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Espiritismo para crianças - Célia Xavier Camargo - Espanhol  Inglês
Ano 4 - N° 180 - 17 de Outubro de 2010

 

Leleco, o cãozinho

 

Dalva saía a passeio todos os dias e seu cãozinho Leleco gostava sempre de acompanhá-la.    

Mas Dalva era uma menina que não sabia respeitar os outros. 

Quando o cãozinho se aproximava ganindo feliz e abanando o rabinho, satisfeito por vê-la, Dalva empurrava-o para longe, irritada e insatisfeita.                                     

Quando Leleco a via sentada num canto, sozinha e triste, chegava de mansinho e lambia-lhe a mão, humilde e carinhoso. Dalva, entretanto, expulsava-o a pontapés. 

Sua mãe procurava dar-lhe bons conselhos, ensinando que todas as criaturas são de Deus, que devemos amar-nos uns aos outros e que devemos    fazer    aos   outros    aquilo    que

gostaríamos que os outros nos fizessem, conforme nos ensina Jesus, mas Dalva não dava ouvidos à sua mãe, respondendo malcriada: 

– Faço aquilo que quiser! Ninguém manda em mim! 

A despeito do seu mau humor e maldade, Leleco parecia não se importar. Não obstante os maus-tratos, os puxões de orelhas, os pontapés, ele voltava sempre, com aqueles olhos vivos e mansos, para junto de sua dona, demonstrando uma fidelidade realmente canina. 

Certo dia Dalva afastou-se de casa mais do que de costume. Quando percebeu, estava próxima a uma rua muito movimentada. Olhou do outro lado e viu uma vitrine com lindos brinquedos expostos. 

Não titubeou. Atravessou a pista correndo, sem olhar para os lados. De repente, sentiu o cãozinho pular sobre ela, jogando-a para a frente, e fazendo com que caísse na calçada. 

Vermelha de raiva, virou-se para esbravejar com Leleco, quando o viu estendido no asfalto, como morto. Só aí percebeu o que acontecera. 

Um carro aproximara-se perigosamente, vindo em velocidade, e Leleco, percebendo o perigo, tentara salvar-lhe a vida, à custa da sua própria. 

O dono do carro, que parara um pouco adiante, aproximou-se aflito, enquanto outros transeuntes também se aglomeravam à sua volta, comentando o acontecido. 

– Machucou-se? – perguntou o motorista, preocupado. 

– Não. Estou bem. – respondeu Dalva  baixinho. 

E olhou para Leleco, estendido no meio-fio. O motorista disse-lhe, comovido: 

– Você deve sua vida a este valente cãozinho. 

– Leleco! Leleco! – chorava Dalva, desesperada. 

Condoído, o motorista aproximou-se do cãozinho e o examinou.   

– Ele não está morto. Graças a Deus! Levou uma pancada, mas parece que não é nada grave. Vamos levá-lo a um veterinário. 

Dalva, com carinho, acomodou-o em seus braços e, naquele instante, Leleco abriu os olhos. Ao ver a sua dona sã e salva, ele ganiu satisfeito e lambeu-lhe a mão num gesto carinhoso. 


Dalva acariciou-lhe o pelo macio, enquanto lhe dizia com emoção: 

– Perdoe, Leleco! Nunca mais vou maltratar você. Prometo que serei uma garota boazinha e diferente do que tenho sido até hoje. 

E o cachorrinho latiu, satisfeito, acomodando-se melhor nos braços de sua querida dona, sabendo que, desse dia em diante, sua vida seria bem mais feliz.        

 

                                                                       Tia Célia



 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita