relacionadas com
a Doutrina
Espírita e
ressalta a
importância do
conhecimento
espírita em sua
caminhada
evolutiva.
O Consolador:
Onde você
nasceu?
Nasci em São
Gonçalo, no
Estado do Rio de
Janeiro.
O Consolador:
Onde você mora
atualmente?
Moro atualmente
em Oslo,
Noruega.
O Consolador:
Que fato a levou
a mudar-se para
um país tão
distante do
Brasil?
Mudei-me para
Oslo em 1982 com
meu marido
Cláudio Latini
por motivos de
trabalho. O
projeto inicial
era ficar por um
ano e estamos há
26.
O Consolador:
Qual é sua
formação
escolar?
Tenho
bacharelado em
Administração de
Empresas pela
Cândido Mendes e
cursos de
especialização
feitos na
Noruega na área
de marketing e
gerência de
projetos.
O Consolador:
Que cargos ou
funções você já
exerceu no
Movimento
Espírita?
Entre 1999 e
2002 estive no
Brasil e tive a
alegria de
colaborar junto
com outros
companheiros com
a coordenadoria
da Evangelização
Juvenil do
Remanso
Fraterno, obra
social da SEF.
Sou fundadora do
GEEAK - Grupo de
Estudos
Espíritas Allan
Kardec e
presidente desde
1993.
O Consolador:
Qual é no
momento sua
atividade
profissional?
Trabalho como
consultora no
Fredskorpset,
braço do
Ministério de
Relações
Exteriores da
Noruega.
O Consolador:
Quando você teve
o seu primeiro
contacto com o
Espiritismo?
Quanto tinha 23
anos, em
Niterói.
O Consolador:
Houve algum fato
ou circunstância
especial que
haja propiciado
esse contacto?
Sim. Eu
apresentei
distúrbios e
perturbações
causados pela
eclosão da
mediunidade
deseducada, ou
seja, cheguei à
doutrina
espírita pela
dor.
O Consolador:
Qual foi a
reação de sua
família?
No princípio
estavam
assustados
porque eu
praticamente
dava passividade
em casa. Depois
me levaram aos
médicos, que
apresentaram à
família o
diagnóstico de
esquizofrenia.
Mais tarde uma
vizinha soube da
situação e pediu
que minha mãe me
levasse a um
centro espírita.
Minha mãe é
católica
praticante mas
sempre disse que
“cada um escolhe
o seu caminho
para Deus. Ele é
um só”.
O Consolador:
Dos três
aspectos do
Espiritismo -
ciência,
filosofia,
religião -, qual
o que mais a
atrai?
A doutrina é
fascinante
exatamente por
apresentar os
três aspectos.
Não tenho
preferência.
O Consolador:
Que autores
espíritas mais
lhe agradam?
Naturalmente o
Codificador do
Espiritismo e
depois Léon
Denis, Gabriel
Delanne,
Herculano Pires,
Jorge Andréa.
Dentre os
desencarnados,
André Luiz,
Joanna de
Ângelis, Amélia
Rodrigues são
alguns deles.
O Consolador:
Que livros
espíritas que
tenha lido você
considera
indispensáveis
ao confrade
iniciante?
Eu comecei por
“O Livro dos
Espíritos”, que
foi a porta
principal. Mas
“O que é o
Espiritismo”
também é
importante. Na
Noruega houve
pessoas que
começaram pela
Gênese – o que
correspondeu
perfeitamente
aos anseios de
respostas às
primeiras
questões. Depois
das obras
básicas, André
Luiz.
O Consolador:
Se fosse passar
alguns anos num
lugar remoto,
com acesso
restrito à
atividade
espírita, que
livros
pertinentes à
doutrina você
levaria?
Toda a
biblioteca do
GEEAK, que
perfaz cerca de
300 livros, e eu
certamente
sentiria falta
de muitos
outros.
O Consolador:
As divergências
doutrinárias em
nosso meio
reduzem-se a
poucos assuntos.
Um deles diz
respeito ao
chamado
Espiritismo
laico. Para você
o Espiritismo é
uma religião?
Sim. Não vamos
encontrar no
Espiritismo uma
religião feita
de princípios
dogmáticos nos
moldes das
religiões
tradicionais,
mas uma religião
moderna,
libertadora! Tão
comprometida com
o adorar a Deus
em “espírito e
verdade” que em
nada se
assemelha às
religiões
tradicionais,
nos “religando”
a Deus pela
lógica, pela
simplicidade e
abrangência dos
seus postulados.
O Consolador:
Outro assunto em
que a prática
espírita às
vezes diverge
está relacionado
com os chamados
passes
padronizados,
propostos na
obra de Edgard
Armond, embora
saibamos que o
mais comum seja
a imposição de
mãos tal como
recomenda José
Herculano Pires.
Qual é a sua
opinião e como o
passe é aplicado
na Noruega?
Na Noruega
seguimos o
modelo mais
simples de
imposição das
mãos, colocando
o sentimento de
amor e
fraternidade no
ato de
transmissão da
bioenergia.
O Consolador:
Como vê a
discussão em
torno do aborto
e como esse
assunto é
tratado na
Noruega?
Na Noruega o
aborto é livre e
legal desde a
década de 70. De
acordo com a
ética e também
com a doutrina
espírita, o
aborto só deve
ser aplicado
como recurso
extremo para
salvar a vida da
gestante. Vemos
com apreensão
que há quem
queira legalizar
o aborto de
anencéfalos.
Creio que o
movimento
espírita
brasileiro, por
meio da FEB, da
AME e outros
órgãos
federativos, tem
feito um
trabalho
meritório em
defesa da vida.
Acredito, porém,
que o cidadão
espírita
igualmente, no
exercício dos
seus direitos
civis, deve se
associar a esses
movimentos com
toda a força,
entusiasmo e
empenho que a fé
esclarecida lhe
faculta.
O Consolador: A
eutanásia é uma
prática que não
tem o apoio da
doutrina
espírita. Kardec
e outros
autores, como
Joanna de
Ângelis, já se
posicionaram
sobre esse tema.
Ultimamente, no
entanto, surgiu
a idéia da
ortotanásia,
defendida até
por médicos
espíritas. Qual
a sua opinião?
Creio não ter
com que
contribuir neste
assunto.
Acredito que
cada ser
renascido na
Terra tenha seu
tempo de
voltar ao lar
espiritual e o
direito de
fazê-lo em paz e
com dignidade.
Naturalmente que
hoje o avanço
tecnológico nos
apresenta novos
desafios do
ponto de vista
ético e moral. A
doutrina, no
entanto, sempre
atual e
abrangendo todos
os ramos do
conhecimento
humano, poderá
dar à sociedade
os subsídios de
que necessita
para a resolução
desta como de
outras questões.
O Consolador:
Você tem contato
com o movimento
espírita
brasileiro?
Considera-o
atuante, ou
falta nele algo
que permita uma
melhor
divulgação da
doutrina?
Temos contato
com o movimento
através do CEI,
das constantes
idas ao Brasil e
da imprensa
espírita, com o
que tentamos
manter-nos
atualizados. O
movimento
espírita no
Brasil é sem
dúvida atuante.
Vemos a
Federação
Espírita
Brasileira
modernizando seu
parque gráfico,
os livros
espíritas nas
livrarias, nos
aeroportos, o
filme espírita
que começa a sua
trajetória e que
esperamos nos
ofereça ainda
outros belos
filmes além de
“Bezerra”, o
teatro espírita,
a TV, o
movimento pela
paz iniciado por
Divaldo Franco e
que ganha enorme
vulto, a AME e
muitos outros
órgãos
empenhados na
divulgação da
doutrina
espírita e sua
proposta. Penso
que estamos
aproveitando bem
as oportunidades
que os novos
meios de
comunicação nos
oferecem. Não há
dúvida de que
ainda há muito
trabalho pela
frente mas
estamos
avançando
sempre.
O Consolador:
Em seu atual
país, como se
desenvolve o
Movimento
Espírita?
O movimento
espírita na
Noruega ainda é
constituído
basicamente de
brasileiros. A
doutrina vai
sendo difundida
na medida das
nossas forças,
por meio da
visita de
palestrantes
brasileiros,
tradução e venda
de livros,
distribuição de
folhetos
informativos
impressos pelo
CEI, site na
internet, cursos
de introdução à
Doutrina
Espírita,
eventos
diversos,
participação em
feiras, e desde
há dois anos com
salas alugadas
no centro da
cidade. Apesar
de ter havido
nos últimos anos
um interesse
maior pelo tema,
o público sofre
ainda a
influência do
preconceito, da
rejeição ao
Evangelho e do
materialismo
dominante. Temos
também o desafio
da língua,
fundamental na
comunicação e
divulgação da
Doutrina.
O Consolador:
Quando e como se
originou o
movimento
espírita na
Noruega?
O movimento
espírita na
Noruega tem uma
belíssima
história que se
inicia no final
de 1800 e
declina a partir
de 1926 com a
morte do grande
pioneiro Bernt
Torstenson. O
trabalho deixado
por esse
trabalhador
incansável conta
com uma revista
mensal publicada
durante 38 anos
e uma série de
livros
traduzidos,
inclusive O
Livro dos
Espíritos no
ano de 1893.
Atualmente o
país conta com
um grupo
espírita
registrado, o
GEEAK, e outro
que despontou
recentemente em
Trondheim, mais
ao norte do
país.
O Consolador:
Como é a
aceitação das
pessoas com
relação ao
Espiritismo?
Na década de 70
o país passou
por um grande
movimento de
rejeição à
religião oficial
– são luteranos
– e à Igreja,
que é ainda
parte do Estado.
Muitos
intelectuais e
outras figuras
importantes da
sociedade se
declararam
ateístas e se
desligaram
oficialmente da
Igreja,
iniciando um
período de
afastamento dos
temas que
abordassem a
realidade
espiritual.
Cerca de dez
anos atrás, no
entanto, vimos
um renascimento
do interesse
pelas religiões
orientalistas e
consideradas
alternativas.
Neste momento a
televisão mostra
programas
americanos onde
o tema
mediunidade é
abordado aberta
e diretamente.
Recentemente
demos uma
entrevista à
Rádio Estatal
mostrando que o
interesse
aumentou muito.
A doutrina
espírita,
portanto, tem
neste momento um
público a
conquistar.
O Consolador:
Como você vê o
nível da
criminalidade e
da violência que
parece aumentar
no Brasil e no
mundo e como
nós, espíritas,
podemos cooperar
para que essa
situação seja
revertida?
Bom que se diga
que não é só no
Brasil. A
Noruega é
considerado um
dos países mais
ricos do mundo e
um dos melhores
para se viver e
nem por isso
sofre menos com
o problema da
violência e
criminalidade,
que atinge
níveis muito
altos para os
padrões
noruegueses.
Desta forma
constatamos que
o problema é de
caráter mundial.
A nossa
cooperação é o
trabalho de
levar,
principalmente
aos jovens, a
mensagem da
imortalidade,
vencendo os
desafios do
consumismo, do
imediatismo, do
descartável e do
vazio.
Constatamos que
muitas vezes a
própria família,
e mesmo a
família
espírita, se
omite, deixando
de prestar aos
Espíritos que
voltam à Terra
neste momento a
caridade de lhes
entregar a
mensagem
consoladora do
Espiritismo.
O Consolador: A
preparação do
advento do mundo
de regeneração
em nosso planeta
já deu, como
sabemos, seus
primeiros
passos. Daqui a
quantos anos
você acredita
que a Terra
deixará de ser
um mundo de
expiação e de
provas, passando
plenamente à
condição de
mundo de
regeneração, em
que, segundo
Santo Agostinho,
a palavra amor
estará escrita
em todas as
frontes e uma
equidade
perfeita
regulará as
relações
sociais?
Não podemos
precisar.
Sabemos, porém,
que a aceleração
ou o atraso nos
planos dependerá
exclusivamente
de nós. Queremos
um planeta
regenerado mas o
mundo que
habitamos é o
íntimo, o
interno. Aí
começa
naturalmente
todo o trabalho
de regeneração
planetária – no
planeta de nós
mesmos! E é
absolutamente
maravilhoso
pensar que Deus
nos deu a enorme
liberdade de
administrar este
mundo tão vasto
e maravilhoso!
O Consolador: Em
face dos
problemas que a
sociedade
terrena está
enfrentando,
qual deve ser a
prioridade
máxima dos que
dirigem
atualmente o
movimento
espírita no
mundo?
Espiritizar-se!
O Consolador: Há
alguma pergunta
que não fizemos
e que você
gostaria de ter
respondido? Se
sim, qual seria
ela?
Não. Quero
apenas agradecer
a oportunidade e
desejar a todos
muita paz!