Nova York deu-se
em função do
trabalho
profissional do
seu marido.
Profissionalmente,
Jussara já
trabalhou na
divisão de
corporações e no
escritório de
representação do
The Chase
Manhattan Bank,
bem como na
American
Express, Inc.
como gerente de
contas
corporativas, e
depois no
Citibank, como
vice-presidente
de contas
corporativas. No
momento, ela é a
principal
executiva do
escritório da
Associação Saúde
Criança
Renascer/Friends
of Renascer em
New York, como
voluntária.
*
O Consolador:
Que cargos ou
funções você já
exerceu no
Movimento
Espírita?
Olha, graças a
Deus já foram
muitos, então
vou listar os
mais atuais. No
momento sou a
fundadora e
presidente do
Spiritist Group
of New York e do
Spiritist
Alliance for
Books. Sou
também a
vice-presidente
do United States
Spiritist
Council.
O Consolador:
Quando você teve
o seu primeiro
contacto com o
Espiritismo?
Nasci em família
espírita, na
qual pertenço à
terceira geração
de espíritas,
mas na verdade
comecei a
frequentar mais
as reuniões e
ler os livros da
codificação e
outros a partir
dos 11 anos,
quando minha mãe
me levou ao
centro espírita.
O Consolador:
Houve algum fato
ou circunstância
especial que a
tenha levado ao
centro espírita?
Eu creio que
minha mãe estava
necessitada e eu
ia para
acompanhá-la,
mas logo me
apaixonei, e aí
era eu que a
levava, ou
melhor, pedia a
ela que me
levasse, já que
eu era ainda
pequena para ir
ao centro
sozinha.
O Consolador:
Qual foi a
reação de sua
família?
Talvez mais de
indiferença que
outra coisa
qualquer.
Infelizmente, em
uma família de 5
pessoas, só
mesmo eu e minha
mãe é que
seguimos o
Espiritismo.
O Consolador:
Dos três
aspectos do
Espiritismo -
ciência,
filosofia,
religião - qual
o que mais a
atrai?
Apesar de gostar
do Espiritismo
como um todo, em
seu tríplice
aspecto,
justamente por
ser tão
completo, acho
que o aspecto
que me atrai
mais é o
filosófico, ou
seja, a base do
Espiritismo,
representada
pela obra O
Livro dos
Espíritos.
O Consolador:
Que autores
espíritas lhe
agradam?
Alem de Kardec e
dos clássicos do
Espiritismo como
Léon Denis e
Gabriel Delanne,
gosto muito dos
livros de
Francisco
Cândido Xavier,
Divaldo Franco e
Raul Teixeira.
Esses são os
livros que
sempre recomendo
para as pessoas
que me pedem
indicação de
livros. Depois
de ler estes
autores, aí sim
teremos uma boa
base para julgar
os outros
títulos.
O Consolador:
Que livros
espíritas que
tenha lido você
considera
indispensáveis
ao confrade
iniciante?
Não dá para
saber de
Espiritismo sem
ler O Livro
dos Espíritos.
Depois recomendo
que procurem
fazer a leitura
e a prática do
Evangelho no lar
com O
Evangelho
segundo o
Espiritismo.
Após isso creio
que o livro E
a vida continua,
de André
Luiz, recebido
pelo médium
Francisco
Cândido Xavier,
é uma boa
introdução à
vida espiritual
e assusta menos
que o Nosso
Lar, na
minha opinião.
O Consolador: As
divergências
doutrinárias em
nosso meio
reduzem-se a
poucos assuntos.
Um deles diz
respeito ao
chamado
espiritismo
laico. Para você
o Espiritismo é
uma religião?
Eu concordo com
a frase que
alguns atribuem
a Kardec e
outros ao
Espírito
Emmanuel: O
Espiritismo não
é a religião do
futuro mas sim o
futuro das
religiões.
Dessa forma fica
clara a posição
do seu autor,
com a qual
concordo
plenamente, de
que os conceitos
espíritas, que
constituem a
filosofia
espírita, estão
aqui para serem
introduzidos nas
outras religiões
e não
necessariamente
para
substituí-las.
Kardec
apresentou-nos o
Espiritismo em
seu tríplice
aspecto, e
chamou-o de
Espiritismo ou
Doutrina
Espírita, e não
de religião
espírita. Ele
salienta na
Revue Spirite
que o
Espiritismo tem
seu aspecto
religioso, pois
ele segue os
ensinamentos de
Jesus e nos
religa ao Pai,
mas ele não é
uma religião
organizada
conforme se
entende de
religião, já que
em suas fileiras
não existe uma
hierarquia de
cargos
religiosos.
Gostaria, por
fim, de
salientar que o
Espiritismo não
existe sem o
aspecto
religioso, da
mesma forma que
ele não
existiria sem os
aspectos
filosófico e
científico.
O Consolador: Em
algum momento de
sua vida como
espírita você se
sentiu de certa
forma
privilegiada por
ter os
conhecimentos da
Doutrina? Pode
nos contar algum
desses momentos?
Isto acontece
diariamente, mas
é claro que nos
momentos
difíceis
sentimos ainda
mais fortemente
como é bom ser
espírita, pois
temos a vantagem
do entendimento,
que nos ajuda a
superar estas
dificuldades.
O Consolador:
Como você vê a
discussão em
torno do aborto?
Nos Estados
Unidos, como
esse assunto é
tratado?
Creio que não há
duas maneiras de
se ver o aborto:
ele é um ato
criminoso.
Sabemos, sim,
que existem
circunstâncias
em que ele é
justificado,
como vemos em
O Livro dos
Espíritos,
em que os
Espíritos nos
falam que no
caso da vida da
mãe estar em
perigo devemos
salvar a vida
que já está
consolidada.
Aqui nos Estados
Unidos, pelo
fato de serem
respeitados os
direitos dos
indivíduos a
todo custo, a
tendência é que
se veja o aborto
como uma
consequência
natural do
livre-arbítrio
de cada um. A
missão do
espírita será,
contudo, sempre
a de esclarecer,
jamais impor.
O Consolador:
Você tem contato
com o movimento
espírita
brasileiro?
Temos pouco
contato, e este
se dá mais
através da
Federação
Espírita
Brasileira.
Acho que o
Brasil e os
brasileiros
fazem um
trabalho
gigantesco na
difusão do
Espiritismo no
Brasil e no
mundo; afinal, é
por isso que
estamos aqui nos
EUA.
O Consolador:
Quando e como se
originou o atual
movimento
espírita nos
Estados Unidos?
Estamos
procurando
trabalhar em
conjunto para
fazermos um
histórico do
início do
movimento
espírita nos
EUA. Quando
Francisco
Cândido Xavier e
Waldo Viera
visitaram os
Estados Unidos
em 1965, eles já
encontraram
centros
consolidados, e,
é claro,
contribuíram
para que eles
crescessem ainda
mais. Mas, no
começo da
difusão do
Espiritismo
aqui, ela
acontecia mais
para atender à
necessidade das
comunidades
brasileiras e
hispânicas.
Somente a partir
de 2000/2001 é
que grupos
espíritas
especificamente
dedicados à
difusão do
Espiritismo no
idioma inglês
começaram as
suas atividades,
como o Spiritist
Group of New
York e a
Spiritist
Society of
Baltimore.
Podemos dizer
então, com
segurança, que o
Movimento
Espírita, em
inglês, somente
começou com uma
certa expressão
aqui nos Estados
Unidos no século
21.
O Consolador:
Existem no país
muitos grupos?
Como é feita a
divulgação da
Doutrina?
O Conselho
Espírita
Americano (United
States Spiritist
Council) -
http://www.spiritist.us
- possui uma
lista que
atualmente conta
com 84 casas
espíritas
espalhadas pelos
Estados Unidos.
A divulgação é
feita por meio
de visitas a
centros,
seminários,
congressos,
meios de
comunicação etc.
Não podemos
esquecer que, na
maioria dos
casos, as casas
espíritas
estabeleceram-se
devido ao
trabalho de
incansáveis
pioneiros que,
deslocando-se de
seus lares, vão
pelo mundo
levando a
palavra espírita
para todos.
Neste campo
temos que
destacar Divaldo
Pereira Franco e
Raul Teixeira.
O Consolador:
Como tem sido a
aceitação dos
ensinamentos
espíritas no
país?
Não podemos
falar em
aceitação de
algo que
praticamente não
é conhecido.
Estamos ainda na
fase de
implementação e
consolidação do
Movimento
Espírita
Americano. Temos
muito trabalho
ainda a fazer
até que
cheguemos ao
ponto de
aceitação ou não
dos conceitos
espíritas. Mas,
como vemos no
livro A
Gênese, de
Allan Kardec, os
tempos são
chegados e temos
de seguir
adiante fazendo
a nossa parte,
para que nós
mesmos, em
futuras
encarnações,
possamos colher
os frutos
benéficos desse
plantio.
O Consolador:
Pode-se dizer
que as pesquisas
científicas
estão auxiliando
a reaproximar a
medicina e a
religião nos
Estados Unidos?
Conforme disse o
nosso sábio
codificador
Allan Kardec, a
ciência tem de
andar lado a
lado com a
religião. E, sem
dúvida alguma,
as grandes
descobertas e
pesquisas
científicas
realizadas por
cientistas de
renome como
Albert Einstein
e Stephen
Hawking –
cientistas estes
que ao longo de
suas pesquisas
enfatizam a
presença de Deus
e sua submissão
a nosso Criador
– ajudam muito
neste processo.
O Consolador:
Diante da
situação
econômica em que
se encontram os
Estados Unidos,
agora vivendo a
experiência de
contar com um
presidente
respeitado no
mundo todo, como
você sente a
sociedade
americana?
Como num período
de transição,
mas não para
pior e sim para
melhor. Temos
hoje um
presidente que
nos parece ser
mais um
missionário, e
rogamos ao Pai
que ele possa
realizar esta
tarefa de
transição.
O Consolador: Em
face do nível
bastante alto de
violência e
criminalidade
que parece
aumentar no
mundo todo, qual
é, a seu ver, a
ação a ser
desenvolvida?
É triste ver
como ainda nos
demoramos nas
sombras. Devemos
seguir a
orientação de
Kardec para
superarmos esta
tendência: “É
pela educação,
mais do que pela
instrução, que
se transformará
a Humanidade”.
Creio ser esta a
fórmula para o
sucesso:
educarmos as
crianças e os
jovens, e quem
sabe até mesmo
os adultos, nos
princípios
espíritas.
Pitágoras disse:
"Educai as
crianças, para
que não seja
necessário punir
os adultos".
O Consolador: Em
face dos
problemas que a
sociedade
terrena está
enfrentando,
qual deve ser a
prioridade
máxima dos que
dirigem
atualmente o
movimento
espírita no
Brasil e no
mundo?
Continuar a
amar. Somente o
amor
incondicional
nos
possibilitará
prosseguir em
nossa tarefa de
levar a luz e o
esclarecimento
aos nossos
irmãos e irmãs
pelo mundo
afora. O amor
nos possibilita
acreditar que,
como nós mesmos
já fomos um dia
resgatados,
esses Espíritos
endurecidos que
encontramos hoje
espalhados pelo
mundo também
irão realizar a
sua
transformação.
Sigamos amando
sempre, seguindo
as palavras e,
acima de tudo,
os exemplos de
nosso Mestre
Maior: Jesus.