Questões para debate
A. O que acontece durante o sono? A alma também repousa como o corpo?
B. É necessário o sono completo para a emancipação do Espírito?
C. Duas pessoas que se conhecem podem visitar-se durante o sono?
D. Qual é a causa de uma mesma ideia surgir ao mesmo tempo em muitos lugares diferentes?
E. Como duas pessoas podem comunicar-se a distância?
Texto para leitura
222. Os sonhos são verdadeiros no sentido de apresentarem imagens reais para o Espírito, mas, frequentemente, elas não têm relação com o que se passa na vida corpórea. Muitas vezes são apenas uma recordação. Podem ser, também, um pressentimento do futuro, ou a visão do que se passa em outro lugar, a que a alma se transporta. Há muitos exemplos de pessoas que aparecem em sonhos para advertir parentes e amigos. (L.E., 404)
223. As preocupações da vigília podem dar àquilo que se vê a aparência do que desejamos ou do que tememos. A isso é que realmente se pode chamar um efeito da imaginação. (L.E., 405)
224. Não é necessário o sono completo para a emancipação da alma. O Espírito recobra a sua liberdade quando os sentidos se entorpecem; ele aproveita, para se emancipar, todos os instantes de descanso que o corpo lhe oferece. (L.E., 407)
225. O Espírito encarnado muitas vezes pressente a época de sua morte, e às vezes tem dela uma consciência bastante clara, o que lhe dá, no estado de vigília, a sua intuição. (L.E., 411)
226. A atividade do Espírito, durante o repouso do corpo, pode fatigar a este, porque o Espírito está ligado ao corpo como um balão cativo ao poste. Ora, da mesma maneira que as sacudidas do balão abalam o poste, a atividade do Espírito reage sobre o corpo e pode produzir-lhe fadiga. (L.E., 412)
227. O Espírito não está encerrado no corpo como numa caixa: ele irradia em todo o seu redor. Eis por que pode comunicar-se com outros Espíritos, mesmo no estado de vigília, embora o faça mais dificilmente. (L.E., 420)
Respostas às questões propostas
A. O que acontece durante o sono? A alma também repousa como o corpo?
Durante o sono, a alma não repousa como o corpo. O Espírito jamais está inativo. Durante esse estado afrouxam-se os laços que o prendem ao corpo e, não precisando este então da sua presença, ele se lança pelo espaço e entra em relação mais direta com os outros Espíritos. Podemos julgar da liberdade do Espírito durante o sono pelos sonhos. (O Livro dos Espíritos, questões 401, 402 e 407.)
B. É necessário o sono completo para a emancipação do Espírito?
Não; basta que os sentidos entrem em torpor para que o Espírito recobre sua liberdade. Para se emancipar, ele se aproveita de todos os instantes de trégua que o corpo lhe concede. Desde que haja prostração das forças vitais, o Espírito se desprende, tornando-se tanto mais livre quanto mais fraco for o corpo. (Obra citada, questões 407 a 409.)
C. Duas pessoas que se conhecem podem visitar-se durante o sono?
Sim, e muitas pessoas que julgam não se conhecerem costumam reunir-se e falar-se. É tão habitual o fato de irmos encontrar-nos, durante o sono, com amigos e parentes, com os que conhecemos e que nos podem ser úteis, que quase todas as noites fazemos essas visitas. (Obra citada, questões 414, 415 e 416.)
D. Qual é a causa de uma mesma ideia surgir ao mesmo tempo em muitos lugares diferentes?
São Espíritos simpáticos que se comunicam e veem reciprocamente seus pensamentos respectivos. Há, entre os Espíritos que se encontram, uma comunicação de pensamento, que dá causa a que duas pessoas se vejam e compreendam sem precisarem dos sinais ostensivos da linguagem. Poder-se-ia dizer que falam entre si a linguagem dos Espíritos. O fato é, aliás, comum durante o chamado sono corpóreo. (Obra citada, questões 419, 420 e 421.)
E. Como duas pessoas podem comunicar-se a distância?
O Espírito não se acha encerrado no corpo como numa caixa; ele irradia por todos os lados. Segue-se que pode comunicar-se com outros Espíritos, mesmo em estado de vigília, se bem que mais dificilmente. (Obra citada, questões 420 e 421.)