Guaraci de Lima
Silveira:
“É magnífico
estar
reencarnado!”
Com inspirado
livro de contos
recém-lançado,
larga
experiência com
o teatro e
opiniões bem
fundamentadas, o
confrade mineiro
fala-nos sobre o
bem que o
Espiritismo fez
em sua vida
|
Guaraci de Lima
Silveira (foto),
natural de
Oliveira
Fortes-MG e
radicado em Juiz
de Fora-MG desde
1966, é espírita
desde a infância
e, com
orientação
recebida na
“Casa do
Caminho”, na
mesma cidade,
onde reside,
pôde equilibrar
a mediunidade e
estudar o
Espiritismo com
dedicação.
Vinculado ao
movimento
espírita da
cidade e mais
particularmente
à Associação
Espírita Paz e
Amor, onde atua
no setor de
mediunidade, é
também
palestrante e
possui dois
livros
publicados:
Navegador
Racional, de
poesias (1999,
pela Minas
Editora) e
|
Destinos, Marcas
e Respostas,
de contos (2011,
Mythos), ambos
psicografados,
além de duas
centenas de
peças teatrais –
sendo que três
delas estão
publicadas em
livros e são
comercializados
pela Editora
Eletrônica Gato
Sabido:
Reencontro - O
aborto sob a
visão espírita,
As Caudas do
Dragão
-
Peça
Infantil e
Aquarela de Luz
-
Educação para o
Trânsito. |
As lúcidas
respostas à
presente
entrevista
trazem-nos
preciosas
orientações.
De onde e como
surgiu a vontade
de escrever
contos?
Quando jovem,
escrevia contos
e os lia em
reuniões
culturais na
Sociedade Luso
Brasileira desta
cidade. Percebi
que era muito
bom fazê-los.
Lembro-me de um
que se chamava:
"A Felicidade
Existe". Teve
boa repercussão
naquela época.
Depois o teatro
entrou pra valer
em minha vida.
Deixei os contos
um pouco de
lado. Um dia
recomecei a
escrevê-los e os
adaptar para o
palco. Um
deles, ”Estranha
Caixa”, foi
premiado num
Festival de
Teatro desta
cidade. Outros
eu os montava e
apresentava em
Centros
Espíritas.
Recentemente
tenho mais de
120 contos
escritos,
distribuídos
em sete livros,
a serem
publicados,
sendo que o
primeiro acaba
de sair:
Destinos, Marcas
e Respostas -
Contos
inspiradores
para elevar a
alma. O
conto Suarrina,
que faz parte
dessa Obra,
também teve
montagem para o
teatro.
Qual é a
inspiração para
sua elaboração?
Ligo o
computador,
entro no Word,
configuro a
página e deixo
acontecer.
Também me
emociono à
medida que a
história vai
surgindo.. Não
as elaboro. Elas
vão surgindo.
Ouço frases
inteiras e as
transponho para
a tela. Assim
tem sido
atualmente.
Geralmente os
mentores me
falam o tipo de
obra a ser
escrita. Por
exemplo, acabei
de escrever
dezoito contos
que farão parte
do livro:
"Tocados Por
Ele".
São
dezoito momentos
de pessoas
anônimas na
história que
tiveram algum
tipo de contato
com o Mestre
Jesus quando da
Sua vinda ao
Plano
Físico. Antes
fui
emocionalmente
preparado, pois
que as histórias
são envolventes
e comovedoras.
No seu contato
com o
Espiritismo, o
que mais lhe
chamou a
atenção?
Várias
situações.
Quando entrei no
Centro Espírita
para valer, eu
havia escrito
antes uma carta
ao Chico Xavier.
Na carta eu
pedia que ele me
orientasse,
principalmente
sobre como
conviver com
minha
mediunidade
ostensiva. Chico
não me respondeu
formalmente,
contudo, seis
dias depois um
senhor, até
então
desconhecido,
levou-me a uma
casa espírita
que naquela
época me
acolheu. No
primeiro dia de
reunião pública,
sentei-me na
cadeira e
perguntei
mentalmente:
"Jesus, quem é o
Senhor"? Ato
contínuo a
reunião pública
teve início e a
diretora dos
trabalhos, Da.
Isabel, a
iniciou dizendo:
"Jesus é aquele
irmão que na
hora das nossas
dificuldades
arregaça suas
mangas e nos
ajuda a
caminhar".
Percebi que a
resposta era
direta para mim.
Finalmente
poderia conviver
com o Mestre de
maneira mais
concreta. E
também admiro na
Doutrina
Espírita o seu
empirismo e a
possibilidade
que temos de
estudá-la,
estudando o
comportamento
humano não só de
hoje, mas também
o de todas as
fases e ciclos
da história
deste planeta.
Hoje, após
décadas de
convivência
espírita, que
visão você tem
dos progressos
alcançados pela
ideia espírita
junto à
mentalidade
humana?
Vejo com alegria
contida. A
Doutrina é muito
rica e poucas
pessoas querem
mergulhar nesse
oceano de luz.
Muitos ficam na
periferia.
Lembro-me de
Emmanuel quando
disse: "Para
começar o
entusiasmo
basta, mas para
prosseguir é
necessário algo
mais". Acredito,
contudo, que com
o passar dos
anos os homens
se
conscientizarão
melhor deste
tesouro que
Jesus permitiu
chegasse até
nós.
Como é sua
percepção do
auxílio
espiritual
quando escreve?
Eu me entrego
aos escritores
do mundo
espiritual.
Tenho com eles
uma convivência
plena. Desde
criança eu os
via. Aos seis
anos comecei a
ver e falar
diretamente com
os Espíritos
desencarnados.
Hoje, quando
escrevo, eles
estão ao meu
lado ditando o
texto. Não sou
médium mecânico.
Toda a
informação passa
pela minha
mente. O
trabalho sai com
naturalidade.
Em sua forma de
ver, como os
contos podem
ajudar o ser
humano a
compreender mais
a vida e seus
mecanismos?
Pequenos traços
muitas vezes
enriquecem toda
uma tela e
marcam
profundamente os
olhos e os
sentidos de quem
os aprecia.
Assim são os
contos. Pequenos
momentos de
imersão num
fato, numa
história, que
podem ajudar com
mais
intensidade.
Também escrevo
romances. Eles
enriquecem os
detalhes. Os
contos trazem o
fato diretamente
do emissor ao
receptor. A
apreensão mental
de um conto
faz-se com mais
facilidade e sua
conclusão pode
ser mais
detalhada pela
mente de quem o
leu. Ou seja,
age no sentido
inverso do
romance. Ambos
são formas
literárias
belíssimas. Os
contos dão um
recado na porta
do visitado. Os
romances entram
e tomam com ele
um copo de
suco.
Como o teatro
entrou em sua
vida?
Comecei aos oito
anos, em 1958.
Sempre fui e sou
apaixonado pela
dramaturgia. Já
escrevi dezenas
de peças
espíritas,
infantis e
empresariais.
Com um vasto
currículo de
apresentações em
inúmeros
municípios
brasileiros,
dedico-me
atualmente a
dirigir
espetáculos
teatrais que
eduquem. Sou
fundador do
ART-VIDA - Grupo
de Teatro
Educativo.
Aproximadamente
400 entidades
públicas e
privadas já
contrataram
nossos serviços.
Hoje escrevo
peças teatrais
para o mundo
empresarial e o
movimento
espírita, tanto
infantil quanto
para o público
adulto. Tenho a
felicidade de
ter visto sair
no livro da
história do
teatro de Juiz
de Fora,
publicado pela
Secretaria de
Cultura daqui, o
nosso nome
vinculado como
sendo o primeiro
grupo de teatro
espírita desta
cidade. Isto me
gratificou
muito.
Falemos agora
sobre palestras.
Como tem sentido
o público
ouvinte nas que
você profere?
Não entrando
ninguém ou não
passando ninguém
na frente do
público, a
atenção é toda
voltada para as
informações que
passamos.
Infelizmente o
público ainda se
dispersa durante
as exposições.
Se entra alguém,
desviam com
facilidade seus
olhares. E olha
que, em tese, as
palestras são
rápidas. Mas
sempre existem
aqueles que
fixam a atenção
naquilo que
expomos. Depois
nos procuram e
trocam
informações
tirando suas
dúvidas. Acho um
trabalho
necessário e
enriquecedor
tanto para quem
o faz quanto
para quem o
absorve.
Qual, em sua
visão, a maior
necessidade do
público
participante das
reuniões
públicas
realizadas pelos
centros
espíritas?
Envolver-se
plenamente com o
que está sendo
dito. O
expositor
prepara o estudo
e o leva para
que o público
possa entender
melhor
determinado
ponto. Já ouvi
diretor de
centro espírita
dizer que
palestras são
desnecessárias.
Que pena! Sempre
que não estou na
tribuna, estou
na plateia.
Assisto ou faço
palestras todos
os dias, e todos
os dias me
enriqueço com
elas. O público
precisa estar
mais atento. Só
assim poderá
opinar com
justiça e
sabedoria quando
questionado ou
posto em
situações de
conflitos
naturais para
seus
crescimentos.
Algo mais que
gostaria de
acrescentar?
É magnífico
estar
reencarnado! É
exuberante estar
reencarnado e
estudando a
Doutrina
Espírita. Sem
ela a vida fica
menor e as
capacidades
cognitivas um
tanto carentes.
Gostaria de
dizer para todo
mundo o bem que
o Espiritismo
fez e faz em
minha vida.
Tornou-me um ser
consciente e
entendedor da
necessidade da
cristianização.
Ser espírita é
sair do rótulo
de cristão e
partir para
ações
conscientes e
equilibradas.
Assim deve ser.
Agradeço
profundamente a
Allan Kardec,
Chico Xavier,
Divaldo Franco e
tantos outros,
bem como aos
mentores
espirituais que
trabalham em
prol do nosso
progresso mental
e espiritual.
Suas palavras
finais.
São de
agradecimento,
principalmente
pela
oportunidade do
contato com os
leitores. Peço a
Jesus que
envolva os
leitores em suas
bênçãos. Digo
aos leitores que
pesquisem,
questionem,
proponham. O
Espiritismo é
luz que aumenta
de intensidade à
medida que nos
aprofundamos,
diferentemente
de túneis
escuros que
ficam ainda mais
escuros quando
insistimos em
nossos
preconceitos e
posturas
vencidas porque
arcaicas e
enraizadas.