Maria Lúcia
Resende Dias
Faria:
“Nossa maior
conquista será
alcançada quando
nos tornarmos
verdadeiros
espíritas”
A presidente da
Federação
Espírita do
Espírito Santo
fala sobre o
movimento
espírita em seu
Estado, seus
desafios e suas
conquistas
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Maria Lúcia
Resende Dias
Faria (foto)
nasceu em
Divisa, hoje
Dores do Rio
Preto, e reside
em Vila Velha,
Espírito Santo.
Espírita há 40
anos, exerce
pela segunda vez
o mandato de
presidente da
Federação
Espírita do
Estado do
Espírito Santo.
Na presente
entrevista ela
fala sobre as
atividades
realizadas pela
Federação que
preside, cujo
dinamismo o
leitor pode
aferir pelas
respostas que a
compõem.
O Consolador:
Situe o perfil
do movimento
espírita no
Espírito Santo.
Quantas
instituições são adesas à
Federação?
|
O movimento
espírita no
Estado está
crescendo a
passos largos e
tendo como base
o manual da FEB
“Orientação ao
Centro
Espírita”. Temos
94 casas
espíritas adesas
e 18 em processo
de adesão,
distribuídas por
44 municípios, e
nossa meta é a
implantação de
uma casa
espírita em cada
município. Na
Grande Vitória
são 54 casas adesas e 15 em
processo de
adesão.
|
O Consolador:
Fale-nos sobre
seu Estado e
suas principais
atividades
econômicas.
O Espírito Santo
é o menor (mas
certamente um
dos mais
acolhedores)
Estado da região
sudeste do
Brasil. Sua
gente
caracteriza-se
pelo bom coração
e pela
afetividade.
Possui 78
municípios e uma
população em
torno de 3,4
milhões. Sua
economia
baseia-se na
agricultura e
pecuária (café,
milho, feijão,
banana, rebanho
bovino, suíno e
de aves); na
indústria – com
destaque para a
indústria
alimentícia,
metalúrgica,
química e de
mineração. É
também um estado
que se
notabiliza pelas
reservas de
petróleo, gás
natural e
calcário, além
de possuir um
dos maiores
complexos
portuários da
América Latina.
O Consolador:
Como é
administrar a
Federação
Espírita do
Estado? E quais
os principais
desafios?
Estar à frente
da instituição
federativa
capixaba é uma
honra, uma
alegria, muito
trabalho e uma
imensa
responsabilidade.
Ressaltamos que
o trabalho é
extremamente
gratificante e
que é feito com
muito carinho e
dedicação, não
só por mim, mas
por toda a
equipe que
compõe a
diretoria e que
se tem mostrado
devotada e unida
em torno do
ideal espírita.
Os desafios são
aqueles que
giram em torno
das nossas
dificuldades e
limitações
pessoais, na
condição de
Espíritos em
processo
evolutivo em que
ainda nos
situamos. A
principal
conquista foi o
fortalecimento
do movimento
federativo,
através da
consolidação dos
CRE’s (Conselhos
Regionais
Espíritas), da
atuação da FEEES
junto das
instituições
através de seus
Departamentos e,
também, da FEEES
se fazendo
presente no
âmbito da
sociedade e das
organizações
sociais.
O Consolador:
Quais os eventos
mais importantes
realizados pela
Federação ao
longo do ano?
São muitos e
diversificados
os eventos por
nós realizados.
Anualmente temos
os Encontros de
Trabalhadores
Espíritas, por
região; o
Encontro de
Presidentes das
Casas Espíritas;
Encontros
Estaduais por
Áreas
Estratégicas;
atividade
comemorativa do
Dia Estadual da
Confraternização
Espírita (dia
03/08) quando
ocorre uma
solenidade na
Assembleia
Legislativa
Estadual. De
dois em dois
anos é realizado
o Congresso
Espírita
Estadual.
Além desses
eventos que
compõem o
calendário anual
da FEEES,
atendemos os
pedidos que nos
chegam das
instituições que
objetivam a
melhor
capacitação do
trabalho e do
trabalhador
espírita.
O Consolador: Em
sua participação
como
representante da
federativa no
Conselho
Federativo
Nacional, como
V. percebe a
interação do
Brasil espírita,
considerando sua
experiência no
Estado e os
esforços
conjugados entre
as federativas?
A percepção é a
de que a cada
dia a interação
do Brasil
espírita se
fortifica e os
laços entre os
espíritas e as
instituições se
estreitam, ainda
que vivamos num
país de dimensão
continental. Os
meios
eletrônicos que
possibilitam
mais velocidade
no processo de
comunicação têm
sido ferramentas
aliadas nesse
processo. E isso
é importante e
fundamental,
notadamente
neste momento em
que os espíritas
e o movimento
espírita rompem
as fronteiras do
solo brasileiro
e voltam-se para
seus irmãos e
irmãs de outros
países e
continentes,
levando a
experiência da
vivência
espírita
brasileira que é
tão respeitada.
E este é, sem
dúvida, o papel
da pátria do
Evangelho.
O Consolador: Em
sua opinião,
quais são as
maiores
dificuldades do
movimento
espírita na
atualidade?
As dificuldades
do movimento
espírita
repousam nas
limitações
pessoais
(conforme já
dissemos
anteriormente)
que ainda
trazemos em nós.
Não devemos nos
esquecer de que
a Doutrina
trazida pelos
Amigos
Espirituais
Superiores é
edificação
sólida capaz de
nos apoiar nos
momentos mais
difíceis da
caminhada, mas
que o movimento
espírita é de
responsabilidade
de homens e
mulheres que se
debatem, ainda,
com limitações
pessoais,
emocionais,
temporais e
intelectuais e
tantas outras,
mas que
certamente estão
buscando
realizar o
melhor que podem
para levarem
adiante a
bandeira de
Ismael – Deus,
Cristo e
Caridade.
O Consolador:
Quais as maiores
alegrias ou
conquistas?
A maior alegria
– sem dúvida
alguma – é
aquela que cada
trabalhador ou
trabalhadora
espírita sente
quando percebe
que conseguiu
auxiliar algum
irmão de
caminhada. É
quando a
mensagem de
esperança, que
só a Doutrina
Espírita é capaz
de nos
proporcionar,
acalma corações
inquietos ou
amedrontados
pelo amanhã. É
quando a
compreensão de
Deus e suas leis
atinge mentes e
possibilita a
compreensão da
existência e
todas as
aparentes
divergências e
desigualdades
que deparamos ao
longo dela. E a
maior conquista
será alcançada
quando formos
capazes de nos
tornarmos
verdadeiros
espíritas.
O Consolador:
Como
trabalhadores
espíritas,
divulgadores,
dirigentes etc.,
qual o melhor
caminho a seguir
para que
estejamos
divulgando
corretamente o
Espiritismo, com
fidelidade ao
Evangelho de
Jesus e à
Codificação
Espírita?
Existem duas
frases contidas
em O
Evangelho
segundo o
Espiritismo
que são sempre
lembradas,
citadas e
bastante
divulgadas no
meio espírita: a
primeira é do
nobre
codificador
Allan Kardec:
“Reconhece-se o
verdadeiro
espírita pela
sua
transformação
moral e pelos
esforços que
empreende para
domar as suas
más
inclinações”; e
a segunda do
Espírito de
Verdade:
“Espíritas!
Amai-vos, este o
primeiro
ensinamento;
instruí-vos,
este o
segundo!”. À
vista disso, e
apesar dos
desafios do
momento atual,
se formos
capazes de nos
amarmos
fraternalmente e
nos instruirmos,
com consciência
de que somos
seres imortais e
que nossa meta é
alcançarmos, um
dia, a perfeição
que nos está
destinada,
fatalmente
seremos
conduzidos ao
esforço
permanente de
nossa própria
melhoria. Eis aí
o caminho a
seguir para
divulgarmos
corretamente o
Espiritismo.
O Consolador:
Todos temos
assistido aos
esforços da
Federação
Espírita
Brasileira e do
Conselho
Federativo
Nacional para a
correta
divulgação
espírita, para a
reunião dos
trabalhadores
espíritas, e
para que
colhamos,
coletivamente,
os frutos da
extraordinária
Doutrina
Espírita. Por
outro lado, a
tradução de
obras pelo CEI,
as viagens
internacionais
de Divaldo e
Raul, os
esforços
internos no país
por tantos
idealistas e,
claro, também a
presença dos
Espíritos
benfeitores
nessas ações.
Qual o ponto
mais marcante
disso tudo, em
sua visão?
É realmente
extraordinário e
digno de nossa
admiração o
esforço dos
trabalhadores
encarnados e dos
Espíritos
benfeitores
neste trabalho
de divulgação da
doutrina
espírita. O que
mais chama
atenção é que, à
medida que o
pensamento
espírita vai
avançando pelo
planeta, mais
claro se torna
que os
princípios
fundamentais
desta doutrina
de luz e amor
encontravam-se,
ao que parece,
em estado
latente nos
corações e
mentes das
criaturas,
necessitando
somente de um
sopro que
possibilitasse
que o véu se
levantasse. E
esses abnegados
irmãos e irmãs
não se têm
furtado, muitas
vezes em
detrimento de
questões
pessoais, em
levar esse sopro
renovador de
compreensão da
mensagem
cristã.
O Consolador:
Sobre o
centenário de
Chico Xavier, o
que nos diria?
O querido Chico
Xavier é o
exemplo maior de
que é possível
ter uma vivência
evangélica no
mundo de hoje, o
que muitos
afirmam ser
impossível.
Muito justo todo
o movimento que
relembre esse
Espírito ímpar
cujos passos
foram calcados
no amor
incondicional ao
próximo. Uma
vida dedicada a
servir com
abnegação e que
nem sempre foi
sem atribulações
e
incompreensões.
Sem endeusamento
e sem idolatria,
devemos tê-lo
como um exemplo
de um verdadeiro
espírita. Tive
apenas um
contato com
Chico, mas que
me trouxe muitas
emoções e
estímulo para o
trabalho
espírita.
O Consolador:
Suas palavras
finais.
Agradeço aos
espíritas
capixabas que
confiaram em mim
e em nossa
equipe para
dirigir a nossa
amada Federação
Espírita, que no
próximo ano
completa 90 anos
de existência.
Reafirmo que
todos temos
consciência da
responsabilidade
que é estar
coordenando o
movimento
espírita
capixaba, tendo
em vista a
história dos
valorosos que
nos antecederam.
Como mensagem
final, gostaria
de lembrar o
convite que nos
foi feito pelo
venerável amigo
Dr. Bezerra de
Menezes, pela
abençoada
mediunidade de
Divaldo Franco,
na mensagem
Sem Adiamentos,
publicada em
Reformador de
maio/2008:
[...] Vivemos os
momentos
difíceis da
grande transição
terrestre. [...]
Não são fáceis
as batalhas
travadas no
íntimo, mas
Jesus não nos
prometeu
facilidades.
[...] Agora é o
grande instante
da decisão. Não
há mais lugar
para titubeios,
para
postergarmos a
realização do
ideal. [...]
Jesus, meus
filhos,
encontra-se
conduzindo a nau
terrestre e a
levará ao porto
seguro que lhe
está destinado.
Disputemos a
honra de fazer
parte da sua
tripulação, na
condição de
humildes
colaboradores.
Que sejamos,
porém, fiéis ao
comando de Sua
dúlcida voz.
Nota do autor:
O site da
Federação
Espírita do
Estado do
Espírito Santo é
www.feees.org.br
e o endereço
eletrônico,
feees@feees.org.br.