1. O Evangelho de João começa falando no Verbo que estava com Deus e que também era Deus. Quem, segundo João, é o Verbo que se fez carne e habitou entre nós?
2. Em que lugar João Batista começou sua missão e anunciou a vinda de Jesus?
3. Como, segundo João evangelista, os primeiros apóstolos de Jesus conheceram o Mestre?
4. Que ensinamento Jesus transmitiu a Nicodemos?
5. Que resposta deu João Batista aos que lhe disseram que Jesus estava também batizando e todos iam ter com ele?
Texto para leitura
1. O Evangelho segundo João - O apóstolo João, filho de Zebedeu e de Salomé, era irmão de Tiago maior. Quando exercia, com seu pai, a ocupação de pescador, Jesus o chamou ao ministério apostólico, onde se distinguiu pelo título de discípulo amado do Cristo. Depois da ascensão do Senhor, João pregou o Evangelho na Ásia Menor, por cujo motivo foi desterrado por Domiciano para a ilha de Patmos, onde escreveu o Apocalipse. Para refutar o atrevimento de hereges que negavam a divindade da missão do Cristo, dizendo que ele fora um simples homem, e visando também a suprir algumas coisas que os outros três evangelistas não registraram, João escreveu, depois deles, o seu Evangelho. Um escritor sacro contemporâneo diz, com muita propriedade, que, falando-se em termos atuais, Lucas, Marcos e Mateus foram “repórteres”, honestos e fiéis repórteres, colocados ao redor da augusta personalidade de Jesus. João foi o “editorialista”, aquele que recolhe as lições dos acontecimentos. (A Bíblia Sagrada, volume I, Introdução, págs. XXIX e XXX, edição de Livros do Brasil S.A.)
2. João diz que o Verbo fez todas as coisas - “No princípio – conta João – era o Verbo, e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens. E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam.” Após referir-se assim a Jesus, o evangelista fala de João Batista: “Houve um homem enviado de Deus, cujo nome era João. Este veio para testemunho, para que testificasse da luz, para que todos cressem por ele. Não era ele a luz, mas para que testificasse da luz”. (N.R.: Em seu livro A Caminho da Luz, escrito em 1938, Emmanuel atribui também a Jesus uma missão excepcional em nosso mundo. Emmanuel designa o Mestre como sendo a Luz do Princípio e diz que seu coração é a fonte da vida para toda a Humanidade da Terra. Na direção de todos os fenômenos de nosso sistema, segundo Emmanuel, existe uma Comunidade de Espíritos Puros e Eleitos pelo Senhor Supremo do Universo. Essa Comunidade, da qual Jesus é membro, apenas se reuniu nas proximidades da Terra duas vezes: a 1a, quando o orbe terrestre se desprendia da nebulosa solar; a 2a, quando se decidiu a vinda de Jesus à Terra. O Mestre, com suas legiões de trabalhadores divinos, operou a escultura geológica do orbe, estatuiu os regulamentos dos fenômenos físicos da Terra, organizou o cenário da vida e fez a pressão atmosférica adequada ao homem, estabelecendo também, sempre sob as vistas de Deus, os grandes centros de força da ionosfera e da estratosfera, além de edificar as usinas de ozone a 40 e 60 km de altitude, para que filtrassem convenientemente os raios solares. É provável que o evangelista João, médium que era, tendo a intuição de todo esse trabalho coordenado por Jesus, haja pensado que o Messias também fosse Deus, um equívoco que não tem nenhum fundamento nas Escrituras e que, segundo Léon Denis, provocou discussões durante três séculos, sendo rejeitado por três concílios, até que em 325 foi elevado a dogma pelo Concílio de Niceia, nestes termos: “A Igreja de Deus, católica e apostólica, anatematiza os que dizem que houve um tempo em que o Filho não existia, ou que não existia antes de haver sido gerado”.) (João, 1:1 a 1:8.)
3. O Verbo fez o mundo e depois habitou entre nós - Estava ali, diz João evangelista, a luz verdadeira, que alumia a todo o homem que vem ao mundo: “Estava no mundo, e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o conheceu. Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus. E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade”. João Batista testificou dele e clamou, dizendo que o Mestre era aquele de quem ele, João, dizia: “O que vem depois de mim é antes de mim, porque foi primeiro do que eu”. E todos nós recebemos também da sua plenitude, graça por graça, porque a lei foi dada por Moisés, mas a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo. Deus nunca foi visto por alguém. O Filho unigênito, que está no seio do Pai, esse o fez conhecer. (João, 1:9 a 1:18.)
4. João viu o Espírito descer como uma pomba e pousar sobre Jesus - Inquirido pelos sacerdotes e levitas, João Batista confessou não ser o Cristo, nem Elias, nem profeta. Quem és, então? – perguntaram eles. “Eu sou – respondeu-lhes João – a voz do que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor, como disse o profeta Isaías.” No dia seguinte, João viu a Jesus que vinha para ele, e disse: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. Este é aquele do qual eu disse: Após mim vem um varão que foi antes de mim, porque já era primeiro do que eu. E eu não o conhecia; mas, para que ele fosse manifestado a Israel, vim eu, por isso, batizando com água”. E João testificou, dizendo: “Eu vi o Espírito descer do céu como uma pomba e pousar sobre ele. E eu não o conhecia, mas o que me mandou a batizar com água, esse me disse: Sobre aquele que vires descer o Espírito, e sobre ele repousar, esse é o que batiza com o Espírito Santo. E eu vi, e tenho testificado que este é o Filho de Deus”. (João, 1:19 a 1:34 .)
5. Jesus, em Caná, transforma água em vinho bom - A mãe de Jesus fora a Caná da Galileia participar de umas bodas, para o que Jesus e seus discípulos tinham sido também convidados. A certa altura da festa, o vinho acabou e sua mãe lhe disse: “Não têm vinho”. “Mulher – respondeu-lhe Jesus –, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora.” Sua mãe, porém, disse aos serventes que fizessem tudo quanto ele dissesse. Jesus, apontando para seis talhas de pedra que ali se encontravam, pediu-lhes: “Enchei de água essas talhas”. Uma vez cheias, ele pediu que as levassem ao mestre-sala. Logo que este provou a água transformada em vinho (não sabendo de onde viera, se bem que os serventes o soubessem), chamou o esposo, a quem disse: “Todo o homem põe primeiro o vinho bom, e, quando já têm bebido bem, então o inferior; mas tu guardaste até agora o bom vinho”. Foi assim que Jesus principiou os seus sinais em Caná da Galileia e manifestou a sua glória, e seus discípulos creram nele. Depois disto, ele desceu, com sua mãe, seus irmãos e seus discípulos, a Cafarnaum e, estando próxima a páscoa dos judeus, subiu a Jerusalém, achando no templo os que vendiam bois, ovelhas, pombos e os cambistas. O Mestre fez um azorrague de cordéis e lançou todos fora do templo, espalhando o dinheiro dos cambistas e derribando as mesas. Os judeus lhe perguntaram: “Que sinal nos mostras para fazeres isto?” Jesus respondeu-lhes: “Derribai este templo, e em três dias o levantarei”. Os judeus replicaram: “Em quarenta e seis anos foi edificado este templo, e tu o levantarás em três dias?” Jesus lhes falava, porém, do templo do seu corpo. Por isso, quando ele ressuscitou dentre os mortos, seus discípulos se lembraram de que ele dissera isto, e creram na Escritura e na palavra que o Mestre tinha dito. (João, 2:1 a 2:22.)
6. Jesus não veio para condenar, mas para salvar o mundo - Depois de responder à pergunta de Nicodemos, Jesus ficou surpreso com a ignorância dele a respeito da lição contida nesta frase: “Necessário vos é nascer de novo”. E acrescentou: “Se vos falei de coisas terrestres, e não crestes, como crereis, se vos falar das celestiais? Ora, ninguém subiu ao céu, senão o que desceu do céu, o Filho do homem, que está no céu. E, como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do homem seja levantado; para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus. E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal aborrece a luz, e não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas. Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus”. (João, 3:12 a 3:21.)
7. O Pai ama o Filho e tudo entregou nas suas mãos - João Batista, respondendo a seus discípulos, referiu-se a Jesus, dizendo: “É necessário que ele cresça e que eu diminua. Aquele que vem de cima é sobre todos; aquele que vem da terra é da terra e fala da terra. Aquele que vem do céu é sobre todos”. E acrescentou: “Aquele que aceitou o seu testemunho, esse confirmou que Deus é verdadeiro. Porque aquele que Deus enviou fala as palavras de Deus; pois não lhe dá Deus o Espírito por medida. O Pai ama o Filho, e todas as coisas entregou nas suas mãos. Aquele que crê no Filho tem a vida eterna; mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece”. (João, 3:30 a 3:36.)
Respostas às questões propostas
1. O Evangelho de João começa falando no Verbo que estava com Deus e que também era Deus. Quem, segundo João, é o Verbo que se fez carne e habitou entre nós?
O Verbo que se fez carne é uma alusão direta a Jesus de Nazaré. (João, 1:1 a 1:15.)
2. Em que lugar João Batista começou sua missão e anunciou a vinda de Jesus?
Em Betânia, do outro lado do Jordão. (João, 1:19 a 1:28.)
3. Como, segundo João evangelista, os primeiros apóstolos de Jesus conheceram o Mestre?
João Batista estava com dois de seus discípulos quando viu passar Jesus. Ele, então, lhes disse: Eis aqui o Cordeiro de Deus. Os dois discípulos ouviram-no dizer isto e seguiram a Jesus. Era André, irmão de Simão Pedro, um dos dois que ouviram aquilo de João e haviam seguido a Jesus. André disse, então, a seu irmão Simão: Achamos o Messias (que, traduzido, é o Cristo) e o levou a Jesus. Olhando para ele, Jesus disse: Tu és Simão, filho de Jonas; tu serás chamado Cefas (que quer dizer Pedro). No dia seguinte, indo à Galileia, Jesus achou a Filipe, e disse-lhe: Segue-me. Filipe era de Betsaida, cidade de André e de Pedro. (João, 1:35 a 1:51.)
4. Que ensinamento Jesus transmitiu a Nicodemos?
Nicodemos, que era príncipe entre os judeus, fora ter de noite com Jesus, e disse-lhe: Rabi, bem sabemos que és Mestre, vindo de Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele. Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus. Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, tornar a entrar no ventre de sua mãe, e nascer? Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito. Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo. (João, 3:1 a 3:11.)
5. Que resposta deu João Batista aos que lhe disseram que Jesus estava também batizando e todos iam ter com ele?
João ainda não tinha sido lançado na prisão quando lhe chegou a notícia de que Jesus estava batizando e todos iam ter com ele. João lhes respondeu dizendo: O homem não pode receber coisa alguma, se não lhe for dada do céu. Vós mesmos me sois testemunhas de que disse: Eu não sou o Cristo, mas sou enviado adiante dele. Aquele que tem a esposa é o esposo; mas o amigo do esposo, que lhe assiste e o ouve, alegra-se muito com a voz do esposo. Assim, pois, já este meu gozo está cumprido. É necessário que ele cresça e que eu diminua. (João, 3:22 a 3:30.)