Rubens de Castro
Silva:
“No meio
espírita, somos
todos parceiros”
A
Web Rádio
Fraternidade
consolida-se na
divulgação do
Espiritismo e
sua experiência
indica o caminho
a seguir na
tarefa de levar
ao
grande público
os ensinamentos
espíritas
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Rubens de Castro
Silva (foto),
formado em
Comunicação
Social e
profissionalmente
jornalista e
assessor de
imprensa, nasceu
e reside em
Uberlândia-MG.
Vinculado à
Seara Espírita
Vinha de Luz,
onde coordena
uma reunião
pública e uma
reunião
mediúnica,
Rubens fundou e
mantém, com
outros
companheiros, a
Rádio
Fraternidade,
que, valendo-se
da Internet,
dedica-se à
divulgação
sistemática da
doutrina
espírita, em
todas as 24
horas de cada
dia.
Fale-nos sobre a
Rádio
Fraternidade.
Ela é
sintonizada
exclusivamente
por meio da |
Internet? Qual o
seu endereço na Web?
A Rádio
Fraternidade é
uma emissora
veiculada na
rede mundial de
computadores.
Com isso ela é
uma emissora,
pelo menos por
enquanto,
exclusivamente
pela internet.
Ela pode ser
acessada no
endereço:
www.radiofraternidade.com.br.
|
Como surgiu a
ideia de formar
uma rádio pela
internet?
Tínhamos em 2008
dois programas
espíritas na
rádio comercial
em Uberlândia,
ambos com mais
de 10 anos no
ar. A rádio
mudou sua grade
e os programas
saíram do ar. O
tempo passou,
quando acordo
uma manhã com
uma ideia fixa:
criar uma rádio
pela internet.
Além da ideia de
fazer isso, o
próprio nome já
estava na cabeça
e definido.
Deveria ser
Rádio
Fraternidade. A
sensação era de
que havia
chegado de uma
reunião no Plano
Espiritual.
Pensei comigo:
Como fazer uma
rádio pela
internet? Era um
grande desafio.
Ao verificar que
o domínio estava
livre,
“corremos” para
registrá-lo.
Lembro que tudo
isso começou no
início do mês de
dezembro de
2008.
“Apanhamos”
muito até
conseguir
aprender.
Funcionamos
cerca de um mês
e meio em
testes. De forma
oficial e em
definitivo a
rádio foi ao ar
com uma
programação de
24 horas no dia
1º de fevereiro
de 2009.
Os custos são
altos? E de onde
surgem os
recursos?
Na internet, os
custos são
mínimos. Usando
a experiência da
Web Rádio
Fraternidade
diria que você
precisa do ponto
de internet no
estúdio da
rádio, onde é
gerada a
programação, o
servidor de
streaming, a
hospedagem do
site, o pessoal
para produzir a
página,
microfones e a
mesa de som, que
pode ser bem
simples.
Basicamente é
isso. Para
transmissão ao
vivo, uma
internet 3G, e
um notebook.
Muitos amigos
chegaram se
oferecendo para
ajudar. Hoje
temos amigos
locutores que
estão oferecendo
sua voz, de
forma gratuita,
e gravando as
vinhetas e spots
que veiculamos
na rádio. Antes
disso éramos
poucos. Isso já
nos ajuda. Mas,
falando dos
custos, eles são
cotizados entre
aqueles que
fazem parte da
equipe com cada
um colaborando
como pode. A
ajuda que sempre
pedimos para
todos é a
divulgação da
rádio.
Quais as maiores
dificuldades de
manter a
programação?
A tarefa técnica
de colocar no ar
24 horas de
programação
requer muito
tempo no
trabalho.
Considero que o
começo foi muito
mais difícil,
principalmente
aprender a usar
os recursos
técnicos.
Somando-se a
isso a
formatação de
uma grade de
programação,
definir os
programas que
veicularíamos
etc. Muitas
vezes a tarefa
nos custou
noites e os dias
de férias. Hoje
temos muitos
colaboradores
que somam com o
trabalho na
rádio a partir
de várias partes
do mundo. Amigos
que fazem sua
participação
gravando
programas ou
mensagens em
seus próprios
computadores e
nos enviam. Acho
que o grande
desafio é
encarar o
trabalho com a
responsabilidade
que a Doutrina
Espírita exige
de cada um de
nós. Como o
trabalho na casa
espírita, por
exemplo. Acho
que o amor é a
essência
principal desse
tipo de tarefa.
Há retorno da
parte dos
ouvintes?
Muito retorno.
Uma manifestação
que nos
emocionou muito
foi a de um
ouvinte que, do
outro lado do
mundo, no Japão,
nos escrevera
dizendo acessar
a rádio pelo seu
iphone. Ou seja,
ele escutava a
rádio pelo
celular,
enquanto se
dirigia para o
trabalho. Dá
para imaginar?
Isso é
fantástico. Mas
recentemente, em
janeiro, quando
estávamos perto
de completar 2
anos da rádio,
recebemos uma
declaração via
e-mail de uma
ouvinte do
exterior. Era um
momento em que
enfrentávamos
dificuldades
técnicas. Mas as
palavras dela
mostraram quanto
o trabalho no
bem ultrapassa
fronteiras.
Dizia: “olá,
Rádio
Fraternidade,
sou brasileira,
tenho 73 anos,
morei 33 anos na
Suécia. Há 3
anos fiquei
viúva e me mudei
para Portugal.
Aqui me sinto
muito doente e
triste. Mas
agora agradeço a
Deus e tenho
tido a companhia
da Rádio
Fraternidade e
por isso vos
agradeço muito”.
Essas palavras
vieram num
momento delicado
do nosso
trabalho.
Há contatos do
exterior também?
Sim. Temos
contatos em
várias partes do
mundo. Aliás, na
Suíça amigos
nossos abraçaram
a causa e
têm-nos ajudado
reportando o
trabalho de
nossos
expositores
espíritas no
“velho mundo”.
Muitas pessoas
também acessam e
interagem com a
gente de
Portugal.
Recebemos acesso
dos EUA, Canadá,
China, Japão,
Alemanha,
Austrália,
Itália, Grécia,
Chile, Uruguai,
Argentina etc.
Já recebemos
acesso de mais
de 80 países.
Aliás, estamos
abertos aos
confrades nesses
países a
interagirem
conosco. Nosso
objetivo é
ajudar a
divulgar os
trabalhos
espíritas ali
existentes. É só
entrar em
contato com a
gente.
Quais os
resultados mais
positivos já
colhidos?
O resultado é o
consolo que
chega aos
ouvintes.
Costumo dizer
que esse não é
um trabalho meu
ou da equipe.
Esse é um
trabalho acima
de tudo de
Jesus. Somos
necessitados de
aperfeiçoamento,
cheios de
imperfeições e
nos colocamos
como instrumento
Dele para,
através desse
pequenino e
singelo
trabalho, somar
esforços e levar
o esclarecimento
que a Doutrina
Espírita nos
oferece. E
principalmente
usar do termo
FRATERNIDADE
para podermos
unir povos e
disseminar a Boa
Nova ajudando a
construir um
mundo melhor,
que só será
alcançado com
pessoas
melhores, a
partir da
transformação de
cada um de nós.
Há projetos para
o futuro?
Sim, muitos,
como mais
programas ao
vivo, uma maior
interação com o
ouvinte. Claro
que outro sonho
seria a
possibilidade de
ter a Web Rádio
Fraternidade
também em ondas
hertzianas,
chegando aos
lares das
pessoas que
ainda não têm
internet,
através do rádio
AM ou FM. Mas
reconhecemos que
é um custo ainda
alto. Outro
projeto é a
transmissão mais
constante e ao
vivo de eventos
artísticos,
palestras e
seminários
espíritas. Já
fizemos várias
experiências
muito positivas
com a
transmissão de
eventos desse
tipo com
tecnologia de
internet 3G. E
isso é muito
legal. Este ano
estivemos em
Goiânia, ao
vivo, no período
do carnaval,
transmitindo o
27º Congresso
Espírita de
Goiás.
Algo mais a
acrescentar?
Diria que o
trabalho no Bem
é fundamental
para todos nós.
Muitas vezes as
pessoas entram
em contato
pedindo
orientações de
como montar uma
Web rádio. E
sempre me coloco
na condição de
ajudar. Na
divulgação da
Boa Nova, no
nosso meio
espírita, de
forma alguma
somos
concorrentes uns
dos outros.
Precisamos nos
unir e deixar de
lado o
personalismo.
Precisamos, nestes
tempos de
transformação,
lembrar que
somos todos
instrumentos,
cada um chegando
a um público.
Nas redes de
comunicação
comerciais temos
concorrências.
Aqui não! No meio
espírita, somos
todos parceiros.
A causa de Jesus
é mais
importante.
Suas palavras
finais.
Usamos muito na
Rádio
Fraternidade o
lema deixado por
Emmanuel: “O
maior bem que
podemos fazer em
prol da Doutrina
Espírita é a sua
divulgação”.
Acho que é isso
que precisamos
fazer e, claro,
com a seriedade
e a
responsabilidade
que a causa
exige. Diria aos
amigos leitores
que abracemos a
causa do Cristo
e vivamos os
seus
ensinamentos tão
bem esclarecidos
através de Allan
Kardec nas Obras
Básicas.
Qualquer
trabalho no bem
exige
disciplina,
desprendimento,
força de vontade
e amor naquilo
que se faz.