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Ano 2 - N° 97 – 8 de Março de 2009

LEONARDO MARMO MOREIRA
leonardomarmo@gmail.com 
São José dos Campos,
São Paulo (Brasil)

 

Os dez princípios básicos do Espiritismo: um resumo mais completo da Doutrina
 

A Doutrina Espírita é constituída por um conjunto de conceitos interligados que são interdependentes, implicando em um todo altamente racional haja vista a coerência entre os tópicos em questão. Essa coerência, obviamente, ocorre em função de a Doutrina Espírita retratar a harmonia das Leis Universais de Deus, que são didaticamente organizadas pelo Codificador. Allan Kardec (foto) enfatizou os cinco princípios básicos do Espiritismo, a saber: Existência de Deus; Existência e Imortalidade da Alma; Comunicabilidade dos Espíritos; Pluralidade das Existências e Pluralidade dos Mundos Habitados. 
 

Entretanto, a título didático, fundamentados estritamente na Codificação Kardequiana, poderíamos sugerir o acréscimo de mais cinco princípios (Fé Raciocinada; Lei de Causa e Efeito; Evolução Espiritual; Moral de Jesus e Verdadeira Religiosidade) a esse sintético conjunto, para que, em uma análise rápida, leigos e estudiosos pudessem vislumbrar, mesmo que de forma introdutória, todo o edifício filosófico do Espiritismo.  

De fato, há muitos livre-pensadores e adeptos de diversas correntes espiritualistas que aceitam os cinco tópicos básicos sem, necessariamente, possuírem quaisquer vínculos com o Espiritismo propriamente dito. Ora, se o Espiritismo foi o termo criado por Allan Kardec para designar a Doutrina dos Espíritos visando diferenciá-la das várias vertentes do Espiritualismo, isto se deu em função das deturpações (propositais ou não) que eventualmente poderiam ocorrer. Realmente, o Codificador não se equivocara, uma vez que desde o seu surgimento até os dias atuais o Espiritismo vem sendo, intencionalmente ou não, confundido com outras correntes filosófico-religiosas. Desta maneira, a utilização didática de 10 princípios básicos tornaria o Espiritismo menos sujeito a erros de interpretação doutrinários, uma vez que esses princípios, em conjunto, se reforçam e corroboram mutuamente, fornecendo uma noção muito mais clara das bases conceituais da Codificação. Saber o que o Espiritismo é e o que o Espiritismo não é, trata-se de pré-requisito conceitual fundamental a qualquer indivíduo que pretenda analisar, de forma minimamente isenta de preconceitos, quaisquer aspectos da Terceira Revelação, seja o estudioso em questão espírita ou não. 

O corpo espiritual pode se afastar com maior ou menor intensidade do vaso orgânico 

Assim sendo, sugerimos a consideração dos cinco tópicos adicionais, que são apresentados e discutidos a seguir, juntamente com os cinco tópicos mais usuais.  

1. Existência de Deus - Não havendo efeito sem causa, sob todos os aspectos em que se analise o Universo, é inevitável concluir que tamanha complexidade não poderia deixar de ter sido originada por uma causa superinteligente, isto é, o Criador. Realmente, o Efeito deve ser proporcional à Causa e, por conseguinte, pela exuberância do Efeito, infere-se a excelência dos Atributos intelecto-morais da Causa.  

2. Existência e Imortalidade da Alma - Além dos fenômenos mediúnicos propriamente considerados, ou seja, das inumeráveis evidências de comunicação entre os chamados “mortos” e os “vivos”, existe uma gama de eventos paranormais denominados anímicos. Ambos os fenômenos sugerem fortemente a existência, relativa independência em relação ao corpo físico e imortalidade da alma. Os eventos anímicos são gerados pela própria alma do indivíduo encarnado, evidenciando a existência e até mesmo certa independência em relação ao corpo físico. Estes fenômenos de “Emancipação da Alma” demonstram o fato de o corpo espiritual (perispírito) poder se afastar com maior ou menor intensidade do vaso orgânico. Sono e sonhos, desdobramento (também chamado de “projeção da consciência” ou mesmo “viagem astral”), sonambulismo, êxtase, clarividência (também denominada “segunda vista”) e clariaudiência são exemplos de “Emancipação da Alma”. Vale registrar que os casos de mediunidade no leito de morte assim como as “Experiências de Quase-Morte (EQM)” têm fornecido extraordinárias evidências da existência e imortalidade da alma.  

A proposta tradicional de um “Céu” e um “Inferno” eternos é algo completamente artificial 

3. Comunicabilidade dos Espíritos - O primeiro e geral benefício do fenômeno mediúnico consiste na demonstração da imortalidade da alma através de diferentes mecanismos. A mediunidade pode se apresentar de variadas maneiras. Afirma o Apóstolo Paulo que “Há Diversidade de Dons, mas o Espírito é o Mesmo”, denotando que a mediunidade é inerente ao ser humano, mas, para cada criatura, o fenômeno apresenta diferentes peculiaridades e intensidades. Assim como ocorreu no passado, haja vista a abundância de manifestações mediúnicas exaradas em Livros Sagrados como a Bíblia e o Corão, os fenômenos continuam a ocorrer, modificando, no entanto, algumas especificidades em função da evolução intelecto-moral dos habitantes da Terra. A mediunidade se baseia, no mínimo parcialmente, nas propriedades do perispírito, que permite a ocorrência de significativo nível de “Telepatia” entre Espíritos encarnados e desencarnados. De fato, essa espécie de mediunidade basal, comum a todas as criaturas, é o que possibilita a obsessão bem como a chamada “inspiração superior” através da intuição dos protetores espirituais.  

4. Pluralidade das Existências - Também chamada Reencarnação, Palingenesia ou Renascimento, a multiplicidade das vidas físicas é o mecanismo pelo qual a Lei de Progresso se manifesta na Obra da Criação. De fato, a sucessão de etapas nas esferas física e espiritual fornece, respectivamente, as provas e expiações (vida física) e a pausa para avaliação, estudo e preparação para novas experiências (vida espiritual). Uma única vida física seria totalmente injusta, pois os Espíritos nascem com capacidades claramente diferentes, vivendo em ambientes também distintos e morrendo com idades completamente diferentes. Além disso, a proposta tradicional de um “Céu” e um “Inferno” eternos após uma única vida física seria algo completamente artificial. Esse mecanismo seria cruel, injusto e profundamente incoerente com as características que a grande maioria das religiões atribui a Deus. Além disso, tal proposição nega um dos aspectos mais belos da Lei de Deus, que é a Evolução Espiritual. Interessante adir que lembranças de vidas passadas, que se dão tanto de maneira espontânea como de forma espontânea, evidenciam a realidade das várias reencarnações.  

Somente a Fé Raciocinada proporciona uma efetiva aliança entre Ciência, Filosofia e Religião 

5. Pluralidade dos Mundos Habitados - Jesus afirmou que “Há Muitas Moradas na Casa do Pai”. Realmente, segundo a Codificação, Deus não faz nada inútil, e, consequentemente, toda a sua Obra Universal deve ter uma função efetiva na Criação. Em verdade, tanto a Pluralidade dos Mundos Habitados como a Pluralidade das Existências estão profundamente relacionadas à Lei de Progresso. De fato, como o Espírito é imortal e evolui infinitamente, necessitará de várias experiências físicas em diferentes contextos de existência orgânica para atender a todas as suas requisições evolutivas. Logo, muitas reencarnações em diferentes mundos são necessárias para o cumprimento das múltiplas etapas espirituais.  

6. Fé Raciocinada - Este princípio é um alicerce fundamental em toda a construção doutrinária de Kardec, pois não é possível a elaboração de um corpo de ideias com caráter realmente científico empregando raciocínios ilógicos, dogmas, atitudes fanáticas etc. Somente a Fé Raciocinada proporciona uma efetiva aliança tríplice entre Ciência, Filosofia e Religião.  

7. Lei de Causa e Efeito - Também denominada de Lei de Ação e Reação ou Lei do Karma, a correlação entre causas e efeitos é um piloti para a Evolução Espiritual dos Filhos de Deus. Realmente, tanto a justiça de Deus como a Lei de Progresso através da reencarnação têm nos mecanismos cármicos a sua ferramenta principal. Somente por meio da perfeita relação entre plantação e colheita é possível conceber a soberana Justiça Divina, pois “a cada um é dado conforme suas obras”, já que “Reconhece-se a árvore pelos frutos”.

Jesus é o ser mais perfeito que Deus nos ofereceu para servir de modelo e guia 

8. Evolução Espiritual - A Lei de Progresso é uma das mais maravilhosas realidades reveladas pelo Espiritismo. O Espírito jamais retroage, sempre evoluindo para a Felicidade e para Deus. De fato, nada que é vivenciado pelo Espírito é perdido, pois a memória espiritual registra todos os eventos presenciados, permitindo que a chamada “Consciência” se torne o verdadeiro juiz de nós mesmos. Este profundo registro de vivências faz com que o Espírito jamais regrida, pois o ser espiritual não pode diminuir sua bagagem de conhecimentos e experiências. Pelo contrário, como esse acúmulo de informações é sempre crescente, na pior das hipóteses o Espírito “estacionará” evolutivamente, quando se deixar levar pela indolência e pelas más inclinações.

9. Moral de Jesus - A Questão 625, de “O Livro dos Espíritos”, nos ensina contundentemente que “Jesus é o ser mais perfeito que Deus nos ofereceu para servir de modelo e guia”. Portanto, a Moral de Jesus constitui o maior referencial ético que podemos eleger como diretriz comportamental visando a uma segura busca por espiritualidade. Obviamente, tal paradigma não está em oposição com outros grandes nomes da Espiritualidade, tais como Buda e Krishna, entre outros. Segundo Emmanuel, em “A Caminho da Luz”, todos os grandes missionários do bem constituem uma única falange de mentores e foram todos enviados pelo próprio Jesus, governador do planeta, para um processo sinérgico de evolução de toda a humanidade. Esta análise denota, uma vez mais, o completo absurdo de se cultivar rivalidades religiosas. A atitude ideal seria estudar todos os grandes mensageiros do amor e do conhecimento “examinando tudo e retendo o bem”.  

Liturgias, indumentárias, símbolos, imagens e rituais são manifestações que demonstram primitivismo religioso

10. Verdadeira Religiosidade - O Espiritismo em sua busca racional pela Verdade supera fixações e preconceitos seculares de nossa tradição cultural. Por conseguinte, a Doutrina Espírita não chancela essas “bengalas psicológicas”, filhas de nossa cegueira espiritual, que se apresentam no meio religioso como mitos, dogmas e medos. Assim sendo, liturgias, indumentárias, uniformes, símbolos, imagens, rituais, profissionalismo religioso, sacerdócio religioso, entre outras, são manifestações que demonstram primitivismo religioso. O Espiritismo, propondo uma fé raciocinada para viabilizar o entendimento científico das Leis de Deus, prescinde de tais manifestações, pois o “Reino dos Céus está dentro de nós”. Logo, a verdadeira espiritualidade é conquistada a partir do conhecimento das Leis da Vida aliada ao Autoconhecimento, que possibilitarão a maturidade espiritual necessária para a aceleração do processo evolutivo que requer estudo, trabalho, consciência, caridade e fraternidade. Aliás, o próprio Emmanuel ao prefaciar sua excepcional obra “Fonte Viva” assevera “... reconheceremos sempre no Espiritismo o Evangelho do Senhor, redivivo e atuante, para instalar com Jesus a Religião Cósmica do Amor Universal e da Divina Sabedoria sobre a Terra”. 

Os dez princípios básicos do Espiritismo só proporcionam uma introdução minimamente satisfatória ao Espiritismo se considerados de forma interligada e sob um estudo acurado das Obras Fundamentais de Allan Kardec. De qualquer maneira, tal apanhado é uma forma didática de se organizar ideias iniciais a respeito da Doutrina Espírita, bem como apresentá-lo de maneira breve a neófitos, curiosos, materialistas e adeptos de outras religiões que estejam interessados em obter algumas informações preliminares concernentes à Codificação.


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita