A mente permanece na base de todos os fenômenos mediúnicos
1. Aprendemos no livro “Nos Domínios da Mediunidade”, de André Luiz, que a mente permanece na base de todos os fenômenos mediúnicos, frase que define com clareza o papel da mente nas atividades mediúnicas, porque é através dela que se manifestam os valores adquiridos pelo Espírito, as experiências acumuladas, as virtudes, os conhecimentos, os defeitos, os dramas vividos, as afeições, o rancor, a bondade, a vingança, a alegria, a tristeza, tanto quanto o amor e o ódio. Essas características intrínsecas do Espírito exteriorizam-se através da mente, definindo o grau de evolução em que ele se encontra, a faixa vibratória em que vive.
2. Circunscritos nas dimensões conceptuais em que nos encontramos, ensinam os Instrutores espirituais, podemos arrojar de nós a energia atuante do próprio pensamento, estabelecendo em torno da nossa individualidade o ambiente psíquico que nos é próprio.
3. Formamos, desse modo, um conjunto vastíssimo de Inteligências sintonizadas no mesmo padrão vibratório de percepção, integrando um todo constituído de bilhões de seres que formam, por assim dizer, a Humanidade terrestre. Dependendo dos nossos semelhantes, agimos e reagimos uns sobre os outros, por meio da energia mental em que nos renovamos incessantemente.
4. O papel desempenhado pela mente é muito importante para a adaptação psíquica do médium iniciante nas atividades mediúnicas, visto que nessas atividades ele não se encontra só; muito pelo contrário, encontra-se junto de outras mentes encarnadas e desencarnadas, desenvolvendo esforços no sentido de encontrar um ponto elevado de sintonia de pensamentos e sentimentos, para transformar a atividade mediúnica em atividade útil tanto para o seu aprimoramento espiritual como também para o benefício geral, na forma de esclarecimento, consolação e apoio.
É indispensável ao médium saber que tipo de onda mental ele assimila
5. Não é difícil perceber que todos os seres vivos respiram na onda de psiquismo dinâmico que lhes é peculiar, psiquismo esse que independe dos centros nervosos, uma vez que, fluindo da mente, é ele que condiciona todos os fenômenos da vida orgânica em si mesma. Em qualquer posição mediúnica, a inteligência receptiva está, pois, sujeita às possibilidades e à coloração dos pensamentos em que vive, e a inteligência emissora jaz submetida aos limites e interpretações dos pensamentos que é capaz de produzir.
6. Achando-se a mente na base de todas as manifestações mediúnicas, quaisquer que sejam os característicos em que se expresse, é imprescindível enriquecer o pensamento, incorporando-lhe os tesouros morais e culturais, os únicos que nos possibilitam fixar a luz que jorra para nós das Esferas superiores. Mediunidade não basta por si só; é imprescindível saber que tipo de onda mental assimilamos, para conhecer da qualidade do nosso trabalho e ajuizar da nossa direção.
7. Certamente não se espera do iniciante, do médium aprendiz, uma fé vigorosa, uma alta capacidade de consolar, de esclarecer, de amar e de servir. Exigir isso dele seria uma insensatez, visto que lhe falta a necessária experiência. É razoável, contudo, esperar que ele apresente o sincero propósito de aprender, o desejo honesto de se aprimorar e boa vontade em servir e atender seus semelhantes.
8. Os pressupostos mencionados no item anterior são básicos para que, na atividade de intercâmbio espiritual, os Espíritos superiores encontrem seriedade de propósito nos participantes e tenham, assim, meios e razões para participar com utilidade desses trabalhos.
Na atividade mediúnica, disciplina e perseverança são também essenciais
9. O escolho com que topa a maioria dos médiuns principiantes é o de terem de haver-se com Espíritos inferiores, e devem dar-se por felizes quando não são Espíritos levianos. Por causa disso, é preciso que tenham a máxima atenção para que tais Espíritos não assumam o predomínio na tarefa, porquanto, se isso ocorrer, nem sempre lhes será fácil desembaraçar-se.
10. A primeira condição é colocar-se o médium, com fé sincera, sob a proteção de Deus e rogar a assistência do seu protetor espiritual. A segunda condição é aplicar-se com meticuloso cuidado a reconhecer, por todos os indícios que a experiência faculta, qual a natureza dos Espíritos que se comunicam primeiramente por seu intermédio.
11. Os médiuns iniciantes precisam compreender, ainda, que na mediunidade não existe conhecimento real onde o tempo não consagrou a aprendizagem e que são nobres todos os encargos em que a luz da caridade preside às realizações. Os fluidos úteis, as vibrações disseminadas pelo ambiente de um Centro Espírita pelos cuidados dos benfeitores invisíveis, são elementos essenciais e hão de conservar-se imaculados. Eis por que a Espiritualidade esclarecida recomenda que tenhamos o máximo respeito nas assembleias espíritas, onde jamais devem penetrar a frivolidade, a inconsequência, a maledicência, a intriga, o mercantilismo e o mundanismo, que são manifestações inferiores do caráter humano, cujo magnetismo atrai para tais assembleias bandos de entidades hostis e malfeitoras, que acabam influindo nos trabalhos que ali se realizam.
12. Cabe-nos por fim observar que, se nas atividades terrenas não conseguimos bons resultados a não ser por meio do trabalho, da disciplina e da perseverança, com muito maior razão teremos que nos empenhar nas atividades espirituais e mediúnicas, para alcançarmos um relativo conhecimento real da prática mediúnica, com disciplina e perseverança, aliadas à humildade e ao conhecimento claro dos princípios doutrinários.
Respostas às questões propostas
1. Qual é o significado exato desta frase: “a mente permanece na base de todos os fenômenos mediúnicos”?
R.: A frase em questão indica que é através da mente que se manifestam os valores adquiridos pelo Espírito, suas experiências acumuladas, suas virtudes, seus conhecimentos, seus defeitos, tanto quanto o amor e o ódio. Essas características intrínsecas do Espírito exteriorizam-se através da mente e definem o grau de evolução em que ele se encontra, a faixa vibratória em que vive.
2. Ensina o Espiritismo que todos os seres vivos respiram na onda de psiquismo dinâmico que lhes é peculiar. Esse psiquismo depende ou independe dos centros nervosos da criatura humana?
R.: Ele independe dos centros nervosos, pois flui diretamente da mente e condiciona todos os fenômenos da vida orgânica em si mesma.
3. Você concorda com este pensamento: “Mediunidade não basta por si só; é imprescindível saber que tipo de onda mental assimilamos, para conhecer da qualidade do nosso trabalho e ajuizar da nossa direção”?
R.: Sim, porque é a aplicação dada à faculdade mediúnica que realmente importa.
4. Não se deve esperar do iniciante, do médium aprendiz, uma fé vigorosa, uma alta capacidade de consolar, de esclarecer, de amar e de servir. Exigir isso seria uma insensatez. Que é que seria razoável esperar do médium principiante?
R.: O que se espera do médium principiante é que apresente o sincero propósito de aprender, o desejo honesto de se aprimorar e boa vontade em servir e atender seus semelhantes.
5. Por que nós, adeptos do Espiritismo, precisamos ter nas assembleias espíritas o máximo respeito, evitando que ali penetrem a frivolidade, a intriga, o mundanismo?
R.: São dois os motivos. O primeiro: os fluidos úteis, as vibrações disseminadas pelo ambiente de um Centro Espírita pelos cuidados dos benfeitores invisíveis, são elementos essenciais e devem conservar-se imaculados. O segundo: a frivolidade, a intriga e comportamentos semelhantes são manifestações inferiores do caráter humano, cujo magnetismo atrai para as assembleias bandos de entidades hostis e malfeitoras, que acabam influindo nos trabalhos que ali se realizam.
Bibliografia:
O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec, itens 209 e 211.
Dramas da Obsessão, de Bezerra de Menezes (Espírito), psicografado por Yvonne A. Pereira, pp. 145 e 146.
Nos Domínios da Mediunidade, de André Luiz, psicografado por Francisco Cândido Xavier, pp. 15 a 20.
Estude e Viva, de Emmanuel e André Luiz, psicografado por Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, pp. 210 e 211.