Comunicação com
os mortos
O caminho será
árduo, mas mais
cedo ou mais
tarde a ciência
oficial provará
de maneira
abrangente e
peremptória a
comunicação com
os mortos, e
difícil então
será negá-la,
como ainda fazem
hoje os
adversários do
Espiritismo
Introdução
– Não sei por
que razões nós
os profitentes
da Doutrina
Espírita não
temos o hábito
de rebater os
artigos que de
alguma forma
combatem o
Espiritismo.
Tarefa que a meu
ver poderia
estar com os
grandes nomes do
movimento
espírita. Na
verdade esses
artigos podem
não trazer
nenhuma confusão
aos que têm
conhecimento da
Doutrina
Espírita,
adquirido,
principalmente,
através dos
estudos.
Entretanto, acho
que alguns
artigos trazem
enorme prejuízo
à nossa imagem,
possibilitando
aos vacilantes e
aos que não
possuem nenhum
conhecimento
terem uma visão
distorcida da
Doutrina. Minha
preocupação
reside no "quem
cala consente",
por isso tenho
pra mim que
deveríamos
rebater qualquer
artigo que venha
manchar nossa
Doutrina, não
querendo com
isto dizer que
devemos partir
para a agressão.
Apesar de não me
considerar à
altura de tais
contestações, me
atrevo a rebater
um ou outro
artigo que
surge.
O texto em exame
– Retiramos do
jornal Estado
de Minas, do
dia 11.09.95, na
coluna
Testemunho
Cristão, o
artigo do médico
Evaldo Alves d’Assumpção,
do qual
transcrevemos os
seguintes
trechos:
"Ganha cada vez
mais espaço a
questão da
chamada
‘Transcomunicação’,
ou seja, a
imaginária
comunicação com
os mortos,
através de
aparelhos
eletrônicos:
gravadores,
televisão,
computadores,
etc.." (...)
"Quem morreu
pertence a uma
outra natureza,
intangível pela
nossa razão e
menos ainda
pelos nossos
sentidos".
(...).
"Resumindo,
podemos dizer
que a
Transcomunicação
acontece,
exclusivamente,
por uma ação
paranormal de
uma pessoa que
utiliza
aparelhos
eletrônicos,
como uma espécie
de estímulo para
a sua
paranormalidade
e para a
expressão de uma
energia chamada
‘Telergia’,
gerada por essas
pessoas, que
recebem o nome
de médium,
paranormal ou
metagnomo.
Através dessa
energia, hoje
muito bem
estudada pela
Parapsicologia,
são capazes de
criar sons ou
imagens em
aparelhos, os
quais serão
atribuídos a
pessoas já
falecidas, sem
contudo o ser.
Curiosamente,
tais aparelhos
nunca funcionam
sem a presença
desses
paranormais e as
imagens
apresentadas
sempre
reproduzem
alguma
fotografia
previamente
existente do
falecido e que
seus parentes
trazem consigo
ou que são
apresentadas ao
paranormal. E
nunca a imagem
da pessoa, tal e
qual era em seus
últimos
momentos, como
seria de se
esperar." (...)
"Contudo, não se
manifestam
espontaneamente
nem
conscientemente.
Por isso mesmo,
a fraude quase
sempre está
associada a
estes
espetáculos de
transcomunicação.
Quando os
fenômenos não
ocorrem
naturalmente,
seus
organizadores
recorrem à
fraude, para não
decepcionar a
assistência.
(...)
Curiosamente,
também, sempre
que falam de
‘cientistas’ que
estudam tais
fenômenos,
somente se
referem aos
seguidores de
doutrinas
espíritas ou
espiritualistas,
não abrindo
qualquer espaço
para os que
contestam tais
‘fenômenos’. E
os ‘cientistas’
que fazem parte
daquele grupo
não se importam
em transmitir
notícias
tendenciosas,
que confundem os
leitores." (...)
"Até hoje, todas
as tentativas de
se provar, de
maneira
metodologicamente
correta, sem
sectarismos
filosóficos ou
religiosos, que
os mortos se
comunicam
através de
aparelhos ou de
qualquer
maneira,
redundaram em
enorme
fracasso".
(...).
Os argumentos
científicos
– Iniciando
nossos
argumentos,
iremos buscar no
livro
Transcomunicação,
de Clóvis S.
Nunes, um trecho
do livro "O
Desconhecido e
os Problemas
Psíquicos”, de
Camille
Flammarion:
"Assistia eu,
certo dia, a uma
sessão da
Academia de
Ciências, dia
esse de
hilariante
recordação, em
que o físico Du
Moncel
apresentou o
fonógrafo de
Edison à douta
assembleia.
Feita a
apresentação,
pôs-se o
aparelho
docilmente a
recitar a frase
registrada em
seu respectivo
cilindro".
|
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"Viu-se então um
acadêmico de
idade madura de
espírito
compenetrado,
saturado mesmo
das tradições de
sua cultura
clássica,
nobremente
revoltar-se
contra a audácia
do inovador,
precipitar-se
sobre o
representante de
Edison e
agarrá-lo pelo
pescoço,
gritando:
‘Miserável, nós
não seremos
ludibriados por
um ventríloquo’.
Senhor Bouillaud,
chamava-se este
membro do
instituto. Foi
isso a 11 de
março de 1878.
Mais curioso,
ainda, é que
seis meses após,
a 30 de
setembro, em uma
sessão análoga,
sentiu-se ele
muito satisfeito
em declarar que,
após maduro
exame, não
constatara no
caso mais do que
simples
ventríloqua,
mesmo porque,
não se pode
admitir que um
vil metal possa
substituir o
nobre aparelho
da fonação
humana. Segundo
esse acadêmico,
o fonógrafo não
era mais do que
uma ilusão de
acústica."
É impressionante
o comportamento
do ser humano em
face do
desconhecido,
como o
pré-julgamento
não nos permite
deslumbrar
diante do novo,
mesmo que ele
tenha sido
apresentado por
pessoa de
comprovada
capacidade
intelectiva.
Assim também
ocorre com a
Transcomunicação
que ao fundo nos
traz a
comunicação dos
mortos. É de
espantar que em
pleno final do
século XX
pessoas ainda se
comportem dessa
maneira,
condenem coisas
que, com
absoluta
certeza, não
pesquisaram ou
não persistiram
em buscar as
leis a que se
submetem tais
fenômenos; e
como talvez nem
tenham
capacidade para
compreender,
passam a
combatê-las
sistematicamente.
E o que é pior,
chegam a tal
disparate de
dizer que tudo é
falso. Ora,
diante de
tamanha
leviandade não
sabemos nem o
que dizer, mas
poderíamos
lembrar que por
ter surgido
algum falsário
nunca poderíamos
generalizar, até
mesmo porque nem
todas as pessoas
são iguais. E em
qualquer meio em
que nos
encontremos,
teremos pessoas
que não possuem
a honestidade
desejada. Vemos
também no meio
religioso
padres, pastores
e líderes
religiosos que
agem
frontalmente
contra aquilo
que pregam, e
nem por isso nos
atrevemos a
generalizar
dizendo que
todos eles agem
da mesma
maneira.
Mas felizmente
nem todos pensam
como o
articulista, que
se mostra
completamente
desatualizado do
assunto, e para
provar que não
são somente os
espíritas que
levam a efeito
tais
experimentos
citamos o Padre
francês François
Brune, que
através de
pesquisa
científica e
séria, sem
sectarismo
filosófico ou
religioso,
chegou à
conclusão da
possibilidade da
comunicação com
os mortos, tendo
inclusive
editado um livro
intitulado "Os
Mortos nos
Falam",
traduzido para o
português do
original em
francês "Les
Morts nous
Parlent", pela
editora Edicel.
Registre-se que
ele ainda
pertence às
lides da Igreja
Católica.
Citaremos, para
conhecimento do
leitor, um
resumo
bibliográfico
deste autor: O
Pe. François
Charles Antoine
Brune é
bacharelado em
Latim, Grego e
Filosofia.
Cursou seis anos
do "Grand
Seminaire",
sendo cinco no
Instituto
Católico de
Paris e um na
Universidade de
Tubingen. Tem
cinco anos de
curso superior
de Latim e Grego
na Universidade
de Sorbonne.
Estudou as
línguas
assírio-babilônicas,
o hebraico e os
hierógrafos
egípcios. Foi
licenciado em
Teologia no
Instituto
Católico de
Paris em 1960, e
em Escritura
Sagrada, no
Instituto
Bíblico de Roma,
em 1964. Foi
professor de
diversos "Grands
Seminaires"
durante sete
anos. Estudou a
tradição dos
cristãos do
Oriente e
dedica-se a
estudos dos
fenômenos
paranormais.
O Pe. François
Brune vem
defendendo de
público, em
seminários e
palestras, o
resultado de
suas pesquisas.
Em seu livro
diz: "Escrevi
este livro para
tentar derrubar
o espesso muro
de silêncio, de
incompreensão,
de ostracismo,
erigido pela
maior parte dos
meios
intelectuais do
ocidente. Para
eles, dissertar
sobre a
eternidade é
tolerável; dizer
que se pode
entrar em
comunicação com
ela é
considerado
insuportável".
Para mostrarmos
ainda mais a
comprovação
científica da
comunicação dos
mortos,
citaremos o
livro do Prof.
Carlos Augusto
Perandréa,
intitulado "A
Psicografia à
Luz da
Grafoscopia",
editora
Jornalística Fé,
em que ele
analisa
mensagens
recebidas dos
chamados mortos,
aplicando as
técnicas da
grafoscopia,
ciência que tem
como objeto a
grafia. No
livro, na
qualidade de
renomado perito,
ele atesta a
veracidade das
comunicações que
passaram por sua
análise.
Os argumentos
filosóficos
– Mas como não
queremos ficar
só nas
comprovações
científicas,
vamos mostrar a
incoerência
destas pessoas
que aparentam
ser conhecedoras
das escrituras e
dos ensinos das
correntes
religiosas de
que fazem parte,
senão vejamos:
a) Pedidos
aos Santos -
Não há sentido
algum em
ficarmos pedindo
isto ou aquilo
aos chamados
"santos" se não
existe
comunicação com
os mortos, pois,
se esta não há,
nunca poderiam
saber o que lhes
estamos pedindo
e, assim sendo,
também nunca
poderiam nos
atender.
b) Proibição
da "evocação"
dos mortos -
Em Deuteronômio
18:9-12 existe a
proibição de
evocar os
mortos. Ora,
gostaríamos de
saber se há
alguma lógica em
proibir algo que
não pode
acontecer.
Assim, se houve
a proibição de
evocá-los é
porque uma vez
evocados
poderiam
atender-nos.
Está aí o maior
atestado dessa
possibilidade. E
mais, para os
que têm esta
proibição como
ordem direta de
Deus, a coisa
fica pior, pois
Deus, a eterna
sabedoria,
proibiria a
evocação dos
mortos apesar de
saber que eles
não podem se
comunicar, o que
é um absurdo.
c) A Bíblia
- Somente quem
não quer mesmo
ver, ou atribui
tudo a obra do
demônio, ignora
que em I Samuel
28:7-20 está
dito que o rei
Saul foi
procurar uma
pitonisa em
Endor para se
aconselhar com
Samuel, que já
se encontrava
morto, sobre o
que deveria
fazer, pois
estava cercado
pelo exército
dos filisteus e
não sabia como
agir.
Mas, se não
bastasse essa,
temos uma bem
mais recente que
aconteceu na
época em que
Jesus esteve em
nosso meio. A
narrativa é de
Mateus 17:1-9,
onde se vê que
Jesus, no alto
do monte Tabor,
após
transfigurar-se,
conversa com
Moisés e Elias.
Sabemos que
esses dois
profetas já
haviam morrido
muito antes
desse episódio.
Ora, se os
mortos não se
comunicam, como
então estavam
eles, Moisés e
Elias,
conversando com
Jesus, fato
presenciado por
Pedro, Tiago e
João?
d) Aparições
dos mortos –
Existem inúmeros
relatos,
reconhecidos
pela própria
Igreja Católica,
de pessoas que
depois de mortas
apareceram aos
vivos. Quantas
destas pessoas
foram
classificadas de
"santas" após
terem aparecido
em algum lugar,
conversando com
os fiéis ou os
orientando? Será
que existe uma
lei que regula
isto tudo ou
somente são
permitidas
aparições de
pessoas que
pertenceram a
esta ou àquela
corrente
religiosa? Bem
sabemos que Deus
é justo e o que
faz para um de
seus filhos fará
a todos; assim,
tais aparições
vêm, também,
confirmar que os
mortos se
comunicam com os
vivos.
e) Pedidos de
preces das Almas
do Purgatório
- Recorremos ao
artigo de
Henrique
Rodrigues,
publicado na
revista Visão
Espírita n.º 4,
em que ele diz:
"Um missionário
apostólico
francês, o Padre
Jonet, fundou em
Roma, no final
do século
passado, o Museu
das Almas do
Purgatório, no
n.º 12 do Lungo
Tevere Prati.
Esse museu está
no subsolo da
Igreja do
Sagrado Coração
do Sufrágio,
onde estivemos,
mas que é muito
difícil que
permitam
visitá-lo, mesmo
sacerdotes, e
muito menos
permitam
fotografá-lo.
(...) Lá estão
expostas peças
oriundas dos
fenômenos. Em
algumas molduras
nas paredes,
elas estão em
quadros grossos,
protegidos por
vidros. Ao todo
são 280, com a
identificação de
nomes, datas,
lugares em que
os fatos
aconteceram.
Mais de 40%
acontecidos
antes da
Codificação.
(...). O
problema é que,
pelos próprios
relatos dos
fenômenos
passados dentro
dos conventos e
igrejas, com
freiras, irmãs,
confessores e
até padres e
bispos, eles
vinham suplicar
socorro, em
preces, orações
e missas. O
fenômeno
mediúnico
acarretava e
patenteava a
existência de
leis da
Eternidade"
(...).
f)
Mediunidade
dentro da Igreja
Católica -
Sabemos que a
mediunidade não
é exclusividade
da Doutrina
Espírita, pois
ela existe desde
o aparecimento
do homem na
Terra, visto que
é uma faculdade
inerente aos
seres humanos,
variando apenas
no grau e na
forma como cada
pessoa a possui.
Assim é que
dentro de toda e
qualquer
corrente
religiosa vamos
encontrar
médiuns. O único
problema é quem
vai aceitar tal
coisa, pois a
atribuem somente
ao Espiritismo.
Mas sempre
haverá uma
pessoa, digamos,
mais corajosa
que assume seu
papel, mesmo
diante de muita
incompreensão,
como relatado
pela revista
Visão Espírita
n.º 1, que
publicou uma
matéria com o
Padre Miguel
Fernandes
Martins, de
Sobradinho, uma
das cidades
satélites do
Distrito
Federal, na qual
ele concedeu
entrevista ao
confrade Alamar
Régis Carvalho,
de que extraímos
o trecho abaixo:
Alamar
– Mas a
mediunidade em
um padre é uma
coisa muito
esquisita, do
ponto de vista
tradicional,
considerando os
dogmas da
Igreja. O senhor
não fica sem
jeito quando
enfrenta os seus
próprios
companheiros de
doutrina?
Padre Miguel
– Não é que eu
tenha vergonha
da minha
espiritualidade
– vocês chamam
de mediunidade,
mas eu chamo de
espiritualidade.
Eu venho
aceitando-a
porque só tenho
visto caridade
no Espiritismo.
Eu tenho visto
pessoas que não
acreditavam em
Deus e passaram
a acreditar,
pessoas que se
afastaram por
muito tempo de
Deus e voltaram,
pessoas que
nunca leram o
Evangelho e
passaram a ler,
porque o Frei
deu o Evangelho
Kardecista (?),
porque ele não
aceita outro
Evangelho. Eu
até brigo com
ele porque ele
diz que “O
Evangelho
segundo o
Espiritismo" é
muito mais
explicado e mais
profundo que o
da Igreja
Católica. Apesar
de eu não ver
dessa maneira,
ele acha isso.
Alamar
– Como a Igreja
vê essa sua
situação, Padre
Miguel?
Padre Miguel
– A Igreja nunca
aceitou. Já me
ameaçaram até de
expulsão. Uma
vez eu saí na
revista
"Incrível". Por
isso ameaçaram
rasgar minha
batina. Tudo que
eles querem
fazer comigo,
eles fazem. Eu
sofro muita
agressão por
causa disso. Mas
eu deixei
correr. Se o
Frei Fabiano
quer realmente
me ajudar, ele
tem que dar um
jeito de me
proteger, que
ele faça com que
a Igreja aceite.
A referência a
Frei Fabiano
advém do fato de
que o Padre
Miguel atua
mediunizado pelo
Espírito daquele
que ficou
conhecido na
Terra pelo nome
de Frei Fabiano
de Cristo.
Conclusão
– A coisa parece
bem simples. Se
o Espírito pode
agir sobre uma
matéria, o nosso
corpo físico,
como não poderia
agir sobre
outras matérias,
independentemente
de estar ou não
encarnado?
Sabemos que o
caminho é árduo,
mas mais cedo ou
mais tarde a
ciência oficial
provará de
maneira
abrangente e
peremptória a
comunicação com
os mortos, e
difícil então
será negá-la, a
não ser que até
lá ainda existam
"sábios" do tipo
daquele que
contestou o
fonógrafo de
Edison, e
roguemos a Deus
não permita
existam os que
tentam
amordaçá-la,
como fizeram com
Galileu Galilei,
quando afirmou
que o Sol não
girava em torno
da Terra, mas a
Terra é que
girava em torno
daquele astro.
Bibliografia:
Jornal o "Estado
de Minas", BH
11.09.95.
Revista Visão
Espírita n.º 1,
SEDA Editora.
Revista Visão
Espírita n.º 4,
SEDA Editora.
Os Mortos nos
Falam, Pe.
François Brune,
Edicel, 1ª
Edição.
A
Psicografia à
Luz da
Grafocospia,
Prof. Carlos
Augusto
Perandréa, Ed.
Jornalista Fé,
Mar/91.
Transcomunicação,
Clovis S. Nunes,
Edicel, 2ª
Edição.
Bíblia Sagrada,
Editora Ave
Maria, 68ª
Edição.