Os dez princípios
básicos do Espiritismo:
um resumo mais completo
da Doutrina
A Doutrina
Espírita é
constituída por
um conjunto de
conceitos
interligados que
são
interdependentes,
implicando em um
todo altamente
racional haja
vista a
coerência entre
os tópicos em
questão. Essa
coerência,
obviamente,
ocorre em função
de a Doutrina
Espírita
retratar a
harmonia das
Leis Universais
de Deus, que são
didaticamente
organizadas pelo
Codificador.
Allan Kardec
(foto)
enfatizou os
cinco princípios
básicos do
Espiritismo, a
saber:
Existência de
Deus; Existência
e Imortalidade
da Alma;
Comunicabilidade
dos Espíritos;
Pluralidade das
Existências e
Pluralidade dos
Mundos
Habitados.
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Entretanto, a
título didático,
fundamentados
estritamente na
Codificação
Kardequiana,
poderíamos
sugerir o
acréscimo de
mais cinco
princípios (Fé
Raciocinada; Lei
de Causa e
Efeito; Evolução
Espiritual;
Moral de Jesus e
Verdadeira
Religiosidade) a
esse sintético
conjunto, para
que, em uma
análise rápida,
leigos e
estudiosos
pudessem
vislumbrar,
mesmo que de
forma
introdutória,
todo o edifício
filosófico do
Espiritismo. |
De fato, há
muitos livre-pensadores
e adeptos de diversas
correntes
espiritualistas que
aceitam os cinco tópicos
básicos sem,
necessariamente,
possuírem quaisquer
vínculos com o
Espiritismo propriamente
dito. Ora, se o
Espiritismo foi o termo
criado por Allan Kardec
para designar a Doutrina
dos Espíritos visando
diferenciá-la das várias
vertentes do
Espiritualismo, isto se
deu em função das
deturpações (propositais
ou não) que
eventualmente poderiam
ocorrer. Realmente, o
Codificador não se
equivocara, uma vez que
desde o seu surgimento
até os dias atuais o
Espiritismo vem sendo,
intencionalmente ou não,
confundido com outras
correntes
filosófico-religiosas.
Desta maneira, a
utilização didática de
10 princípios básicos
tornaria o Espiritismo
menos sujeito a erros de
interpretação
doutrinários, uma vez
que esses princípios, em
conjunto, se reforçam e
corroboram mutuamente,
fornecendo uma noção
muito mais clara das
bases conceituais da
Codificação. Saber o que
o Espiritismo é e o que
o Espiritismo não é,
trata-se de
pré-requisito conceitual
fundamental a qualquer
indivíduo que pretenda
analisar, de
forma minimamente isenta
de preconceitos,
quaisquer aspectos da
Terceira Revelação, seja
o estudioso em questão
espírita ou não.
O corpo espiritual pode
se afastar com maior ou
menor intensidade do
vaso orgânico
Assim sendo, sugerimos a
consideração dos cinco
tópicos adicionais, que
são apresentados e
discutidos a seguir,
juntamente com os cinco
tópicos mais usuais.
1. Existência de Deus -
Não havendo efeito sem
causa, sob todos os
aspectos em que se
analise o Universo, é
inevitável concluir que
tamanha complexidade não
poderia deixar
de ter sido originada
por uma causa
superinteligente, isto
é, o Criador. Realmente,
o Efeito deve ser
proporcional à Causa e,
por conseguinte, pela
exuberância do
Efeito, infere-se a
excelência dos Atributos
intelecto-morais da
Causa.
2. Existência e
Imortalidade da Alma -
Além dos fenômenos
mediúnicos propriamente
considerados, ou seja,
das inumeráveis
evidências de
comunicação entre os
chamados “mortos” e os
“vivos”, existe uma gama
de eventos paranormais
denominados anímicos.
Ambos os fenômenos
sugerem fortemente a
existência, relativa
independência em relação
ao corpo físico e
imortalidade da alma. Os
eventos anímicos são
gerados pela própria
alma do indivíduo
encarnado, evidenciando
a existência e até mesmo
certa independência em
relação ao corpo físico.
Estes fenômenos de
“Emancipação da Alma”
demonstram o fato de o
corpo espiritual
(perispírito) poder se
afastar com maior ou
menor intensidade do
vaso orgânico. Sono e
sonhos, desdobramento
(também chamado de
“projeção da
consciência” ou mesmo
“viagem astral”),
sonambulismo, êxtase,
clarividência (também
denominada “segunda
vista”) e clariaudiência
são exemplos de
“Emancipação da Alma”.
Vale registrar que os
casos de mediunidade no
leito de morte assim
como as “Experiências de
Quase-Morte (EQM)” têm
fornecido
extraordinárias
evidências da existência
e imortalidade da alma.
A proposta tradicional
de um “Céu” e um
“Inferno” eternos é algo
completamente artificial
3. Comunicabilidade dos
Espíritos -
O primeiro e geral
benefício do fenômeno
mediúnico consiste na
demonstração da
imortalidade da alma
através de diferentes
mecanismos. A
mediunidade pode se
apresentar de variadas
maneiras. Afirma o
Apóstolo Paulo que “Há
Diversidade de Dons, mas
o Espírito é o Mesmo”,
denotando que a
mediunidade é inerente
ao ser humano, mas, para
cada criatura, o
fenômeno apresenta
diferentes
peculiaridades e
intensidades. Assim como
ocorreu no passado, haja
vista a abundância de
manifestações mediúnicas
exaradas em Livros
Sagrados como a Bíblia e
o Corão, os fenômenos
continuam a ocorrer,
modificando, no entanto,
algumas especificidades
em função da evolução
intelecto-moral dos
habitantes da Terra. A
mediunidade se baseia,
no mínimo parcialmente,
nas propriedades do
perispírito, que permite
a ocorrência de
significativo nível de
“Telepatia” entre
Espíritos encarnados e
desencarnados. De fato,
essa espécie de
mediunidade basal, comum
a todas as criaturas, é
o que possibilita a
obsessão bem como a
chamada “inspiração
superior” através da
intuição dos protetores
espirituais.
4. Pluralidade das
Existências -
Também chamada
Reencarnação,
Palingenesia ou
Renascimento, a
multiplicidade das vidas
físicas é o mecanismo
pelo qual a Lei de
Progresso se manifesta
na Obra da Criação. De
fato, a sucessão de
etapas nas esferas
física e espiritual
fornece,
respectivamente, as
provas e expiações (vida
física) e a pausa para
avaliação, estudo e
preparação para novas
experiências (vida
espiritual). Uma única
vida física seria
totalmente injusta, pois
os Espíritos nascem com
capacidades claramente
diferentes, vivendo em
ambientes também
distintos e morrendo com
idades completamente
diferentes. Além disso,
a proposta tradicional
de um “Céu” e um
“Inferno” eternos após
uma única vida física
seria algo completamente
artificial. Esse
mecanismo seria cruel,
injusto e profundamente
incoerente com as
características que a
grande maioria das
religiões atribui a
Deus. Além disso, tal
proposição nega um dos
aspectos mais belos da
Lei de Deus, que é a
Evolução Espiritual.
Interessante adir que
lembranças de vidas
passadas, que se dão
tanto de maneira
espontânea como de forma
espontânea,
evidenciam a
realidade
das várias
reencarnações.
Somente a Fé Raciocinada
proporciona uma efetiva
aliança entre Ciência,
Filosofia e Religião
5. Pluralidade dos
Mundos Habitados -
Jesus afirmou que “Há
Muitas Moradas na Casa
do Pai”. Realmente,
segundo a Codificação,
Deus não faz nada
inútil, e,
consequentemente, toda a
sua Obra Universal deve
ter uma função efetiva
na Criação. Em verdade,
tanto a Pluralidade dos
Mundos Habitados como a
Pluralidade das
Existências estão
profundamente
relacionadas à Lei de
Progresso. De fato, como
o Espírito é imortal e
evolui infinitamente,
necessitará de várias
experiências físicas em
diferentes contextos de
existência orgânica para
atender a todas as suas
requisições evolutivas.
Logo, muitas
reencarnações em
diferentes mundos são
necessárias para o
cumprimento das
múltiplas etapas
espirituais.
6. Fé Raciocinada -
Este princípio é um
alicerce fundamental em
toda a construção
doutrinária de Kardec,
pois não é possível a
elaboração de um corpo
de ideias com caráter
realmente científico
empregando raciocínios
ilógicos, dogmas,
atitudes fanáticas etc.
Somente a Fé Raciocinada
proporciona uma efetiva
aliança tríplice entre
Ciência, Filosofia e
Religião.
7. Lei de Causa e Efeito
-
Também denominada de Lei
de Ação e Reação ou Lei
do Karma, a correlação
entre causas e efeitos é
um piloti para a
Evolução Espiritual dos
Filhos de Deus.
Realmente, tanto a
justiça de Deus como a
Lei de Progresso através
da reencarnação têm nos
mecanismos cármicos a
sua ferramenta
principal. Somente por
meio da perfeita relação
entre plantação e
colheita é possível
conceber a soberana
Justiça Divina, pois “a
cada um é dado conforme
suas obras”, já que
“Reconhece-se a árvore
pelos frutos”.
Jesus é o ser mais
perfeito que Deus nos
ofereceu para servir de
modelo e guia
8. Evolução Espiritual -
A Lei de Progresso é uma
das mais maravilhosas
realidades reveladas
pelo Espiritismo. O
Espírito jamais
retroage, sempre
evoluindo para a
Felicidade e para Deus.
De fato, nada que é
vivenciado pelo Espírito
é perdido, pois a
memória espiritual
registra todos os
eventos presenciados,
permitindo que a chamada
“Consciência” se torne o
verdadeiro juiz de nós
mesmos. Este profundo
registro de vivências
faz com que o Espírito
jamais regrida, pois o
ser espiritual não pode
diminuir sua bagagem de
conhecimentos e
experiências. Pelo
contrário, como esse
acúmulo de informações é
sempre crescente, na
pior das hipóteses o
Espírito “estacionará”
evolutivamente, quando
se deixar levar pela
indolência e pelas más
inclinações.
9. Moral de Jesus -
A Questão 625, de “O
Livro dos Espíritos”,
nos ensina
contundentemente que
“Jesus é o ser mais
perfeito que Deus nos
ofereceu para servir de
modelo e guia”.
Portanto, a Moral de
Jesus constitui o maior
referencial ético que
podemos eleger como
diretriz comportamental
visando a uma segura
busca por
espiritualidade.
Obviamente, tal
paradigma não está em
oposição com outros
grandes nomes da
Espiritualidade, tais
como Buda e Krishna,
entre outros. Segundo
Emmanuel, em “A
Caminho da Luz”,
todos os grandes
missionários do bem
constituem uma única
falange de mentores e
foram todos enviados
pelo próprio Jesus,
governador do planeta,
para um processo
sinérgico de evolução de
toda a humanidade. Esta
análise denota, uma vez
mais, o completo absurdo
de se cultivar
rivalidades religiosas.
A atitude ideal seria
estudar todos os grandes
mensageiros do amor e do
conhecimento “examinando
tudo e retendo o bem”.
Liturgias,
indumentárias, símbolos,
imagens e rituais são
manifestações que
demonstram primitivismo
religioso
10. Verdadeira
Religiosidade -
O Espiritismo em sua
busca racional pela
Verdade supera fixações
e preconceitos seculares
de nossa tradição
cultural. Por
conseguinte, a Doutrina
Espírita não chancela
essas “bengalas
psicológicas”, filhas de
nossa cegueira
espiritual, que se
apresentam no meio
religioso como mitos,
dogmas e medos. Assim
sendo, liturgias,
indumentárias,
uniformes, símbolos,
imagens, rituais,
profissionalismo
religioso, sacerdócio
religioso, entre outras,
são manifestações que
demonstram primitivismo
religioso. O
Espiritismo, propondo
uma fé raciocinada para
viabilizar o
entendimento científico
das Leis de Deus,
prescinde de tais
manifestações, pois o
“Reino dos Céus está
dentro de nós”. Logo, a
verdadeira
espiritualidade é
conquistada a partir do
conhecimento das Leis da
Vida aliada ao
Autoconhecimento, que
possibilitarão a
maturidade espiritual
necessária para a
aceleração do processo
evolutivo que requer
estudo, trabalho,
consciência, caridade e
fraternidade. Aliás, o
próprio Emmanuel ao
prefaciar sua
excepcional obra “Fonte
Viva” assevera “...
reconheceremos sempre no
Espiritismo o Evangelho
do Senhor, redivivo e
atuante, para instalar
com Jesus a Religião
Cósmica do Amor
Universal e da Divina
Sabedoria sobre a
Terra”.
Os dez princípios
básicos do Espiritismo
só proporcionam uma
introdução minimamente
satisfatória ao
Espiritismo se
considerados de forma
interligada e sob um
estudo acurado das Obras
Fundamentais de Allan
Kardec. De qualquer
maneira, tal apanhado é
uma forma didática de se
organizar ideias
iniciais a respeito da
Doutrina Espírita, bem
como apresentá-lo de
maneira breve a
neófitos, curiosos,
materialistas e adeptos
de outras religiões que
estejam interessados em
obter algumas
informações preliminares
concernentes à
Codificação.