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Espiritismo para crianças - Célia Xavier Camargo - Espanhol  Inglês
Ano 2 - N° 93 – 8 de fevereiro de 2009

 

A experiência da raposa

 

Certa vez, uma raposa de lindo rabo peludo e de elegante nariz pontudo, aproveitando a noite que tinha chegado de mansinho, entrou em um galinheiro. 

Fez-se grande tumulto. As aves corriam assustadas, trombando umas nas outras e cacarejando de medo. 

Satisfeita com a confusão que se estabeleceu entre as galinhas, a raposinha corria de um lado para o outro, arrancando-lhes as penas  e  divertindo-se a valer.  Até

que percebeu uma galinha que continuava no mesmo lugar. Parou a brincadeira e aproximou-se, curiosa. 

A galinha, com as asas abertas, arrepiada, protegia seu ninho onde sete pintainhos, mal acabados de sair da casca do ovo, pipilavam. Ao ver que a raposa se aproximava, tremendo de pavor, a pobre mãe suplicou: 

— Por favor, dona Raposa, não destrua minha família que amo tanto. Se quiser pode comer a mim, mas não mate meus filhinhos e Deus a recompensará por sua generosidade. Eles nada lhe fizeram! São pobres criaturinhas indefesas. Tenha piedade! 

Ouvindo a súplica da mãezinha aflita, a pequena raposa condoeu-se e foi embora do galinheiro, para grande surpresa das aves que respiraram aliviadas. 

Algum tempo depois, a raposa, já crescida, foi também abençoada com duas lindas raposinhas, que eram o seu maior tesouro. 

Certo dia percebeu, nas imediações da sua toca, um cachorro adestrado na caça às raposas, e procurou proteger seus filhotinhos da melhor maneira possível. 

Porém o cão, que possuía faro muito delicado, encontrou o esconderijo. Impedindo que elas fugissem, arreganhou os dentes, rosnando colérico e pronto para atacá-las. 

Nesse instante, a raposa-mãe lembrou-se da vez em que entrara no galinheiro e das palavras da galinha. 

Tremendo de medo ela gaguejou: 

— Você tem filhotes? 

Surpreso, o cachorro parou e respondeu: 

— Tenho. 

Criando coragem, a raposa continuou: 

— Então sabe o que estou sentindo. Por piedade, não mate minhas filhas que são tudo o que tenho. E se isso estivesse acontecendo com sua família? Poupe-nos e Deus o recompensará por sua generosidade. 

O valente cão de caça pensou... pensou... e achou que a raposa tinha razão. Cheio de piedade, foi embora sem molestá-las. 

A raposa abraçou as filhas com amor, agradecendo a Deus a ajuda e reconhecendo o valor da lição que manda fazer ao próximo aquilo que queremos que os outros nos façam. 

Como naquele dia em que ela tinha ajudado uma pobre galinha desesperada que suplicava pela vida de seus pintainhos, agora, por sua vez, num momento de perigo, tinha recebido a mesma ajuda de um cão de caça, que se condoeu da sua situação de mãe, que defendia seus filhotes.   

                                                        Tia Célia   
 

 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita