Tenho 4 livros
já editados e um
no prelo: “Entre
o Pecado e a
Evolução”,
“Macho, Fêmea
Etc...”, “Curso
Para Expositores
na Sociedade
Espírita” (em
coautoria) e “É
Possível Prever
o Futuro? A
Doutrina
Espírita
Responde”; no
prelo, um
abordando os
distúrbios da
sexualidade,
ainda com título
em definição.
O Consolador:
Como se tornou
espírita?
Desde a infância
frequento a Casa
Espírita. A
primeira de que
me lembro fica
no bairro da
Vila Esperança,
Penha, onde
mamãe atuava
como médium de
incorporação.
Mais tarde,
convivi com
centenas de
pacientes
tratados e
curados em nossa
residência, pois
mamãe se revelou
médium de cura,
assistida por
uma equipe
médica
espiritual. Já
no final da
adolescência
comecei a
frequentar a
Federação
Espírita do
Estado de São
Paulo, na sua
sede antiga, uma
casa térrea na
Rua Maria Paula,
onde foi erguida
a atual sede. E
por lá fiquei
dezenas de
anos.
O Consolador: A
experiência de
escrever e falar
em nome do
Espiritismo
traz-lhe que
visão de vida?
Consegui ter uma
visão e uma
postura ética
nas relações
humanas, criar
filhos dentro do
mesmo padrão
moral, e ficar
cônscio da minha
responsabilidade
em atender os
desvalidos do
mundo, criando e
trabalhando em
várias obras
sociais, sob a
bandeira da
fraternidade. É
claro que o
conhecimento dos
postulados
espíritas e o
ato de pregar a
Doutrina
envolvem um
senso de
responsabilidade
muito grande,
mas que conforta
e enobrece.
O Consolador:
Seu livro
versando sobre o
conhecimento do
futuro, lançado
recentemente,
baseia-se em A
Gênese. Fale
algo sobre ele.
De fato, a
Teoria da
Presciência é um
importante
capítulo do
livro A
Gênese, de
Kardec, que
encerra amplos e
profundos
aspectos
científicos da
Doutrina e que
veio a público
onze anos depois
de O Livro
dos Espíritos,
verdadeiro
repositório das
teses mais tarde
ampliadas pelas
obras
subsequentes;
portanto, A
Gênese veio
a lume quando
havia já sólidos
sedimentos dos
postulados
científicos que
envolvem o
Espiritismo. De
tanto dar aula e
fazer cursos
específicos
sobre A
Gênese,
acabei
escrevendo
algumas
apostilas, tais
como a Teoria
dos Fluidos, A
Prova da
Existência de
Deus, e, dentre
elas, essa sobre
as predições,
premonições,
pressentimentos,
previsões e
profecias,
comprovando que,
no mais das
vezes, o que
chamamos de
‘futuro’ nada
mais é do que um
‘presente’ que
ainda não
conhecemos, mas
que existe e,
portanto, é
desvendável e
apreciável, não
como milagre ou
magia, mas como
fatos concretos
analisados à luz
da lógica e da
razão.
O Consolador: E
o livro sobre
sexualidade, a
ser lançado
brevemente, de
que trata
especificamente?
Esse livro
também nasceu de
quase vinte anos
de palestras,
simpósios e
debates sobre o
assunto
envolvendo a
sexualidade e
seus distúrbios.
Pretendi, com a
obra, desfazer
um equívoco
muito comum
entre as
pessoas,
incluindo
espíritas, de
que qualquer
comportamento
fora dos
chamados
‘padrões de
normalidade’ é
apontado como
manifestação
homossexual. Com
dados precisos
colhidos ao
largo de anos e
com os
fundamentos
lançados pelos
Espíritos,
classificamos as
ocorrências
nesse campo em
vários grupos,
sendo que o
menor deles é
efetivamente
homossexual. E,
mais que isso:
concitei a todos
a respeitar as
tendências
sexuais das
criaturas, como
seres imortais
que somos todos
e, por isso,
fadados à
evolução
constante e
irreversível.
O Consolador:
Como é o desafio
de conciliar a
profissão com o
conhecimento
espírita?
Esse aspecto da
vida é
literalmente
complicado, mas,
com bastante
vagar ao largo
da vida espírita
e da profissão,
consegui
conciliar uma e
outro, e consigo
hoje passar para
os mais jovens
(além de alunos,
aclaro que
também tenho
duas filhas
advogadas e a
esposa acadêmica
de Direito) essa
postura, que
sintetizo: ajo
na vida
profissional não
cedendo a
manobras
escusas,
informando aos
clientes a
necessidade de
agir com boa-fé
nas relações
negociais, e,
enfim, não
praticando
qualquer ato que
possa macular
minha
consciência.
Muitas foram as
oportunidades de
obter recursos
avolumados, no
mais das vezes
exigindo ceder
aos princípios
de moralidade,
mas os
princípios
espíritas
calcados na
moral
irrepreensível
de Jesus me
chamaram à razão
e não me
permitiram
ceder. Nem por
isso me faltaram
recursos
honestamente
ganhos para ir
tocando a
vida.
O Consolador: Em
sua vivência
espírita, quais
foram as
ocorrências mais
marcantes?
Foram quatro. A
primeira, ainda
moço, foi
participar de
uma sessão de
ectoplasmia, de
aparição
tangível, que
comumente se
chama de
materialização,
vendo e
vivenciando a
aparição de
quatro Espíritos
com ocorrências
no desenrolar da
sessão que
deixaram
extasiados a
todos.
A segunda,
quando formei
nove alunos no
meu primeiro
curso de
oratória quase
20 anos atrás,
dentre mais de
50 inscritos,
sendo
responsável por
mais
divulgadores da
Doutrina que até
hoje estão aí
palestrando e
dando aulas;
chorei bastante,
de alegria.
A terceira,
quando fiz uma
palestra sobre
os tais
distúrbios da
sexualidade,
então denominada
‘Sexo e
Reencarnação’,
em São Lourenço
(MG), com os
destaques a que
me referi
anteriormente
sobre a exata
conceituação das
criaturas
pechadas antes
de imorais. Ao
término da
palestra fui
procurado por um
casal já maduro
que se fazia
acompanhar de
dois jovens bem
apessoados, um
deles seu filho,
o outro seu
amigo
inseparável. Os
pais me
disseram
emocionados:
“Hoje, pelos
seus
esclarecimentos,
compreendemos
meu filho e seu
amigo e
decidimos
dar-lhes a
devida guarida,
amparo e amor,
pois que são
Espíritos com
quem estamos
comprometidos e
que não nos cabe
julgar, mas
amparar”. O
choro foi geral,
é claro!
A quarta
ocorrência:
quando
participei da
criação, no ano
passado, da
Associação
Jurídico-Espírita
do Estado de São
Paulo, sendo
nela eleito
coordenador do
Conselho
Deliberativo, a
qual a cada dia
se avulta e
ganha corpo na
pregação de uma
postura ética na
vivência do
operador do
Direito, sejam
advogados, sejam
juízes, sejam
promotores de
justiça, sejam
delegados, sejam
procuradores,
cartorários,
acadêmicos e
tantos outros.
O Consolador:
Qual sua visão
sobre os temas
polêmicos que
têm chamado a
atenção da
sociedade e
também do
movimento
espírita?
O Espiritismo,
como já ficou
absolutamente
claro com os
ensinos de
Kardec,
acompanha a
evolução dos
seres e dos seus
empreendimentos
em todos os
ramos da
atividade e do
conhecimento
humano.
Exatamente por
isso não se
omite e encara
de frente todos
os assuntos que
tanto incomodam
a sociedade e
que, em passado
não muito
distante, era
proibido tratar
com abertura
lógica e
racional,
verdadeiros
tabus. Hoje os
divulgadores
espíritas –
vencendo
barreiras até
mesmo dentro de
algumas Casas
Espíritas –,
inspirados pelos
Espíritos de
alta moral e
elevação
intelectual,
tratam com
eficácia de
assuntos como a
Eutanásia, o
Aborto, as
Drogas, o Sexo e
suas distonias,
a Doação de
Órgãos e os
Transplantes, a
Violência entre
os humanos e
contra os
animais, além de
alguns mais
modernos como a
Ecologia, a
Corrupção de
valores, a
Política e a
Ética, além de
muitos outros.
E, o que é
melhor:
convincentemente,
buscando e
aclarando as
causas e
analisando os
efeitos,
enfocando
soluções que não
mais enredem os
seres em desvios
que mais tarde
tenham que
expiar.
O Consolador:
Qual dos
aspectos da
Doutrina
Espírita mais
lhe cativa o
sentimento e o
raciocínio?
A lógica e a
razão que são
enfeixadas em
todos os
aspectos da
Doutrina:
filosófico
(saber),
científico
(conhecer) e
religioso
(moral/ético).
O Consolador: Há
algo que você
gostaria de
acrescentar?
Apreciaria que
os Espíritas
continuassem a
realizar a
tarefa mediúnica
de consolo e de
cura aos
desvalidos, aos
deserdados do
mundo,
encarnados e
desencarnados,
mas que não se
escusassem de
estudar cada vez
mais,
aprofundando-se
nos conceitos
dos quais a
Codificação
Kardequiana
abriu as portas
e que a
Espiritualidade
desenvolveu em
benefício do
progresso
humano. Sigamos
todos duas
recomendações
especialíssimas
outorgadas pelo
Espírito
Verdade:
Amai-vos e
Instruí-vos! Que
o Criador amplie
ainda mais a luz
de todas as
Criaturas, hoje
e sempre.