar
o assalto,
gritando: Tem
criança, não
mata, tem
criança! Vamos
embora. Depois
do choque o
marido conseguiu
fazer ligação
direta no carro,
pois as chaves
foram retiradas
pelos bandidos,
e eles foram
procurar um
posto policial.
Quando o carro
começou a andar
entrou um
Espírito amigo e
disse: Pai, a
filha que
quiseste matar
hoje salvou a
tua vida! Se a
moça tivesse
abortado para
ficar com o
namorado para
começar a vida
sem uma criança,
como ele havia
sugerido, aquele
seria o último
dia de vida dos
dois. Outra
coisa é que é
muito difícil um
casal ser feliz
depois de
cometer um
aborto, mesmo
que de comum
acordo. E quando
a mulher se
sente
pressionada a
abortar fica a
desilusão e o
sentimento de
desamparo e
desamor, o
relacionamento
vai amargando,
sendo muito
difícil ser
feliz com esta
situação.
Conheço vários
casamentos
desfeitos depois
de um aborto, e
mesmo casos em
que acabam
adotando uma
criança para
tentar se
redimir do ato,
e nem assim fica
fácil continuar
sem peso na
consciência e
acabam muitas
vezes se
separando. Cada
criatura humana
está inserida em
um contexto
sagrado, e não
sabemos tudo o
que nos liga
neste contexto
redentor.
A história acima
foi apenas um
exemplo, mas
sabemos que
existem outros
milhares de
exemplos de
pessoas,
inclusive
missionários,
que correram o
risco de serem
abortados e
graças a Deus e
a mulheres
corajosas não
foram, vindo a
cumprir suas
missões sobre a
terra, mas
também muitos
outros foram e
tiveram que
adiar suas
tarefas. Quantos
deficientes
emocionais e
mentais
estaremos
gerando por
impedi-los de
nascer,
abortando-os,
gerando medos
cruéis em suas
almas, traumas
de difícil
solução? O
aborto adia a
felicidade, e na
maioria dos
casos (quando o
espírito
reencarnante não
é evoluído)
compramos fardos
pesados que
terão que cedo
ou tarde serem
carregados.
Muitos dos
deficientes de
hoje foram
filhos abortados
no passado, que
trazem em si as
seqüelas da dor.
A Suíça é um
país de muita
liberdade, e
infelizmente se
praticam muitos
abortos nos
consultórios
médicos, do não
tenho
estatísticas. O
fim do aborto
somente virá com
a consciência
familiar e a
educação do
Espírito. Temos
que
espiritualizar a
família, ensinar
a imortalidade
da alma aos
filhos, e a
necessidade de
nascer, sejam
quais forem as
condições.
Melhor dar uma
criança em
adoção que
matá-la.
O Consolador:
A eutanásia é
uma prática que
não tem o apoio
da doutrina
espírita. Kardec
e outros
autores, como
Joanna de
Ângelis, já se
posicionaram
sobre esse tema.
Ultimamente
surgiu a idéia
da ortotanásia,
defendida até
por médicos
espíritas. Qual
a sua opinião?
Sou contra
qualquer forma
de abreviação da
vida. O que os
médicos
conscientes e
espíritas têm
que procurar
fazer é divulgar
e defender a
medicina
paliativa, que
assiste
pacientes
terminais da
melhor forma
possível,
amenizando suas
dores e
aguardando que
se cumpra o
desligamento
natural da alma
do corpo
enfermo. Esta é
uma área
especifica da
medicina, pelo
menos aqui na
Suíça. Mas, para
minha tristeza,
vivo em um país
que aceita a
morte assistida.
Assassinam
pessoas e
argumentam que
as pessoas têm o
direito de
escolher como
desejam morrer.
Um horror! As
pessoas estão
vindo de outras
partes do mundo
para se matarem
aqui. E são duas
associações
autorizadas
pelas leis a
praticar estes
atos de
homicídio
hediondo sob a
permissão da
sociedade. Elas
se chamam EXIT e
DIGNITAS. Oro
sempre para que
um dia a
sociedade suíça
não aceite mais
este absurdo.
Eles matam
pessoas até em
estacionamentos
ou em hotéis! E
o que mais me
impressiona é a
quantidade de
idosos saudáveis
que estão
fazendo isto.
Basta pagar.
O Consolador:
Como
se desenvolve o
Movimento
Espírita na
Suíça?
Temos no
movimento
espírita na
Suíça pessoas
muito valorosas,
cheias de
vontade de
servir. Hoje já
somos 8 centros
congregados em
nossa união e
fazemos cada um
o esforço de
divulgar a
doutrina
espírita, mas
ainda nos falta
literatura,
principalmente
na parte alemã.
Juntos fazemos a
cada dois anos
um encontro
espírita junto
com nossa
tradicional
feira de livros,
que reúne todas
as instituições
do país e atrai
muita gente de
fora também.
Isso tem sido
para nós muito
enriquecedor e
nos mostra que a
qualidade de
nosso trabalho
está melhorando
a cada ano, e
que cada vez
mais comparecem
os suíços. Em
nosso último
encontro a
primeira
palestra foi
proferida em
língua alemã por
um suíço que não
fala uma palavra
de português.
Ficamos todos
muito
emocionados; foi
a realização de
um sonho.
Estamos vivendo
uma fase de
expansão.
Somente este ano
foram
registrados mais
dois centros
novos na UCESS -
União dos
Centros de
Estudos
Espíritas na
Suíça (www.spiritismus.ch),
um em Yverdon e
outro em
Zurique, por
coincidência
todos dois com o
mesmo nome CEEJA
– Centros de
Estudos
Espíritas Joanna
de Angelis. Só
falta a
realização de um
sonho que é a
formação de um
núcleo na parte
italiana, o que
até agora não
conseguimos,
infelizmente. O
que mais falta
dentro de nosso
movimento
espírita aqui na
Europa são
recursos
financeiros. Nós
nos esforçamos e
trabalhamos como
doidos para
pagar o aluguel
de nossos
centros ou às
vezes arcamos
sozinhos com os
gastos (o que
não é o caso de
nosso centro),
mas no final
faltam recursos
para fazer
publicações nas
línguas de
nossos países. A
venda de livros
espíritas ainda
é na sua maioria
em português.
Mas no dia em
que tivermos
mais literatura
em outras
línguas tudo
isso mudará. Por
isto temos nos
empenhado para
que mais
traduções sejam
feitas, e o CEI
é consciente
desta
necessidade, mas
também não
dispõe de
recursos
financeiros para
fazer isto em
uma escala
maior. Tudo tem
que ser aos
poucos devido ao
tamanho do
investimento.
Estamos no
início de uma
longa
caminhada...
O Consolador:
Como é a
aceitação das
pessoas do seu
país com relação
ao Espiritismo?
Não posso falar
em nome dos
outros grupos,
pois não conheço
suas
experiências em
profundidade. Em
relação ao
trabalho que
desenvolvemos no
CEEAK, temos a
alegria de ter
tornado muitos
brasileiros
espíritas aqui
na Suíça, em que
são poucos os
que já eram
espíritas desde
o Brasil. Quanto
aos nativos, os
suíços, temos
tido enormes
progressos,
mesmo com a
literatura
escassa em
língua alemã.
Eles já são um
grupo à parte
dentro de nosso
centro, já
estudam juntos
há mais de 4
anos, orientados
pela nossa irmã
Edith Burkhard,
uma suíça que
viveu dos 5 aos
21 anos de vida
no Brasil e é a
tradutora do
Divaldo Franco
para a língua
alemã. O grupo
de estudos dos
suíços agora já
começou a
desenvolver as
atividades de
palestras e
aplicação de
passes em dia
separado do dos
brasileiros,
para irem se
preparando para
o futuro. Os
suíços estão
prontos para
receber a
mensagem
espírita, pois
60% da população
é
reencarnacionista
e tem a mente
muito aberta
para as coisas
da alma, com
suas exceções, é
claro!
O Consolador:
Como você vê o
nível da
criminalidade e
da violência que
parece aumentar
no Brasil e no
mundo e como
nós, espíritas,
podemos cooperar
para que essa
situação seja
revertida?
A violência é a
ausência de amor
e de justiça,
que tem na
maioria dos
casos suas
raízes na
educação. Às
vezes fico
refletindo sobre
o que vemos hoje
no Brasil e no
Mundo. Reverter
a criminalidade
somente é
possível com
educação e
trabalho digno,
juntando-se a
influência
familiar
positiva,
através dos
exemplos. Vejo a
Suíça e me sinto
um uma ilha de
PAZ, onde há
justiça social e
a criminalidade
é baixíssima.
Por quê? Porque
você pode ser
faxineira e será
bem remunerada e
valorizada. Você
é pintor ou
pedreiro e teve
que estudar para
ser, tem orgulho
de sua profissão
e ganha o
suficiente para
viver, formar
família e não
ter falta de
nada, claro que
de forma
razoável, sem
desperdícios ou
exageros. Vamos
profissionalizar
os jovens,
oferecer escolas
compatíveis com
suas realidades
sociais. Se ele
não pode ser um
aluno brilhante
com notas
ótimas, poderá
aprender uma
profissão que
não exija dele o
que ele não pode
dar, mas que o
realize como
pessoa. Aqui na
Suíça o lixeiro
vem buscar o
lixo com a
cabeça erguida,
ganha muito bem,
e sabe como a
profissão dele é
importante!!
IMPORTANTE!
No Brasil
desvalorizamos
as profissões e
isto gera baixa
estima nas
pessoas e todo
mundo quer ser
doutor ou dono
da própria
empresa e a
frustração
coletiva gera os
jovens
inseguros.
Venho de classe
média no Brasil,
e sei que aí eu
teria um pouco
de
constrangimento
de dizer, por
exemplo, que o
namorado da
minha filha é
encanador, ou
pedreiro, ou
jardineiro, ou
servente de
supermercado.
Aqui isto não
tem nenhuma
conotação
negativa, pois
eles são
profissionais, e
ganham
dignamente. Hoje
todos estes
conceitos se
modificaram
dentro de mim.
Graças a Deus.
O Consolador: A
preparação do
advento do mundo
de regeneração
em nosso planeta
já deu, como
sabemos, seus
primeiros
passos. Daqui a
quantos anos
você acredita
que a Terra
deixará de ser
um mundo de
expiação e de
provas, passando
plenamente à
condição de
mundo de
regeneração, em
que, segundo
Santo Agostinho,
a palavra amor
estará escrita
em todas as
frontes e uma
equidade
perfeita
regulará as
relações
sociais?
Quando o
Espiritismo
completou 150
anos, recebemos
uma mensagem de
um Espírito
nobre que nos
disse que
somente devemos
contar estes 150
anos como apenas
os primeiros 15
minutos do dia
da grande
mudança e que
para que
simbolicamente
se complete um
dia
necessitaremos
ainda de 23h e
45 minutos.
Então nos faltam
1.425 anos!!!
Fiquei em dúvida
se é isso mesmo!
Vamos ver. Se
nós espíritas
continuarmos
discutindo o
sexo dos anjos
pode ser que
tenhamos de
precisar de mais
tempo. Mas se
arregaçarmos
nossas mangas e
trabalharmos
pelo bem,
gerando cidadãos
mais conscientes
de suas
realidades e de
seus potenciais,
pode ser que a
grande mudança
chegue antes. O
futuro, assim
como o tempo, é
relativo ao modo
como o
utilizamos.
O Consolador:
Em face dos
problemas que a
sociedade
terrena está
enfrentando,
qual deve ser a
prioridade
máxima dos que
dirigem
atualmente o
movimento
espírita no
mundo?
Divulgar a
Doutrina
Espírita, sem
dúvida. Mas o
difícil é fazer
isto com boa
qualidade. Temos
que investir
mais no
movimento
espírita fora do
Brasil, e o CEI
vem tentando
começar uma nova
etapa nesta fase
de expansão do
Espiritismo no
Mundo, mas é um
desafio que
precisa também
de recursos
financeiros, e
não dispomos
ainda deles.
Teremos que
gerá-los o mais
rápido possível
com o nosso
próprio
esforço.
O Consolador:
Há alguma
pergunta que não
fizemos e que
você gostaria de
ter respondido?
Se sim, qual é
ela?
Esta entrevista
foi muito bem
estruturada e
não sei o que me
perguntaria, mas
agradeço a
oportunidade de
ter podido
participar
respondendo a
perguntas
inteligentes e
de cunho muito
positivo desta
revista
eletrônica que
já ultrapassou
fronteiras e
começa a ser
lida no mundo
inteiro. Muito
obrigada à
equipe de “O
Consolador”.
Abraço, desde
aqui, a todos os
nossos irmãos do
Brasil, rogando
a Jesus que nos
conduza na
consolidação de
nosso trabalho
nestas terras a
que fomos
convocados a
servir. Orem por
nós.