grande
missionário de
Matão (SP) desde
os primeiros
momentos de sua
atual
existência,
visto que foi de Cairbar que
recebeu o
primeiro tapa.
“O seu Schutel
era um
farmacêutico
credenciado, um
conhecimento
profundo, muito
querido, em
Matão-SP.
Atendia os
doentes na roça,
onde fosse
preciso. Ia de
charrete,
atendia as
pessoas a
qualquer hora.
Quando minha mãe
estava para me
trazer ao mundo,
a parteira
deveria estar
meio apurada, o
parto estava
difícil, o
Schutel foi
chamado e eu
nasci, foi ele
quem me deu o
primeiro tapa.
Aí ele quis
pôr-me o nome de
Victor Hugo, mas
minha mãe não
gostou muito,
ficou o Hugo,
só. Isso foi em
6 de outubro de
1913.”
Eis, a seguir, a
entrevista:
– Como foi seu
início no
Espiritismo?
Iniciei-me no
Espiritismo
quando
reencarnei no
planeta Terra,
pois foi o Sr.
Cairbar Schutel
que realizou meu
parto quando
nasci. Cairbar
Schutel foi o
pioneiro da
Doutrina
Espírita na
cidade de Matão,
cidade
localizada no
interior do
estado de São
Paulo.
– Qual a
importância do
Espiritismo na
família?
O fator mais
importante que
eu poderia
encontrar é que
a Doutrina
Espírita
orienta, acalma,
esclarece, pois
é o ponto
energético da
união da família
fornecendo-lhe
os meios de
fortalecimento
do núcleo
familiar.
– Allan Kardec
escreveu: “Fora
da caridade não
há salvação”.
Qual a opinião
do senhor a
respeito disto?
Não existe outro
caminho, pois a
frase já diz “fora
da caridade não
há salvação”,
ou seja, o
dinheiro não
traz salvação, o
IBOPE na
sociedade não
traz a salvação,
nem os outros
fatores a que
nós damos muita
importância no
mundo material.
Há um livro que
diz: “a dor e
o amor salvarão
as almas”.
Então é preciso
o concurso de
ambas as coisas,
porque, se
houvesse só o
amor, ficaria
mais fácil, tudo
seria mais
gostoso, lindo e
aí não haveria
aquele
sentimento de
força de vontade
para enfrentar a
luta. Hoje, o
homem precisa
ser conduzido
pela dor, daí
então o homem
desperta e
fortalece o amor
que sempre irá
caminhar junto
da caridade e,
por
consequência,
levará a
salvação.
– Como a
caridade deve
ser aplicada?
Deve ser
aplicada com
muito amor, pois
sem o amor a
caridade é
falsa, é uma
coisa aparente.
Quando há este
sentimento, a
caridade é pura
e se não houver
o amor, será
prova de que
aquela caridade
é apenas uma
demonstração de
como somos
superior a
alguma coisa.
Nós realmente
temos que amar.
Amar como Jesus
amou.
– Para o senhor,
quem foi o
melhor exemplo
na prática da
caridade?
Tenho como maior
exemplo da
caridade o Sr.
Cairbar Schutel,
pois, como diz
Kardec, “a
melhor caridade
a se fazer para
a Doutrina
Espírita é a
divulgação do
Espiritismo
atingindo toda a
sociedade”,
e Cairbar
Schutel teve uma
vida muito
simples, mas foi
grande dentro da
sua
simplicidade.
– Qual seria a
orientação do
senhor às
pessoas que são
invigilantes em
seus
pensamentos?
Que observem
muito bem, com
muito carinho,
com muito
respeito e
atenção, as
recomendações do
Espírito de
Verdade quando
diz: “espíritas
amai-vos,
espíritas
instruí-vos”,
unindo o útil ao
agradável,
sabedoria ao
amor, e só com
essas duas asas
ele pode voar
acima das
impurezas do
mundo e alcançar
os objetivos que
todos nós
almejamos, ou
seja, a nossa
felicidade
espiritual.
– Percebe-se em
algumas casas
espíritas que
pessoas se
afastam das
atividades,
melindrando-se
por pequenas
coisas. Como os
dirigentes
destas casas
devem agir em
momentos como
este?
Não se preocupar
com elas,
fazendo tudo
para que aquele
companheiro se
aproxime mais da
casa, sem tocar
no assunto e sem
nunca
censurá-lo,
dando
oportunidade
para que ele
trabalhe com os
membros da casa
espírita. Essa
oportunidade
deve ser dada
com carinho,
atenção,
desprendimento e
renúncia, pois
só o amor
constrói.
– Nas casas
espíritas,
existem muitas
atividades. Para
o senhor, qual a
atividade mais
importante?
Todas elas são
importantes
porque é um
conjunto de
força, de
energia e
estabilidade
para que talvez
tenhamos que
executar alguma
tarefa, mas deve
ser bem
desempenhada.
Não há maneira
de dividir nada,
pois o amor e a
dor salvarão o
mundo.
– O que o senhor
acha sobre o
trabalho dessas
casas espíritas
para com o
jovem, as
crianças? É
importante este
trabalho?
Temos exemplos
extraordinários
em nossa frente.
Devemos estudar,
tentando
descobrir quais
os meios mais
úteis,
necessários e
importantes na
aplicação dos
trabalhos na
casa espírita.
Devemos tratar
com muito
carinho e
respeito, pois
serão eles o
nosso futuro. O
trabalho deve
ser iniciado
desde seu
nascimento.
– O senhor há
mais de meio
século dirige o
Lar Infantil
Marília Barbosa,
sempre cuidando
de crianças. O
sucesso deste
trabalho deve-se
a quê?
Creio que seja a
perseverança no
trabalho, o que
é muito
importante, pois
se começarmos um
trabalho e não o
melhorarmos, ele
não produz. Se
nós o
melhorarmos para
oferecer nossa
contribuição
para que tudo
corra da melhor
forma possível,
é o mais
importante.
– Além do
trabalho na casa
espírita com as
crianças, qual
outro importante
trabalho que a
instituição
realiza?
Se a gente
ficasse restrito
somente ao
trabalho com as
crianças,
estaríamos já
fazendo alguma
coisa, pois isso
é muito
importante, pelo
fato de estarmos
preparando os
trabalhadores do
futuro, mas é um
conjunto de
coisas que têm
que acontecer ao
mesmo tempo,
como a
orientação,
alimentação
correta,
exemplos para as
crianças, pois
não adianta
querermos
colocar alguém
no caminho certo
com imponência,
firmeza e
arrogância, mas
sim com o
exemplo e
carinho.
– Dizem que com
o desencarne de
Chico Xavier seu
mentor Emmanuel
está para
reencarnar, ou
já reencarnou.
Qual a opinião
do senhor sobre
isso?
Penso que não
podem faltar na
crosta terrestre
Espíritos como
Chico Xavier e
Emmanuel que
trazem uma
segurança e a
certeza da
imortalidade da
alma, vinculada
ao trabalho de
orientação,
formando pessoas
capacitadas para
orientar, ser
dirigentes na
doutrina
espírita,
pensando sempre
no bem e na
renúncia. Esses
Espíritos
superiores vêm
nos alertar e
nos informar
sobre as coisas
reais da vida,
ou seja,
constituem um
convite ao
trabalho.
Possuímos
informações de
que Espíritos
iguais ou
melhores do que
eles estão
reencarnando no
planeta Terra,
para que o
trabalho não
pare e continue
acontecendo
sempre, vencendo
os obstáculos da
vida com muito
esforço e
dedicação.
– Ninguém mais
do que o senhor
conheceu tão bem
a D. Dulce
Gonçalves. Qual
seria o recado
que ela gostaria
que fosse dado
aos filhos,
netos, bisnetos
e demais
familiares?
Que se amem se
respeitem e se
unam, não tendo
nenhuma
desavença entre
os familiares e
que trabalhem em
prol dos mais
necessitados,
pois foi o que
ela sempre fez e
desejou.