Antonio Cesar
Perri de
Carvalho:
"O
esclarecimento e
o conforto
espíritas
surgiram
precocemente e
de forma
decisiva em
minha vida"
O Secretário
Geral do
Conselho
Federativo
Nacional fala
sobre
o atual
momento por que
passa o
movimento
espírita
no
Brasil e
em todo o mundo
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Antonio Cesar
Perri de
Carvalho
(foto),
natural da
cidade de
Araçatuba (SP),
ora radicado em
Brasília (DF),
conhecido
dirigente
espírita,
palestrante,
escritor e atual
diretor da
Federação
Espírita
Brasileira
(FEB), além de
Secretário Geral
do Conselho
Federativo
Nacional e
membro da
Comissão
Executiva do
Conselho
Espírita
Internacional
(CEI), é o nosso
entrevistado da
semana.
Confrade
bastante
respeitado no
meio espírita no
Brasil e no
exterior, Perri
vem cumprindo
uma trajetória
de muitos anos
no seio,
inicialmente, do
movimento
espírita
paulista e
depois no
cenário nacional
e internacional,
como o leitor
tem visto pelo
trabalho que
realiza junto ao
Conselho
Espírita
Internacional,
um dos
|
assuntos que
compõem a
presente
entrevista.
O Consolador:
Qual a sua
formação?
|
Fui Professor
Titular da
Faculdade de
Odontologia da
UNESP de
Araçatuba,
Doutor em
Ciências,
Pró-Reitor de
Graduação da
UNESP,
pesquisador da
USP e consultor
do INEP/MEC.
O Consolador:
Quando se deu
seu primeiro
contato com o
Espiritismo?
Foi aos oito
anos de idade,
em Araçatuba.
O Consolador:
Como isso
aconteceu?
Acompanhei minha
genitora e
depois meus
tios. Uma das
razões de minha
genitora
acelerar sua
procura a
médiuns amigos e
depois reuniões
espíritas foi o
fato que eu
entrava em
transe,
semelhante a
casos descritos
em “No Mundo
Maior”. Os
episódios foram
passando, à
medida que eu
frequentava as
reuniões.
Comecei a ler
precocemente
O Livro dos
Espíritos,
O Evangelho
segundo o
Espiritismo
e obras de
Emmanuel – A
Caminho da Luz
e O
Consolador.
Adolescente,
participei da
fundação de
instituição
beneficente,
inicialmente
mantida pela
família, e, aos
16 anos, fundei
uma Mocidade
Espírita e
comecei a falar
em público.
Sempre tive o
apoio da
família,
inclusive da
esposa que
sempre atua
conosco.
O Consolador:
Dos três
aspectos do
Espiritismo,
qual o atrai
mais?
Ao longo de
minha trajetória
de vida oscilei,
com alguma
ênfase, entre os
três aspectos,
conforme ficou
registrado nos
artigos e livros
de minha
autoria.
Atualmente,
procuro manter o
equilíbrio entre
eles. Aliás, uma
das primeiras
palestras que
fiz em público
fora do nosso
ambiente da
instituição de
origem, e ainda
bem jovem, foi
respaldada no
conceito de
Emmanuel,
expresso em
“Definição”, no
livro O
Consolador.
O Consolador:
Existe alguma
obra espírita em
particular que
pode ser
considerada a
sua preferida?
Por quê?
Interessante que
mantenho minhas
predileções
marcadas desde
os tempos de
adolescência:
O Livro dos
Espíritos,
O Evangelho
segundo o
Espiritismo
e obras de
Emmanuel, como
as citadas, bem
como seus
romances
históricos.
O Consolador: Ao
longo dos anos o
senhor exerceu
muitos cargos e
realizou muitos
trabalhos no
movimento
espírita. Pode
nos falar um
pouco sobre essa
trajetória?
Em 1964, fui
fundador de
Mocidade
Espírita da
Instituição
“Nosso Lar”, em
Araçatuba (SP).
No ano seguinte
participei
entusiasmado da
I Concentração
de Mocidades e
Juventudes
Espíritas do
Brasil (em
Marília), e no
mesmo ano (1965)
passei a ser o
representante da
nossa
instituição de
origem no
Conselho da
então União
Municipal
Espírita de
Araçatuba (Órgão
da USE-SP).
Participei da
fundação e da
direção do
Centro Espírita
“Luz e
Fraternidade”
(Araçatuba,
1972). Fui
diretor da União
Municipal
Espírita de
Araçatuba e seu
presidente de
1971 a 1986.
Neste ano passei
a integrar a
diretoria da USE
(União das
Sociedades
Espíritas do
Estado de São
Paulo), durante
quatro anos,
assumindo a
presidência em
1990, por três
mandatos,
concluídos no
ano 2000, fase
na qual residia
e atuava
profissionalmente
em São Paulo.
Com a
aposentadoria,
assumi
compromisso
profissional em
Brasília e
passei a
colaborar
diretamente na
Federação
Espírita
Brasileira (FEB)
e no Conselho
Espírita
Internacional
(CEI), embora,
como diretor e
presidente da
USE-SP, já
frequentasse as
reuniões do
Conselho
Federativo
Nacional da FEB
desde 1986.
O Consolador:
Atualmente o
senhor é diretor
da FEB. O que
engloba esta
função?
Sou diretor da
FEB, com
atribuições em
algumas áreas de
comunicação
social e
principalmente
como Secretário
Geral do
Conselho
Federativo
Nacional da FEB.
Também integro a
Comissão
Executiva do
Conselho
Espírita
Internacional.
O Consolador: O
senhor também é
autor de alguns
livros. Quais
são eles?
São vários,
editados
principalmente
por “O Clarim” e
pela USE-SP,
exceção feita ao
“Dama da
Caridade” (Ed.
Radhu-SP), como
“Os Sábios e a
Sra. Piper”,
“Entre a Matéria
e o Espírito”,
“Família e
Espiritismo”,
“Laços de
Família”, “A
Família, o
Espírito e o
Tempo”, “Chico
Xavier – O Homem
e a Obra”, “Além
da Descoberta –
Brasil, 500
Anos”,
“Espiritismo e
Modernidade”,
“Em Louvor à
Vida” (em
parceria com
Divaldo P.
Franco). Há
também capítulos
em vários outros
livros e fui
organizador de
“Repositório de
Sabedoria” (2
volumes), de
Joanna de
Ângelis/Divaldo
P. Franco.
O Consolador:
Como surgiu a
ideia de
escrevê-los?
Como desde a
infância e a
adolescência lia
muito,
apresentava
também
facilidade para
escrever o que
foi
potencializado
pela minha vida
acadêmica. Mas a
motivação para
cada livro
surgiu em função
de contextos e
ênfases de
momentos de
minha vida.
O Consolador:
Poderia falar um
pouco sobre o
que é o Conselho
Espírita
Internacional e
o trabalho
desenvolvido por
ele?
O Conselho
Espírita
Internacional
(CEI) é o
organismo
resultante da
união, em âmbito
mundial, das
Associações
Representativas
dos Movimentos
Espíritas
Nacionais. Foi
fundado em 28 de
novembro de
1992, na sede da
Federação
Espírita
Espanhola, em
Madrid, em
seguida à
realização de
Congresso
Nacional de
Espiritismo da
Espanha, e com o
apoio e
participação da
FEB. Tem por
finalidades
promover a união
solidária e
fraterna das
Instituições
Espíritas de
todos os países
e a unificação
do Movimento
Espírita
mundial;
promover o
estudo e a
difusão da
Doutrina
Espírita em seus
três aspectos
básicos:
científico,
filosófico e
religioso;
promover a
prática da
caridade
espiritual,
moral e
material, à luz
da Doutrina
Espírita.
O CEI promove
trienalmente
Congressos
Mundiais de
Espiritismo, e o
6º ocorrerá
neste ano em
Valência
(Espanha), de 10
a 12 de outubro.
Há uma
rotatividade
para sedes do
evento entre as
Américas e a
Europa. Divulga
documentos
aprovados em
Reunião Geral,
de recomendações
para o
funcionamento de
grupos e
sociedades
espíritas e de
campanhas.
Promove
seminários e
cursos para
preparação de
trabalhadores
espíritas com
base nos
documentos
aprovados em
suas reuniões.
Edita a Revista
Espírita e
livros
traduzidos para
idiomas
estrangeiros.
O Consolador:
Atualmente
quantos países
fazem parte do
CEI?
São trinta e
três países
membros, mas há
umas 15
instituições de
contato em
outros países.
O Consolador:
Com a criação do
CEI pode-se
dizer que a
divulgação do
Espiritismo se
expandiu pelo
mundo?
Sem dúvida, de
forma
institucional,
criando-se
equipes de
trabalho, e com
ênfase para as
obras de Allan
Kardec e as
psicografadas
por Chico
Xavier.
O Consolador: De
que forma a TV
CEI vem
contribuindo na
divulgação do
Espiritismo no
mundo?
A TV CEI foi a
primeira Web TV
espírita do
mundo, sempre
com transmissão
24 horas por
dia. Desde o ano
passado está no
satélite e sendo
transmitida por
vários canais a
cabo. A
aceitação é
grande, no
Brasil e em
vários países.
Vários eventos
com transmissão
ao vivo são
assistidos até
por mais de 40
países, conforme
os registros que
temos. Há canais
também em outros
idiomas. A TVCEI
também produz
DVDs que têm
sido
extremamente
procurados.
O Consolador:
Como nasceu a
EDICEI e como
vem sendo feito
o trabalho da
Editora?
A EDICEI nasceu
da necessidade
de dar uma
melhor
organização às
edições do CEI
em outros
idiomas. É uma
criação recente,
mas de grande
expansão e com
muito trabalho,
pois tem editado
em quase dez
idiomas.
O Consolador: A
mídia de uma
forma geral tem
contribuído
muito para que
os conceitos
espíritas sejam
difundidos.
Filmes espíritas
sendo
produzidos,
novelas já
trataram do
assunto, o
senhor mesmo foi
entrevistado no
programa da Ana
Maria Braga.
Como avalia todo
este processo?
Em função do
interesse pelo
pensamento
espírita e
espiritualista
em geral, agora
suscitado pelo
Centenário de
Chico Xavier, a
difusão do
Espiritismo está
se
intensificando.
São novelas,
vários filmes,
programa
“Sagrado”,
entrevistas na
TV, publicações
em revistas e
jornais de
grande
circulação. Como
resultante do
“Projeto
Centenário de
Chico Xavier”
(da FEB),
vivemos um
autêntico “Ano
do Espiritismo”.
É hora de
reflexões, de
adequações e de
dinamizações,
para que as
instituições
espíritas
estejam
preparadas para
receber cada vez
mais
simpatizantes e
interessados
pelo
Espiritismo.
O Consolador:
Este ano
comemora-se o
Centenário de
Chico Xavier.
Como este evento
será celebrado
pela FEB?
Encontra-se em
implementação o
“Projeto
Centenário de
Chico Xavier”,
discutido e
aprovado pelo
Conselho
Federativo
Nacional da FEB,
que inclui uma
maior divulgação
junto à mídia;
filmagens de
“Nosso Lar” e “E
a Vida
Continua”, com
apoio da FEB;
edição de livros
comemorativos,
pela FEB e pelo
CEI, da
psicografia de
Chico Xavier e
sobre sua vida e
obra; edição de
Reformador
especial; apoio
e parceria para
a montagem do
“Espaço Cultural
Chico Xavier –
UFMG”, na
Fazenda Modelo,
em Pedro
Leopoldo; apoio
ao Memorial
anexo ao Centro
Espírita Luiz
Gonzaga, em
Pedro Leopoldo;
abertura e
encerramento do
evento,
respectivamente,
em Pedro
Leopoldo e em
Uberaba; emissão
de Selo
Comemorativo e
Cartão Postal
pelos Correios;
emissão de
“Medalha
Comemorativa”
pela Casa da
Moeda do Brasil;
estímulo para
eventos em todas
as Entidades
Federativas
Estaduais e a
realização do 3º
Congresso
Espírita
Brasileiro, em
Brasília, de 16
a 18 de abril,
tendo como tema
central: “Chico
Xavier:
Mediunidade e
Caridade com
Jesus e Kardec”.
O Consolador:
Para finalizar,
uma pergunta bem
pessoal: O que o
Espiritismo é
para o senhor?
Qual é a
importância que
ele tem em sua
vida?
O esclarecimento
e o conforto
espíritas
surgiram
precocemente e
de forma
decisiva em
minha vida.
Posso dizer que
ele é o farol de
minha
existência.