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Ano 4 - N° 176 - 19 de Setembro de 2010

 


Nossos mortos trouxeram e ainda trazem notícias
do Além


Vez por outra ouvem-se frases como esta: “Ninguém jamais voltou para dizer se a vida continua”.

Afirmações desse tipo são compreensíveis quando ditas por quem não professa o Cristianismo, mas absolutamente impertinentes se partem dos que aceitam o Novo Testamento como obra confiável e depositária da fé cristã. Afinal, é nele que lemos a descrição detalhada do retorno de Jesus ao convívio dos discípulos após sua morte no Gólgota e, antes disso, sua recepção a dois vultos do Antigo Testamento – Moisés e Elias – que vieram confortá-lo momentos antes de sua prisão.

Não queremos aqui mencionar os fatos contidos no Antigo Testamento, que são inúmeros e expressivos, visto que vivemos em um país que se orgulha de dizer-se cristão e tem no Novo Testamento o livro que dá base à sua fé.

As criaturas minimamente informadas sabem que foram exatamente as comunicações dos chamados mortos que deram e continuam a dar força ao Espiritismo, porquanto os princípios espíritas não se baseiam em opiniões nem em concílios, mas em fatos, como os que o professor Carlos Augusto Perandréa mostrou em suas pesquisas sobre mensagens psicografadas por Chico Xavier, do que resultou um trabalho científico inédito até aquela oportunidade, publicado inicialmente na revista científica Semina, da Universidade Estadual de Londrina, e depois transformado no livro “A Psicografia à Luz da Grafoscopia”.

No referido trabalho, o autor comprovou a realidade das comunicações mediúnicas comparando a letra padrão do indivíduo antes da morte com sua assinatura aposta na mensagem psicografada, com que chegou, por meio de análises técnicas, à verificação da autenticidade gráfica em inúmeros casos.

Para quem ainda não sabe, informamos que Perandréa não era espírita até que os fatos e sua própria experiência no campo da mediunidade modificaram sua concepção religiosa.

Os Espíritos, portanto, já voltaram, sim, e continuam a voltar do Além, trazendo notícias sobre a vida extrafísica, na qual, segundo dizem, são muitas as ocupações e missões a desempenhar.

Além do trabalho de se melhorarem pessoalmente, incumbe-lhes – conforme eles mesmos revelam – a tarefa de executar a vontade de Deus, concorrendo, desse modo, para a harmonia do Universo.

A ocupação dos Espíritos é, segundo comprovam os fatos, contínua no mundo espiritual, mas nada tem de penosa, uma vez que não estão eles sujeitos à fadiga nem às necessidades próprias da vida terrestre. E, coisa curiosa, até os Espíritos inferiores e imperfeitos desempenham funções úteis no mundo em que vivem, conquanto muitas vezes não tenham consciência disso.

De acordo com os ensinamentos espíritas, devem os Espíritos percorrer todos os graus da escala evolutiva para se aperfeiçoarem, e é por isso que habitam em toda a parte e adquirem pelo estudo e pela experiência o conhecimento gradativo de todas as coisas. Há, porém, tempo para tudo, e cada coisa vem no momento próprio, de modo que a experiência por que um Espírito está passando hoje, um outro já superou e outros deverão mais tarde enfrentar.

As missões dos Espíritos objetivam sempre o bem. Estando encarnados ou desencarnados, são eles incumbidos de auxiliar o progresso da Humanidade, dos povos e dos indivíduos, dentro de um círculo de ideias mais ou menos amplas, mais ou menos especiais, cabendo-lhes ainda velar pela execução de determinadas coisas. Alguns desempenham missões mais restritas e, de certo modo, pessoais ou inteiramente locais, como assistir os enfermos, os agonizantes, os aflitos, velar por aqueles de quem se constituíram guias e protetores, dando-lhes conselhos ou inspirando-lhes bons pensamentos.

Há tantos gêneros de missões quantas as espécies de interesses a resguardar, tanto no mundo físico como no moral, e o Espírito se adianta conforme a maneira pela qual desempenha sua tarefa.

No tocante ao mundo dos encarnados, os Espíritos se ocupam com as coisas que nos dizem respeito de conformidade com o grau de evolução em que se acham. Os superiores só se ocupam com o que seja útil ao progresso. Os inferiores se ligam mais às coisas materiais e delas se ocupam.

A felicidade dos Espíritos bem-aventurados não consiste, pois, na ociosidade contemplativa, que seria uma eterna e fastidiosa inutilidade. Suas atribuições são proporcionadas ao seu grau evolutivo, às luzes que possuem, à sua capacidade, experiência e ao grau de confiança que inspiram ao Supremo Criador.

Por toda a parte, como se vê, a atividade é constante, da base ao ápice da escala, o que enseja a todos, sem nenhuma exceção, oportunidade de instruir-se e alcançar a meta, que é a perfeição.



 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita