Damos continuidade nesta edição ao Estudo Sistematizado do Novo Testamento, que compreenderá o estudo dos Evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João e do livro Atos dos Apóstolos. O estudo é baseado na versão em português do Novo Testamento que o leitor pode consultar a partir deste link: http://www.bibliaonline.com.br/tb.
As respostas correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final do texto abaixo.
Questões para debate
1. Como se deu a cura da mulher que, havia doze anos, padecia de uma hemorragia?
2. Talita cumi – que significam estas palavras e que fato extraordinário elas representam?
3. Por que Jesus não podia fazer em Nazaré obras maravilhosas?
4. Que missão foi dada por Jesus aos seus doze discípulos? E que trabalho, por causa disso, eles passaram a realizar?
5. Qual foi o verdadeiro motivo da prisão de João Batista e de sua morte?
Texto para leitura
11. Herodes pensa que Jesus é João ressuscitado - Tendo Herodes ouvido falar das maravilhas operadas por Jesus, visto que o nome do Mestre se tornara notório, disse o monarca: “João, o que batizava, ressuscitou dentre os mortos, e por isso estas maravilhas operam nele”. Outros, contudo, diziam: “É Elias”. E diziam outros: “É um profeta, ou como um dos profetas”. Herodes, porém, ouvindo tais palavras, reiterava seu pensamento, dizendo: “Este é João, que mandei degolar; ressuscitou dentre os mortos”. Na verdade, embora tenha determinado sua morte, o rei temia a João e fez, antes de mandar degolá-lo, muitas coisas, atendendo-o e ouvindo-o de boa mente. (Marcos, 6:14 a 6:20.)
12. Jesus pede que os discípulos deem de comer à multidão - Morto a mando de Herodes, o corpo de João Batista foi sepultado por seus discípulos (). Nesse ínterim, os apóstolos de Jesus reuniram-se de novo com ele e contaram-lhe tudo o que haviam feito e ensinado. O Mestre convidou-os, então, a repousar um pouco, e foram sós num barco para um lugar deserto. A multidão, contudo, vendo-os partir, correu para lá, a pé, vindo de todas as cidades e, assim, puderam todos aproximar-se do Cristo, que, saindo, teve compaixão deles, porque eram como ovelhas que não tinham pastor. E começou a ensinar-lhes muitas coisas. No final do dia, seus discípulos se aproximaram dizendo: “O lugar é deserto, e o dia está já muito adiantado. Despede-os, para que vão aos lugares e aldeias circunvizinhas, e comprem pão para si; porque não têm o que comer”. Jesus, porém, respondendo, disse-lhes: “Dai-lhes vós de comer”. Eles perguntaram: “Iremos nós, e compraremos duzentos dinheiros de pão para lhes darmos de comer?” (Marcos, 6:29 a 6:37.)
13. Jesus caminha sobre o mar e os discípulos têm medo - Após alimentar a multidão que o ouvira, Jesus obrigou seus discípulos a subir para o barco e passar adiante, para a outra banda, a Betsaida, enquanto ele despedia a multidão. Em seguida, ele foi ao monte para orar. Sobrevindo a tarde, o barco estava no meio do mar e ele, sozinho, em terra. Notando que seus companheiros se fatigavam a remar, porque o vento lhes era contrário, perto da quarta vigília da noite aproximou-se deles, andando sobre o mar. Quando os discípulos o viram, cuidaram que era um fantasma, e deram grandes gritos. Jesus, porém, os confortou dizendo: “Tende bom ânimo; sou eu, não temais”. E subiu para o barco, para estar com eles, enquanto o vento se aquietava. Os discípulos estavam muito assombrados e maravilhados, pois não tinham compreendido o milagre dos pães; antes o seu coração estava endurecido. Chegando à margem, na terra de Genesaré, ao saírem do barco, todos os reconheceram e, correndo toda a terra em redor, começaram a trazer-lhe os que se achavam enfermos, fato que se repetia onde quer que Jesus entrava, nas cidades, nas aldeias ou no campo. Os enfermos então se apresentavam, rogando-lhe que os deixasse tocar ao menos na orla do seu vestido; e todos os que o tocavam saravam. (Marcos, 6:45 a 6:56.)
14. O Mestre enfatiza o apego dos fariseus às práticas humanas - Como os fariseus e todos os judeus, observando a tradição dos antigos, não comiam sem lavar as mãos muitas vezes, Jesus advertiu-os de que, dando tão grande importância a tais práticas, em detrimento dos valores espirituais da vida, eles invalidavam o mandamento de Deus, para guardar uma tradição puramente humana. Lembrou-lhes Jesus: “Vós, deixando o mandamento de Deus, observais a tradição dos homens”. “Sabeis muito bem – asseverou o Mestre – rejeitar o mandamento de Deus, para manter a vossa tradição. Pois Moisés disse: Honra a teu pai e a tua mãe, e: Quem maldisser a seu pai ou a sua mãe, seja morto; mas vós ensinais: Se um homem disser a seu pai ou a sua mãe: Aquilo que eu te poderia dar, é Corban, isto é, uma oferenda a Deus; não mais lhe permitis fazer cousa alguma pelo pai ou pela mãe, invalidando a palavra de Deus pela tradição que vós mesmos transmitistes; e fazeis muitas outras cousas semelhantes.” (Marcos, 7:8 a 7:13.)
Respostas às questões propostas
1. Como se deu a cura da mulher que, havia doze anos, padecia de uma hemorragia?
Essa mulher que, devido a um fluxo de sangue, havia padecido com muitos médicos e despendido tudo quanto tinha, nada lhe aproveitando isso, antes indo a pior, tendo ouvido falar de Jesus, veio por detrás, entre a multidão, e tocou na sua veste. Seu pensamento era: Se tão-somente tocar nas suas vestes, sararei. Foi o que ocorreu, logo se secando a fonte do seu sangue. Em seguida, Jesus, conhecendo que uma virtude de si mesmo saíra, voltou-se para a multidão e perguntou: Quem tocou nas minhas vestes? Então a mulher, que sabia o que lhe tinha acontecido, temendo e tremendo, aproximou-se e, prostrando-se diante dele, disse-lhe a verdade. O Mestre, então, lhe disse: Filha, a tua fé te salvou; vai em paz, e sê curada deste teu mal. (Marcos, 5:25 a 5:34.)
2. Talita cumi – que significam estas palavras e que fato extraordinário elas representam?
Talita cumi significa: Menina, a ti te digo, levanta-te. Estava curada a filha de Jairo, um dos principais da sinagoga que procurara Jesus e, prostrando-se aos seus pés, lhe dissera: Minha filha está moribunda; rogo-te que venhas e lhe imponhas as mãos, para que sare, e viva. Quando ele ainda falava, chegaram alguns do principal da sinagoga dizendo: A tua filha está morta; para que enfadas mais o Mestre? Ao ouvir tais palavras, Jesus disse a Jairo: Não temas, crê somente. E foi até a sua casa, acompanhado de Pedro e dos irmãos João e Tiago. Ao entrar na casa, o Mestre lhes disse: Por que vos alvoroçais e chorais? A menina não está morta, mas dorme. As pessoas riram-se dele; contudo ele, tendo-os feito sair, tomou consigo o pai e a mãe da menina, e os que com ele estavam, e entrou onde a menina estava deitada e, tomando a mão da jovenzinha, disse-lhe: Talita cumi. A menina, que contava na época doze anos, levantou-se e voltou a andar, e todos se assombraram com o fato. (Marcos, 5:22 a 5:24; 5:35 a 5:43.)
3. Por que Jesus não podia fazer em Nazaré obras maravilhosas?
Ninguém é profeta em sua terra, eis a frase dita por Jesus que explica por que na cidade que o viu crescer não pôde fazer as curas e os prodígios que fizera em outros lugares. O fato é que, sabendo que ele era um simples carpinteiro, filho de Maria, não acreditavam que fosse ele o Messias e, por isso, devido à incredulidade daquele povo, não pôde fazer ali obras maravilhosas, tendo curado apenas alguns poucos enfermos por meio da imposição das mãos. (Marcos, 6:1 a 6:6.)
4. Que missão foi dada por Jesus aos seus doze discípulos? E que trabalho, por causa disso, eles passaram a realizar?
Ele chamou a si os doze, e começou a enviá-los a dois e dois, e deu-lhes poder sobre os Espíritos imundos. Saindo, os discípulos passaram a pregar rogando aos seus ouvintes que se arrependessem. Nessa tarefa, os discípulos expulsavam os maus Espíritos e ungiam muitos enfermos com óleo, e os curavam. (Marcos, 6:7 a 6:13.)
5. Qual foi o verdadeiro motivo da prisão de João Batista e de sua morte?
A prisão de João Batista foi decretada por Herodes por causa de Herodias, mulher de Filipe, seu irmão, visto que João disse a Herodes: Não te é lícito possuir a mulher de teu irmão. Herodias o espiava e desejava matá-lo, mas não podia, porque Herodes temia a João, sabendo que era homem justo e santo, e o guardava com segurança, atendendo-o, e de boa mente o ouvia. Chegando uma ocasião favorável em que Herodes, no dia do seu aniversário, dava uma ceia aos grandes, aos tribunos e aos príncipes da Galileia, a filha de Herodias entrou e dançou, o que agradou muito a Herodes e aos que estavam com ele à mesa. Disse então o rei à menina: Pede-me o que quiseres, e eu to darei. E jurou-lhe, dizendo: Tudo o que me pedires te darei, até metade do meu reino. A jovem perguntou à sua mãe: Que pedirei? Ela disse: A cabeça de João Batista. Herodes entristeceu-se muito ao ouvir tal pedido, mas, por causa do juramento e dos que estavam com ele à mesa, fez o que lhe fora pedido. (Marcos, 6:17 a 6:28.)