O
noticiário
internacional
neste
início
de ano
tem-se
dividido
entre
dois
assuntos
principais:
a crise
financeira
e
bancária
americana
que se
alastrou
à
economia
mundial
e o novo
conflito
– mais
um –
entre
israelenses
e
palestinos,
uma
história
que
parece
interminável
e sem
nenhuma
perspectiva
de um
breve
final.
As
relações
entre os
dois
assuntos
com a
ética
cristã
são mais
que
evidentes.
A crise
financeira,
que
ganhou
proporções
inimagináveis,
foi
fruto
inicialmente
de pura
ganância
e de
especulação,
sinais
daquilo
que o
dicionário
chama de
cupidez,
um dos
sete
pecados
capitais
de
acordo
com a
teologia
católica.
A
cupidez,
a cobiça
ilimitada,
a
ganância
são
próprias
de quem
não tem
a menor
idéia do
que
significa
uma
existência
humana,
um
período
de tempo
passageiro,
transitório,
do qual
ninguém
leva
nada,
salvo o
conhecimento
e as
virtudes
conquistadas.
Os que
fazem a
guerra e
entendem
que na
guerra é
que se
encontram
as
soluções
dos
problemas
humanos,
mostram,
de igual
modo,
como os
cúpidos,
que nada
entendem
do
significado
de nossa
existência
no
mundo,
essa
passagem
da alma
por uma
sucessão
de
experiências
cuja
finalidade
é o
progresso
dela
mesma e
do mundo
em que
vivemos.
Os
acordos
internacionais,
geralmente
baseados
em
interesses
econômicos,
jamais
resolverão
os
problemas
que
levam à
guerra.
Somente
o
progresso
do homem
e da
sociedade
é que
porá
fim a
esse
estado
de
coisas
em que
todos
perdem e
ninguém
nada
ganha.
Numa das
lições
constantes
de “O
Livro
dos
Espíritos”,
os
imortais
ensinam
que é a
predominância
da
natureza
animal
sobre a
natureza
espiritual,
acrescida
do
transbordamento
das
paixões,
que
impele o
homem à
guerra.
À medida
que o
homem
progride,
menos
freqüentes
são as
guerras,
porque
ele lhe
evita as
causas.
Quer
isso
dizer
que um
dia a
guerra
desaparecerá
da face
da
Terra?
“Sim,
quando
os
homens
compreenderem
a
justiça
e
praticarem
a lei de
Deus.
Nessa
época,
todos os
povos
serão
irmãos.”
(O
Livro
dos
Espíritos,
questões
742 e
743.)
Num
outro
ponto da
mesma
obra, os
imortais
informam:
“Da
purificação
dos
Espíritos
decorre
o
aperfeiçoamento
moral,
para os
seres
que eles
constituem,
quando
encarnados.
As
paixões
animais
se
enfraquecem
e o
egoísmo
cede
lugar ao
sentimento
da
fraternidade.
Assim é
que, nos
mundos
superiores
ao
nosso,
se
desconhecem
as
guerras,
carecendo
de
objeto
os ódios
e as
discórdias,
porque
ninguém
pensa em
causar
dano ao
seu
semelhante”
(L.E.,
182).
Certa
vez, num
simpósio
espírita
realizado
em Santa
Catarina,
um
ilustre
confrade
perguntou
por que,
segundo
o
Espiritismo,
o
progresso
material
se faz
em ritmo
mais
rápido
do que o
progresso
moral.
Várias
foram as
opiniões
e, em
grande
parte,
se disse
que o
progresso
moral é
mais
lento
porque é
mais
difícil.
Aprender
uma nova
disciplina
é,
conforme
o senso
comum,
mais
fácil do
que
eliminar
um
defeito
moral.
Depois
que
todos se
manifestaram,
o
confrade
ajuntou
uma nova
pergunta:
“Será
que o
progresso
moral é
mais
lento
porque
não se
dá a ele
a
importância
que
damos ao
outro?”
E
acrescentou
que os
pais,
quando
podem,
matriculam
o filho
na
melhor
escola,
fazem-no
estudar
música,
balé,
judô,
línguas
e assim
por
diante.
Diariamente,
acompanham
seu
desempenho
escolar
e, se o
filho
não vai
bem,
recorrem
a aulas
suplementares.
Mas esse
esforço,
com o
objetivo
de
preparar
o filho
em
termos
intelectuais,
não se
verifica
no
tocante
ao seu
preparo
em
termos
morais.
Suas
tendências
negativas,
suas
manias,
suas
inclinações
inferiores
são, em
muitos
casos,
ignoradas
e às
vezes
ampliadas
pelos
maus
exemplos
que lhe
dão.
É ponto
pacífico,
segundo
o
Espiritismo,
que a
reforma
do mundo
em que
vivemos
passa
pela
educação,
não
somente
pela
instrução,
mas por
aquilo
que
Kardec
definiu
como
sendo o
conjunto
dos
hábitos
adquiridos,
um
processo
factível
porque
Deus
estabeleceu
que
todos os
Espíritos,
quando
reencarnam,
têm de
passar
pelo
período
da
infância
e,
portanto,
submeter-se
a um
processo
capaz de
modificar-lhes
até
mesmo o
caráter.
Pode-se
comparar
a
juventude,
diz
Emmanuel,
à saída
de um
barco
para uma
longa
viagem.
A
velhice
é a
chegada
ao
porto. A
infância
é a fase
de
preparação.
Jamais
esqueçamos
isso,
especialmente
diante
do
estado
de
violência,
de
guerra e
de
cupidez
que
vemos
estampado
diariamente
em
nossos
jornais.
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