Batendo o pé no
chão, Verinha
recusava o copo
de leite que sua
mãe amorosamente
lhe oferecia.
— Não vou tomar.
Não gosto de
leite.
 |
Tentando
convencê-la, com
carinho, a mãe
falava da
importância do
leite na
alimentação das
crianças em
crescimento.
Mimada, a
pequena empurrou
o copo, que
entornou.
Dona Dalva pegou
um pano e limpou
o chão, com
paciência.
Depois sugeriu
mingau,
sanduíche,
bolachas.
Verinha tapou o
rosto com as
mãos, gritando:
— Não, não e
não!
|
Em relação à
alimentação, era
sempre assim.
Nunca queria
comer o que lhe
era oferecido,
mas, se lhe
perguntassem o
que queria,
estava sempre
disposta a
comer: pipoca,
sorvete,
chocolate,
balas. |
|
|
— Mas, filhinha,
agora é hora do
almoço! — dizia
dona Dalva.
E, se não lhe
davam o que
pedia, não comia
nada, deixando a
mãe preocupada
com sua saúde.
|
 |
A situação
estava tão séria
que a mãe não
sabia mais o que
fazer. Procurou
amparo na
oração. |
Dona Dalva
elevou o
pensamento a
Jesus,
suplicando-lhe a
orientasse na
melhor maneira
de educar a
filhinha. Não
sabia que
atitude tomar.
Aprendera que a
doutrina do
Cristo é toda
baseada no amor,
e era exatamente
o que ela
tentava fazer.
Educar a filha
com amor!
Nesse momento,
abriu ao acaso
um livro de
mensagens, e
leu: O amor não
dispensa a
disciplina.
Entendeu que era
uma resposta às
suas súplicas.
Dona Dalva
refletiu
bastante e
decidiu mudar de
tática.
No dia seguinte,
no café da
manhã, colocou
diante da filha
um copo de café
com leite e pão
com manteiga.
Quando a menina
empurrou o copo
e o pão,
afirmando que
não queria
comer, dona
Dalva disse
apenas:
— Está bem. Mas
você não comerá
mais nada até a
hora do almoço.
Verinha
levantou-se e
foi brincar. Não
demorou muito e
ela voltou
pedindo
bolachas.
— Não, minha
filha. Você terá
que esperar até
a hora do
almoço.
A menina
reclamou, mas a
mãe não cedeu.
Ao meio-dia,
dona Dalva
serviu o almoço.
Estava
apetitoso!
Verinha olhou os
pratos. Arroz,
feijão, bife e
salada. Torceu o
nariz:
— Não quero nada
disso. Quero
batatinha
frita.
Sentados à mesa,
dona Dalva não
deu atenção à
filha e começou
a conversar com
o marido que
chegara para o
almoço e tinha
pressa de
retornar ao
serviço.
— Mamãe, a
senhora escutou
o que eu disse?
Não quero comer
o que tem na
mesa. Quero
batatinha
frita!
Dona Dalva olhou
para a filha, e
respondeu
firme:
— Escutei, sim.
Se não quiser
comer, não coma.
Porém não comerá
outra coisa,
muito menos
batatinha frita.
E não adianta
você procurar no
armário
bolachas,
chocolates e
outras coisinhas
mais, porque ali
não tem nada
disso.
Verinha,
surpresa,
arregalou os
olhos; depois,
fez muxoxo, como
se estivesse
magoada; em
seguida,
jogou-se no chão
em prantos.
Dona Dalva
continuou
conversando com
o marido, sem
olhar para ela,
fingindo ignorar
a cena. Ao notar
que ninguém lhe
prestava
atenção, Verinha
parou de chorar.
Levantou-se do
chão e
aproximou-se da
mãe.
— Por que está
fazendo assim
comigo, mamãe?
Não me ama mais?
— choramingou a
garota,
enxugando as
lágrimas.
A mãe abraçou a
filhinha com
carinho,
explicando:
— A mamãe ama
muito você,
querida. Mas
exatamente por
muito amar tenho
que ensiná-la a
ser uma criança
melhor, mais
disciplinada.
Entendeu? Tudo
tem hora certa.
Hora para
dormir, para
tomar banho,
para ir à
escola, para
tomar lanche,
para almoçar,
para comer
sobremesa. Nosso
organismo
precisa de uma
porção de
substâncias para
viver bem e com
saúde. Se comer
só bobagens,
poderá ficar
fraca e adoecer.
Entendeu? Além
disso, você sabe
que existem
crianças pobres
que não têm nada
para comer em
casa? Elas
ficariam muito
felizes com o
que temos aqui
em nosso lar, e
que você
rejeita.
Verinha pensou
um pouco e
respondeu:
 |
— Entendi,
mamãe. Eu tenho
uma amiguinha, a
Ester, que é bem
pobrezinha e não
tem nada. Posso
comer agora?
A mãe fez o
prato da filha,
que estava com
fome e comeu com
gosto. Depois,
quando Verinha
acabou, a mãe
ofereceu:
|
— Agora poderá
comer sobremesa,
se quiser.
A menina aceitou
com satisfação.
Comeu uma
banana.
Enquanto a mãe
arrumava o seu
lanche,
colocando-o na
lancheira, a
menina sugeriu:
— Mamãe, posso
levar uma banana
para minha
coleguinha
Ester? Ela gosta
muito de
bananas. Vai
adorar!
A mãe abraçou
Verinha com
amor,
agradecendo a
Jesus pelo
socorro que lhe
tinha enviado.
Era exatamente o
que precisava
para educar a
filha: amor com
disciplina.
Entendia quanto
tinha errado,
mas estava certa
de que tudo
agora caminharia
bem, para
felicidade de
todos.
Tia Célia
|