concedeu a
entrevista
seguinte.
O Consolador:
Como conheceu o
Espiritismo?
Na infância,
através de
primas
espíritas.
O Consolador: Já
ocupou
anteriormente
algum cargo de
dirigente
espírita?
Sim. Já fui
dirigente de
mocidade
espírita, de
Centro e
atualmente sou
presidente da
USE-Intermunicipal
de Bebedouro.
O Consolador: Há
quantos anos
você está à
frente da USE
Bebedouro?
Participo da USE
há
aproximadamente
20 anos
(evangelização,
mocidade e
doutrina), mas
estou na
presidência há 1
ano.
O Consolador:
Sabemos que um
de seus assuntos
prediletos é a
unificação
espírita. Em sua
opinião como
está o movimento
espírita de
unificação?
Tenho visto, com
alguma
preocupação, que
a tão sonhada
unificação entre
as casas
espíritas não é,
ainda, uma
realidade.
Muitos
dirigentes,
principalmente
os que chegaram
à Casa Espírita
na fase adulta e
que participam
de Centros de
maior porte, não
enxergam a
importância do
intercâmbio
entre as casas,
conforme
orientou Kardec.
Sempre procuro
alertar que
"brasa fora da
fogueira apaga
logo", mas ainda
não conseguimos
sensibilizar
muitos.
Preocupa-me
também o fato da
Casa Espírita
ser colocada à
frente da CAUSA
espírita.
O Consolador:
Você citou o
fato de a Casa
Espírita ser
colocada à
frente da Causa
espírita. Em sua
opinião, quais
são as maiores
dificuldades do
movimento
espírita na
atualidade, e
como fazer para
superá-las?
As dificuldades
são inúmeras,
mas daria
destaque para a
diminuição do
número de
crianças e de
jovens nas casas
espíritas. Esta
é uma
bomba-relógio
que trará num
futuro próximo,
se é que já não
está trazendo,
sérios problemas
de reposição dos
trabalhadores
das casas. Além
disso, deixamos
de conscientizar
indivíduos na
idade mais apta
para o
aprendizado e,
assim, deixamos
de formar
cidadãos
espíritas.
O Consolador:
Você é graduado
em História e
pós-graduado em
Psicopedagogia.
O que sua
experiência
profissional
como educador
agrega em suas
atividades de
dirigente
espírita?
A troca entre
minha
experiência
profissional e
doutrinária é
constante desde
muito cedo. O
movimento
espírita foi um
facilitador para
minha
aprendizagem de
falar em
público, já
minha faculdade
e experiência
profissional
ajudam muito nas
exposições
espíritas.
O Consolador:
Tem percebido na
juventude
interesse por
assuntos
concernentes à
espiritualidade
e mais
particularmente
ao Espiritismo?
Infelizmente o
interesse, de
poucos, é por
pura
curiosidade. Não
tenho percebido
interesse de
estudo metódico
e sério sobre
essas questões.
O Consolador:
Sua militância
no Espiritismo
está muito
ligada à
mocidade
espírita. Nota
alguma diferença
entre os jovens
de sua época e
os jovens de
hoje? Se sim,
por favor,
fale-nos sobre
elas.
Sou de uma
geração que se
tornou mais
politizada e,
até mesmo, mais
crítica.
Tínhamos um
movimento, no
estado de São
Paulo, bastante
dinâmico. A
Mocidade
Espírita de
Bebedouro foi
fundada em 20 de
maio de 1931 (é
a mais velha do
Brasil), e nesse
período passou
por inúmeras
fases. Hoje a
MEB é composta
de
aproximadamente
20 jovens
(tínhamos 100),
atua pouco no
movimento de
unificação
(éramos muito
participativos),
estuda pouco
(éramos
obcecados pelo
estudo), não
possui
atividades de
recreação/lazer
(tínhamos grupo
de teatro,
coral, treino de
voleibol e
futsal, festas,
pingue-pongue,
pebolim,
excursões,
etc.). Não sou
saudosista,
acredito na
melhoria
constante das
coisas, mas não
posso deixar de
reconhecer que
passamos, no
movimento jovem,
por uma fase de
pouco brilho.
O Consolador: Há
alguns meses foi
veiculada
pesquisa em
revista famosa
que mostra um
desconhecimento
do jovem que se
diz espírita em
relação aos
postulados
doutrinários. O
que pode ser
feito para que o
jovem tenha mais
interesse em
estudar as obras
básicas de Allan
Kardec, e assim
ter uma sólida
base
doutrinária?
Não tenho uma
solução mágica
para este
problema. Tanto
na USE, quanto
no grupo de pais
espíritas de que
participo, temos
discutido muito
esta questão,
sem encontrarmos
respostas
verdadeiramente
convincentes.
Existem diversas
alegações dos
jovens para esse
momento das
mocidades
espíritas, mas
nenhuma delas me
parece embasada
em fundamentos.
Alegam muitos
compromissos,
estudo em outras
cidades etc.
Quando buscamos
desculpas não
encontramos
realmente as
soluções. A
causa central é
o
"desinteresse".
Precisamos
entender o
"porquê" desse
desinteresse. O
resto é
desculpa.
O Consolador:
Suas palavras
finais.
Sou otimista!
Acredito que as
dificuldades que
citei acima
podem ser e
serão superadas,
apenas entendo
que temos o
dever de
buscarmos
caminhos mais
adequados e com
menos dor. Como
tantas vezes foi
dito pelas
espiritualidade
amiga, estamos
passando por uma
transição em
nosso planeta e
toda transição
traz algumas
dificuldades
naturais. Como
dizia um grande
amigo: "A
carroça vai
andando e as
abóboras vão se
ajeitando."