1. Conforme o livro Atos dos Apóstolos, quantos dias permaneceu Jesus com seus apóstolos, após a ressurreição?
2. Pedro e seus companheiros escolheram um novo discípulo para ocupar o lugar deixado por Judas Iscariotes. Qual o seu nome e como foi ele escolhido?
3. Que fatos ocorreram no dia de Pentecostes?
4. Num momento de rara lucidez, Pedro compreendeu o significado daqueles fatos. Que disse ele, então, aos companheiros ali reunidos?
5. Um coxo de nascença foi curado por Pedro à porta do templo. Como Pedro o curou? Quem estava com ele? Que consequências teve esse episódio?
Texto para leitura
1. O livro de Atos dos Apóstolos - Lucas é, sem qualquer dúvida, o autor dos Atos dos Apóstolos, bem como do Evangelho que traz o seu nome. Parece que um dos principais intentos que teve, quando os escreveu, foi opor esta genuína e verdadeira história das ações de Pedro e Paulo aos Atos dos Apóstolos que circulavam, naquele tempo, fingidos e inventados pela malícia de outros, em descrédito da religião cristã. O livro, escrito em Roma no ano 60 de nossa era, apresenta-nos um quadro diáfano da primitiva Igreja. Seu estilo singelo, restrito aos fatos, iluminado por uma chama interior de fervor apostólico, faz dele uma leitura deliciosa. (N.R.: As próprias editoras católicas divergem com relação à época de composição deste livro. Segundo Edições Loyola, a data mais provável seria entre os anos 75 e 90. Não existe dúvida, porém, a respeito de seu verdadeiro autor: Lucas, discípulo de Paulo de Tarso. A referida Editora diz, ainda, que o objetivo de Lucas, ao escrever este livro, foi reanimar os cristãos, evocando o amor fervoroso das primitivas igrejas, para que cressem na ação do Paráclito, numa época em que parecia que esfriava o ardor inicial.) (“A Bíblia Sagrada”, edição de Livros do Brasil S.A., volume I, pág. XXX. Ver também “Bíblia - Mensagem de Deus. Novo Testamento”, de LEB - Edições Loyola, pág. 163.)
2. Jesus aparece a seus discípulos pelo espaço de quarenta dias - Jesus foi visto ainda por seus discípulos pelo espaço de quarenta dias, ocasião em que lhes falou sobre o reino de Deus e determinou que não se ausentassem de Jerusalém, esperando se cumprisse a promessa do Pai, que ele lhes havia feito. “Porque, na verdade -- asseverou o Mestre --, João batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias.” Eles então indagaram: “Senhor, restaurarás tu, neste tempo, o reino a Israel?” Ele respondeu: “Não vos pertence saber os tempos ou as estações que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder. Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria, e até aos confins da terra”. Quando o Senhor dizia isto, eles viram que o Mestre foi elevado às alturas, e uma nuvem o recebeu, ocultando-o a seus olhos. Estando os apóstolos com os olhos fitos no céu, enquanto ele subia, eis que junto deles se puseram dois varões, vestidos de branco, que lhes disseram: “Varões galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que de entre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir”. (Atos, 1:3 a 1:11.)
3. Os apóstolos e Maria se reúnem no cenáculo - Os discípulos voltaram, então, para Jerusalém, descendo da colina que se chama Monte das Oliveiras, que fica a uns oitocentos metros de Jerusalém. Depois de entrarem na cidade, subiram ao andar de cima da casa, onde costumavam ficar. (N.R.: Segundo tradição muito antiga, trata-se do cenáculo em que Jesus teria celebrado a Última Ceia.) Ali estavam os onze apóstolos e todos rezavam constantemente na mais íntima união, com algumas mulheres e Maria, mãe de Jesus, e os irmãos dele. Naqueles dias, Pedro levantou-se no meio dos irmãos, cuja assembleia constava de mais ou menos cento e vinte pessoas, e lhes disse: “Irmãos! Era necessário que se cumprisse o que o Espírito Santo tinha anunciado pela boca de Davi a respeito de Judas, que se tornou o guia dos que prenderam Jesus. Era ele um dos nossos, porque tinha sido escolhido para participar do nosso ministério. Esse tal comprou um terreno com o salário do seu crime e ali precipitou-se de cabeça para baixo, arrebentou-se pelo meio e derramaram-se-lhe todas as entranhas. Toda a população de Jerusalém soube disso, tanto assim que aquele terreno foi chamado em sua língua de Hacéldama, que quer dizer ‘campo de sangue’. Assim está escrito no livro dos Salmos: ‘Fique deserta a sua moradia, e ninguém queira morar nela’, e ainda: ‘Que outro receba seu cargo’. É preciso, pois, que um daqueles homens que nos acompanharam durante todo o tempo em que Jesus esteve entre nós e à nossa frente, desde o batismo de João até o dia em que ele foi tirado de nós, se torne conosco testemunha de sua ressurreição”. (Atos, 1:12 a 1:22.)
4. Cresce o número de seguidores do Cristo, e eles passam a viver em comunidade - Depois de ouvir as palavras de Pedro, os discípulos sentiram o coração despedaçado e perguntaram ao apóstolo Pedro e a seus companheiros: “Irmãos, que devemos fazer?” Pedro lhes respondeu: “Convertei-vos e cada um peça o batismo em nome de Jesus Cristo, para conseguir perdão dos pecados. Assim, recebereis o dom do Espírito Santo. Pois a promessa foi feita para vós e vossos filhos, assim como para todos aqueles -- tão numerosos -- que se acham longe de vós, que Deus irá chamar”. “Salvai-vos dessa geração perdida.” Os que acolheram a palavra de Pedro receberam o batismo, e naquele dia aderiram mais ou menos três mil pessoas. Todos permaneciam constantes no ensino dos apóstolos, na comunhão fraterna, na cerimônia do partir do pão e nas orações. O temor se apoderava de todos e numerosos prodígios e milagres eram realizados pelos apóstolos. Os fiéis viviam todos unidos e tinham tudo em comum. Vendiam suas propriedades e seus bens, repartindo tudo entre todos, conforme a necessidade de cada um. Todos os dias se reuniam no Templo e louvavam a Deus e eram estimados por todo o povo. E cada dia o Senhor aumentava o número de seus seguidores com outras pessoas que iam sendo salvas. (Atos, 2:37 a 2:47.)
5. Os apóstolos pedem a Deus lhes dê o poder de curar os enfermos - Depois de aprisionados e, por fim, soltos, Pedro e João procuraram os seus e contaram-lhes tudo o que os chefes dos sacerdotes e os anciãos lhes tinham dito. Sabendo disso, eles aclamaram a Deus, orando assim: “Senhor, tu és o criador do céu, da terra, do mar e de tudo o que neles existe! Tu disseste pelo Espírito Santo e pela boca de nosso Pai e teu servidor Davi: ‘Por que ficaram furiosas as nações e os povos planejaram coisas absurdas? Os reis da terra se revoltaram e os governantes se aliaram contra o Senhor e contra seu Messias!’ De fato, nesta cidade, Herodes e Pilatos se aliaram com os pagãos e a gente de Israel contra o teu santo Servo Jesus, que tinhas ungido para fazer tudo o que teu poder e tua vontade tinham decidido de antemão que acontecesse. E agora, Senhor, presta atenção às suas ameaças, e ajuda teus servidores a anunciarem a tua palavra desassombradamente. Ao mesmo tempo, estende tua mão para que se realizem curas, milagres e grandes prodígios em nome de teu santo ‘servo’ Jesus”. Quando acabaram de fazer a oração, o lugar onde estavam reunidos tremeu e todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a anunciar corajosamente a palavra de Deus. (Atos, 4:23 a 4:31.)
Respostas às questões propostas
1. Conforme o livro Atos dos Apóstolos, quantos dias permaneceu Jesus com seus apóstolos, após a ressurreição?
Jesus a eles se manifestou depois da crucificação durante quarenta dias. (Atos, 1:1 a 1:3.)
2. Pedro e seus companheiros escolheram um novo discípulo para ocupar o lugar deixado por Judas Iscariotes. Qual o seu nome e como foi ele escolhido?
Foram propostos dois nomes: José, chamado Barsabás, que tinha por sobrenome Justo, e Matias. Eles então oraram nestes termos: Ó Senhor, que conheces os corações de todos, mostra-nos qual destes dois escolheste para tomar neste ministério e apostolado o lugar de Judas que se transviou. Deitaram sorte e caiu a sorte em Matias, que foi incorporado aos onze apóstolos. (Atos, 1:23 a 1:26.)
3. Que fatos ocorreram no dia de Pentecostes?
No dia de Pentecostes estavam todos concordemente no mesmo lugar, quando de repente veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados. E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles e todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar noutras línguas. Quando aquele som ocorreu, ajuntou-se uma multidão, que estava confusa, porque cada um os ouvia falar na sua própria língua. E todos pasmavam e se maravilhavam, dizendo uns aos outros: Pois quê! não são galileus todos esses homens que estão falando? Como, pois, os ouvimos, cada um, na nossa própria língua em que somos nascidos? Partos e medos, elamitas e os que habitam na Mesopotâmia, Judeia, Capadócia, Ponto e Ásia, Frigia, Panfília, Egito e partes da Líbia, junto a Cirene, e forasteiros romanos, tanto judeus como prosélitos, cretenses e árabes, todos nós temos ouvido em nossas próprias línguas falar das grandezas de Deus. (Atos, 2:1 a 2:13.)
4. Num momento de rara lucidez, Pedro compreendeu o significado daqueles fatos. Que disse ele, então, aos companheiros ali reunidos?
Enquanto todos se maravilhavam e estavam suspensos, dizendo uns para os outros: Que quer isto dizer? E outros, zombando, diziam: Estão cheios de mosto, Pedro, pondo-se em pé com os onze, levantou a sua voz, e disse-lhes: Homens judeus, e todos os que habitais em Jerusalém, seja-vos isto notório, e escutai as minhas palavras. Estes homens não estão embriagados, como vós pensais, sendo a terceira hora do dia. Mas isto é o que foi dito pelo profeta Joel: E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, que do meu Espírito derramarei sobre toda a carne, e vossos filhos e filhas profetizarão, vossos jovens terão visões e vossos velhos terão sonhos; e também do meu Espírito derramarei sobre meus servos e minhas servas naqueles dias, e eles profetizarão. E farei aparecer prodígios em cima, no céu, e embaixo na terra. (Atos, 2:14 a 2:36.)
5. Um coxo de nascença foi curado por Pedro à porta do templo. Como Pedro o curou? Quem estava com ele? Que consequências teve esse episódio?
A cura ocorreu assim: O coxo pediu que lhe dessem uma esmola. Pedro, que estava com João, disse-lhe: Olha para nós. E acrescentou: Não tenho prata nem ouro; mas o que tenho isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda. E, tomando-o pela mão direita, o levantou, e logo os seus pés e artelhos se firmaram. E, saltando, ele pôs-se em pé, andou e entrou com eles no templo, andando, saltando e louvando a Deus, diante de todo o povo, que o viu andar e louvar a Deus. Apegando-se o coxo a Pedro e João, todo o povo correu atônito para junto deles, ao alpendre chamado de Salomão. Quando Pedro viu isto, disse ao povo: Homens israelitas, por que vos maravilhais disto? Por que olhais tanto para nós, como se por nossa própria virtude ou santidade fizéssemos andar este homem? O Deus de Abraão, de Isaac e de Jacó, o Deus de nossos pais, glorificou a seu filho Jesus, a quem vós entregastes e perante a face de Pilatos negastes, tendo ele determinado que fosse solto. Mas vós negastes o Santo e o Justo, e pedistes que se vos desse um homem homicida. E matastes o Príncipe da vida, ao qual Deus ressuscitou dentre os mortos, do que nós somos testemunhas. Pouco depois, estando ele falando ao povo, sobrevieram os sacerdotes, com o capitão do templo e os saduceus, e lançaram mão deles e os encerraram na prisão até o dia seguinte, pois já era tarde. (Atos, 3:1 a 3:26; 4:1 a 4:23.)